Perguntas sobre a Oração

O que é a oração dos pecadores?

A oração dos pecadores é uma oração que uma pessoa faz a Deus quando entende que é pecadora e precisa de um Salvador. Fazer a oração dos pecadores não vai resolver nada por si só. Uma oração dos pecadores só é efetiva se ela representa genuinamente o que uma pessoa sabe, entende e acredita sobre sua natureza pecaminosa e necessidade de salvação.

O primeiro aspecto de uma oração dos pecadores é o entendimento de que nós todos somos pecadores. Romanos 3:10 proclama: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer.” A Bíblia torna claro o fato de que nós todos pecamos. Nós todos somos pecadores necessitando da misericórdia e perdão de Deus (Tito 3:5-7). Por causa do nosso pecado, nós merecemos punição eterna (Mateus 25:46). A oração dos pecadores é um apelo por graça ao invés de julgamento. É um pedido de misericórdia ao invés de ira.

O segundo aspecto de uma oração dos pecadores é o conhecimento do que Deus fez para consertar a nossa condição perdida e pecaminosa. Deus se fez carne e se tornou um ser humano na Pessoa de Jesus Cristo (João 1:1-14); Jesus nos ensinou a verdade sobre Deus e viveu uma vida perfeita e sem pecado (João 8:46; 2 Coríntios 5:21). Jesus então morreu na cruz em nosso lugar, levando a punição que nós merecemos (Romanos 5:8). Jesus ressuscitou dentre os mortos para provar a Sua vitória sobre o pecado, a morte e o inferno (Colossenses 2:15; 1 Coríntios 15). Por causa de tudo isso, nós podemos ter nossos pecados perdoados e a promessa de um lar eterno nos Céus – se nós simplesmente depositarmos nossa fé em Jesus Cristo. Tudo o que precisamos fazer é crer que Ele morreu em nosso lugar e ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10:9-10). Podemos ser salvos somente pela graça, somente pela fé, fé somente em Jesus Cristo. Efésios 2:8 declara: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.”

Fazer a oração dos pecadores é simplesmente uma maneira de declarar a Deus que você está confiando em Jesus Cristo como seu Salvador. Não existem palavras “mágicas” que resultem em salvação. É apenas a fé na morte e ressurreição de Jesus que pode nos salvar. Se você entende que é um pecador e precisa de salvação através de Jesus Cristo, aqui está uma oração dos pecadores que você pode fazer a Deus: “Deus, eu sei que sou um pecador. Sei que eu mereço as conseqüências dos meus pecados. Porém, estou confiando em Jesus Cristo como meu Salvador. Eu acredito que a Sua morte e ressurreição promovem o meu perdão. Eu acredito em Jesus, e somente em Jesus, como meu Senhor e Salvador pessoal. Agradeço a Ti, Senhor, por me salvar e perdoar! Amém!”

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O que é a oração dos pecadores?

Por que orar?

Por que orar? Por que orar se Deus já está no perfeito controle de tudo? Por que orar se Deus sabe o que vamos pedir antes que o façamos?

(1) A oração é uma forma de servirmos a Deus (Lucas 2:36-38). Oramos porque Deus nos ordena que o façamos (Filipenses 4:6-7).

(2) A oração é exemplificada para nós por Cristo e a igreja primitiva (Marcos 1:35; Atos 1:14; 2:42; 3:1; 4:23-31; 6:4; 13:1-3). Se Jesus achava que valia a pena orar, também devemos achar.

(3) Deus determinou a oração como meio para que pudéssemos obter Suas soluções em inúmeras situações:

a) Preparação para grandes decisões (Lucas 6:12-13)
b) Derrubar barreiras demoníacas na vida das pessoas (Mateus 17:14-21)
c) Ajuntamento de obreiros para a colheita espiritual (Lucas 10:2)
d) Obtenção de forças para vencer a tentação (Mateus 26:41)
e) Um meio de fortalecer a outros espiritualmente (Efésios 6:18-19)

(4) Temos a promessa de Deus que nossas orações não são em vão, mesmo se não recebemos especificamente o que pedimos (Mateus 6:6; Romanos 8:26-27).

(5) Ele prometeu que quando pedirmos por coisas que estejam de acordo com Sua vontade, Ele nos dará o que pedirmos (I João 5:14-15).

Às vezes Ele atrasa Sua resposta de acordo com Sua sabedoria e para o nosso benefício. Nestas situações, devemos ser perseverantes e persistentes em oração (Mateus 7:7; Lucas 18:1-8). A oração não deve ser vista como nosso meio de obter que Deus faça nossa vontade na terra, mas como um meio de obter a vontade de Deus feita na terra. A sabedoria de Deus, em muito, excede a nossa.

Em situações para as quais não sabemos especificamente qual a vontade de Deus, a oração é o meio de discerni-la. Se Pedro não tivesse pedido a Jesus para chamá-lo para fora do barco até a água, teria perdido tal experiência (Mateus 14:28-29). Se a mulher síria cuja filha estava influenciada pelo demônio não tivesse orado a Cristo, sua filha não teria sido restabelecida (Marcos 7:26-30). Se o homem cego fora de Jericó não tivesse clamado a Cristo, ele teria continuado cego (Lucas 18:35-43). Deus disse que muitas vezes não recebemos porque não pedimos (Tiago 4:2). Em um sentido, a oração é como compartilhar o evangelho com as pessoas. Não sabemos quem responderá à mensagem do evangelho até que o preguemos. O mesmo ocorre com a oração: nunca veremos os resultados de uma oração respondida até que oremos.

A falta de oração demonstra a falta de fé e a falta de confiança na Palavra de Deus. Nós oramos para demonstrar nossa fé em Deus, que Ele fará assim como prometeu em Sua Palavra, e que abençoará nossas vidas abundantemente mais do que podemos pedir ou esperar (Efésios 3:20). A oração é nosso primeiro meio de ver a obra de Deus na vida de outros. Por ser nosso meio de nos “ligarmos” ao poder de Deus como se nos ligássemos em uma tomada, é nosso meio de derrotar nosso inimigo e seu exército (Satanás e seu exército) que, por nós mesmos, não teríamos forças para vencer. Por isto, que Deus nos encontre sempre perante Seu trono, pois temos um Sumo Sacerdote no céu que pode se identificar com tudo o que passamos (Hebreus 4:15-16). Temos Sua promessa de que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16-18). Que Deus possa glorificar Seu nome em nossas vidas conforme creiamos Nele de forma suficiente para que venhamos sempre a Ele em oração.

O que é a oração do Pai Nosso? Devemos fazê-la?

A oração do Pai Nosso é uma oração que Jesus ensinou a Seus discípulos em Mateus 6:9-13 e Lucas 11:2-4. Mateus 6:9-13 diz: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.” Muitas pessoas erroneamente compreendem a oração do Pai Nosso como uma oração que devemos fazer palavra por palavra. Alguns tratam a oração do Pai Nosso quase como uma fórmula mágica, como se as palavras por si só tivessem algum poder específico ou influência sobre Deus.

