Perguntas sobre a Vida Cristã

O que é um Cristão?

O Dicionário Webster’s define um Cristão como “uma pessoa que professa a crença em Jesus Cristo ou na religião baseada nos ensinamentos de Jesus.” Enquanto este é um bom ponto de partida para entender o que é um Cristão, como em muitas definições seculares, entretanto, ela falha em comunicar a verdade bíblica do sigificado de ser Cristão.

A palavra Cristão é usada três vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; Atos 26:28; 1 Pedro 4:16). Os seguidores de Jesus Cristo foram chamados “Cristãos” pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26) porque seu comportamento, atividade e fala eram como Cristo. A expressão foi inicialmente usada pelas pessoas não salvas de Antioquia como um apelido desrespeitoso para debochar dos Cristãos. Significa literalmente: “pertencente ao partido de Cristo” ou um “aderente ou seguidor de Cristo”, o que é bem similar à forma como o Dicionário Webster’s a define.

Infelizmente, com o tempo a palavra “Cristão” perdeu uma grande parte de seu significado e é geralmente utilizada para descrever alguém que é religioso ou tem altos valores morais ao invés de ser um verdadeiro seguidor renascido de Jesus Cristo. Muitas pessoas que não acreditam em Jesus Cristo se consideram Cristãs simplesmente porque vão à igreja ou vivem em uma nação “Cristã”. Mas ir à igreja, servir aos menos afortunados que você, ou ser uma boa pessoa não fazem de você um Cristão. Como disse um evangelista certa vez: “Ir à igreja não faz de você um Cristão mais do que ir a uma oficina faz de você um carro.” Ser um membro de igreja, freqüentar os cultos regularmente e trabalhar para a igreja não podem fazer de você um Cristão.

A Bíblia nos ensina que as boas obras que fazemos não são capazes de nos tornar aceitáveis para Deus. Tito 3:5 nos diz que “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Então, um Cristão é alguém que foi renascido por Deus (João 3:3; João 3:7; 1 Pedro 1:23) e colocou a sua fé e confiança em Jesus Cristo. Efésios 2:8 nos diz que “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Um verdadeiro Cristão é alguém que se arrependeu do seu pecado e colocou sua fé e confiança somente em Jesus Cristo. A sua confiança não é em seguir uma religião ou um conjunto de códigos morais, ou uma lista de faças e não-faças.

Um verdadeiro Cristão é alguém que colocou a sua fé e confiança na pessoa de Jesus Cristo e no fato de que Ele morreu na cruz como pagamento por nossos pecados e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos para obter vitória sobre a morte e dar vida eterna a todos os que Nele crêem. João 1:12 nos diz: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.” Um verdadeiro Cristão é de fato um filho de Deus, uma parte da verdadeira família de Deus, e alguém que recebeu vida nova em Cristo. A marca de um verdadeiro Cristão é o amor pelos outros e obediência à palavra de Deus (1 João 2:4; 1 João 2:10).

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O que é um Cristão?

Qual é o sentido da vida?

Qual é o sentido da vida? Como posso encontrar propósito, realização e satisfação na vida? Terei o potencial de realizar algo de significância duradoura? Há tantas pessoas que jamais pararam para pensar no sentido da vida. Anos mais tarde elas olham para trás e se perguntam por que seus relacionamentos não deram certo e por que se sentem tão vazias, mesmo tendo alcançado algum objetivo anteriormente estabelecido. Um jogador de baseball que alcançou o hall da fama deste esporte foi questionado sobre o que gostaria que lhe tivessem dito quando ainda estava começando a jogar baseball. Ele respondeu: “Eu gostaria que alguém tivesse me dito que quando você chega ao topo, não há nada lá.” Muitos objetivos revelam o quanto são vazios apenas depois que vários anos foram perdidos em sua busca.

Em nossa sociedade humanística, as pessoas vão atrás de muitos propósitos, pensando que neles encontrarão sentido. Entre eles estão: sucesso nos negócios, prosperidade, bons relacionamentos, sexo, entretenimento, fazer o bem aos outros, etc. As pessoas já viram que, mesmo quando atingiram seus propósitos de prosperidade, relacionamentos e prazer, havia ainda uma grande lacuna interior – um sentimento de vazio que nada parecia preencher.

O autor do livro Bíblico de Eclesiastes expressa este sentimento quando diz: “Vaidade de vaidades, ...tudo é vaidade.” Este autor tinha prosperidade além da medida, sabedoria maior que de qualquer homem de seu tempo ou do nosso, mulheres às centenas, palácios e jardins que eram a inveja de outros reinos, a melhor comida e o melhor vinho e toda a forma possível de diversão. E ele disse, em dado momento, que qualquer coisa que seu coração quisesse, ele buscava. E mesmo assim ele resumiu a “vida debaixo do sol” (a vida vivida como se tudo o que nela há é o que podemos ver com nossos olhos e experimentar com nossos sentidos) como sendo sem significado! Por que existe tal vazio? Porque Deus nos criou para algo além do que nós podemos experimentar aqui e agora. Disse Salomão a respeito de Deus: "Ele também pôs a eternidade no coração dos homens..." Nos nossos corações, nós sabemos que o “aqui e agora” não é tudo o que há.

Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, vemos que Deus criou a humanidade à Sua imagem (Gênesis 1:26). Isto significa que nós somos mais parecidos com Deus do que com qualquer outra coisa (qualquer outra forma de vida). Nós também vemos que antes da humanidade cair em pecado e a maldição vir por sobre a terra, as seguintes afirmações eram verdadeiras: (1) Deus fez o homem uma criatura social (Gênesis 2:18-25); (2) Deus deu trabalho ao homem (Gênesis 2:15); (3) Deus tinha comunhão com o homem (Gênesis 3:8); e (4) Deus deu ao homem domínio sobre a terra (Gênesis 1:26). Qual o significado disto? Eu creio que Deus tinha como intenção, com cada uma destas coisas, acrescentar realização a nossa vida, porém tudo isto (especialmente a comunhão do homem com Deus) foi adversamente afetado pela queda do homem em pecado e conseqüente maldição sobre a terra (Gênesis 3).

No Apocalipse, o último livro da Bíblia, ao final de muitos outros eventos do fim dos tempos, Deus revela que Ele irá destruir a atual terra e céu que conhecemos e conduzir-nos ao estado eterno, criando um novo céu e uma nova terra. Neste tempo, Ele irá restaurar a comunhão total com a humanidade redimida. Alguns da humanidade terão sido julgados indignos e jogados ao Lago de Fogo (Apocalipse 20:11-15). E a maldição do pecado será eliminada; não haverá mais pecado, tristeza, doença, morte, dor, etc. (Apocalipse 21:4). E aqueles que crêem herdarão todas as coisas; Deus habitará com eles, e eles serão Seus filhos (Apocalipse 21:7). Portanto, chegamos ao ponto inicial de que Deus nos criou para termos comunhão com Ele; o homem pecou, quebrando tal comunhão; Deus restaura esta comunhão completamente no estado eterno com aqueles julgados dignos por Ele. Agora, passar a vida inteira alcançando qualquer coisa e todas as coisas apenas para morrer separado de Deus pela eternidade seria mais do que fútil! Mas Deus providenciou uma maneira não apenas de tornar possível a eterna alegria espiritual (Lucas 23:43), mas também para vivermos esta vida com satisfação e sentido. Então, como esta eterna alegria espiritual e o “céu na terra” são obtidos?

O SENTIDO DA VIDA RESTAURADO ATRAVÉS DE JESUS CRISTO

Como fizemos alusão acima, o real sentido, tanto agora como na eternidade, é encontrado ao se restaurar o relacionamento com Deus, relacionamento que foi perdido quando Adão e Eva caíram em pecado. Hoje, este relacionamento com Deus somente é possível através de Seu Filho, Jesus Cristo (Atos 4:12; João 14:6; João 1:12). A vida eterna é recebida quando alguém se arrepende de seu pecado (ao não querer mais continuar nele, mas que Cristo o mude e faça dele uma nova pessoa) e começa a confiar em Jesus Cristo como Salvador (veja a questão “Qual é o plano da salvação?” para mais informações sobre este assunto tão importante).

Porém, o real sentido da vida não é encontrado meramente em descobrir Jesus como Salvador (apesar do quão maravilhoso ser). Ao invés disso, o real sentido da vida é encontrado ao se começar a seguir a Cristo como Seu discípulo, aprendendo Dele, passando tempo com Ele na Sua Palavra, a Bíblia, tendo comunhão com Ele em oração e caminhando com Ele em obediência aos Seus mandamentos. Se você é um descrente (ou talvez um novo crente), você deve estar dizendo a si mesmo: “Isto não me soa assim tão incrível e realizador!” Mas por favor, leia um pouco mais. Jesus fez as seguintes declarações:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30). “...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10b). “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 16:24-25). E nos Salmos encontramos o seguinte: “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração.” (Salmos 37:4).

O que todos estes versículos estão dizendo é que nós temos uma escolha. Nós podemos continuar buscando guiar nossas próprias vidas (com o resultado de vivermos uma vida vazia) ou podemos escolher seguir a Deus buscando Sua vontade para as nossas vidas com todo o nosso coração (o que resultará em uma vida vivida por completo, tendo os desejos do nosso coração atendidos e encontrando contentamento e satisfação). Isto é assim porque o nosso Criador nos ama e deseja o melhor para nós (não necessariamente a vida mais fácil, mas a com mais satisfação).

Para finalizar, eu gostaria de compartilhar uma analogia emprestada de um amigo pastor. Se você é um fã de esportes e decide ir a um jogo profissional, você pode poupar algum dinheiro e pegar um lugar “bem baratinho”, longe da ação, nas posições mais altas do estádio, ou você pode gastar bem mais e ficar bem perto e aproveitar com mais vivacidade a ação. É assim na vida Cristã. Assistir à obra de Deus EM PRIMEIRA MÃO não é para os cristãos de domingo. Eles não pagaram o preço. Assistir à obra de Deus EM PRIMEIRA MÃO é para o discípulo de Cristo que o é de todo o coração, aquele que parou de ir atrás das suas próprias vontades a fim de seguir os propósitos de Deus em sua vida. ELES pagaram o preço (rendição completa a Cristo e a Sua vontade); eles estão vivendo a vida ao máximo; e eles podem encarar a si próprios, seus amigos e seu Criador sem remorsos! Você já pagou o preço? Sente vontade? Se a resposta é sim, você nunca mais sentirá fome de sentido e propósito.

Como posso saber qual a vontade de Deus para minha vida?

Há duas chaves para se conhecer a vontade de Deus para uma dada situação: (1) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer não é algo que a Bíblia proíbe. (2) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer irá glorificar a Deus e ajudá-lo a crescer espiritualmente. Se estas duas coisas forem verdade e Deus, ainda assim, não está dando o que você está pedindo – então provavelmente não é da vontade de Deus que você tenha o que está pedindo. Ou, talvez, você somente precise esperar um pouco mais por isso. Conhecer a vontade de Deus é, às vezes, difícil. As pessoas querem que Deus, basicamente, diga a elas o que fazer – onde trabalhar, onde morar, com quem se casar, etc. Romanos 12:2 nos diz: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Deus raramente dá às pessoas informações assim tão diretas e específicas. Deus permite que façamos escolhas em relação a estas coisas. A única decisão que Deus não quer que tomemos é a decisão de pecar ou resistir à Sua vontade. Deus quer que façamos escolhas que estejam em conformidade com sua vontade. Então, como saber qual a vontade de Deus para você? Se você estiver caminhando junto ao Senhor e verdadeiramente desejar a vontade dEle para sua vida – Deus colocará Sua vontade em seu coração. A chave é desejar a vontade de Deus, não a sua própria. “Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração” (Salmos 37:4). Se a Bíblia não se coloca contra algo, e este algo pode verdadeiramente beneficiá-lo espiritualmente – então a Bíblia dá a você a “permissão” de tomar decisões e seguir seu coração.

Como posso vencer o pecado em minha vida cristã?

A Bíblia apresenta vários recursos diferentes para nos ajudar em nossos esforços para vencer o pecado. Nesta vida, nunca seremos perfeitamente vitoriosos sobre o pecado (1 João 1:8), mas esse ainda deve ser o nosso objetivo. Com a ajuda de Deus, e ao seguir os princípios da Sua Palavra, podemos progressivamente vencer o pecado e nos tornar mais e mais como Cristo.

O primeiro recurso que a Bíblia menciona em nosso esforço para vencer o pecado é o Espírito Santo. Deus nos deu o Espírito Santo para que possamos ser vitoriosos na vida cristã. Deus contrasta os feitos da carne com o fruto do Espírito em Gálatas 5:16-25. Nessa passagem, somos chamados a andar no Espírito. Todos os crentes já possuem o Espírito Santo, mas esta passagem nos diz que precisamos andar no Espírito, cedendo ao Seu controle. Isto significa escolher consistentemente seguir a direção do Espírito Santo em nossas vidas ao invés de seguir a carne.

A diferença que o Espírito Santo pode fazer é demonstrada na vida de Pedro, o qual, antes de ser cheio do Espírito Santo, negou Jesus três vezes -- e isso depois de dizer que seguiria a Cristo até a morte. Depois de ser cheio do Espírito, ele falou abertamente e fortemente com os judeus no Pentecostes.

Andamos no Espírito quando tentamos não apagar a Sua direção (como mencionado em 1 Tessalonicenses 5:19) e ao invés disso buscamos estar cheios do Espírito (Efésios 5:18-21). Como se pode ser cheio do Espírito Santo? Em primeiro lugar, é escolha de Deus assim como era no Antigo Testamento. Ele selecionou indivíduos para realizar uma obra que queria que fosse cumprida e encheu-os com o Seu Espírito (Gênesis 41:38; Êxodo 31:3; Números 24:2; 1 Samuel 10:10). Há evidências em Efésios 5:18-21 e Colossenses 3:16 de que Deus escolhe encher aqueles que se abastecem com a Palavra de Deus. Isso nos leva ao segundo recurso.

A Palavra de Deus, a Bíblia, diz que Deus nos deu a Sua Palavra para nos equipar para toda boa obra (2 Timóteo 3:16-17). Ela nos ensina a como viver e em que acreditar, revela quando escolhemos caminhos errados, ajuda-nos a voltar ao caminho certo e a permanecer neste caminho. Hebreus 4:12 nos diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz, capaz de penetrar em nossos corações para erradicar e superar os pecados mais profundos do coração e da atitude. O salmista fala sobre o poder transformador da Palavra de Deus em Salmo 119. Josué disse que a chave do sucesso para vencer seus inimigos era não se esquecer deste recurso, mas meditar nela dia e noite e obedecê-la. Isto ele fez, mesmo quando o que Deus ordenou não fazia sentido (como uma estratégia militar), e esta foi a chave para a sua vitória em suas batalhas pela Terra Prometida.

A Bíblia é um recurso que muitas vezes não levamos a sério. Damos prova disso ao levarmos nossas Bíblias para a igreja ou ao lermos um devocional diário ou um capítulo por dia, mas falhamos em memorizá-la, meditar nela ou em aplicá-la em nossas vidas; falhamos em confessar os pecados que ela revela ou em louvar a Deus pelos Seus dons. Quando se trata da Bíblia, muitas vezes somos ou anoréxicos ou bulímicos. Ou ingerimos apenas o suficiente da Palavra de Deus para manter-nos vivos espiritualmente (mas nunca ingerindo o suficiente para sermos cristãos saudáveis e prósperos), ou nos alimentamos frequentemente sem nunca suficientemente meditarmos nela para conseguir nutrição espiritual.

É importante, se você ainda não tiver o hábito de diariamente estudar e memorizar a Palavra de Deus, que você comece a fazê-lo. Alguns acham que é útil começar um diário. Crie o hábito de não deixar a Palavra até que tenha escrito algo que aprendeu. Alguns registram orações para Deus, pedindo-Lhe que os ajude a mudar nas áreas sobre as quais Ele falou aos seus corações. A Bíblia é a ferramenta que o Espírito usa em nossas vidas (Efésios 6:17), uma parte essencial e importante da armadura que Deus nos dá para lutarmos em nossas batalhas espirituais (Efésios 6:12-18).