A Bíblia nos ensina o oposto. Deus está muito mais interessado em nossos corações quando oramos do que em nossas palavras. Mateus 6:6 nos ensina: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:7 continua e diz: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” Na oração, devemos derramar nossos corações a Deus (Filipenses 4:6-7), e não simplesmente recitar a Deus palavras memorizadas.

Ao invés disto, a oração do Pai Nosso deve ser entendida como um exemplo, um padrão de como orar. A oração do Pai Nosso nos ensina a orar. Ela nos dá os “ingredientes” que devem fazer parte da oração. Eis aqui como se esmiúça: “Pai nosso, que estás nos céus” nos ensina a quem devemos dirigir nossas orações, ao Pai. “Santificado seja o Teu nome” nos diz para adorarmos a Deus, e louvá-lo por quem Ele é. A expressão “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” é um lembrete de que devemos orar pelo plano de Deus em nossas vidas e no mundo, não o nosso próprio plano. Devemos orar para que seja feita a vontade de Deus, não por nossos desejos. Somos encorajados a pedir a Deus pelas coisas que precisamos em “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” nos lembra que confessemos nossos pecados a Deus e nos desviemos deles – e também que perdoemos os outros assim como Deus já nos perdoou. A conclusão da oração do Pai Nosso: “E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal” é uma petição por socorro em alcançar a vitória sobre o pecado e um pedido por proteção contra os ataques do diabo.

Mais uma vez, a oração do Pai Nosso não é uma oração para memorizarmos e recitar a Deus. É apenas um exemplo de como devemos orar. Há algo de errado em memorizar a oração do Pai Nosso? Claro que não! Há algo errado em fazer a oração do Pai Nosso a Deus? Não, se o seu coração está nela e você verdadeiramente sente as palavras que diz. Lembre-se: em oração, Deus está muito mais interessado em nossa comunhão com Ele e na sinceridade de nossos corações do que em palavras específicas que possamos usar. Filipenses 4:6-7 declara: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.”

O que significa orar em nome de Jesus?

Orar em nome de Jesus é ensinado em João 14:13-14: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” Alguns erroneamente aplicam este verso acreditando que ao dizer “Em nome de Jesus” ao final de uma oração resulta em Deus sempre atendendo no que é pedido. Isto seria o mesmo que tratar as palavras “em nome de Jesus” como uma fórmula mágica, o que é totalmente não-bíblico!

Orar em nome de Jesus significa orar com Sua autoridade e pedir a Deus o Pai para agir em nossas orações porque viemos no nome de Seu Filho, Jesus. Orar em nome de Jesus significa a mesma coisa que orar segundo a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (I João 5:14-15). Orar em nome de Jesus é orar por coisas que honram e glorificam a Jesus.

Dizer “em nome de Jesus” ao final de uma oração não é uma fórmula mágica. Se o que você pediu ou disse em oração não foi para a glória de Deus e de acordo com Sua vontade, dizer “Em nome de Jesus” não tem qualquer sentido. Genuinamente orar em nome de Jesus e para Sua glória é o que importa, e não anexar certas palavras ao final da oração. Não são as palavras na oração que importam, mas o propósito atrás da oração. Orar por coisas que estejam de acordo com a vontade de Deus é a essência de orar em nome de Jesus.

Como posso ter minhas orações respondidas por Deus?

Muitas pessoas acham que “oração respondida” é quando Deus concede o que foi pedido em uma oração a Ele oferecida. Se um pedido de oração não é concedido, geralmente se entende que a oração não foi respondida. Contudo, isto não é um correto entendimento em relação à oração. Deus responde cada oração que a Ele é elevada. O que devemos nos lembrar é que às vezes Deus responde “não” ou “espere”. Deus somente promete conceder o que pedimos em oração quando pedimos de acordo com Sua vontade. I João 5: 14-15 nos diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.”

O que significa orar de acordo com a vontade de Deus? Orar de acordo com a vontade de Deus é orar por coisas que honram e glorificam a Deus e/ou orar por coisas que a Bíblia claramente revela serem da vontade de Deus que tenhamos. Se orarmos por coisas que não honram a Deus ou que não sejam da vontade de Deus para nossas vidas, Deus não nos dará o que pedimos. Como podemos saber qual a vontade de Deus? Deus promete nos dar sabedoria quando por ela pedirmos. Tiago 1:5 proclama: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” Familiarize-se com o que diz a Bíblia sobre a vontade de Deus para sua vida. Quanto mais entendermos a Palavra de Deus, melhor saberemos o que pedir. Quanto mais soubermos o que pedir em oração, mais efetiva será nossa vida de oração.

É aceitável orar repetidamente pela mesma coisa, ou devemos pedir somente uma vez?

Lucas 18:1-7 declara: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?”

Lucas 11:5-13 proclama: “Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”

As duas passagens nos encorajam a orar e a continuar orando! Não há nada errado em pedir a mesma coisa repetidamente. Contanto que seja da vontade de Deus (I João 5:14-15), continue pedindo até que Deus conceda seu desejo ou remova o desejo de seu coração. Às vezes Deus nos obriga a esperar por uma resposta às nossas orações para nos ensinar paciência e perseverança. Às vezes pedimos por algo quando isto ainda não está no tempo de Deus para nossas vidas. Às vezes pedimos por algo que não é da vontade de Deus para nós, e Ele nos diz não. A oração não consiste apenas em apresentarmos nossos pedidos a Deus, mas também é Deus apresentando sua vontade aos nossos corações. Continue pedindo, continue batendo, continue buscando, até que Deus conceda seu pedido, ou o convença de que seu pedido não é a Sua vontade para você.

É importante orar junto com os irmãos? Orar junto com os irmãos tem mais poder do que orar individualmente?

Orar junto com os irmãos é uma parte importante da vida da igreja, junto com a adoração, sã doutrina, comunhão e fraternidade. A igreja primitiva se encontrava regularmente para aprender a doutrina dos apóstolos, partir o pão e orar juntos (Atos 2:42), começando imediatamente após a ressurreição de Jesus (Atos 1:14) e continuando até os dias de hoje. Quando oramos juntamente com outros crentes, os efeitos podem ser muito positivos. Orar junto com os irmãos nos edifica e une ao compartilharmos nossa fé comum. O mesmo Espírito Santo que habita em cada crente faz com que nossos corações se regozijem ao ouvirmos os louvores a nosso Senhor e Salvador, nos unindo em um laço único de comunhão que não encontramos em nenhum outro lugar da vida.

Para aqueles que se encontram sozinhos e lutando com os fardos da vida, ouvir os irmãos elevá-los ao trono da graça pode ser de grande encorajamento. Também nos edifica em amor e consideração pelos outros quando por eles intercedemos. Orar junto com os irmãos também ensina aos novos na fé como orar e os leva à íntima comunhão com o corpo de Cristo. Ao mesmo tempo, orar junto com os irmãos será apenas um reflexo dos corações dos participantes. Devemos ir a Deus com humildade (Tiago 4:10), verdade (Salmos 145:18) e obediência (I João 3:21-22), com ação de graças (Filipenses 4:6) e confiança (Hebreus 4:16). Infelizmente, a oração junto com os irmãos pode também se tornar uma plataforma para aqueles cujas palavras são direcionadas não a Deus, mas aos ouvintes. Jesus advertiu contra tal comportamento em Mateus 6:5-8, onde nos exorta para que não sejamos exibicionistas, usando palavras em excesso ou hipócritas em nossas orações, mas quer que oremos secretamente em nossos próprios quartos a fim de que evitemos tais tentações.

Não há nada nas Escrituras que sugira que a oração junto com os irmãos seja “mais poderosa” do que as orações individuais, no sentido de mover a mão de Deus. Muitos cristãos igualam a oração a “receber coisas de Deus”, e a oração em grupo se torna principalmente uma ocasião para recitar uma lista com nossos desejos. As orações bíblicas, entretanto, têm múltiplas faces, englobando a totalidade do desejo de entrar em consciente e íntima comunhão com nosso santo, perfeito e justo Deus. Deus, ao inclinar Seus ouvidos para escutar Suas criaturas, provoca o louvor e adoração jorrando em abundância (Salmos 27:4; 63:1-8), produz arrependimento e confissão sinceros (Salmos 51; Lucas 18:9-14), gera uma torrente de gratidão e ações de graças (Filipenses 4:6; Colossenses 1:12) e cria sinceras petições de intercessão em favor de outros (II Tessalonicenses 1:11; 2:16).

As petições para aquele que ora não se encontram nas orações de Paulo ou Jesus, exceto quando nelas expressam seus desejos, mas sempre em submissão à vontade de Deus (Mateus 26:39; II Coríntios 12:7-9). A oração, então, é cooperar com Deus para que se cumpra Seu plano, não tentando fazê-Lo se inclinar a nossa vontade. Conforme abandonamos nossos próprios desejos em submissão àquele que sabe nossas circunstâncias muito melhor do que um dia poderíamos saber, e que “sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes” (Mateus 6:8), nossas orações chegam a seu mais alto nível. As orações oferecidas em submissão à vontade Divina, por isto, são sempre respondidas positivamente, se oferecidas por uma pessoa ou por mil. Aqui está o verdadeiro poder da oração.

A idéia de que a oração junto com os irmãos é mais eficaz em mover a mão de Deus vem muito de uma má interpretação de Mateus 18:19-20: “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Estes versos vêm de uma passagem maior na qual se indica os procedimentos a seguir se a igreja disciplinar um membro em pecado. Interpretá-los como prometer aos crentes um cheque em branco para qualquer coisa que concordem em pedir a Deus, não importando quão pecaminosa ou tola seja, não apenas falha em se encaixar ao contexto da disciplina eclesiástica, mas nega o restante das Escrituras, em particular a soberania de Deus e os muitos mandamentos para que os crentes sejam submissos e obedientes a Sua vontade, e não o contrário disto.

Além do mais, crer que quando “dois ou três estiverem reunidos” para orar provocará algum tipo de poder mágico se juntando às nossas orações é algo tolo. Claro que Jesus está presente quando dois ou três oram, mas Ele está igualmente presente quando um crente ora sozinho, mesmo se esta pessoa estiver separada de outros por milhares de quilômetros. A interpretação errônea destes versos nos mostra por que é importante ler e compreender as passagens em seu contexto e à luz de toda a Escritura.

A quem devemos orar: ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo?

Toda oração deve ser direcionada ao Deus triúno – Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia ensina que podemos orar a um ou aos três, porque os três são Um. Ao Pai, oramos com o salmista: “Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei” (Salmos 5:2). Ao Senhor Jesus, oramos da mesma forma que oramos ao Pai, porque eles são iguais. Oração a um dos membros da Trindade é oração a todos. Estêvão, enquanto estava sendo martirizado, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (Atos 7:59). Também devemos orar no nome de Cristo. Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar “graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Efésios 5:20). Jesus assegurou aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome – quer dizer, Sua vontade – seria concedido (João 15:16; 16:23). Semelhantemente, devemos orar ao Espírito Santo e em Seu poder. Paulo pediu ao Espírito que unisse os corações dos crentes da igreja de Corinto (2 Coríntios 13:14). Além disso, o Espírito nos ajuda a orar mesmo quando não sabemos como ou pelo que pedir (Romanos 8:26; Judas 1:20). Talvez a melhor forma de entender o papel da Trindade em relação à oração é que oramos ao Pai, através do Filho, pelo poder do Espírito Santo. Todos os três são participantes ativos na oração do crente.

De igual importância é a quem não devemos orar. Algumas religiões não-Cristãs encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros santos, como Pedro. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. Para entender o porquê, precisamos estudar a natureza da oração. Oração tem vários elementos e se estudarmos apenas dois – louvor e ação de graças – podemos ver que oração é, em sua própria essência, adoração. Quando louvamos a Deus, estamos louvando a Ele por Seus atributos e Seu trabalho em nossas vidas e no mundo. Quando oferecemos orações de ação de graças, estamos adorando Sua bondade,misericórdia e ternura para conosco. Adoração dá glória a Deus, o Único que realmente merece ser glorificado. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que Deus é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8).

Outros elementos de oração – tais como arrependimento, confissão e petição – também são formas de louvor. Arrependemo-nos sabendo que Deus é um Deus que perdoa e é amoroso, e que Ele tem providenciado um meio de perdão através do sacrifício do Seu Filho na cruz. Confessamos nossos pecados porque sabemos que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9) e louvamos a Deus por isso. Aproximamo-nos dEle com nossas súplicas e intercessões porque sabemos que Ele nos ama e nos escuta, e louvamos a Ele por Sua misericórdia e bondade em estar disposto a escutar e responder às orações. Quando consideramos tudo isso, é fácil ver que orar a alguém que não seja ao Deus triúno é impensável porque oração é uma forma de adoração, e adoração deve ser reservada a Deus e apenas Deus.

Como oração é comunicação com Deus?

Para entender a natureza da comunicação de Deus conosco, e de nós com Ele, precisamos começar com alguns preceitos. O primeiro é que Deus só fala a verdade. Ele nunca mente e nunca engana. Tito 1:2 "na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos". Jó 34:12 "Na verdade, Deus não procede maliciosamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo". A palavra grega para "escritura", graphe, é usada 51 vezes no Novo Testamento para descrever os manuscritos do Velho Testamento. Paulo afirma em 2 Timóteo 3:16 que essas palavras significam literalmente "inspirada por Deus". A palavra graphe também se refere ao Novo Testamento, principalmente quando Pedro chama as epístolas de Paulo "escritura" em 2 Pedro 3:16, e também quando Paulo (em 1 Timóteo 5:18) cita as palavras de Jesus de Lucas 10:7 e as chama de "escritura". Dessa forma, quando estabelecemos que um manuscrito do Novo Testamento pertence à categoria especial de "escritura", estamos corretos em aplicar 2 Timóteo 3:16 àquele manuscrito também, e dizer que aquele manuscrito também tem as características que Paulo atribui a "toda escritura": ela é "inspirada por Deus", e todas as suas palavras vêm de Deus.