Um terceiro recurso fundamental na nossa batalha contra o pecado é a oração. Novamente, é um recurso que os cristãos frequentemente dão valor da boca para fora mas que raramente usam. Temos reuniões de oração, momentos de oração, etc., mas não usamos a oração da mesma forma que a igreja primitiva (Atos 3:1; 4:31; 6:4; 13:1-3). Paulo repetidamente menciona como ele orava por aqueles a quem ministrava. Deus nos deu promessas maravilhosas a respeito da oração (Mateus 7:7-11, Lucas 18:1-8, João 6:23-27, 1 João 5:14-15), e Paulo inclui a oração em sua passagem sobre como se preparar para a batalha espiritual (Efésios 6:18).

Quão importante é a oração para vencer o pecado em nossas vidas? Temos as palavras de Cristo a Pedro no Jardim do Getsêmani, pouco antes da negação de Pedro. Enquanto Jesus ora, Pedro está dormindo. Jesus o acorda e diz: "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca"(Mateus 26:41). Nós, como Pedro, queremos fazer o que é certo, mas não encontramos forças. Precisamos seguir o alerta de Deus para continuarmos buscando, batendo, pedindo - e Ele nos dará a força de que precisamos (Mateus 7:7). A oração não é uma fórmula mágica. A oração é simplesmente reconhecer nossas próprias limitações e o poder inesgotável de Deus e voltar-nos a Ele para encontrar a força de fazer o que Ele quer que façamos, não o que queremos fazer (1 João 5:14-15).

Um quarto recurso em nossa guerra para vencer o pecado é a igreja, a comunhão de outros crentes. Quando Jesus enviou Seus discípulos, Ele os enviou dois a dois (Mateus 10:1). Os missionários em Atos não saíram um de cada vez, mas em grupos de dois ou mais. Jesus ordena que não deixemos de congregar-nos juntos, mas que usemos esse tempo para encorajar uns aos outros em amor e boas obras (Hebreus 10:24). Ele nos diz para confessarmos os nossos pecados uns aos outros (Tiago 5:16). Na literatura sapiencial do Antigo Testamento, aprendemos que como o ferro afia o ferro, um homem afia o outro (Provérbios 27:17). Há força em grupos (Eclesiastes 4:11-12).

Muitos cristãos acham que ter um parceiro para prestação de contas pode ser um benefício enorme em superar pecados teimosos. Ter uma outra pessoa que possa falar com você, orar com você, encorajá-lo e até mesmo repreendê-lo é de grande valor. A tentação é comum a todos nós (1 Coríntios 10:13). Ter um parceiro ou um grupo de prestação de contas pode nos dar a dose final de encorajamento e motivação de que precisamos para superar até mesmo os mais teimosos dos pecados.

Às vezes a vitória sobre o pecado vem rapidamente. Outras vezes, a vitória vem mais devagar. Deus prometeu que ao fazermos uso de Seus recursos, Ele vai progressivamente trazer mudanças em nossas vidas. Podemos perseverar em nossos esforços para vencer o pecado porque sabemos que Ele é fiel às Suas promessas.

O que diz a Bíblia a respeito do dízimo?

A questão do dízimo gera dificuldade e resistência em muitos cristãos. Em muitas igrejas, o dízimo recebe excessiva ênfase. Ao mesmo tempo, muitos cristãos não se submetem à exortação bíblica em ofertar ao Senhor. O dízimo e as ofertas deveriam ser uma alegria, uma bênção. Mas raramente é o que acontece nas igrejas hoje, infelizmente.

Dar o dízimo é um conceito do Velho Testamento. O dízimo era exigido pela lei na qual todos os israelitas deveriam dar ao Tabernáculo/Templo 10% de todo o fruto de seu trabalho e de tudo o que criassem (Levítico 27:30; Números 18:26; Deuteronômio 14:22; II Crônicas 31:5; Malaquias 3:8-10). Alguns entendem o dízimo no Velho Testamento como um método de taxação destinado a prover pelas necessidades dos sacerdotes e Levitas do sistema sacrificial. O Novo Testamento, em nenhum lugar ordena, e nem mesmo recomenda que os cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Paulo afirma que os crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja (I Coríntios 16:1-2).

O Novo Testamento, em lugar algum, determina certa porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua prosperidade” (I Coríntios 16:2). A igreja cristã basicamente tomou esta proporção (10%) do dízimo do Velho Testamento e a incorporou como um “mínimo recomendado” para o ofertar cristão. Entretanto, os cristãos não deveriam se sentir obrigados a se prender sempre à quantia de 10%. Deveriam sim dar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Às vezes, isto significa dar mais do que 10%, às vezes, dar menos que 10%. Tudo depende das possibilidades do cristão e das necessidades da igreja. Cada cristão deve cuidadosamente orar e buscar a sabedoria vinda de Deus no tocante a sua participação com o dízimo e/ou a quanto deve dar (Tiago 1:5). “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Coríntios 9:7).

Como posso perdoar àqueles que pecaram contra mim?

Em algum momento da vida, todos já sofreram injustiças, ofensas e pecados. Como devemos reagir quando tais ofensas acontecem? De acordo com a Bíblia, devemos perdoar. Efésios 4:32 declara: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Da mesma forma, Colossenses 3:13 proclama: “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” A chave nos dois versículos das Escrituras é que devemos perdoar aos outros, como Deus nos perdoou. Por que perdoamos? Porque já fomos perdoados!

O perdão seria simples se nós tivéssemos que concedê-lo somente àqueles que vêm pedir com tristeza e arrependimento. A Bíblia nos diz que devemos perdoar incondicionalmente àqueles que pecaram contra nós. Recusar-se verdadeiramente a perdoar a uma pessoa demonstra ressentimento, amargura e raiva: e nenhuma dessas características são próprias de um cristão. Na oração do Pai Nosso, pedimos a Deus que nos perdoe de nossos pecados, assim como perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12). Jesus disse em Mateus 6:14-15: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” À luz de outras Escrituras que falam do perdão de Deus, compreende-se melhor Mateus 6:14-15 como dizendo que as pessoas que se recusam a perdoar ainda não experimentaram, elas mesmas, o perdão de Deus.

Sempre que falhamos desobedecendo a um dos mandamentos de Deus, contra Ele pecamos. Todas as vezes que fazemos mal a outra pessoa, pecamos não somente contra ela, mas também contra Deus. Quando olhamos a vastidão da misericórdia de Deus em nos perdoar de TODAS as nossas transgressões, nos damos conta que nós não temos o direito de reter esta graça para com os outros. Pecamos contra Deus infinitamente mais do que qualquer pessoa poderia algum dia pecar contra nós. Se Deus nos perdoa de tanto, como podemos recusar perdão a outros por tão pouco? A parábola de Jesus em Mateus 18:23-35 é uma poderosa ilustração desta verdade. Deus promete que quando viermos a Ele pedindo perdão, Ele livremente o concede (I João 1:9). O perdão que estendemos não deve ter limites, da mesma forma que o perdão de Deus é ilimitado (Lucas 17:3-4).

Jejum cristão: o que diz a Bíblia?

A Escritura não ordena que os cristãos jejuem. Não é algo que Deus peça ou exija dos cristãos. Ao mesmo tempo, a Bíblia apresenta o jejum como algo bom, lucrativo e esperado. O Livro de Atos registra os crentes jejuando antes de tomarem importantes decisões (Atos 13:4; 14:23). Jejum e oração freqüentemente andam juntos (Lucas 2:37; 5:33). Muito freqüentemente, o foco do jejum é a falta de comida. Mas ao invés disto, o propósito do jejum deveria ser desviar seus olhos das coisas deste mundo, e então direcionar sua mente a Deus. Jejuar é uma maneira de demonstrar a Deus e a você mesmo que você leva a sério seu relacionamento com Ele. Jejuar ajuda você a ganhar nova perspectiva e uma renovada confiança em Deus.

Apesar de o jejum nas Escrituras estar quase sempre relacionado à comida, há outras maneiras de jejuar. Tudo que você pode abrir mão temporariamente para que melhor se concentre em Deus pode ser considerado um jejum (I Coríntios 7:1-5). O jejum deve ser limitado a um determinado período de tempo, principalmente quando o jejum é de alimento. Longos períodos sem comer fazem mal ao corpo. O jejum não é para punir a carne, mas para que se concentre em Deus. O jejum também não deve ser considerado como um “método de dieta”. Não jejue para perder peso, mas para ter um relacionamento mais profundo com Deus. Sim, todos podem jejuar. Alguns podem não conseguir jejuar de comida (os diabéticos, por exemplo), mas todos podem, temporariamente, abrir mão de algo para se concentrar em Deus.

Desviando nossos olhos das coisas deste mundo, podemos melhor voltá-los para Cristo. Jejuar não é uma maneira de conseguir de Deus o que queremos. O jejum muda a nós, não a Deus. Jejuar não é uma maneira de parecermos mais espirituais do que os outros. Jejuar é algo a ser feito em espírito de humildade e atitude alegre. Mateus 6:16-18 declara: “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

O que é crescimento espiritual?

Crescimento espiritual é o processo pelo qual nos tornamos mais e mais como Jesus Cristo. Quando colocamos nossa fé em Jesus, o Espírito Santo inicia o processo a fim de que nos tornemos mais parecidos com Jesus, fazendo com que tomemos Sua forma, nos “conformemos” à Sua imagem. O crescimento espiritual é talvez descrito da melhor forma em II Pedro 1:3-8, que nos diz que pelo poder de Deus Ele “...nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Em Gálatas 5:19-23 encontramos duas listas. Gálatas 5:19-21 lista as “obras da carne”. Estas são as coisas com as quais nossas vidas se identificavam antes de confiarmos em Cristo para a salvação. As obras da carne são as atividades que devemos confessar, delas nos arrepender, e, com a ajuda de Deus, superar. Conforme experimentamos crescimento espiritual, cada vez menos as “obras da carne” estarão evidentes em nossas vidas. A segunda lista diz respeito ao “fruto do Espírito” (Gálatas 5:22-23). Com isto nossas vidas devem se identificar agora que experimentamos a salvação em Jesus Cristo. O crescimento espiritual se identifica pelo “fruto do Espírito” se tornando mais e mais evidente na vida de um crente.

Quando ocorre a transformação da salvação, começa o crescimento espiritual. O Santo Espírito vem habitar em nós (João 14:16-17). Somos novas criaturas em Cristo (II Coríntios 5:17). A velha natureza é substituída por uma nova (Romanos capítulos 6 e 7). O crescimento espiritual é um processo que ocorre durante toda a vida, conforme estudamos e aplicamos a Palavra de Deus (II Timóteo 3:16-17), e andamos segundo o Espírito (Gálatas 5:16-26). Conforme buscamos o crescimento espiritual, podemos orar a Deus, pedindo a Ele por sabedoria nas áreas onde Ele deseja que nós cresçamos espiritualmente. Podemos pedir a Deus eu nos ajude a aumentar nossa fé e conhecimento sobre Ele. Deus deseja que nós cresçamos espiritualmente. Deus nos deu tudo do que precisamos para experimentar crescimento espiritual. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos vencer o pecado mais e mais, e firmemente nos tornarmos mais e mais como nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

O que diz a Bíblia a respeito da batalha espiritual?

Há dois erros primários quando o assunto é a batalha espiritual: excesso e escassez de ênfase. Há aqueles que, para cada pecado, cada conflito e cada problema põem a culpa nos demônios que devem ser então expulsos. Outros ignoram completamente a esfera espiritual, e o fato de que a Bíblia nos instrui que nossa batalha é contra forças espirituais. O segredo do sucesso na batalha espiritual é encontrar o equilíbrio bíblico. Jesus, algumas vezes, expulsou demônios das pessoas, e algumas vezes, curou pessoas sem mencionar o “demoníaco”. O Apóstolo Paulo instrui os cristãos a começar a luta contra o pecado dentro de si mesmos (Romanos 6), e contra o diabo. (Efésios 6:10-18).

Efésios 6:10-12 declara: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Este texto nos ensina algumas verdades cruciais: (1) Podemos ser fortes apenas no poder do Senhor, (2) É a armadura de Deus que nos protege, (3) Nossa batalha é contra forças espirituais do mal presentes no mundo.

(1) Um forte exemplo é o arcanjo Miguel em Judas 1:9. Miguel, provavelmente o mais poderoso de todos os anjos de Deus, não repreendeu Satanás em seu próprio poder, mas disse: “O Senhor te repreenda.” Apocalipse 12:7-8 registra que no fim dos tempos, Miguel vencerá Satanás, Ainda assim, quando se trata de seu conflito com Satanás, Miguel o repreendeu no nome e autoridade de Deus, e não de si mesmo. É somente através de nosso relacionamento com Jesus Cristo que nós, como cristãos, temos qualquer autoridade sobre Satanás e seus demônios. É somente em Seu nome que nossa repreensão tem algum poder.

(2) Efésios 6:13-18 nos dá uma descrição da armadura espiritual que Deus nos dá. Devemos resistir firmes com (a) o cinturão da verdade, (b) a couraça da justiça, (c) o evangelho da paz, (d) o escudo da fé, (e) o capacete da salvação, (f) a espada do Espírito e (g) oração no Espírito. O que estas peças da armadura espiritual representam para nós em nossa batalha espiritual? Devemos falar a verdade contra as mentiras de Satanás. Devemos descansar no fato de que somos declarados justos por causa do sacrifício de Cristo por nós. Devemos proclamar o Evangelho, não importa quanta resistência recebamos. Não devemos vacilar em nossa fé, não importa o quão fortemente sejamos atacados. Nossa última defesa é a certeza que temos de nossa salvação, e o fato de que as forças espirituais não podem arrancá-la. Nossa arma de ataque deve ser a Palavra de Deus, não nossas próprias opiniões e sentimentos. Devemos seguir o exemplo de Jesus em reconhecer que algumas vitórias espirituais são possíveis somente através da oração.

Jesus é nosso principal exemplo para a batalha espiritual. Observe como Jesus lidou com os ataques diretos de Satanás: “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam” (Mateus 4:1-11). A melhor maneira de combater Satanás é como Jesus nos mostrou, ou seja, citar as Escrituras, pois o diabo não pode contra a espada de Espírito, a Palavra do Deus Vivo.

O maior exemplo em como não se engajar na batalha espiritual foi o dos sete filhos de Ceva: “E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega. E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois? E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno, e assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa” (Atos 19:13-16). Qual foi o problema? Os sete filhos de Ceva estavam usando o nome de Jesus. Isto não é o suficiente. Os sete filhos de Ceva não tinham um relacionamento com Jesus, e por isso, suas palavras foram vazias de qualquer poder ou autoridade. Os sete filhos de Ceva confiaram em uma metodologia. Eles não confiaram em Jesus, e não estavam empregando a Palavra de Deus em sua batalha espiritual. Como resultado, receberam uma humilhante surra. Podemos aprender com este mau exemplo, e conduzir a batalha espiritual da forma como a Bíblia descreve.

Resumindo, quais os segredos para o sucesso na batalha espiritual? Primeiro, confiemos no poder de Deus, não em nosso próprio. Segundo, repreendamos no Nome de Jesus, não em nosso próprio nome. Terceiro, devemos nos proteger com a completa armadura de Deus. Quarto, nos engajemos na guerra com a espada do Espírito: a Palavra de Deus. Por último, devemos nos lembrar que mesmo estando na batalha espiritual contra Satanás e seus demônios, nem todo o pecado ou problema é um demônio que deva ser repreendido. “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Romanos 8:37).

Como posso evangelizar meus amigos e membros da família sem ofendê-los ou afastá-los?