Por que toda essa informação é importante ao assunto de oração? Agora que temos estabelecidos que Deus apenas fala a verdade e que todas as palavras da Bíblia vêm de Deus, podemos logicamente fazer duas conclusões sobre comunição com Deus. Primeiro, já que a Bíblia diz que Deus escuta o homem (Salmos 17:6; Salmos 77:1; Isaías 38:5), o homem pode confiar que quando ele está em um relacionamento correto com Deus, e ele fala com Deus, Deus o escutará. Segundo, já que a Bíblia é a Palavra de Deus, o homem pode confiar quando ele está em um relacionamento correto com Deus, e quando ele lê a Bíblia, ele está literalmente escutando a palavra falada de Deus. O relacionamento correto com Deus que é necessário para uma comunicação saudável entre Deus e os homens é evidenciado de três formas. A primeira é voltar-se contra o pecado, ou arrependimento. Salmos 27:9, por exemplo, é um pedido de Davi para que Deus o escute e não o ignore em ira. Dessa passagem podemos concluir que Deus volta-se contra o pecado do homem e que pecado atrapalha a comunicação entre Deus e o homem. Um outro exemplo disso é encontrado em Isaías 59:2, onde Isaías diz ao povo: "Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça". Quando há pecado não confessado em nossas vidas, isso com certeza vai atrapalhar comunicação com Deus.

A segunda forma que podemos evidenciar uma relacionamento correto é através de um coração humilde. Deus fala essas palavras em Isaías 66:2: ".... mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra". A terceira forma é uma vida justa. Esse é o lado positivo de voltar-se contra o pecado e é caracterizado especificamente por efetividade em oração. Tiago 5:16 diz: "… Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo".

Nossa conversa com Deus pode ser em voz alta, em nossas mentes ou escrita. Podemos ter confiança de que Deus vai nos ouvir e que o Espírito Santo vai nos ajudar a orar da forma que devemos. Romanos 8:26 diz: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis".

Quanto ao método que Deus usa para se comunicar conosco, devemos esperar que Ele vai falar conosco primeiramente através da Bíblia, ao invés de confiar que Deus vai colocar certos pensamentos em nossas mentes para nos guiar a certas ações ou decisões específicas. Por causa da nossa capacidade de nos enganar, não é sábio aceitar a idéia de que todo pensamento que passa por nossas mentes vem de Deus. Às vezes, em relação a certos assuntos em nossas vidas, Deus não fala diretamente conosco através das Escrituras, e pode ser muito tentador procurar por revelação extra-bíblica nesses momentos. No entanto, em tais momentos, é melhor – para evitar colocar palavras na boca de Deus e / ou cair no erro de decepção – encontrar respostas aplicando princípios bíblicos que Ele já nos deu. Também é aconselhável orar ardentemente por sabedoria para que cheguemos às conclusões corretas, pois Deus prometeu dar sabedoria a quem Lhe pede. "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5).

O que é oração intercessória?

Oração intercesória é a ação de orar por outras pessoas. O papel de mediador em oração era prevalente no Velho Testamento (ex: Abraão, Moisés, Davi, Samuel, Ezequias, Elias, Jeremias, Ezequiel e Daniel). No entanto, Cristo é retratado no Novo Testamento como o intercessor supremo; e por causa disso toda oração Cristã se torna intercessão, já que é oferecida a Deus através de Jesus Cristo. Jesus acabou com a distância que existia entre nós e Deus quando Ele morreu na cruz. Ele foi o mais importante mediador (intercessor) que já existiu. Por causa disso podemos agora interceder em oração a favor de outros Cristãos, ou pelos perdidos, pedindo a Deus que lhes conceda arrependimento de acordo com Sua vontade. "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2:5). "Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Romanos 8:34).

Um modelo maravilhoso de oração intercessória é encontrado em Daniel 9, onde Daniel orou pelo seu povo, o qual tinha abandonado a Deus. Sua oração contém todos os elementos de oração intercessória verdadeira. É em resposta à Palavra de Deus (v. 2); caracterizada por fervor (v.3) e auto-recusa (v.4); identificou-se humildemente com o povo de Deus (v.5); foi fortificada através de confissão (v.5-15); era dependente do caráter de Deus (v. 4,7,9,15); e tinha como objetivo principal a glória de Deus (v.16-19). Como Daniel, os Cristãos devem se aproximar de Deus em oração a favor de outras pessoas com uma postura triste pelo pecado e com arrependimento, reconhecendo nossa indignidade e com uma atitude de auto-recusa. Daniel não ora dizendo: "Eu tenho o direito de exigir isso de você, Deus, porque sou um de seus intercessores especiais e escolhidos". Ele se aproxima de Deus e diz: "Sou um pecador", o que na verdade quer dizer: "não tenho o direito de exigir nada". Oração intercessória verdadeira procura não só conhecer a vontade de Deus e vê-la realizada, mas vê-la realizada quer nos beneficie ou não, qualquer que seja o custo. Esse tipo de oração procura dar glória a Deus, não a nós mesmos.

A seguir encontre uma lista parcial daqueles por quem devemos oferecer orações intercessórias: todos em autoridade (1 Timóteo 2:2); pastores (Filipenses 1:19); a Igreja (Salmos 122:6); amigos (Jó 42:8); os que não são salvos (Romanos 10:1); os doentes (Tiago 5:14); inimigos (Jeremias 29:7); aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44); aqueles que nos abandonam (2 Timóteo 4:16); e todos os homens (1 Timóteo 2:1).

Há uma idéia falsa no Cristianismo contemporário de que aqueles que oferecem oração intercessória por outras pessoas são uma classe especial de super-Cristãos, chamados por Deus para um ministério de intercessão. Nada poderia ser mais falso. A Bíblia deixa bem claro que todos os Cristãos são chamados para serem intercessores. Todos os Cristãos têm o Espírito Santo em seus corações e, da mesma forma como Ele intercede por nós de acordo com a vontade de Deus (Romanos 8:26-27), devemos interceder uns pelos outros. Isso não é um privilégio limitado apenas a uma elite Cristã exclusiva; esse é um comando para todos. Na verdade, não oferecer oração intercessória a favor de outras pessoas é pecado. “Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós...” (1 Samuel 12:23).

Certamente Pedro e Paulo, quando pedindo a outras pessoas para intercederem por eles, não limitou seus pedidos àqueles com um chamado especial à intercessão. “Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele” (Atos 12:5). Note que toda a igreja estava orando por ele, não apenas aqueles com o dom de intercessão. Em Efésios 6:16-18, Paulo exorta os Cristãos de Efésios – todos eles – nos princípios básicos da vida Cristã. “embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. É fácil ver que oração intercessória deve fazer parte da vida Cristã para todos os que crêem.

Além disso, Paulo pediu por oração a todos os Cristãos Romanos a seu favor: “Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor” (Romanos 15:30). Ele também pediu aos Cristãos da igreja de Colossos para intercederem por ele: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado” (Colossenses 4:2-3). Em nenhum lugar onde pedidos de oração por intercessão são registrados na Bíblia há qualquer indicação de que apenas um certo grupo de pessoas podia interceder. Ao contrário, aqueles que pedem por intercessão vão se beneficiar de todas as orações por eles oferecidas! A idéia de que intercessão é o privilégio e chamado de apenas alguns Cristãos não tem nenhuma base bíblica. Pior ainda, é uma idéia muito destrutiva que pode levar ao orgulho, um sentimento de direito e Gnosticismo.

Que privilégio tão maravilhoso e importante temos em poder nos aproximar corajosamente do trono do Deus Onipotente com nossas orações e súplicas. Louvemos a Deus por Sua misericórdia e amor tão incríveis!

Qual é o poder da oração?

A idéia de que oração possui poder inerente é bem popular. De acordo com a Bíblia, o poder da oração é simplesmente o poder de Deus, o qual escuta e responde às orações. Considere o seguinte:

1) O Senhor todo-poderoso pode fazer qualquer coisa; não há nada impossível para Ele (Lucas 1:37).

2) O Senhor todo-poderoso convida o Seu povo a orar a Ele. Oração a Deus deve ser feita de uma forma bem persistente (Lucas 18:1); com ação de graças (Filipenses 4:6); em fé (Tiago 1:5), de acordo com a vontade de Deus (Mateus 6:10), para a glória de Deus (João 14:13-14) e de um coração correto diante de Deus (Tiago 5:16).

3) O Senhor todo-poderoso escuta as orações de Seus filhos. Ele nos manda orar, e promete escutar nossas orações. “Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos” (Salmos 18:6).

4) O Senhor todo-poderoso responde às orações. “Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras” (Salmos 17:6). “Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações” (Salmos 34:17).

Um outra idéia popular é que a quantidade de fé determina se Deus vai ou não responder as nossas orações. No entanto, às vezes o Senhor responde nossas orações apesar da nossa falta de fé. Em Atos 12, a igreja ora pela libertação de Pedro da prisão (v.5), e Deus responde suas orações (v.7-11). Pedro bate à porta do lugar onde as pessoas estavam reunidas para orar, mas aqueles que estavam orando de primeira se recusaram a acreditar que realmente era Pedro. Eles oraram para que Pedro fosse liberto, mas não acreditavam que iriam receber uma resposta à sua oração.

O poder da oração não vem de nós – não são palavras especiais que dizemos ou um jeitinho especial que oramos ou até mesmo quão frequentemente repetimos nossas orações. O poder da oração não é baseado em que direção nos viramos ou qual a posição dos nossos corpos quando oramos. O poder da oração não vem do uso de artefatos, imagens, velas ou do rosário. O poder da oração é baseado em Quem escuta nossa oração e a ela responde. Oração nos coloca em contato com o Deus todo-poderoso, e devemos esperar grandes resultados, quer Deus queira nos dar ou negar o que pedimos, ou até mesmo se Ele pede para que esperemos nEle. Qualquer que seja a resposta das nossas orações, o Deus a quem oramos é a fonte de todo o poder. Ele pode e vai nos responder de acordo com a Sua perfeita vontade e no momento que Ele julgar correto.

O que significa orar sem cessar?

O comando de Paulo em 1 Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar” pode ser bastante confuso. Obviamente, não pode significar que devemos estar com uma postura de cabeças baixas e olhos fechados o dia todo. Paulo não está se referindo a falar sem parar, mas uma atitude de consciência da presença de Deus e de render a Ele tudo o que fazemos, o tempo todo. Todo momento que estamos acordados deve ser vivido com a consciência de que Deus está conosco e está ativamente envolvido em nossos pensamentos e ações.

Quando nossos pensamentos se voltam à preocupação, medo, desencorajamento e ira, devemos conscientemente e rapidamente tornar todo pensamento em oração e toda oração em ação de graças. Em sua carta aos Filipenses, Paulo nos comanda a não mais sermos ansiosos, mas pelo contrário: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Ele ensinou os crentes de Colossos a perseverarem “na oração, vigiando com ações de graças” (Colossenses 4:2). Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a enxergarem oração como uma arma para ser usada em batalhas espirituais (Efésios 6:18). O famoso pregador do século 19, Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, nem sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”.

Durante o percorrer do dia, oração deve ser a nossa primeira resposta a toda situação atemorizante, a todo pensamento ansioso, a toda tarefa indesejada que Deus comanda. John MacArthur adverte que a falta de oração vai fazer com que paremos de depender da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos. Orar sem cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai.

Para os Cristãos, oração é como respiração. Você não tem que pensar para respirar porque a atmosfera exerce pressão nos seus pulmões e o força a respirar. Por isso é mais difícil prender a respiração do que respirar. Semelhantemente, quando nascemos de novo e passamos a fazer parte da família de Deus, entramos em uma atmosfera espiritual onde a presença e graça de Deus exercem pressão, ou influência, nas nossas vidas. Oração é a resposta normal a essa pressão. Como crentes, temos todos entrado na atmosfera divina para respirar o ar da oração. Só então podemos sobreviver na escuridão desse mundo.

Infelizmente, muitos crentes prendem sua respiração espiritual por muito tempo, achando que breve momentos com Deus são suficientes para sobreviverem. No entanto, tanta restrição do influxo espiritual é causada por desejos pecaminosos. O fato é que todo crente deve estar continuamente na presença de Deus e constantemente respirando Suas verdades para serem completamente funcionais.

Porque fazemos parte de uma sociedade livre e próspera, é mais fácil para os Cristãos se sentirem seguros ao presumir – ao invés de depender – da graça de Deus. Muitos crentes ficam satisfeitos com as bençãos físicas e têm pouco desejo por bençãos espirituais. Ao se tornarem tão dependentes dos seus recursos físicos, eles acham que pouco precisam dos recursos espirituais. Quando programas, métodos e dinheiro produzem resultados impressionantes, há uma inclinação para confundir sucesso humano com benção divina. Cristãos podem na verdade se comportar como humanistas, vivendo como se Deus não fosse necessário.Quando isso acontece, desejo ardente por Deus e necessidade de Sua ajuda vão estar faltando, assim como o Seu poder. Por causa desse grande – e comum – perigo, Paulo encorajou os Cristãos a orar “em todo tempo” (Efésios 6:18) e a perseverar na oração (Colossenses 4:2). Oração contínua, persistente e incessante é uma parte fundamental da vida Cristã que tem sua origem na dependência em Deus.

Qual a conexão entre oração e jejum?

Apesar de que a conexão entre oração e jejum não é descrita especificamente na Bíblia – nem é um comando – aparenta existir uma ligação entre os dois em todos os exemplos de oração e jejum que nos são registrados. No Velho Testamento, aparenta ser o caso que jejum e oração têm a ver com uma necessidade e dependência e / ou desamparo abjecto à face de calamidade atual ou antecipada. Oração e jejum são praticados juntos no Velho Testamento em tempos de luto, arrependimento e / ou grande necessidade espiritual.