Todo cristão tem sempre um membro da família, um amigo, um colega de trabalho ou conhecido que não é cristão. Compartilhar o Evangelho com os outros é sempre difícil. Compartilhar o Evangelho se torna ainda mais difícil quando isto envolve alguém bem próximo. A Bíblia nos diz que algumas pessoas se sentirão ofendidas com o Evangelho (Lucas 12:51-53). Causa ainda mais problemas o risco de ofender alguém com quem você tem contato freqüente. Entretanto, a ordem a nós dada foi para que compartilhemos o Evangelho: não há desculpas para não fazê-lo (Mateus 28:19-20; Atos 1:8; I Pedro 3:15).

Então, como podemos evangelizar os membros de nossa família, amigos, colegas de trabalho e conhecidos? A coisa mais importante que você pode fazer é orar por eles. Ore para que Deus mude seus corações e abra seus olhos (II Coríntios 4:4) à verdade do Evangelho. Ore para que Deus os convença de Seu amor por eles e sua necessidade de salvação através de Jesus Cristo (João 3:16). Ore por sabedoria em como você pode ministrar a eles (Tiago 1:5). Além de orar, você também precisa viver uma vida cristã santa na presença deles, para que possam ver a mudança que Deus já fez em sua própria vida (I Pedro 3:1-2).

Depois de tudo o que foi dito, você deve estar desejoso e destemido para compartilhar o Evangelho. Proclame a mensagem de salvação através de Jesus Cristo a seus amigos e família (Romanos 10: 9-10). Esteja sempre preparado para falar de sua fé (I Pedro 3:15), fazendo-o com meiguice e respeito. Por fim, devemos deixar a salvação de nossos amados na dependência de Deus. É o poder e graça de Deus que salva as pessoas, não nossos esforços. A melhor e maior coisa que podemos fazer é orar por eles, a eles testemunhar e viver uma vida cristã perante cada um deles!

Como posso reconhecer a voz de Deus?

Esta pergunta já foi feita por inúmeras pessoas através dos tempos. Samuel ouviu a voz de Deus, mas não a reconheceu até que foi instruído por Eli (I Samuel 3:1-10). Gideão teve uma revelação física de Deus e mesmo assim duvidou do que tinha ouvido, a ponto de pedir um sinal, não uma vez, mas três vezes (Juízes capítulos 6, 17-22, 36-40)! Quando buscamos ouvir a voz de Deus, como podemos saber se é Ele mesmo quem está falando? Em primeiro lugar, temos algo que Gideão e Samuel não tinham: temos a Bíblia completa, a palavra de Deus inspirada para ler, estudar e meditar. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (II Timóteo 3:16-17). Você tem uma pergunta a respeito de determinado assunto ou uma decisão a tomar em sua vida? Veja o que a Bíblia tem a dizer sobre isto. Deus jamais guiará ou direcionará você de forma oposta ao que Ele ensinou ou prometeu em Sua Palavra (Tito 1:2).

Em segundo lugar, para ouvirmos a voz de Deus devemos reconhecê-la. Disse Jesus: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10:27). Posso pessoalmente me identificar com este verso, exceto que os animais em questão são bois e vacas. Meu sogro tem um pequeno rancho. Sempre que vamos visitá-lo, posso contar que, pelo menos uma vez por dia, vamos sair com ele para conferir o gado. Meu sogro sai da caminhonete, fala umas poucas palavras mansamente, e logo em seguida a caminhonete está cercada de vacas, que ansiosamente esperam um bocado de feno. Mas se eu, igualmente, abrir a porta do meu lado da caminhonete, haverá gado espalhado de um lado a outro do pasto. Então, qual a diferença? O gado está com meu sogro pelo menos uma vez, e às vezes duas ou três vezes ao dia. Por causa de seus encontros diários com aquele que os alimenta e deles cuida, os animais se sentem confortáveis com ele, e imediatamente reconhecem um estranho entre eles. Se devemos conhecer a voz de Deus, devemos passar tempo com Ele todos os dias.

Certifique-se de passar tempo proveitoso, todos os dias, em oração, estudo da Bíblia e meditação em Sua Palavra. Quanto mais tempo você passar intimamente com Deus e Sua palavra, mais fácil será reconhecer Sua voz e liderança em sua vida. Os empregados de um banco são treinados para reconhecer falsificações, pois estudam tão de perto as notas verdadeiras que se torna fácil reconhecer uma nota falsa. Devemos estar tão familiarizados com a Palavra de Deus, que saiu de Sua boca, que quando Ele falar a nós ou nos guiar, é claro se tratar de Deus. Deus fala a nós de forma que possamos entender a verdade. Apesar de poder falar e realmente falar audivelmente às pessoas, Ele fala principalmente através de Sua Palavra; mas às vezes através do Espírito Santo a nossas consciências, através de circunstâncias e através de outras pessoas. Ao aplicarmos o que ouvimos às verdades da Escritura, podemos aprender a reconhecer Sua voz.

O que é um Cristão carnal?

Pode um Cristão verdadeiro ser carnal? Para responder a essa pergunta, vamos primeiro definir o termo "carnal". A palavra "carnal" é traduzida da palavra grega "sarkikos", a qual significa literalmente "mundano". Essa palavra descritiva é vista no contexto de Cristãos em 1 Coríntios 3:1-3. No início dessa passagem, o Apóstolo Paulo se refere aos leitores como "irmãos", um termo que Paulo usa quase exclusivamente para se referir a outros Cristãos, e então ele passa a descrevê-los como "carnais". Portanto, podemos concluir que Cristãos podem ser carnais. A Bíblia deixa bem claro que ninguém é sem pecado (1 João 1:8). Toda vez que pecamos estamos agindo de forma carnal.

É importante entender que mesmo que um Cristão pode ser, por um tempo, carnal, um Cristão verdadeiro não vai permanecer carnal por muito tempo. Alguns têm abusado da idéia de “Cristão carnal” ao dizer que é possível que pessoas tenham fé genuína em Cristo e vivam o resto de suas vidas de uma forma completamente mundana, sem evidência qualquer de serem “nascidos de novo” ou uma “nova criatura” (2 Coríntios 5:17). Tal idéia não tem nada de bíblica. Tiago 2 deixa bastante claro que fé genuína vai sempre resultar em obras. Efésios 2:8-10 declara que somos salvos somente pela graça através da fé, mas que salvação vai sempre resultar em obras. Pode um Cristão, durante um período de falhas e / ou rebelião, aparentar ser carnal? Sim. Vai um Cristão verdadeiro permanecer carnal? Não.

Já que segurança eterna é um fato encontrado nas Escrituras, até um Cristão carnal é salvo. Salvação não pode ser perdida, porque salvação é um presente de Deus que Ele não vai tirar de nós (veja João 10:28; Romanos 8:37-39; 1 João 5:13). Até em 1 Coríntios 3:15, o Cristão carnal é assegurado de sua salvação: "se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo". A pergunta frequente não é se uma pessoa perdeu sua salvação, mas se essa pessoa era realmente salva de início (1 João 2:19).

Para Cristãos que se tornam carnais em seu comportamento, Deus vai discipliná-los com amor (Hebreus 12:5-11), para que possam ser restaurados à comunhão íntima com Ele e para serem treinados a obedecê-lO. O desejo de Deus em nos salvar é para que possamos nos tornar mais e mais como Jesus Cristo (Romanos 12:1-2), tornando-nos cada vez mais espirituais e menos carnais, um processo chamado de santificação. Até sermos libertos de nossa carne pecaminosa, vamos ter erupções de carnalidade. Para um crente genuíno em Jesus Cristo, no entanto, essas erupções de carnalidade vão ser a exceção, não a regra.

Por que todos os Cristãos são hipócritas?

Talvez não exista acusação mais provocativa do que aquela de “hipócrita”. Infelizmente, alguns se sentem justificados com sua opinião de que todos os Cristãos são hipócritas. O termo “hipócrita“ tem um significado muito rico em nossa linguagem. O termo vem do Latim hypocrisies, o qual significa “atuação, pretensão”. Antes disso, a palavra faz parte do grego clássico e do Novo Testamento, possuindo praticamente o mesmo sentido – atuar um papel, fingir.

Foi assim que o Senhor Jesus usou esse termo. Por exemplo, quando Cristo ensinou a importância de oração, jejum e de dar esmola, Ele nos desencorajou de seguir os exemplos daqueles que são hipócritas (Mateus 6:2, 5, 16). Por fazer orações públicas longas, jejuar de uma forma que chamava muita atenção de outras pessoas a si mesmos e por demonstrar de uma forma extravagante suas doações ao Templo e aos pobres, eles mostraram apenas uma ligação superficial ao Senhor. Enquanto os fariseus executavam muito bem seu papel dramático como exemplos públicos de virtude religiosa, eles falharam miseravelmente no seu coração onde a virtude judeo-cristã realmente reside (Mateus 23:13-33; Marcos 7:20-23).

Jesus nunca chamou seus discípulos de hipócritas. Esse nome só foi dado aos fanáticos religiosos desviados. Ao invés, Ele chamava os que a Ele pertenciam de “amigos”, “pequeninos”, “ovelhas” e de “Sua igreja”. Além disso, há uma advertência no Novo Testamento contra o pecado de hipocrisia (1 Pedro 1:21). Há dois exemplos bem grosseiros de hipocrisia registrados na Igreja. Em Atos 5:1-10, dois discípulos são expostos por fingirem ser mais generosos do que realmente eram. A consequência não foi bonita! E, de todas as pessoas, Pedro é encarregado de liderar uma multidão de hipócritas no seu tratamento de crentes gentios (Gálatas 2:13).

Do ensino do Novo Testamento, então, podemos tirar pelo menos duas conclusões. Primeiro, há hipócritas entre os que professam ser Cristãos. Eles estavam lá no início e, dada a parábola de Jesus sobre o joio e o trigo, eles vão certamente existir até o fim dos tempos (Mateus 13:18-30). Além disso, até mesmo se um apóstolo for culpado de hipocrisia, não há nenhum motivo para acreditarmos que Cristãos “comuns” não vão sofrer desse mal. Precisamos sempre ter cuidado para não cairmos na mesma tentação (1 Coríntios 10:12).

Claro que nem todo mundo que clama ser um Cristão é realmente um Cristão. Talvez todos (ou a maioria) dos hipócritas famosos entres os Cristãos eram na verdade impostores ou enganadores. Até hoje, líderes Cristãos importantes têm caído em pecados horríveis. Escândalos financeiros e sexuais às vezes aparentam atormentar a comunidade Cristã. No entanto, ao invés de usar as ações de alguns para denegrir a comunidade Cristã como um todo, é preciso esclarecer se aqueles que professam ser Cristãos, e têm provado ser hipócritas, são verdadeiramente Cristãos. Inúmeras passagens bíblicas confirmam que aqueles que realmente pertencem a Cristo vão demonstrar o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). A parábola de Jesus da semente e dos tipos de solo em Mateus 13 deixa bem claro que nem todas as profissões de fé nEle são genuínas. Triste dizer que muitos que clamam pertencer a Ele vão ficar surpresos ao escutar Jesus dizer um dia: “nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:23).

Segundo, enquanto não devemos ficar surpresos que pessoas que fingem ser mais santos do que realmente são clamam ser Cristãos, não podemos concluir que a Igreja é composta apenas de hipócritas. Precisamos conceder ao fato de que todos nós que clamamos ser seguidores de Cristo permanecemos pecadores, mesmo quando nossos pecados são perdoados. Quer dizer, apesar de sermos salvos da penalidade do pecado (Romanos 5:1; 6:23), ainda vamos, no futuro, ser salvos e libertos da presença do pecado em nossas vidas (1 João 1:8-9), incluindo o pecado da hipocrisia. Através da nossa fé verdadeira no Senhor Jesus, temos que continuamente combater o poder do pecado até sermos libertos para sempre (1 João 5:4-5).

Todos os Cristãos falham em viver perfeitamente de acordo com o padrão que a Bíblia ensina. Nenhum Cristão tem vivido de uma forma tão perfeita como Cristo. No entanto, há MUITOS Cristãos que estão genuinamente procurando viver a vida Cristã e estão dependendo mais e mais do Espírito Santo para convencer-lhes do pecado, mudar suas vidas e para dar-lhes forças para ter vitória. Têm existido multidões de Cristãos que têm vivido suas vidas sem qualquer escândalo. Nenhum Cristão é perfeito, portanto, cometer um erro ou não conseguir atingir perfeição nessa vida não é a mesma coisa que ser um hipócrita.

Como posso ter alegria em minha vida Cristã?

Períodos de tristeza e depressão podem entrar na vida de praticamente todo Cristão devoto. Vemos muitos exemplos disso na Biblia. Jó desejava que nunca tivesse nascido (Jó 3:11). Davi orou para que fosse levado a um lugar onde não tivesse que lidar com a realidade (Salmos 55:6-8). Elias, depois de derrotar 450 profetas de Baal com fogo do céu (1 Reis 18:16-46), fugiu para o deserto e pediu a Deus que tirasse a sua vida (1 Reis 19:3-5).

Como então podemos superar esses períodos de imensa falta de gozo? Podemos ver como essas mesmas pessoas superaram sua depressão. Jó disse que, se orarmos e nos lembrarmos de nossas bençãos, Deus vai restaurar nosso gozo e justiça (Jó 33:26). Davi escreveu que o estudo da Palavra de Deus vai nos trazer gozo (Salmos 19:8). Davi também percebeu que precisava louvar a Deus mesmo no meio de desespero (Salmos 42:5). No caso de Elias, Deus deixou com que descansasse por um tempo para então enviar um homem chamado Eliseu para ajudá-lo (1 Reis 19:19-21). Hoje ainda precisamos de amigos com quem podemos compartilhar nossas feridas e dores (Eclesiastes 4:9-12).Tente compartilhar seus sentimentos com um amigo Cristão que você admira. Você vai ficar surpreso em saber que eles provavelmente já tiveram que passar por algumas das mesmas coisas que você está passando agora.

Mais importante, é certo que meditar em nós mesmos, nossos problemas, nossas dores e principalmente no nosso passado, não vai nunca produzir gozo espiritual verdadeiro. Alegria não é encontrada em materialismo, não é encontrada em psicoterapia, e com certeza nã será encontrada na obsessão com nós mesmos. É encontrada apenas em Cristo. Nós que pertencemos ao Senhor “nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Filipenses 3:3). Conhecer a Cristo é ter uma verdadeira compreensão de nós mesmos e uma percepção espiritual verdadeira em Cristo, tornando impossível com que nos gloriemos em nós mesmos, nossa sabedoria, força, riquezas ou bondade, mas sim – e apenas - em Cristo, Sua sabedoria e força, Sua riqueza e bondade, e em Sua pessoa apenas. Afunde-se completamente na pessoa de Cristo, Sua Palavra, e procure conhecê-lO mais intimamente. Se permanecermos nEle, Ele nos prometeu que nosso gozo será completo (João 15:1-11).

Finalmente, lembre-se que é apenas através do Espírito Santo que podemos encontrar alegria verdadeira (Salmos 51:11-12, Gálatas 5:22, 1 Tessalonicenses 1:6). Não podemos fazer nada longe do poder de Deus (2 Coríntios 12:10, 13:4). Na verdade, o mais que tentamos obter alegria com nossos próprios métodos, o mais miserável nos tornamos. Descanse nos braços de Deus (Mateus 11:28-30) e procure Sua face através de oração e das Escrituras. "E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo" (Romanos 15:13).

O que é meditação Cristã?

As passagens bíblicas que usam a frase “meditação cristã” não existem. As duas palavras “meditar” e “meditação” são encontradas umas dezoito vezes no Velho Testamento. Há duas palavras hebraicas que são traduzidas “meditar” e são encontradas em passagens como Gênesis 24:63, Josué 1:8, Salmos 1:2 e outras. A palavra hebraica "hagah", dado o contexto desses versículos, significa: ponderar, imaginar, meditar, falar, refletir, estudar, dizer, expressar, articular, etc. Um outro significado é dado à palavra hebraica "aiyach" quando usada no sentido de ponderar, conversar consigo mesmo em voz alta, expressar ou conversar, reclamar, declarar, meditar, pensar, orar, falar, conversar com (Deus em oração), etc.

A palavra “meditação” é encontrada em Salmos 5:1, 19:14 e outras passagens. Salmo 19:14, um versículo bem conhecido, afirma: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença...” O salmista pede a Deus que suas palavras e pensamentos sejam iguais. As palavras dos lábios são falsas se não são sustentadas pelas meditações do coração.

Contrário ao pensamento popular em alguns círculos, meditação Cristã não tem nada a ver com qualquer prática de misticismo oriental como seu alicerce ou modelo. Tais práticas incluem lectio divina, meditação transcendental e muitas formas do que é chamado de oração contemplativa. Elas têm como fundamento uma premissa perigosa de que podemos “escutar a voz de Deus”, não através de Sua Palavra, mas através de revelação extra-bíblica. As igrejas estão atualmente cheias de pessoas que acham que estão escutando “uma palavra do Senhor”, geralmente contradizendo uns aos outros e causando inúmeras discórdias e divisões no Corpo de Cristo. Em nenhum lugar das Escrituras são os Cristãos encorajados a procurar por sabedoria além da Bíblia, a qual é “inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-17). Se a Bíblia é suficiente para nos equipar completamente para toda boa obra, como podemos achar que precisamos de uma experiência mística para adicionar às Escrituras?

Para o Cristão, meditação é para ser apenas na Palavra de Deus e o que ela nos revela sobre Ele. Davi sabia que esse era o caso, e ele descreve o homem que é “bem-aventurado” como aquele cujo “prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1:2, ênfase adicionada). Meditação Cristã verdadeira é um processo ativo de pensamento (pensando, resolvendo), pelo qual nos entregamos ao estudo da Palavra de Deus em oração e pedimos a Deus para nos dar entendimento através do Espírito. Ele habita no coração de todo crente e tem prometido nos guiar em “toda a verdade” (João 16:13). Devemos então colocar o que aprendemos em prática, fazendo um compromisso com as Escrituras de que só elas serão a regra completa para as nossas vidas e para a prática das nossas atividades diárias. Isso causa crescimento espiritual e maturidade nas coisas de Deus à medida que somos ensinados pelo Espírito Santo.

O que é espiritualidade Cristã?

Quando uma pessoa nasce de novo, ela recebe o Espírito Santo, o qual sela o crente para o dia da redenção (Efésios 1:13; 4:30). Jesus prometeu que o Espírito Santo nos guiaria “a toda verdade” (João 16:13). Parte da verdade a qual o Espírito nos guia é aprender as coisas de Deus e aplicá-las em nossas vidas. O crente então faz a escolha de deixar com que o Espírito o controle ou não. Espiritualidade Cristã é baseada em quanto aquele que é nascido de novo permite que o Espírito Santo lidere e controle sua vida.

O Apóstolo Paulo diz aos crentes para serem “cheios” do Espírito Santo. “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18).O tempo verbal nessa passagem é continuo e significa, portanto, “continue sendo cheio do Espírito Santo”. Ser cheio do Espírito significa deixar o Espírito Santo nos controlar, ao invés de ceder aos desejos da nossa natureza carnal. Na passagem acima, uma comparação está sendo feita. Quando alguém é controlado pelo vinho, eles estão bêbados e exibem certas características, tais como mudança no falar, andar instável, falta de capacidade para fazer decisões. Assim como você pode ver quando alguém está bêbado por causa das características que demonstra, assim também você pode ver quando aquele que é nascido de novo está sendo controlado pelo Espírito, porque ele assim demonstra pelas suas características. Achamos a lista dessas características em Gálatas 5:22-23, onde são chamadas de “fruto do Espírito”. Isso é o caráter Cristão, produzido pelo Espírito quando Ele trabalha no e através do crente. Esse caráter não é produzido por esforço próprio. Aquele que é nascido de novo e controlado pelo Espírito Santo vai exibir um falar sadio, uma caminhada espiritual consistente e uma capacidade de fazer decisões baseada na Palavra de Deus.

Portanto, espiritualidade Cristã é uma escolha que fazemos para “conhecer e crescer” no nosso relacionamento diário com o senhor Jesus Cristo ao submeter-nos ao ministério do Espírito Santo em nossas vidas. Isso significa que, como Cristãos, fazemos a escolha de manter uma comunicação com o Espírito que é aberta e limpa através de confissão (1 João 1:9). Quando entristecemos o Espírito através de pecado (Efésios 4:30; 1 João 1:5-8), nós levantamos uma barreira entre nós e Deus. Quando nos submetemos ao ministério do Espírito, nosso relacionamento não é apagado (1 Tessalonicenses 5:19). Espiritualidade Cristã é ter uma consciência da comunhão com o Espírito de Cristo que não é interrompida por carnalidade ou pelo pecado. Portanto, um Cristão espiritual é aquele que nasceu de novo e faz uma escolha contínua e consistente de se entregar ao ministério do Espírito Santo.

Por que precisamos confessar nossos pecados se eles já foram todos perdoados (1 João 1:9)?

O Apóstolo Paulo escreveu: “para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência” (Efésios 1:6-8). Isso está se referindo à salvação, quando Deus carregou os nossos pecados e os removeu de nós “quanto dista o Oriente do Ocidente” (Salmos 103:12). Esse é o perdão judicial que Deus nos dá quando recebemos Seu Filho Jesus Cristo. Todos os pecados do passado, presente e futuro estão perdoados de uma forma judicial – isso significa que não vamos sofrer punição eterna por causa desses pecados. No entanto, nós frequentemente ainda sofremos as consequências do pecado enquanto estamos aqui na terra – e esse fato é o que nos leva à pergunta inicial.

A diferença entre essa passagem e o versículo em 1 João é que João está lidando com o que chamamos de perdão “familiar” – como o que existe entre um pai e seu filho. Por exemplo, se você faz algo errado contra o seu pai – não cumprir suas expectativas ou regras – você atrapalhou a comunhão, mas você ainda é seu filho. Aquela comunhão é atrapalhada até você admitir ao seu pai que você errou. É assim que funciona com Deus; sua comunhão com Ele é atrapalhada até você confessar aquele pecado. Só então a comunhão é restaurada. Isso é perdão “relacional”.

Perdão “posicional” é obtido por todo aquele que crê em Cristo. Em nossa posição como membros do Corpo de Cristo, temos sido perdoados de todo pecado que já cometemos ou iremos cometer. O preço pago por Cristo na cruz satisfez a ira de Deus contra o pecado, e não é necessário nenhum outro sacrifício ou pagamento. Quando Jesus disse: “está consumado”, Ele estava falando sério. Nosso perdão posicional foi obtido lá mesmo.

Confissão de pecado, de acordo com 1 João 1:9, vai nos proteger da disciplina de Deus. Se falhamos em confessar nosso pecado, a disciplina de Deus com certeza virá até confessarmos. Como dito previamente, nossos pecados são perdoados no momento da salvação (perdão posicional), mas nossa comunhão com Deus precisa estar em boas condições de uma forma diária, o que não pode acontecer se temos pecado não confessado em nossas vidas (perdão relacional). Portanto, precisamos confessar nossos pecados logo quando os cometemos para podermos manter uma comunhão correta com Deus.

Se sou salvo e todos os meus pecados já foram perdoados, por que não devo continuar a pecar?

O Apóstolo Paulo respondeu a uma pergunta bem parecida em Romanos 6:1-2: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” A ideia de que uma pessoa pudesse confiar em Jesus para a sua salvação e então continuar vivendo da mesma forma que antes é inconcebível. Aqueles que creem em Cristo são novas criaturas (2 Coríntios 5:17). O Espírito Santo nos transforma e nos leva a deixar de produzir as obras da carne (Gálatas 5:19-21) para então começarmos a produzir o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). A vida Cristã é uma vida transformada.

O que diferencia o Cristianismo de qualquer outra religião mundial é que o Cristianismo é baseado no que Deus fez por nós através de Jesus Cristo. Todas as outras religiões mundiais são baseadas no que devemos fazer para receber o favor de Deus e o Seu perdão. Todas as outras religiões ensinam que precisamos fazer ou deixar de fazer certas coisas para ganharmos o amor e a misericórdia de Deus. O Cristianismo, ou seja, a fé em Cristo, ensina que fazemos certas coisas e deixamos de fazer outras coisas por causa do que Cristo fez por nós.

Como alguém poderia, tendo sido liberto da penalidade do pecado e inferno, voltar a viver a mesma vida que o colocou rumo ao inferno? Como alguém poderia, depois de ter sido purificado do pecado, querer voltar ao mesmo esgoto de depravação? Como alguém poderia, sabendo de tudo que Cristo fez por nós, continuar a viver como se Jesus Cristo não fosse importante? Como alguém poderia, ao perceber o quanto Jesus Cristo sofreu por nossos pecados, continuar a pecar como se os sofrimentos de Cristo não importassem?

Romanos 6:11-15 declara: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!”

Para o cristão verdadeiramente convertido, então, continuar a viver uma vida de pecado não é uma opção. Porque a nossa conversão resultou em uma natureza completamente nova, nosso desejo é de não mais viver em pecado. Sim, ainda pecamos, mas ao invés de ter prazer em nossos pecados como costumávamos fazer, agora odiamos esse pecado e desejamos ser completamente libertos dele. A ideia de “se aproveitar” do sacrifício de Cristo a nosso favor e continuar a viver uma vida cheia de pecado é imaginável. Se uma pessoa acha que é um cristão e ainda deseja viver na mesma vida de pecado de antigamente, essa pessoa tem motivo para duvidar de sua salvação. “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?” (2 Coríntios 13:5).

O que é a armadura de Deus?

A frase “toda a armadura de Deus” vem da passagem do Novo Testamento: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6:13-17).

Efésios 6:12 indica claramente que o conflito com Satanás é espiritual e, portanto, nenhum arma física pode ser usada efetivamente contra ele e seus demônios. Não temos uma lista de táticas específicas que ele vai usar. No entanto, a passagem é bem clara ao dizer que quando seguimos todas as instruções fielmente, vamos poder resistir ao poder do mal e ter vitória, qualquer que seja a sua ofensa.

A primeira parte de nossa armadura é a verdade (versículo 14). Isso é fácil de entender, já que Satanás é o "pai da mentira" (João 8:44). Decepção é uma das primeiras coisas que Deus considera ser uma abominação. Uma "língua mentirosa" é uma das coisas que “o SENHOR aborrece” (Provérbios 6:16-17). Ele diz claramente que nenhum mentiroso vai entrar no céu (Apocalipse 22:14-15). Somos então exortados a usar a verdade para a nossa própria santificação e libertação e para o bem daqueles a quem somos testemunhas.

No versículo 14 somos encorajados a nos vestir com a couraça da justiça. Uma couraça iria proteger um guerreiro contra um golpe fatal ao coração ou outros órgãos importantes. Essa justiça não é obras de justiça feitas pelos homens – apesar de que elas seriam barreiras de proteção quando usadas contra acusações e censuras do inimigo. Ao invés disso, essa é a justiça de Cristo, imputada por Deus e recebida pela fé, a qual guarda os nossos corações contra as acusações de Satanás e protege o nosso ser interior contra seus ataques.

Versículo 15 fala da preparação dos pés para o conflito espiritual. O soldado moderno, assim como o guerreiro da antiguidade, precisa prestar bastante atenção aos seus pés. Às vezes o inimigo da antiguidade colocava obstáculos perigosos no caminho dos soldados que estavam avançando. Isso é bem parecido com os campos minados de hoje. Doenças também podem danificar os pés de um soldado que não tem seus pés protegidos. A idéia de ter o evangelho da paz como calçado sugere o que precisamos para poder avançar no território de Satanás; precisamos da mensagem da graça, a qual é tão essencial para ganhar almas para Cristo. Satanás tem colocado muitos obstáculos no caminho da propagação do evangelho.

O escudo da fé, ao qual o versículo 16 se refere, torna ineficaz o ataque de Satanás de plantar dúvidas em relação à fidelidade de Deus e Sua Palavra. Nossa fé – da qual Cristo é o autor e consumador (Hebreus 12:2) – é como um escudo de ouro, precioso, sólido e importante. Esse escudo é como um escudo de guerreiros fortes, pelo qual coisas importantes são alcançadas, e pelo qual um crente não só repele, mas também conquista o inimigo.

O capacete da salvação do versículo 17 protege a cabeça e serve para proteger uma parte do corpo que é tão importante. Podemos dizer que o jeito que pensamos precisa de preservação. A cabeça de um soldado era uma das partes principais a serem defendidas, pois ela podia sofrer um dos ataques mais mortais, e é a cabeça que comanda todo o corpo. A cabeça é o centro da nossa mente, e quando ela possui a “esperança” certa do Evangelho de vida eterna, não vai receber doutrina falsa, ou deixar-se influenciar pelas tentações de Satanás de desespero. Uma pessoa não salva não tem nenhuma esperança de se proteger dos ataques de falsa doutrina porque sua mente é incapaz de discernir entre verdade e mentira.

Versículo 17 interpreta a si mesmo em relação ao que quer dizer com a espada do Espírito. Enquanto o resto da armadura é em sua natureza armas de defesa, aqui se encontra a única arma de ataque na armadura de Deus. Ela se refere à santidade e poder da Palavra de Deus. Uma arma espiritual maior não existe. Nas tentações de Jesus no deserto, a Palavra de Deus sempre predominou em suas respostas a Satanás. Que benção saber que a mesma Palavra também está disponível a nós!

Orar no Espírito (quer dizer, com a mente de Cristo, com Seu coração e Suas prioridades) como vemos no versículo 18 é o ponto auge do que está envolvido em nos preparar e utilizar todas as armas de Deus anteriormente mencionadas. É significante que essa passagem das Escrituras é tão fiel às prioridades de ministério destacadas por todas as epístolas de Paulo; ele acredita que oração é o elemento mais importante para a vitória e maturidade espirituais. Ele deseja ardentemente esse tipo de oração em sua vida também (versículos 19-20).

Quando, por que e como o Senhor Deus nos disciplina quando pecamos?

A disciplina do Senhor é um fato bastante ignorado na vida dos crentes. Geralmente a gente expressa certo pesar por causa das nossas circunstâncias sem perceber que elas são apenas as consequências do nosso próprio pecado, e são parte da disciplina amorosa e graciosa de Deus. A ignorância egoísta pode contribuir à formação de pecado habitual na vida de um crente, o qual gera ainda mais disciplina.

Disciplina não deve ser confundida com punição a sangue frio. A disciplina do Senhor é uma resposta ao Seu amor por nós, e o Seu desejo para que cada um de nós sejamos santos. "Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão. Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem" (Provérbios 3:11-12). Deus vai usar testes, provações e vários predicamentos para nos trazer de volta a Ele em arrependimento. O resultado dessa disciplina é uma fé mais forte e um relacionamento renovado com Deus (Tiago 1:2-4), sem mencionar destruir o poder que tal pecado tem sobre você.

O Senhor vai lidar com pecado contínuo, sem arrependimento ou "severo" de uma forma mais severa. Você não vai perder a recompensa que ganhou aqui na terra, mas talvez você não vai estar na terra por muito mais tempo! Leia 1 Coríntios 10:6-10, 1 Coríntios 11:28-30, 1 João 5:16-17 e a história de Ananias e Safira em Atos 5. Em cada um desses casos o pecado resultou em morte. Isso é extremo, mas definitivamente algo a considerar antes de nos entregar a um pecado habitual.

A disciplina do Senhor é para o nosso próprio bem, para que Ele seja glorificado com nossas vidas. Ele quer que tenhamos vidas de santidade, vidas que refletem a nova natureza que Deus nos tem dado: "Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1:14-16). Se pecamos e não demonstramos nenhum arrependimento, podemos esperar ser disciplinados. A dureza da disciplina, no entanto, é como formar um diamante de sua matéria-prima, pois dessa mesma forma seremos refinados e fortalecidos. Ignorar a disciplina do Senhor e continuar a pecar vão nos trazer mais disciplina, mais dificuldades e até mesmo a morte.

Como deve um Cristão lidar com sentimentos de culpa em relação a pecados cometidos, quer tenham sido antes ou depois da salvação?