A oração e jejum de Neemias como descrito no primeiro capítulo de seu livro originaram-se do seu grande sofrimento ao ouvir que Jerusalém tinha sido desolada. Seus muitos dias de oração foram caracterizados por lágrimas, jejum, confissão a favor de seu povo, e súplicas a Deus por misericórdia que ele sabia que o povo não merecia. Suas orações diante de Deus foram tão intensas e sinceras que era quase inconcebível que ele podia “tirar um intervalo” no meio de tais orações para comer e beber. A devastação que caiu sobre Jerusalém também levou Daniel a agir semelhantemente: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (Daniel 9:3). Como Neemias, Daniel jejuou e orou para que Deus tivesse misericórdia sobre seu povo ao dizer: “temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos” (v.5).

Em vários casos, jejum era relacionado à oração suplicatória e intercessória. Davi orou e jejuou por causa de seu filho doente (2 Samuel 12:16), em prantos diante de Deus em intercessão ardente (v. 21-22). Ester pediu a Mordecai e aos judeus que jejuassem por ela enquanto se preparava para aparecer diante de seu marido e rei (Ester 4:16). Claramente, jejum e petição são, pelo menos nesse exemplo, a mesma coisa.

Há exemplos de oração e jejum no Novo Testamento que não estão ligados à arrependimento e confissão. A profetiza Ana “não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” (Lucas 2:37). À idade de 84, sua oração e jejum faziam parte de seu serviço ao Senhor em Seu Templo enquanto aguardava o Salvador prometido de Israel. Também no Novo Testamento, a igreja de Antioquia estava jejuando como parte de seu louvor quando o Espírito Santo falou com eles sobre enviar Saulo e Barnabé ao trabalho do Senhor. Naquele momento, eles oraram e jejuavam, colocaram suas mãos sobre os dois homens e os enviou. Então podemos ver que esses exemplos de oração e jejum são componentes de louvar ao Senhor e pedir por Seu favor. Em nenhum lugar, no entanto, há uma indicação de que o Senhor vai ser mais inclininado a responder orações se forem acompanhadas de jejum. Na verdade, jejuar e orar aparentam indicar a sinceridade daqueles que estão orando e a natureza crítica das situações nas quais se encontram.

Uma coisa é clara: a teologia de jejum é uma teologia de prioridades na qual os crentes têm a oportunidade de se expressar em uma devoção intensa e por completo ao Senhor e às preocupações da vida espiritual. Os seguidores de Cristo vão poder expressar essa devoção quando escolhem abster-se por um curto período de tempo das coisas boas e normais, tais como comida e bebida, para que possam então gozar de um tempo de comunhão com o Senhor sem nenhum interrompimento. “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus” (Hebreus 10:19), quer seja jejuando ou não, é uma das coisas maravilhosas que podemos experimentar em nossa caminhada espiritual e que é nossa em Cristo. Oração e jejum não devem ser um fardo ou um tarefa, mas sim uma celebração consagrada da bondade de Deus e de Sua misericórdia para com Seus filhos.

Quais são alguns obstáculos para oração eficaz?

O obstáculo mais óbvio para oração eficaz é a presença de iniquidade e pecado não confessado no coração daquele que ora. Porque nosso Deus é santo, existe uma barreira entre Ele e nós quando nos aproximamos dEle com pecado não confessado em nossas vidas. “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:2). Davi também concordou, sabendo por experiência própria que Deus se distancia daqueles que tentam esconder seus pecados de Deus:“Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Salmos 66:18).

A Bíblia se refere a várias áreas de pecado que são obstáculos a orações efetivas. Primeiro, quando estamos vivendo segundo a carne, e não no Espírito, nosso desejo de orar e nossa habilidade de nos comunicar com Deus de maneira efetiva são atrapalhadas. Apesar de recebermos uma nova natureza quando nascemos de novo, essa nova natureza ainda reside na nossa velha carne e aquela velha “tenda” é corrupta e pecaminosa. A carne pode ganhar controle sobre nossas ações, atitudes e motivos a menos que sejamos diligentes em mortificar “os feitos do corpo” (Romanos 8:13) e ser guiados pelo Espírito em um relacionamento correto diante de Deus. Só então Deus vai ouvir e responder nossas orações.

Uma forma que viver na carne se manifesta é através de egoísmo, um outro obstáculo à oração efetiva. Quando oramos por motivos egoístas, quando pedimos a Deus pelo que queremos e não pelo que Ele quer, nossos motivos maus atrapalham nossas orações. “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 João 5:14). Pedir de acordo com a vontade de Deus é o mesmo que pedir em submissão à Sua vontade, quer saibamos qual seja a Sua vontade ou não. Como em todas as coisas, Jesus deve ser o nosso exemplo em oração. Ele sempre orou de acordo com a vontade do Pai: “....não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22:42). Orações egoístas são sempre aquelas que têm a intenção de gratificar nossos desejos egoístas, e não podemos esperar que Deus vai responder tais orações. “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3).

Viver de acordo com desejos egoístas e carnais vai atrapalhar nossas orações porque produz um coração duro em relação a outras pessoas. Se somos indiferentes às necessidades de outras pessoas, podemos esperar que Deus vai ser indiferente às nossas necessidades. Quando nos aproximamos de Deus em oração, nossa primeira preocupação deve ser a Sua vontade. A segunda deve ser a necessidade de outras pessoas. Isso se origina de um entendimento de que devemos considerar outras pessoas como melhores do que nós mesmos e devemos nos preocupar com seus interesses acima dos nossos (Filipenses 2:3-4).

Um grande obstáculo à oração efetiva é um espírito que não consegue perdoar outras pessoas. Quando nos recusamos a perdoá-las, uma raiz de amargura cresce em nossos corações que abafa nossas orações. Como podemos esperar que Deus vai nos – pecadores não merecedores de suas bençãos - abençoar se cultivamos ódio e amargura para com outras pessoas e não estamos dispostos a perdoá-las? Esse princípio foi ilustrado muito bem na parábola do servo que não perdoava em Mateus 18:23-25. O princípio nessa história é que Deus nos perdoou um grande débito (nosso pecado) e ele quer que perdoemos outras pessoas do mesmo modo que fomos perdoados. Recusar-se a agir assim vai atrapalhar nossas orações.

Um outro grande obstáculo para oração efetiva é falta de fé e duvidar de Deus. Isso não significa, como alguns sugerem, que porque nos aproximamos de Deus convencidos de que Ele vai satisfazer nossos pedidos, que Ele é de alguma forma obrigado a fazer isso. Orar sem duvidar significa orar com uma crença segura e um entendimento do caráter, natureza e motivos de Deus. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Quando nos aproximamos de Deus em oração, mas duvidamos de Seu caráter, propósito e promessas, nós O insultamos terrivelmente. Nossa confiança deve ser em Sua habilidade de conceder qualquer pedido que vai de acordo com Sua vontade e propósito para nossas vidas e com o entendimento de que Seus propósitos são sempre melhores. “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa” (Tiago 1:6-7).