Todo mundo tem pecado, e um dos resultados do pecado é culpa. Podemos ser agradecidos por sentimentos de culpa porque eles nos levam ao arrependimento. No momento em que uma pessoa se vira contra o pecado em direção a Jesus Cristo, seu pecado é perdoado. Arrependimento é parte da fé que leva à salvação (Mateus 3:2; 4:17; Atos 3:19).

Em Cristo, até mesmo os piores pecados são apagados (leia 1 Coríntios 6:9-11 para encontrar uma lista de obras injustas que são perdoadas). Salvação é pela graça, e graça perdoa. Depois que uma pessoa é salva, ela ainda vai pecar. Quando isso acontece, Deus ainda promete perdão. “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1).

Liberdade do pecado, no entanto, nem sempre significa liberdade de sentimentos de culpa. Mesmo quando nossos pecados são perdoados, ainda nos lembramos deles. Além disso, temos um inimigo espiritual, chamado de “acusador de nossos irmãos” em Apocalipse 12:10, o qual nos lembra de uma forma tão cruel todas as nossas falhas, erros e pecados. Quando um Cristão experimenta de sentimentos de culpa, ele/ela deve fazer o seguinte:

1) Confesse todos os pecados previamente cometidos que ainda não foram confessados e sobre os quais você tem conhecimento. Em alguns casos, sentimentos de culpa são apropriados porque confissão é necessária. Muitas vezes nos sentimos culpados porque somos culpados! (Veja a descrição de Davi de pecado e a sua solução em Salmos 32:3-5).

2) Peça ao Senhor que revele qualquer outro pecado que precisa ser confessado. Tenha a coragem de ser completamente aberto e honesto diante do Senhor. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau” (Salmos 139:23-24a).

3) Confie na promessa de que Deus vai perdoar o pecado e remover a culpa baseado no sangue de Cristo (1 João 1:9; Salmos 85:2; 86:5; Romanos 8:1).

4) Nas ocasiões em que sentimentos de culpa surgem sobre pecados já confessados e abandonados, rejeite esses sentimentos como culpa falsa. O Senhor tem sido fiel à sua promessa de perdoar. Leia e medite em Salmos 103:8-12.

5) Peça ao Senhor para repreender a Satanás, seu acusador, e peça ao Senhor que restaure a alegria que acompanha a liberdade de culpa.

Salmos 32 é um estudo muito proveitoso. Apesar de Davi ter pecado de forma terrível, ele encontrou liberdade dos seus pecados e sentimentos de culpa. Ele lidou com a causa da culpa e a realidade do perdão. Salmos 51 é uma outra passagem muito boa para investigar. A ênfase aqui é a confissão do pecado enquanto Davi implora a Deus com um coração cheio de culpa e sofrimento. Restauração e gozo são os resultados.

Finalmente, se pecado tem sido confessado e arrependimento tem ocorrido, então é certo que o pecado tem sido perdoado e é hora de seguir para a frente. Lembre-se que aquele tem vindo a Cristo através de fé tem sido transformado em uma nova criatura. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; {criatura; ou criação} as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17). Parte das “coisas antigas” que “já passaram” é a lembrança de pecados passados e a culpa que produziam. Triste dizer que muitos Cristãos têm a tendência de ter prazer em recordar as vidas pecaminosas que viviam antes de vir a Cristo, memórias tais que deviam estar mortas e enterradas há muito tempo. Isso não faz nenhum sentido e vai de encontro à vida Cristã vitoriosa que Deus quer que tenhamos. Um antigo provérbio diz: “Se Deus lhe salvou de uma piscina de pecado, não dê um mergulho para dar uma nadada”.

O que a Bíblia diz sobre o legalismo?

A palavra "legalismo" não pode ser encontrada na Bíblia. É um termo que os Cristãos evangélicos usam para descrever uma posição doutrinária que enfatiza um sistema de regras e regulamentos para alcançar salvação e crescimento espiritual. Legalistas acreditam que é necessário ter uma aderência estrita e literal a essas regras e regulamentos. De acordo com a doutrina ensinada na Bíblia, essa posição vai de encontro à graça de Deus. Aqueles que defendem uma posição legalista podem até deixar de entender o verdadeiro propósito da lei, principalmente da lei de Moisés no Velho Testamento, a qual é para ser um “professor” ou “tutor” para nos levar a Cristo (Gálatas 3:24).

Em relação à disposição de alguns, legalismo é o contrário de ser gracioso, por isso até crentes podem ser legalistas. Somos ensinados, no entanto, a ser graciosos uns com os outros: "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões" (Romanos 14:1). É triste dizer que alguns defendem sua posição escatológica de uma forma tão forte que acabam excluindo outras pessoas de sua comunhão antes de dar-lhes a chance de expressar uma opinião diferente. Isso também é legalismo. Muitos crentes legalistas de hoje cometem o erro de exigir uma aderência inadequada às suas interpretações bíblicas e até mesmo às suas tradições. Por exemplo, alguns acham que para serem espirituais eles precisam evitar cigarro, bebidas alcóolicas, danças, filmes, etc. A verdade é que evitar essas coisas não é garantia de espiritualidade.

Para evitar cair no erro do legalismo, podemos começar a aplicar as palavras do apóstolo João: "Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (João 1:17). Lembre-se também de ser gracioso, especialmente aos irmãos e irmãs em Cristo. "Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster" (Romanos 14:4). "Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus" (Romanos 14:10).

Uma conselho de precaução é necessário aqui. Enquanto precisamos ser graciosos uns com os outros e tolerantes do desacordo sobre assuntos disputáveis, não podemos aceitar heresia. Somos exortados a batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas 3). Se nos lembrarmos dessas diretrizes e então aplicá-las em amor e misericórida, estaremos protegidos contra o legalismo e heresia. "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:1-3).

Quem sou eu em Cristo?

De acordo com 2 Coríntios 5:17: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; {criatura; ou criação} as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” Há duas palavras gregas que são traduzidas “nova” na Bíblia. A primeira, neos, refere-se a algo que acabou de ser feito, mas há muitos outros em existência exatamente iguais. A palavra traduzida nova nesse versículo é a palavra kainos, a qual significa algo que acabou de ser criado e que não existe nada igual. Em Cristo, somos uma criatura completamente nova, assim como Deus criou os céus e a terra originalmente – Ele os criou do nada, e assim o faz conosco. Ele não simplesmente purifica o nosso velho ser; Ele cria um ser completamente novo, o qual passa a fazer parte de Cristo. Quando estamos em Cristo, somos “co-participantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4). Deus, na pessoa do Seu Espírito Santo, passa a habitar em nossos corações. Estamos em Cristo e Ele em nós.

Quando estamos em Cristo e Ele em nós, somos regenerados, renovados e nascidos de novo, e essa nova criação se focaliza no espiritual, enquanto que a velha natureza se focaliza no carnal. A nova natureza está em comunhão com Deus, obediente à Sua vontade e dedicada ao Seu serviço. Essas são coisas que a velha natureza é incapaz de fazer ou de desejar fazer. A velha natureza é morta às coisas do Espírito e não pode se renovar. Na velha natureza, somos “mortos nos delitos e pecados” (Efésios 2:1), e ela só pode se tornar viva através de uma ressuscitação supernatural que acontece quando vimos a Cristo e somos habitados por Ele. Ele nos dá uma natureza nova e santa e uma vida incorruptível. Nossa velha vida, anteriormente morta para Deus por causa do pecado, está enterrada, e somos ressuscitados para que “andemos nós em novidade de vida” com Ele (Romanos 6:4).

Em Cristo, somos unidos a Ele e não mais escravos ao pecado (Romanos 6:5-6); somos vivos em Cristo (Efésios 2:5); conformados à Sua imagem (Romanos 8:29); livres da condenação e andamos não segundo a carne, mas segundo o Espírito (Romanos 8:1), somos também parte do corpo de Cristo com outros crentes (Romanos 12:5). O crente agora possui um novo coração (Ezequiel 11:19) e tem sido abençoado “com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”(Efésios 1:3).

Podemos nos perguntar por que tão frequentemente não andamos da maneira que acabamos de descrever, apesar de termos entregado nossas vidas a Cristo e de termos certeza da salvação. Isso é porque nossas novas naturezas estão habitando nos velhos corpos carnais e eles estão em guerra um com o outro. A velha natureza está morta, mas a nova natureza ainda tem que batalhar com a velha “tenda” onde habita. O mal e o pecado ainda estão presentes, mas o crente agora os enxerga de uma nova perspectiva, e eles não mais o controla como antes. Em Cristo, podemos agora resistir o pecado, enquanto que a velha natureza não podia fazer isso. Agora temos a escolha de alimentar a nova natureza através da Palavra, oração e obediência, ou de alimentar a carne quando negligenciamos essas coisas e praticamos o pecado.

Quando estamos em Cristo, “somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37) e podemos nos regozijar em nosso Salvador, o qual torna todas as coisas possíveis! Em Cristo somos amados, perdoados e temos a promessa de salvação. Em Cristo somos adotados, justificados, redimidos, reconciliados e escolhidos. Em Cristo somos vitoriosos, somos cheios de alegria e paz, e temos o verdadeiro sentido para a vida. Que maravilhoso Salvador é Cristo!

O que Jesus quis dizer quando prometeu uma vida abundante?

Em João 10:10, Jesus disse: "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." Ao contrário de um ladrão, o Senhor Jesus não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que as pessoas tenham nEle uma vida significativa, intencional, alegre e eterna. Recebemos essa vida abundante no momento em que o aceitamos como o nosso Salvador.

Esta palavra "abundante" no grego é perisson, que significa "muito, muito bem, além da medida, mais, supérfluo, uma quantidade tão abundante que chega a ser mais do que era de se esperar ou antecipar." Em suma, Jesus nos promete uma vida muito melhor do que poderíamos imaginar, um conceito que lembra 1 Coríntios 2:9: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." O apóstolo Paulo nos diz que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Efésios 3:20).

Antes de começarmos a ter visões de casas luxuosas, carros caros, cruzeiros por todo o mundo e mais dinheiro do que poderíamos usar, precisamos parar e pensar sobre o que Jesus ensina a respeito desta vida abundante. A Bíblia nos diz que a riqueza, prestígio, posição e poder neste mundo não são as prioridades de Deus para nós (1 Coríntios 1:26-29). Em termos de status econômico, acadêmico e social, a maioria dos cristãos não vem das classes privilegiadas. Claramente, então, a vida abundante não consiste de uma abundância de coisas materiais. Se fosse esse o caso, Jesus teria sido o mais rico dos homens. Entretanto, o oposto é verdadeiro (Mateus 8:20).

Vida abundante é a vida eterna, uma vida que se inicia no momento em que vimos a Cristo e o recebemos como Salvador, e essa vida dura por toda a eternidade. A definição bíblica da vida - a vida eterna especificamente - é fornecida pelo próprio Jesus: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3). Esta definição não menciona quantidade de dias, saúde, prosperidade, família ou ocupação. Na verdade, a única coisa que menciona é o conhecimento de Deus, que é a chave para uma vida verdadeiramente abundante.

O que é a vida abundante? Em primeiro lugar, a abundância é a abundância espiritual, não material. De fato, Deus não está muito preocupado com as circunstâncias físicas de nossas vidas. Ele nos garante que não precisamos nos preocupar com o que vamos comer ou vestir (Mateus 6:25-32, Filipenses 4:19). Bênçãos físicas podem ou não ser parte de uma vida centrada em Deus; nem a nossa riqueza ou pobreza é uma indicação certa da nossa posição com Deus. Salomão tinha todas as bênçãos materiais disponíveis a um homem, e ainda achou tudo insignificante (Eclesiastes 5:10-15). Paulo, por outro lado, estava contente em quaisquer circunstâncias físicas em que se encontrava (Filipenses 4:11-12).

Em segundo lugar, a vida eterna, que é a vida mais importante ao cristão, não é determinada pela sua duração, mas por uma relação com Deus. É por isso que, quando somos convertidos e recebemos o dom do Espírito Santo, diz-se que já temos a vida eterna (1 João 5:11-13), embora não, é claro, em sua plenitude. A duração da vida na Terra não é sinônimo de vida abundante.

Por último, a vida de um cristão gira em torno de crescer "na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno" (2 Pedro 3:18). Isso nos ensina que a vida abundante é um processo contínuo de aprender, praticar e amadurecer, bem como de falhar, recuperar, ajustar, resistir e superar porque, em nosso estado atual, "vemos como em espelho, obscuramente" (1 Coríntios 13:12). Um dia veremos a Deus face a face, e vamos conhecê-lo completamente, assim como também seremos conhecidos completamente (1 Coríntios 13:12). Não mais lutaremos contra o pecado e a dúvida. Esta será a vida abundante finalmente cumprida.

Apesar de sermos naturalmente desejosos de coisas materiais, como cristãos, a nossa perspectiva sobre a vida deve ser revolucionada (Romanos 12:2). Assim como nos tornamos novas criações quando viemos a Cristo (2 Coríntios 5:17), então o nosso entendimento de "abundância" deve ser transformado. A vida abundante verdadeira consiste de uma abundância de amor, alegria, paz e o restante dos frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23), e não uma grande quantidade de "coisas". Trata-se da vida que é eterna e, portanto, o nosso interesse está no que é eterno, e não temporal. Paulo nos adverte: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Colossenses 3:2-3).

Por que é importante passar um tempo a sós com Deus?

Todos os relacionamentos levam tempo. Um relacionamento com Deus, embora diferente de outros relacionamentos em muitos aspectos, ainda segue as regras de outros relacionamentos. A Bíblia está cheia de comparações para nos ajudar a conceituar o nosso relacionamento com Deus. Por exemplo, Cristo é descrito como o noivo e a Igreja é descrita como a noiva. O casamento é dois unindo suas vidas como um (Gênesis 2:24). Tal intimidade envolve tempo a sós um com o outro. Uma outra relação é a de pai e filho. Relações parentais estreitas são aquelas em que as crianças e os pais têm um especial "tempo a sós" juntos. Passar um tempo sozinho com a pessoa amada oferece a oportunidade de realmente vir a conhecer essa pessoa. Passar um tempo a sós com Deus não é diferente. Quando estamos a sós com Deus, aproximamo-nos dele e passamos a conhecê-lo de uma forma diferente do que quando estamos em grupo.

Deus deseja um tempo "a sós" conosco. Ele quer um relacionamento pessoal conosco. Ele nos criou como indivíduos, "formando-nos" no ventre (Salmo 139:13). Deus conhece os detalhes íntimos de nossas vidas, tais como o número de cabelos nas nossas cabeças (Lucas 12:7). Ele conhece os pardais individualmente, e "vocês valem mais do que muitos pardais" (Mateus 10:29, 31). Ele nos convida a ir a Ele e conhecê-Lo (Isaías 1:18, Apocalipse 22:17; Cântico dos Cânticos 4:8). Quando desejamos conhecer a Deus intimamente, nós o buscamos mais cedo (Salmo 63:1) e passamos tempo com Ele. Seremos como Maria, sentada aos pés de Jesus, ouvindo a Sua voz (Lucas 10:39). Teremos fome e sede de justiça, e seremos saciados (Mateus 5:6).

Talvez a melhor razão para passarmos tempo a sós com Deus seja seguir exemplos bíblicos. No Antigo Testamento, vemos Deus chamando os profetas a vir a Ele a sós. Moisés se encontrou com Deus sozinho na sarça ardente e depois no Monte Sinai. Davi, cujos muitos salmos refletem uma familiaridade confiante em Deus, teve comunhão com Ele durante a sua fuga de Saulo (Salmo 57). A presença de Deus passou por Elias na caverna. No Novo Testamento, Jesus passou um tempo a sós com Deus (Mateus 14:13, Marcos 1:35, Marcos 6:45-46, Marcos 14:32-34, Lucas 4:42, Lucas 5:16, Lucas 6:12 , Lucas 9:18, João 6:15). Na verdade, Jesus nos ensinou a orar a Deus: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6a).

Para confiar em Jesus como a nossa videira (João 15:1-8), teremos de ser diretamente e intimamente ligados a Ele. Assim como o ramo está diretamente ligado à videira e, por meio da videira, é ligado a outros ramos, assim também somos vinculados diretamente a Cristo e, portanto, fazemos parte de uma comunidade. Passamos tempo a sós com Deus e em adoração corporativa para o melhor alimento. Sem tempo a sós com Deus, as nossas necessidades não serão satisfeitas; não conheceremos bem a vida abundante que Ele nos dá.

Passar tempo a sós com Deus livra as nossas mentes de distrações para que possamos focar nEle e ouvir a Sua Palavra. Permanecendo nEle, podemos desfrutar da intimidade à qual Ele nos chama e passamos a realmente conhecê-Lo.

O que é a unção? O que significa ser ungido?

A origem da unção era de uma prática de pastores. Piolhos e outros insetos muitas vezes entravam na lã da ovelha, e quando chegavam perto da sua cabeça, podiam entrar em suas orelhas e matá-las. Assim, os pastores da antiguidade derramavam óleo sobre a cabeça do animal. Isso tornava a lã escorregadia, sendo assim impossível que os insetos chegassem perto das orelhas da ovelha porque eles se escorregavam. A partir daí, ungir tornou-se um símbolo de bênção, proteção e capacitação.

As palavras gregas do Novo Testamento para "ungir" são chrio, que significa "passar ou esfregar com óleo" e, por implicação, "consagrar ao ofício ou serviço religioso"; e aleipho, que significa "ungir." Nos tempos bíblicos , as pessoas eram ungidas com óleo para significar a bênção ou chamada de Deus na vida daquela pessoa (Êxodo 29:7, Êxodo 40:9, 2 Reis 9:6; Eclesiastes 9:8, Tiago 5:14). Uma pessoa era ungida para um especial propósito - ser um rei, um profeta, um construtor, etc. Não há nada de errado em ungir uma pessoa com óleo hoje em dia. Só precisamos nos certificar de que o propósito da unção está de acordo com as Escrituras. A unção não deve ser vista como uma "poção mágica". O óleo em si não tem nenhum poder. É somente Deus que pode ungir uma pessoa para uma finalidade específica. Se usarmos óleo, é apenas um símbolo do que Deus está fazendo.

Um outro significado para a palavra ungido é "escolhido". A Bíblia diz que Jesus Cristo foi ungido por Deus com o Espírito Santo para propagar a Boa Nova e libertar os que tinham sido escravizados pelo pecado (Lucas 4:18-19, Atos 10:38). Depois que Cristo deixou a terra, Ele nos deu o dom do Espírito Santo (João 14:16). Agora todos os cristãos são ungidos, escolhidos para um propósito específico na promoção do Reino de Deus (1 João 2:20). "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração" (2 Coríntios 1:21-22).

Como os cristãos devem defender a sua fé em um mundo tão anti-cristão?

Como cristãos, as duas coisas que podemos fazer para permanecermos erguidos como representantes de Cristo são viver de acordo com a Sua Palavra e crescer no nosso próprio conhecimento de Deus. Cristo disse: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens..." (Mateus 5:16). Isto significa que devemos viver e agir de uma forma que suporte o evangelho. Também devemos nos armar com o conhecimento, tanto do evangelho (Efésios 6:10-17) quanto do mundo que nos rodeia. Primeiro Pedro 3:15 diz: "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós." Tudo o que podemos fazer é viver e ensinar como Cristo e deixar que Ele cuide do resto.

Os críticos do Cristianismo têm se tornado mais vocais recentemente. Isto é em parte porque há muitas pessoas que não acreditam em Deus ou compreendem a verdade sobre Ele. No entanto, o aparente aumento dos anti-cristãos também se deve à percepção. Tal como acontece com muitos temas, aqueles que realmente desprezam o Cristianismo são os que falam mais alto e são os mais vocais dos descrentes. A grande maioria das pessoas que não acreditam não se importa o suficiente para incomodar os crentes. Os poucos descrentes raivosos, vocais, incrédulos e amargos fazem bastante “barulho” para parecerem mais numerosos do que realmente são.

O insulto típico da multidão não-religiosa é se referir aos crentes como "ignorantes", "estúpidos", "de cérebro lavado" ou de outra forma sugerir que aqueles que têm fé são menos inteligentes do que aqueles que não a têm. Quando um cristão inteligentemente defende a sua fé, os termos mudam para "intolerante", "extremista" ou "fanático". Quando pessoas que sabem que o crente é bondoso e amoroso ouvem isso, o ateu começa a parecer como o tolo que ele ou ela é (Salmo 53:1). A maioria dos descrentes não têm nenhuma razão pessoal para ver os cristãos de forma negativa, mas às vezes ouvem tantas reclamações dos descrentes que acabam supondo ser assim. Eles precisam de exemplos da luz de Cristo brilhando para poderem enxergar a verdade.

Claro que quando alguém que afirma ser um cristão diz ou faz algo que não seja semelhante ao que Cristo faria, a multidão raivosa está lá para identificá-lo como um típico hipócrita religioso. Isso é algo que fomos advertidos a esperar (Romanos 1:28-30, Mateus 5:11). A melhor coisa a fazer é citar uma passagem da Bíblia que fale contra o que a pessoa fez. E lembrar aos ateus de que só porque uma pessoa diz ser cristão, e mesmo se ele acha que é um cristão, isso não significa que realmente o seja. Mateus 7:16,20 nos diz que os verdadeiros cristãos serão conhecidos por suas ações, e não apenas por sua afirmação. Além disso, lembre aos críticos de que absolutamente ninguém vive sem pecar de forma alguma (Romanos 3:23).

Uma coisa importante a lembrar é que ninguém, não importa quão persuasivo, pode forçar outra pessoa a acreditar em qualquer coisa na qual ela não queira acreditar. Não importa qual seja a evidência ou o argumento, as pessoas acreditam no que querem acreditar (Lucas 12:54-56). A convicção não é o dever de um cristão. O Espírito Santo convence as pessoas (João 14:16-17), e elas escolhem se querem ou não acreditar. O que podemos fazer é nos apresentar de uma forma tão semelhante a Cristo quanto possível. É triste que há muitos ateus que leram a Bíblia inteira à procura de munição contra os cristãos, enquanto há muitos cristãos que quase não leem a Bíblia.

É difícil para a multidão enfurecida acusar um cristão de ser odioso, fanático e cruel quando essa pessoa demonstra uma vida de bondade, humildade e compaixão. Quando um cristão pode discutir, debater ou desmerecer os argumentos seculares com precisão, o rótulo de "ignorante" já não se encaixa. Um cristão que tenha lido os argumentos seculares e pode educadamente expor suas falhas ajuda a esvaziar os estereótipos apresentados pela ateus. O conhecimento é a arma, e é invencível quando deixamos Cristo nos direcionar em como usá-lo.

Os cristãos têm a autoridade para repreender o diabo?

Há alguns cristãos que acreditam que não só têm a autoridade para repreender o diabo, mas também devem estar repreendendo-o continuamente. Não há base bíblica para tal crença. Satanás, ao contrário de Deus, não é onipresente. Ele só pode estar em um lugar de cada vez e a probabilidade de estar pessoalmente assediando indivíduos cristãos é minúscula. Claro que ele tem legiões de demônios que obedecem às suas ordens e estão por toda parte buscando destruir o testemunho dos crentes. Deve-se notar aqui que o cristão não pode ser possuído por um demônio da mesma forma que as pessoas na Bíblia são descritas como sendo possuídas.

Como cristãos, precisamos estar conscientes da realidade da presença do mal. Ao lutarmos para permanecermos firmes em nossa fé, temos de perceber que nossos inimigos não são apenas ideias humanas, mas forças reais que vêm dos poderes das trevas. A Bíblia diz: "porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:12).

É claro que Deus permitiu que Satanás tivesse uma quantidade significativa de poder e influência sobre a terra, pelo menos por agora, e sempre dentro do controle soberano de Deus. A Bíblia nos diz que Satanás anda em derredor como um leão em busca da presa, buscando vítimas para devorar (1 Pedro 5:8). Satanás é o poder que opera nos corações daqueles que se recusam a obedecer a Deus (Efésios 2:2). Qualquer pessoa que não esteja sob o controle do soberano Deus está sob o controle do diabo (Atos 26:18, 2 Coríntios 4:4). Os cristãos nascidos de novo não são mais escravos de Satanás ou do pecado (Romanos 6:6-7), mas isso não significa que estejamos imunes às tentações que ele coloca diante de nós.

A Bíblia não dá aos cristãos a autoridade para repreender o diabo, mas para resistir a ele. Tiago 4:7 diz: "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." Zacarias 3:2 diz-nos que é o Senhor que repreende Satanás. Até mesmo Miguel, um dos mais poderosos dos anjos, não se atreveu a acusar Satanás, mas disse: "O Senhor te repreenda" (Judas 1:9). Em resposta aos ataques de Satanás, um cristão deve apelar para Cristo. Em vez de se concentrar em derrotar o diabo, devemos nos concentrar em seguir a Cristo (Hebreus 12:2) e confiar que Ele vai derrotar as forças do mal.

Não é necessário que um cristão repreenda Satanás porque Deus nos deu a Sua armadura completa para nos proteger contra o mal (ver Efésios 6:10-18). As armas mais eficazes que temos contra o diabo é a nossa fé, a sabedoria e o conhecimento de Deus e Sua Palavra. Cristo, quando tentado por Satanás, respondeu-lhe com as Escrituras (Mateus 4:1-11). Para obter a vitória em assuntos espirituais, devemos manter a consciência limpa e ter controle sobre nossos pensamentos. "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:3-5).

Como posso me tornar mais semelhante a Cristo?

Tornar-se mais semelhante a Cristo é o desejo de todo crente, e é encorajador saber que Deus tem o mesmo desejo para nós. Na verdade, a Bíblia diz que Deus "também os predestinou [crentes] para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29). Tornar-nos semelhantes a Cristo é a obra de Deus, e Ele garante o seu cumprimento (Filipenses 1:6).

No entanto, o fato de que Deus vai nos transformar na semelhança de Cristo não significa que possamos sentar e esperar sermos levados ao céu em uma "cama de rosas." O processo exige a nossa cooperação voluntária com o Espírito Santo. Tornar-se mais semelhante a Cristo exige tanto o poder divino quanto o cumprimento da responsabilidade humana.

Há três coisas que contribuem para sermos mais semelhantes a Cristo: a nossa entrega a Deus, a nossa libertação do pecado e o nosso crescimento espiritual.

1) Tornar-se mais semelhante a Cristo é o resultado da entrega a Deus. Romanos 12:1-2 diz que a adoração envolve uma auto-dedicação total a Deus. Oferecemos os nossos corpos como "sacrifício vivo" e as nossas mentes são renovadas e transformadas.

Quando Jesus disse: "Siga-me", Levi deixou suas mesas de dinheiro imediatamente (Marcos 2:14); do mesmo modo, devemos livremente entregar tudo o que temos pelo bem de seguir ao Senhor. Como João Batista disse: "Convém que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30), por isso vamos nos concentrar mais e mais em Jesus e Sua glória, perdendo-nos em Sua vontade.

2) Tornar-se mais semelhante a Cristo é o resultado da libertação do pecado. Já que Jesus viveu uma vida sem pecado, quanto mais nos considerarmos "mortos para o pecado" (Romanos 6:11) e vivermos uma vida de pureza, o mais parecido com Jesus seremos. Ao nos oferecermos a Deus, o pecado não é mais o nosso mestre, e somos mais claramente identificados com Cristo (Romanos 6:1-14).

Jesus nos convida a segui-Lo, e nós temos o Seu exemplo de obediência (João 15:10), de amor sacrificial (João 15:12-13) e de sofrimento paciente (1 Pedro 2:19-23). Temos também o exemplo dos apóstolos, os quais foram um exemplo de vidas transformadas em Cristo (1 Coríntios 11:1).

Quando se trata de restringir o pecado em nossas vidas, temos ajuda divina: graças a Deus pela Palavra de Deus (Salmo 119:11), pela intercessão de Cristo (Romanos 8:34, Hebreus 7:25) e pelo poder do Espírito que habita em nós (Romanos 8:4, Gálatas 5:16)!

3) Tornar-se mais semelhante a Cristo é o resultado do crescimento cristão. Logo quando somos salvos, somos imaturos em sabedoria e conhecimento, e inexperientes em graça e amor... mas então crescemos. Em cada uma dessas coisas, a nossa responsabilidade é tornar-nos mais fortes - e mais semelhantes a Cristo. "antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno" (2 Pedro 3:18). "e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco" (1 Tessalonicenses 3:12).

Agora, Deus opera em nós: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2 Coríntios 3:18). Um dia, porém, o processo será completo: "Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é" (1 João 3:2). A promessa de ser totalmente como Cristo no futuro é em si a motivação para nos tornarmos mais semelhantes a Cristo agora: "E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro" (1 João 3:3).

Como posso ter uma relação mais próxima com Deus?

O desenvolvimento de uma relação mais próxima com Deus é uma meta admirável e reflete um coração verdadeiramente renascido, pois apenas os que estão em Cristo desejam um relacionamento mais íntimo com Deus. Devemos também entender que nesta vida nunca seremos tão próximos de Deus como deveríamos ou desejamos ser. A razão disso é o persistente pecado em nossas vidas. Esta não é uma deficiência da parte de Deus, mas da nossa; o nosso pecado continua a ser uma barreira para a comunhão plena e completa com Deus, o que será realizado quando estivermos na glória.

Até mesmo o apóstolo Paulo, que teve um relacionamento com Deus tão próximo quanto possível nessa vida, ainda ansiava por um relacionamento mais íntimo: "Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Filipenses 3:8-9). Não importa onde estejamos em nossa caminhada com Cristo, podemos sempre ter uma caminhada mais próxima e, mesmo glorificados no céu, teremos toda a eternidade para crescer em nosso relacionamento com o Senhor.

Há cinco coisas básicas que podemos fazer para ter um relacionamento mais íntimo com Deus.

A primeira coisa que podemos fazer para ter um relacionamento mais íntimo com Deus é ter um hábito diário de confessar os nossos pecados a Ele. Se o pecado é a barreira no nosso relacionamento com Deus, então a confissão remove essa barreira. Quando confessamos os nossos pecados diante de Deus, Ele promete nos perdoar (1 João 1:9), e o perdão é o que restaura a relação que tem sido negativamente afetada. Devemos ter em mente que a confissão é mais do que simplesmente dizer: "Desculpe pelo meu pecado, Deus." É o arrependimento sincero daqueles que reconhecem que o pecado é uma ofensa a um Deus santo. É a confissão de alguém que percebe que o seu pecado é o que pregou Jesus Cristo na cruz. É o grito do publicano em Lucas 18, que disse: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" Como o rei Davi escreveu: "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus"(Salmo 51:17).

A segunda coisa que podemos fazer para ter um relacionamento mais íntimo com Deus é ouvir quando Deus fala. Muitos hoje estão indo atrás de uma experiência sobrenatural de ouvir a voz de Deus, mas o apóstolo Pedro nos diz que devemos ter "assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração" (2 Pedro 1:19). Essa "mais confirmada palavra profética" é a Bíblia. Na Bíblia, "ouvimos" a voz de Deus para nós. É através das Escrituras "inspiradas por Deus" que nos tornamos "perfeitamente habilitados para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16-17). Portanto, se quisermos crescer mais perto de Deus, devemos ler a Sua Palavra regularmente. Na leitura da Sua Palavra, estamos "ouvindo" Deus falar através dela pelo seu Espírito que ilumina a Palavra para nós.