Finalmente, discórdia no lar é um grande obstáculo para oração. Pedro especificamente menciona isso como um obstáculo às orações de um marido cuja atitude para com sua esposa não agrada a Deus. “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1 Pedro 3:7). Onde há um conflito sério em relacionamentos familiares e o cabeça do lar não está demonstrando as atitudes que Pedro menciona, sua oração a Deus é seriamente prejudicada. Da mesma forma, esposas devem seguir os princípios bíblicos de submissão à liderança de seus maridos para que suas próprias orações não sejam prejudicadas (Efésios 5).

Felizmente, todos esses obstáculos de oração podem ser resolvidos de uma só vez quando nos aproximamos de Deus com um coração arrependido. 1 João 1:9 nos garante que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Quando tivermos feito isso, podemos gozar de uma comunicação aberta e limpa com Deus, e nossas orações não só vão ser respondidas, mas vão estar cheias de um grande sentimento de alegria.

O que é uma caminhada de oração? É bíblico fazer parte de uma caminhada de oração?

Caminhada de oração é uma prática de orar em certa localidade um tipo de oração intercessória. Essa oração envolve andar em direção ou perto de tal lugar enquanto orando. Algumas pessoas acreditam que orar perto do lugar os permite “orar mais perto para orar mais claro”. Indivíduos, grupos e até mesmo igrejas fazem parte de caminhadas de oração. Essas caminhadas podem ser até à esquina ou por vários quilômetros. A idéia é de usar os cinco sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato – para aumentar a compreensão do intercessor das necessidades de oração.

Por exemplo, se você caminhar por sua vizinhança procurando por pedidos de oração, você pode ver um quintal que está sujo e acabado de maneira não característica. Isso pode levá-lo a orar pela saúde, física e espiritual, dos residentes daquela casa. Alguns grupos caminham por escolas, orando por seus professores e alunos, por sua proteção e paz, e para que os planos do mal naquela escola sejam atrapalhados. Algumas pessoas acham que elas podem se concentrar e dirigir suas orações mais efetivamente se andarem perto das pessoas e lugares pelos quais estão orando.

Caminhada de oração é um fenômeno relativamente novo, cuja origem não é clara. Não há nenhum modelo bíblico para as caminhadas de oração, mas já que caminhar era o meio de transporte mais comum em tempos bíblicos, com certeza pessoas devem ter orado e caminhado ao mesmo tempo. No entanto, não há nenhum comando direto de que devemos agir assim. Acreditar que orações oferecidas em certo lugar, ou em certa posição, são mais efetivas do que aquelas oferecidas em qualquer outro lugar ou de qualquer outra forma, não é bíblico. Além disso, talvez achamos que precisamos estar perto do lugar ou situação para orar mais claramente, no entanto, nosso Pai Celestial, que está em todo canto a todo tempo, sabe exatamente das necessidades daquela ocasião e vai responder de acordo com Sua perfeita vontade e na hora que julgar correta. O fato de que Ele nos permite fazer parte de Seus planos através das nossas orações é para o nosso bem, não o Dele.

Somos comandados a “orar sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17) e Deus escuta todas as orações oferecidas por aqueles que permanecem em Cristo (João 15:7), qualquer que seja a hora, lugar ou posição. Ao mesmo tempo, não há nenhum comando contra caminhadas de oração, e qualquer coisa que nos leva a orar vale a pena.

O que é orar no Espírito?

Orar no Espírito é mencionado três vezes na Bíblia. 1 Coríntios 14:15 diz: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente”. Efésios 6:18 diz: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Judas 20 diz: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo”. Então, o que significa exatamente orar no Espírito?

A palavra grega traduzida “orar em” pode ter vários significados diferentes. Pode significar “por meio de”, “com a ajuda de”, “na esfera de” e “em conexão ao”. Orar no Espírito não se refere às palavras que estamos dizendo. Na verdade, refere-se a como estamos orando. Orar no Espírito é orar de acordo com a liderança do Espírito. É orar por coisas que o Espírito nos leva a mencionar. Romanos 8:26 diz: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.

Alguns, com base em 1 Coríntios 14:15, igualam orar no Espírito com orar em línguas. Ao discutir o dom de línguas, Paulo menciona “Orarei com o espírito”. 1 Coríntios capítulo 14 declara que quando uma pessoa ora em línguas, ela não sabe o que está dizendo porque está falando em uma língua desconhecida. Além disso, ninguém pode entender o que está sendo dito, a menos que haja um intérprete. Em Efésios 6:18, Paulo nos ensina: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Como podemos orar com toda oração e súplica por todos os santos se ninguém, incluindo o orante, entende o que está sendo dito? Portanto, orar no Espírito deve ser entendido como orar no poder do Espírito, de acordo com a liderança e vontade do Espírito, não como orar em línguas.

Como posso ter certeza de que estou orando de acordo com a vontade de Deus?

O objetivo principal do homem deve ser de trazer glória a Deus (1 Coríntios 10:31), e isso inclui orar de acordo com a Sua vontade. Primeiro, precisamos pedir por sabedoria. "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5). Ao pedir por sabedoria, também precisamos confiar que Deus é gracioso e disposto a responder nossas orações: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando” (Tiago 1:6; veja também Marcos 11:24). Então, orar de acordo com a vontade de Deus inclui pedir a Deus por sabedoria (para conhecer a vontade de Deus) e pedir em fé (para confiar na vontade de Deus).

Encontre a seguir sete instruções bíblicas que vão guiá-lo a orar de acordo com a vontade de Deus:

1) Ore pelo que a Bíblia comanda que você ore. As Escrituras nos mandam orar pelos nossos inimigos (Mateus 5:44); para que Deus envie missionários (Lucas 10:2); para que não entremos em tentação (Mateus 26:41); pelos ministros da Palavra (Colossenses 4:3; 2 Tessalonicenses 3:1); pelas autoridades governamentais (1 Timóteo 2:1-3); por alívio da aflição (Tiago 5:13); e pela cura de outros crentes (Tiago 5:16). Onde Deus comanda oração, podemos orar confiantes de que estamos fazendo a Sua vontade.

2) Siga o exemplo de personagens bíblicos que agradaram a Deus. Paulo orou pela salvação de Israel (Romanos 10:1). Davi orou por misericórdia e perdão quando pecou (Salmos 51:1-2). A igreja primitiva orou por coragem para testificar (Atos 4:29). Essas orações eram de acordo com a vontade de Deus, e orações semelhantes de hoje em dia podem ser de acordo com a Sua vontade também. Assim como Paulo e a igreja primitiva, devemos estar sempre orando pela salvação de outras pessoas, tanto daqueles que conhecemos – entes queridos que ainda não conhecem a Cristo – como daqueles que não conhecemos, principalmente daqueles que estão ocupando uma posição de autoridade sobre nós. Quanto a nós mesmos, devemos orar como Davi orou, sempre conscientes do pecado e sempre prontos a confessá-lo, antes que nossas falhas atrapalhem nosso relacionamento com Deus e interrompam nossas orações.

3) Ore com a motivação certa. Motivos egoístas não serão abençoados por Deus. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4:3). Além disso, devemos orar de uma forma que não chama atenção a nós mesmos, e não com a intenção de parecermos “espirituais”, mas de uma forma particular e em secreto, para que nosso Pai Celestial nos escute em secreto e nos recompense abertamente (Mateus 6:5-6).

4) Ore com um espírito de perdão em relação a outras pessoas (Marcos 11:25). Um espírito de amargura, raiva, vingança ou ódio por outras pessoas não vai deixar que nossos corações orem em total submissão a Deus. Da mesma forma que somos advertidos a não oferecer nada a Deus se ainda há conflito entre nós e um outro Cristão (Mateus 5:23-24), assim também Deus não quer a oferta de nossas orações até que tenhamos nos reconciliados com nosso irmão ou irmã em Cristo.

5) Ore com ação de graças (Colossenses 4:2; Filipenses 4:6-7). Podemos sempre achar algo pelo qual podemos dar graças, não importa quão sobrecarregados possamos estar por nossos desejos e necessidades. O maior sofredor que existe nesse mundo, mas que vem a conhecer a oferta de ir ao céu através de Cristo, tem motivo para dar graças a Deus.

6) Ore com persistência (Lucas 18:1; 1 Tessalonicenses 5:17). Devemos perseverar em oração e não desistir quando não recebemos uma resposta de oração imediata. Parte de orar na vontade de Deus é acreditar que se Sua resposta é “sim”, “não”, ou “espere”, podemos aceitar seu julgamento, submeter-nos à Sua vontade e continuar a orar.

7) Dependa do Espírito de Deus em oração. Isso é uma verdade maravilhosa: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (Romanos 8:26-27). Temos a ajuda do Espírito quando oramos. Durante os momentos de maior depressão e sofrimento, naqueles momentos que achamos que simplesmente “não podemos orar”, temos o conforto de saber que Deus, na pessoa do Espírito Santo, está na verdade orando a Si mesmo por nós! Como temos um Deus maravilhoso!

Podemos orar com confiança quando procuramos andar no Espírito e não na carne! Podemos também ter ter certeza de que o Espírito Santo vai executar o Seu trabalho de apresentar nossas orações ao Pai de acordo com a Sua vontade e tempo perfeitos, e podemos descansar no conhecimento de que Ele trabalha todas as coisas para o nosso bem (Romanos 8:28).

Qual a forma adequada de orar?

É melhor orar em pé, sentado, ajoelhado ou de cabeça baixa? Minhas mãos devem estar abertas, fechadas ou em direção ao céu? Meus olhos devem estar fechados quando eu oro? É melhor orar na igreja ou ao admirar a natureza? Devo orar de manhã quando acordo ou à noite antes de ir dormir? Há certas palavras que devo dizer em minha oração? Como começo a minha oração? Qual o método certo de terminar uma oração? Essas perguntas, e outras, são perguntas comuns que recebemos sobre oração. Qual a forma adequada de orar? Essas coisas realmente importam?

Muito frequentemente oração é vista como uma espécie de “fórmula mágica”. Se você não diz exatamente o que deve dizer, ou orar na posição certa, Deus não vai escutar ou responder a sua oração. Isso não é bíblico de forma alguma. Deus não responde as nossas orações baseado em quando oramos, onde estamos, a posição dos nossos corpos, em que ordem fazemos nossas orações. 1 João 5:14-15 nos diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos”. Semelhantemente, João 14:13-14 declara: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. De acordo com essas e muitas outras passagens, Deus responde nossos pedidos de oração baseado em se pedimos de acordo com Sua vontade e no nome de Jesus (para trazer glória a Jesus).

Então, qual a forma adequada de orar? Filipenses 4:6-7 nos diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. A forma adequada de orar é derramar seu coração a Deus. Seja honesto e aberto com Deus, já que Ele conhece você melhor do que você conhece a si mesmo. Apresente suas súplicas a Deus, mas lembre-se que Deus sabe o que é melhor e não vai conceder um pedido que não é a Sua vontade para você. Expresse seu amor, gratidão e louvor a Deus em oração, mas não se preocupe em ter as palavras corretas para dizer. Deus está mais interessado no conteúdo do seu coração do que na qualidade de suas palavras.

O mais perto que a Bíblia chega de dar um “modelo” para oração é na oração do Pai Nosso em Mateus 6:9-13. Por favor entenda, no entanto, que o Pai Nosso não é uma oração que devemos memorizar e recitar a Deus. É um exemplo de coisas que devem fazer parte da oração – louvor, confiança em Deus, pedidos, confissão, proteção, etc. Ore pelas coisas que são mencionadas no Pai Nosso, mas use suas próprias palavras e “personalize” suas orações de acordo com sua caminhada com Deus. O método apropriado de orar é expressar seu coração a Deus. Sentado, em pé, ajoelhado; mãos abertas ou fechadas; olhos abertos ou fechados; na igreja, em casa, lá fora, de manhã ou de noite – isso é tudo secundário, sujeito à preferência e convicção pessoais e o que é apropriado para aquela ocasião. O desejo de Deus é que oração seja pessoal e uma verdadeira conexão entre nós e Ele.

Oração silenciosa – é bíblica?

A Bíblia talvez não menciona especificamente orar silenciosamente, mas isso não significa que é menos válida do que orar em voz alta. Deus pode escutar nossas orações com a mesma facilidade que Ele pode escutar nossas palavras (Salmos 139:23; Jeremias 12:3). Jesus sabia dos pensamentos maus dos fariseus enquanto blasfemavam e acusavam Jesus de ser um instrumento do diabo (Mateus 12:24-26; Lucas 11:7). Nada que dizemos, falamos ou pensamos é escondido de Deus. Ele não precisa escutar nossas palavras para conhecer nossos pensamentos e corações. Ele tem acesso a todas as orações a Ele dirigidas, quer sejam em voz alta ou não.

A Bíblia menciona orar em secreto (Mateus 6:6). Qual a diferença de orar em voz alta ou de forma silenciosa se você está sozinho? Há algumas situações que apenas oração silenciosa é apropriada, tais como: orar por algo que deve permanecer apenas entre você e Deus, orar por alguém que está presente, etc. Não há nada de errado com oração silenciosa – contanto que não estejamos orando assim por estarmos com vergonha de sermos vistos orando.

Talvez o melhor versículo para indicar a importância de orações silenciosas é 1 Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. Orar sem cessar com certeza não pode significar que estamos sempre orando em voz alta. Na verdade, significa que devemos estar sempre conscientes da presença de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5), e levando toda situação, plano, medo e preocupação diante do Seu trono. Parte de orar em cessar vai ser orações em voz alta, sussurradas, gritadas, cantadas e silenciosas à medida que direcionamos nossos pensamentos de louvor, petição, súplica e ações de graça a Deus.