A terceira coisa que podemos fazer para ter um relacionamento mais íntimo com Deus é falar com Ele através da oração. Se ler a Bíblia é escutar Deus falando conosco, então falar com Deus é realizado através da oração. Os Evangelhos frequentemente gravam Jesus se isolando para ter comunhão com o Pai em oração. A oração é muito mais do que simplesmente uma maneira de pedir a Deus por coisas de que precisemos ou queiramos. Considere o modelo de oração que Jesus dá aos seus discípulos em Mateus 6:9-13. As três primeiras petições na oração são dirigidas para Deus (que Seu nome seja santificado, que Seu reino venha, que Sua vontade seja feita). As últimas três petições só são feitas depois das três primeiras e mais importantes (dar o nosso pão de cada dia, perdoar-nos as nossas dívidas, não nos deixar cair em tentação). Uma outra coisa que podemos fazer para reavivar a nossa vida de oração é ler os Salmos. Muitos dos Salmos são clamores sinceros a Deus por várias coisas. Nos Salmos vemos adoração, contrição, ação de graças e súplica modeladas em uma forma divinamente inspirada.

A quarta coisa que podemos fazer para ter um relacionamento mais íntimo com Deus é encontrar um corpo de crentes com os quais possamos adorar regularmente. Este é um componente vital do crescimento espiritual. Muitas vezes nos aproximamos da igreja com uma mentalidade de "o que posso tirar da igreja?". Nós raramente temos tempo para preparar os nossos corações e mentes para a adoração. Mais uma vez, os Salmos nos mostram muitas chamadas de Deus para o Seu povo vir adorá-lo (por exemplo, o Salmo 95:1-2). Deus nos convida, nos ordena, a entrar em Sua presença para a adoração. Como podemos nós, o Seu povo, não responder? Não só ir à igreja frequentemente nos dá uma oportunidade de virmos na presença do Senhor em adoração, mas também nos dá a oportunidade de comunhão com o povo do Senhor. Ao chegarmos na casa do Senhor em adoração e comunhão com o Seu povo, o crescimento para mais perto do Senhor é o resultado.

Finalmente, uma relação mais próxima com Deus é construída sobre uma vida de obediência. Jesus disse aos seus discípulos no cenáculo: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (João 14:23). Tiago nos diz que à medida que nos submetemos a Deus através da obediência, resistimos ao diabo, e nos aproximamos de Deus, Ele se aproximará de nós (Tiago 4:7-8). Paulo nos diz em Romanos que a nossa obediência é o nosso "sacrifício vivo" de ação de graças a Deus (Romanos 12:1). Devemos ter em mente que todas as exortações bíblicas de obediência são apresentadas como a nossa resposta à graça de Deus que recebemos na salvação. Não ganhamos a salvação através de nossa obediência. Pelo contrário, é a nossa forma de demonstrar o nosso amor e gratidão para com Deus.

Assim, através da confissão, do estudo da Bíblia, da oração, do comparecimento regular à igreja e da obediência, podemos desenvolver uma relação mais próxima com Deus. Parece bastante simples, se não simplista. Entretanto, considere isto: como é que vamos desenvolver um relacionamento mais próximo com os outros seres humanos? Conversamos com eles, abrindo-lhes os nossos corações e escutando o que têm a dizer. Reconhecemos quando fazemos algo de errado e pedimos perdão. Procuramos tratá-los bem e sacrificar nossas próprias necessidades para cumprir as deles. Realmente não é muito diferente da nossa relação com o nosso Pai Celestial.

Será que precisamos confessar nossos pecados àqueles contra os quais pecamos?

Sabemos que devemos confessar nossos pecados a Deus, mas muitos cristãos se perguntam se precisamos confessar àqueles contra os quais pecamos. Precisamos dizer à pessoa ofendida que realmente sentimos muito? "Andar na luz" (1 João 1:7) significa que estamos vivendo em obediência aos mandamentos de Deus. No mesmo versículo, temos referências ao perdão através de Cristo e "comunhão uns com os outros." Então, há uma ligação entre ter uma "ficha limpa" e o nosso relacionamento com outras pessoas.

No fim das contas, todo pecado é cometido contra Deus (Salmos 51:4). A Bíblia enfatiza constantemente a nossa necessidade de confessar os nossos pecados a Ele (Salmo 41:4; 130:4, Atos 8:22, 1 João 1:9). Quanto à confissão de nossos pecados a outras pessoas, a Bíblia não dá nenhum comando direto. Somos advertidos muitas vezes a confessar os nossos pecados ao Senhor, mas o único comando direto para confessar a outra pessoa está no contexto dos anciãos da igreja orando a favor do doente (Tiago 5:16).

Isso não quer dizer que nunca devamos buscar o perdão de outra pessoa. A Bíblia nos dá exemplos de confissão a outras pessoas. Um deles é os irmãos de José, pedindo-lhe perdão em Gênesis 50:17-18. Além disso, a confissão direta entre duas pessoas está implícita em passagens como Lucas 17:3-4, Efésios 4:32 e Colossenses 3:13.

Os princípios aqui parecem ser: 1) Devemos buscar o perdão do Senhor por todos os pecados. Ele deseja a "verdade no íntimo" (Salmo 51:6). 2) Se o nosso relacionamento com o Senhor estiver certo, então os nossos relacionamentos com as outras pessoas se alinharão. Trataremos os outros graciosamente, com justiça e honestidade (Salmo 15). Pecar contra alguém e não tentar corrigir a situação seria impensável. 3) A extensão do pedido de desculpas por um pecado deve coincidir com a extensão do impacto do pecado. Em outras palavras, devemos buscar o perdão de quem estava diretamente envolvido a fim de garantir a cura.

Por exemplo, se um homem olhar com cobiça a uma mulher, ele deve imediatamente confessar o pecado ao Senhor. Não seria necessário ou apropriado confessar o pecado para a mulher. Esse pecado é entre o homem e Deus. No entanto, se um homem quebrar uma promessa, ou fizer algo que afeta diretamente a mulher, ele deve confessar a ela e buscar o seu perdão. Se um pecado envolver um grande número de pessoas, como uma igreja, o homem ou mulher deve, então, estender a confissão para os membros da igreja. Assim, a confissão e o pedido de perdão devem coincidir com o impacto. Aqueles afetados pelo pecado devem ouvir a confissão.

Embora o perdão de Deus a nós não dependa da nossa confissão de pecados aos outros e/ou do perdão que eles nos dão, Deus nos chama a ser honestos e diretos com outras pessoas a respeito de nossas falhas, especialmente quando os nossos erros as envolvem. Quando temos ofendido, magoado ou pecado contra os outros, devemos procurar oferecer um pedido de desculpas sincero e confessar e pedir perdão. Se o perdão será concedido ou não depende daqueles a quem confessamos. Nossa responsabilidade, no entanto, é de genuinamente nos arrepender, confessar o pecado e pedir perdão.

Como posso ser uma testemunha eficaz para Cristo em um mundo perdido?

Uma "testemunha" é alguém que atesta um fato, por isso, para ser uma testemunha eficaz para Cristo, é preciso ter um conhecimento de primeira mão dEle. O Apóstolo João fala isso em 1 João 1:1-3, quando diz: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada)." Hoje, nós que temos experimentado a vida nova em Cristo, narramos do Seu amor e perdão, tanto verbalmente quanto na maneira como vivemos nossas vidas. Isto é testemunhar. Para sermos eficazes em nosso testemunho, devemos nos lembrar de várias coisas básicas:

1) O TEMA do nosso testemunho é Jesus Cristo. Paulo definiu o evangelho como a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo (1 Coríntios 15:1-4). Se não estivermos explicando o sacrifício de Cristo, então não estamos realmente compartilhando o evangelho (Veja também 1 Coríntios 2:2 e Romanos 10:9-10). Uma parte importante deste tema é o fato de que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação, e não apenas um de muitos caminhos. "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim"(João 14:6).

2) O PODER do nosso testemunho é o Espírito Santo. É o Espírito que transforma a vida (Tito 3:5), e uma vida transformada é evidente para todos. À medida que testemunhamos, devemos passar muito tempo em oração, apropriando-nos do poder do Espírito para que sejamos capazes de deixar nossa luz brilhar de tal forma que os outros vão reconhecer o poder de Deus em nós (Mateus 5:16).

3) A VALIDADE do nosso testemunho será mostrada na forma como vivemos nossas vidas. Filipenses 2:15 define este objetivo para nós: "para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo." A efetiva testemunha cristã viverá sua vida de forma irrepreensível no poder do Espírito Santo, cujo fruto exibimos quando permanecemos em Cristo (João 15:1-8, Gálatas 5:22-23).

Talvez o mais importante seja o fato de que temos de estar bastante familiarizados com as Escrituras para sermos capazes de apresentar de forma precisa e coerente o evangelho a outras pessoas. "...estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pedro 3:15). Estar sempre preparado significa o diligente estudo da Bíblia, memorizando as Escrituras e orando para que Deus apresente oportunidades de compartilhar com aqueles cujos corações foram preparados pelo Senhor para ouvir a Sua mensagem de salvação.

Eu cometi o pecado _____. Será que Deus vai me perdoar?

Insira qualquer pecado que você tenha cometido no espaço em branco ______. Sim, Deus pode e irá perdoar qualquer pecado. A doutrina da expiação é o que explica a salvação e perdão dos pecados. Deus imputou a justiça de Cristo naqueles que humildemente pedem perdão dos pecados (Isaías 53:5-6, 2 Coríntios 5:21). Ele pagou o preço total do nosso pecado, e os crentes são perdoados completamente por todos os pecados que cometem – no passado, presente e futuro. Há também o perdão diário à medida que confessamos os nossos pecados e os abandonamos para a nossa santificação. Se você comparar qualquer pecado com a morte de Jesus, ele empalidece em comparação, mas Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34).

Os conceitos de salvação e perdão são indissociáveis. Felizmente, a graça de Deus é suficiente para todo e qualquer pecado, qualquer que seja o pecado colocado no espaço em branco. Receber o perdão depende do indivíduo. Essa é a primeira questão: você vai receber a salvação (perdão de pecados) que Cristo está oferecendo? Se a resposta for "sim", então você está totalmente perdoado de toda a dívida do pecado (Atos 13:38-39). Este perdão vem apenas pela fé em Jesus e graça de Deus, e não por obras ou boas ações (Romanos 3:20,22). A salvação começa com a humildade de reconhecer que nunca seremos bons os suficientes para entrarmos no céu por nosso próprio mérito e que precisamos de perdão. Aceitar Jesus Cristo significa crer que Sua morte e ressurreição pagaram o preço por todos os pecados já cometidos e que são suficientes para cobrir todo o pecado (2 Coríntios 12:9).

Então, se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador, Deus já perdoou todos os seus pecados. Se ainda não, confesse os seus pecados a Deus e Ele vai purificá-lo e restaurá-lo à comunhão com Ele (1 João 1:8-9). Mesmo com o perdão, você ainda pode experimentar sentimentos de culpa. Sentir-se culpado sobre o pecado é realmente uma resposta natural da nossa consciência, e esse sentimento existe para nos lembrar a não repetir padrões pecaminosos. Entender que Jesus é plenamente capaz de perdoar qualquer pecado é a esperança da nossa salvação. Entender o perdão é a cura para o sentimento de culpa.

Conhecer esse perdão é realmente um presente bonito e gracioso de um Deus que nos ama e nos permite ver quão verdadeiramente maravilhoso Ele é. Quando contemplamos o nosso próprio pecado e quão miseráveis e indignos do perdão somos, torna-se claro que Deus é amoroso, compassivo e digno de nossa adoração. O nosso orgulho pecaminoso que resiste pedir perdão é o que está entre nós e um relacionamento com um Salvador carinhoso. No entanto, para aqueles que pedem perdão, eles podem acreditar que Jesus é suficiente e está pronto a perdoar e salvá-los dos seus pecados e, no fim das contas, finalmente entrarão em Seus átrios com louvor (Salmo 100:4).

O que significa verdadeiramente seguir a Cristo?

Nos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), o comando de Jesus de “Segue-me” aparece repetidamente (por exemplo, Mateus 8:22, 9:9, Marcos 2:14, Lucas 5:27, João 1:43). Em muitos casos, Jesus estava chamando os doze homens que se tornariam os seus discípulos (Mateus 10:3-4). Mas outras vezes, Ele estava falando para quem quisesse o que Ele tinha para oferecer (João 3:16, Marcos 8:34).

Em Mateus 10:34-39, Jesus afirmou claramente o que significa segui-Lo. Ele disse: "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á."

Jesus trazendo uma "espada" e virando os membros de uma família uns contra os outros pode parecer um pouco duro, principalmente depois de palavras como "para que todo o que nele crê não pereça" (João 3:16). No entanto, Jesus nunca abrandou a verdade, e a verdade é que segui-lo leva a escolhas difíceis. Às vezes voltar para trás pode parecer muito atraente. Quando o ensinamento de Jesus passou das Bem-aventuranças (Mateus 5:3-11) à vindoura cruz, muitos que o haviam seguido mudaram de ideia (João 6:66). Até mesmo os discípulos decidiram que seguir Jesus era muito difícil na noite em que foi preso. Cada um deles o abandonaram (Mateus 26:56, Marcos 14:50). Naquela noite, seguir a Cristo significava possível prisão e execução. Ao invés de arriscar a sua própria vida, Pedro negou três vezes que sequer conhecia Jesus (Mateus 26:69-75).

Seguir verdadeiramente a Cristo significa que Ele tornou-se tudo para nós. Todos seguem alguma coisa: os amigos, a cultura popular, família, desejos egoístas ou Deus. Podemos seguir apenas uma coisa de cada vez (Mateus 6:24). Deus diz que não devemos ter outros deuses diante dEle (Êxodo 20:3, Deuteronômio 5:7, Marcos 12:30). Seguir verdadeiramente a Cristo significa que não seguimos qualquer outra coisa. Jesus disse em Lucas 9:23: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me." Não existe tal coisa como um "meio-discípulo". Como os discípulos demonstraram, ninguém pode seguir a Cristo por suas próprias forças. Os fariseus eram bons exemplos de pessoas que estavam tentando obedecer a Deus em sua própria força. Seu auto-esforço causou apenas a arrogância e a distorção de todo o propósito da Lei de Deus (Lucas 11:39, Mateus 23:24).

Jesus deu aos Seus discípulos o segredo de segui-Lo fielmente, mas eles não o reconheceram naquele momento. Ele disse: "O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita" (João 6:63). E "Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido"(v. 65). Os discípulos tinham andado com Jesus por três anos, aprendendo, observando e participando de seus milagres. No entanto, nem mesmo eles podiam segui-lo fielmente em sua própria força. Eles precisavam de Ajuda.

Jesus prometeu muitas vezes que quando tivesse ascendido ao Pai, Ele os enviaria um "Consolador" - o Espírito Santo (João 14:26, 15:26). Na verdade, Ele lhes disse que era para o seu bem que estava indo embora, para que o Espírito Santo pudesse vir (João 16:7). O Espírito Santo habita no coração de cada crente (Gálatas 2:20, Romanos 8:16, Hebreus 13:5, Mateus 28:20). Jesus advertiu seus seguidores de que não deviam começar a testemunhar dEle "até que do alto sejais revestidos de poder" (Lucas 24:49, Atos 1:4). Quando o Espírito Santo veio sobre os primeiros crentes no dia de Pentecostes, de repente eles tiveram todo o poder de que precisavam para seguir a Cristo, até à morte, se necessário (Atos 2:1-4; 4:31; 7:59-60).

Seguir a Jesus significa se esforçar para ser como Ele. Ele sempre obedeceu ao Seu Pai, então é isso que nos esforçamos para fazer (João 8:29; 15:10). Realmente seguir a Cristo significa torná-lo o chefe. Isso é o que significa fazer de Jesus o Senhor de nossas vidas (Romanos 10:9, 1 Coríntios 12:3, 2 Coríntios 4:5). Cada decisão e sonho é filtrado através de Sua Palavra com o objetivo de glorificá-Lo em todas as coisas (1 Coríntios 10:31). Não somos salvos pelas coisas que fazemos para Cristo (Efésios 2:8-9), mas pelo que Ele tem feito por nós. Por causa de Sua graça, queremos agradá-lo em tudo. Tudo isso é feito ao permitirmos que o Espírito Santo tenha o controle completo de todas as áreas de nossas vidas (Efésios 5:18). Ele explica as Escrituras (1 Coríntios 2:14), nos capacita com dons espirituais (1 Coríntios 12:4-11), nos conforta (João 14:16) e nos (João 14:26) guia. Seguir a Cristo significa que aplicamos as verdades que aprendemos com a Sua Palavra e vivemos como se Jesus caminhasse ao nosso lado em pessoa.

Será que sofrer por Cristo sempre vai ser uma parte de ser um seguidor de Cristo?

A Bíblia fala muito sobre o sofrimento por amor de Cristo. Na época em que o Novo Testamento foi escrito, os seguidores de Jesus eram muitas vezes banidos por suas próprias famílias e comunidades. Algumas das piores perseguições vieram dos líderes religiosos (Atos 4:1-3). Jesus disse aos seus seguidores: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5:10). Ele lembrou a Seus discípulos: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim" (João 15:18).

Segundo Timóteo 3:12 diz: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." Como nos tempos bíblicos, muitos cristãos hoje descobrem que fazer uma declaração pública de fé em Cristo pode resultar em prisão, espancamento, tortura ou morte (Hebreus 11:32-38, 2 Coríntios 12:10, Filipenses 3:8; Atos 5:40). Muitas vezes, aqueles de nós em nações livres estremecem só de pensar, mas nos sentimos relativamente seguros. Entendemos que existem milhares de pessoas que sofrem diariamente por causa de Cristo e somos gratos por não precisarmos. Entretanto, existe apenas um tipo de perseguição?

Jesus disse claramente o que significa segui-lo: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?"(Lucas 9:23-25). Nosso entendimento moderno da frase "tome a sua cruz e siga-me" é muitas vezes inadequado. Nos dias de Jesus, a cruz sempre simbolizava a morte. Quando um homem carregava uma cruz, ele já havia sido condenado a morrer nela. Jesus disse que, para segui-Lo, é preciso estar disposto a morrer. Não vamos todos morrer mártires. Não seremos todos presos, espancados ou torturados por nossa fé. Então, a que tipo de morte Jesus se referiu?

Paulo explica em Gálatas 2:20: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Seguir a Cristo significa que morremos para a nossa própria maneira de fazer as coisas. Consideramos a nossa vontade, os nossos direitos, nossas paixões e nossas metas como sendo crucificados na cruz com Ele. O nosso direito de dirigir as nossas próprias vidas está morto para nós (Filipenses 3:7-8). A morte envolve sofrimento. A carne não quer morrer. Morrer para si mesmo é doloroso e vai contra a nossa inclinação natural de buscar o nosso próprio prazer. Entretanto, não podemos seguir Cristo e a carne (Lucas 16:13, Mateus 6:24, Romanos 8:8). Jesus disse: "Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lucas 9:62).

Paulo sofreu mais do que a maioria por causa de Jesus. Ele disse isso aos cristãos de Filipos: "Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele" (Filipenses 1:29). A palavra concedida aqui significa "mostrado favor, dado livremente como um presente." Paulo não apresenta sofrimento como uma maldição, mas como um benefício.

O sofrimento pode assumir muitas formas. Ao escolher obedecer ao Senhor Jesus Cristo, estamos nos posicionando em desacordo com o mundo. Gálatas 1:10 diz: "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo." Ao aderir de perto os ensinamentos da Bíblia, estamos nos posicionando para sofrer rejeição, zombaria, solidão ou traição. Muitas vezes, a mais cruel perseguição vem daqueles que se consideram espirituais, mas definiram a Deus de acordo com suas próprias ideias. Se optarmos por tomar uma posição a favor da justiça e verdade bíblica, podemos garantir que vamos ser mal interpretados, ridicularizados ou pior. Precisamos ter em mente que nenhuma ameaça de sofrimento impediu os apóstolos de pregar a Cristo. Na verdade, Paulo disse que perder tudo valia a pena "para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte" (Filipenses 3:10). Atos 5:40-41 descreve a reação dos apóstolos depois de terem recebido uma outra surra por sua pregação sobre Jesus: "Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome."

O sofrimento de alguma forma sempre vai ser uma parte de ser um verdadeiro seguidor de Cristo. Jesus disse que o caminho que leva à vida é difícil (Mateus 7:14). Nossa dificuldade é também uma maneira de nos identificar com o Seu sofrimento de uma maneira pequena.

Jesus disse que se o negarmos diante dos homens, Ele nos negará diante do Pai no céu (Mateus 10:33, Lucas 12:9). Há muitas maneiras sutis de negar Cristo. Se nossas ações, palavras, estilo de vida ou opções de entretenimento não refletirem a Sua vontade, estamos negando a Cristo. Se dissermos que o conhecemos, mas vivemos como se não o conhecêssemos, estamos negando a Cristo (1 João 3:6-10). Muitas pessoas escolhem essas formas de negar a Cristo porque não querem sofrer por Ele.

Muitas vezes o nosso maior sofrimento vem de dentro de nós ao batalharmos pelo controle de um coração que precisa morrer para a sua própria vontade e render-se ao senhorio de Cristo (Romanos 7:15-25). Qualquer que seja a forma de sofrimento, devemos adotá-la como um distintivo de honra e um privilégio de que nós, como os apóstolos, somos "dignos de sofrer afrontas por esse Nome."

Como posso saber quando Deus está me dizendo para fazer alguma coisa?

Ore, especialmente quando você não tiver certeza da vontade de Deus para a sua vida. "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida." (Tiago 1:5). "Descansa no SENHOR e espera nele" (Salmo 37:7). Se não souber o que orar, você sempre pode personalizar e orar versículos como: "Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma" (Salmo 143:8) e "Guia-me na tua verdade e ensina-me"(Salmo 25:5).

A principal maneira em que Deus nos ordena é através da Sua Palavra. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Timóteo 3:16). Se a Escritura ordena algo de nós, não há necessidade de hesitar e se perguntar se é realmente a vontade de Deus para a nossa vida. Ele se importa tanto conosco que já nos deu um guia simples e claro para a vida - a Bíblia. "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos" (Salmo 119:105). "A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices" (Salmo 19:7). "De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra" (Salmo 119:9). Da mesma forma, Deus nunca se contradiz, então Ele nunca vai pedir que você faça algo contraditório às Escrituras. Ele nunca vai pedir que você peque. Ele nunca vai lhe pedir para fazer algo que Jesus Cristo não faria. Precisamos mergulhar na Bíblia para que possamos saber quais ações são de acordo com os padrões de Deus. "Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido" (Josué 1:8).

Os cristãos também têm o Espírito Santo para discernir o que é, ou não é, a vontade de Deus para nossas vidas. "o Espírito da verdade... vos guiará a toda a verdade" (João 16:13). Às vezes, o Espírito Santo ou agita a nossa consciência quando estamos tomando uma decisão errada, ou nos acalma e encoraja quando estamos nos inclinando na decisão certa. Mesmo quando não intervém de forma tão perceptível, podemos ter confiança de que Ele está sempre no comando. Às vezes, Deus vai alterar uma situação sem darmos conta de Ele agiu. "O Senhor te guiará continuamente" (Isaías 58:11).

Se Deus estiver chamando você para dar um salto de fé, seja encorajado por Sua presença. "Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares" (Josué 1:9). E lembre-se: "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5:7). "Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6).

O que não devemos fazer é esperar ouvir vozes de Deus. Há uma tendência perigosa de hoje, onde as pessoas procuram ouvir a "palavra do Senhor", alheios ao que Ele já nos deu na Bíblia. "O Senhor me disse. . . " tornou-se o mantra do Cristianismo que depende do combustível da experiência. Infelizmente, o que Ele "diz" a uma pessoa muitas vezes contradiz o que Ele "diz" a outra, e estas revelações extra-bíblicas têm provado ser muito divisivas, destruindo igreja após igreja quando a experiência de uma pessoa tem precedência sobre a de outra. Isso resulta em caos, beneficiando ninguém, exceto Satanás, o qual gosta de semear a discórdia entre os crentes. Devemos fazer o apóstolo Pedro o nosso exemplo nesses assuntos. Apesar da experiência milagrosa no Monte da Transfiguração, onde ele viu o Cristo glorificado falando com Moisés e Elias, Pedro recusou-se a contar com essa experiência, declarando: "Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo. Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso... " (2 Pedro 1:18-19).


Como posso saber quando Deus está me dizendo para fazer alguma coisa?

Como posso viver a minha vida para Deus?

Deus nos deu algumas instruções muito claras em Sua Palavra a respeito de como devemos viver para Ele. Essas instruções incluem o mandamento de amar uns aos outros (João 13:34-35), a chamada a segui-lo à custa de negar os nossos próprios desejos (Mateus 16:24), a exortação a cuidar dos pobres e necessitados (Tiago 1: 27), bem como a advertência para não cair em comportamentos pecaminosos como aqueles que não conhecem a Deus (1 Tessalonicenses 5:6-8). Jesus resumiu o que significa uma vida vivida para Deus quando um professor da lei perguntou-lhe qual era o mais importante dos mandamentos. Jesus respondeu: "Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Marcos 12:29-31).

A oração de Jesus antes de Sua crucificação também esclarece o nosso propósito. Referindo-se aos crentes, Ele orou: "Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja" (João 17:22-26). Jesus deseja um relacionamento conosco.

O Breve Catecismo de Westminster diz: "O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para

sempre." Uma vida vivida para Deus glorifica a Deus. Nós buscamos a Deus com todo o nosso ser - coração, alma, mente e força. Permanecemos em Cristo (João 15:4, 8) e, portanto, agimos como Ele quando amamos os outros. Ao fazer isso, trazemos glória ao Seu nome e também desfrutamos da relação para a qual fomos originalmente criados.

Aqueles que desejam viver para Deus devem buscá-Lo em Sua Palavra. Devemos buscar a orientação do Espírito Santo para aplicar a Palavra às nossas vidas. Viver para Deus significa abrir mão de nós mesmos e desejar a vontade de Deus acima de tudo. À medida que nos aproximamos de Deus e passamos a conhecê-lo mais, os Seus desejos vão mais naturalmente se tornar os nossos. À medida que amadurecemos, nosso desejo de obedecer aos mandamentos de Deus aumenta à medida que o nosso amor por Ele aumenta. Como Jesus disse: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (João 14:15).


Como posso viver a minha vida para Deus?

Será que Deus promete não nos dar mais do que podemos suportar?

Primeiro Coríntios 10:13 diz: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." Esta Escritura nos ensina um princípio poderoso. Se nós pertencemos a Ele, Deus não permitirá que qualquer dificuldade maior que a nossa capacidade de suportar entre em nossas vidas.

Então, qualquer coisa que aconteça em nosso caminho, que nos tente, qualquer tragédia que se abata sobre nós -- somos capazes de superá-la e alcançar a vitória espiritual. Isso não significa que a vida será sempre fácil. Pelo contrário, o fato de que talvez precisemos de uma "válvula de escape" indica que Deus às vezes permite que provações difíceis entrem em nossas vidas. Talvez não acreditemos na nossa capacidade de vencê-las, ou talvez duvidemos da nossa própria força para prevalecer, e talvez sejamos até reprovados no teste. Isso não significa, porém, que não sejamos capazes de superar essa tentação particular. Qualquer que seja a tentação, Deus promete que seremos capazes de superá-la.

No entanto, o que significa "superar" provações? Significa que as provações não ultrapassam a nossa fé ou a nossa posição como filhos de Deus, e que atravessamos as provações intactos. O nosso destino eterno não está em perigo porque somos guardados pelo Espírito Santo, o qual nos foi dado como um pagamento em nossa salvação (Efésios 1:13-14). Nenhuma provação pode superar a nossa salvação porque a salvação vem de Deus. Portanto, o filho de Deus permanecerá firme através das provações, preservado pela mão de Deus. Esta é a prova de que a nossa salvação é real e nossa recompensa no céu nos espera. Tiago 1:12 nos assegura: "Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam."


Será que Deus promete não nos dar mais do que podemos suportar?

Como posso vencer a tentação?

As Escrituras nos dizem que todos nós enfrentamos tentações. Primeiro Coríntios 10:13 diz: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana." Talvez isso proporcione um pouco de encorajamento porque muitas vezes nos sentimos como se sofrêssemos sozinhos, e que os outros são imunes às tentações. A Bíblia nos diz que Cristo também foi tentado: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hebreus 4:15).

De onde, então, essas tentações vêm? Primeiro de tudo, elas não vêm de Deus, embora Ele as permita. Tiago 1:13 diz: "Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta." No primeiro capítulo de Jó, vemos que Deus permitiu que Satanás tentasse Jó, mas com restrições. Satanás está vagueando pela terra como um leão, buscando pessoas para devorar (1 Pedro 5:8). O versículo 9 nos diz para resisti-lo, sabendo que outros cristãos também estão sendo atingindo por seus ataques. Por essas passagens podemos saber que tentações vêm de Satanás. Vemos em Tiago 1:14 que a tentação pode se originar em nós também. O versículo 14 diz que cada um é "tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz." Deixamo-nos pensar certos pensamentos, ir a lugares que não devemos ir e tomar decisões baseadas em nossos desejos que nos levam à tentação.

Como, então, podemos resistir às tentações? Primeiro de tudo, temos de voltar ao exemplo de Jesus sendo tentado no deserto por Satanás em Mateus 4:1-11. Cada uma das tentações de Satanás foi recebida com a mesma resposta: "Está escrito", seguida pela Escritura. Se o Filho de Deus usou a Palavra de Deus para, com eficácia, dar um fim às tentações – o que sabemos que funciona porque depois de três tentativas fracassadas, "o Diabo o deixou" (v. 11) -- quanto mais nós precisamos usá-la para resistir às nossas próprias tentações? Todos os nossos esforços para resistir serão fracos e ineficazes a menos que sejam movidos pelo Espírito Santo através da leitura constante, do estudo e da meditação na Palavra. Desta forma, seremos "transformados pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2). Não há nenhuma outra arma contra a tentação exceto a "espada do Espírito, que é a Palavra de Deus" (Efésios 6:17). Colossenses 3:2 diz: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra." Se as nossas mentes estiverem cheias com os mais recentes programas de TV, música e todo o resto que a cultura tem para oferecer, seremos bombardeados com mensagens e imagens que inevitavelmente levam a paixões pecaminosas. No entanto, se nossas mentes estiverem cheias com a majestade e santidade de Deus, o amor e a compaixão de Cristo e o brilho de ambos refletido em Sua Palavra perfeita, veremos que o nosso interesse pelas concupiscências do mundo diminuem e desaparecem. No entanto, sem a influência da Palavra em nossas mentes, estamos abertos a qualquer coisa que Satanás atirar em nós.

Aqui, então, é o único meio para guardar nossos corações e mentes, a fim de manter as fontes de tentação longe de nós. Lembre-se das palavras de Cristo a Seus discípulos no jardim, na noite em que foi traído: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 26:41). A maioria dos cristãos não iria querer abertamente pular em pecado, mas não podemos resistir cair nele porque a nossa carne não é forte o suficiente para resistir. Nós nos colocamos em situações ou preenchemos nossas mentes com paixões sensuais, e isso nos leva a pecar.

Precisamos renovar o nosso pensamento como nos é dito em Romanos 12:1-2. Não devemos mais pensar como o mundo pensa, ou andar da mesma forma em que o mundo caminha. Provérbios 4:14-15 nos diz: "Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo." Precisamos evitar o caminho do mundo que nos conduz em tentação porque a nossa carne é fraca. Somos facilmente levados por nossas próprias concupiscências.

Mateus 5:29 tem alguns excelentes conselhos. "Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno." Isso soa grave! O pecado é grave! Jesus não está dizendo que nós literalmente precisamos remover partes do corpo. Cortar o olho é uma medida drástica, e Jesus está nos ensinando que, se necessário, uma medida drástica deve ser tomada para evitar o pecado.


Como posso vencer a tentação?

É errado manter em segredo a fé em Cristo a fim de preservar a sua própria vida?

É errado manter em segredo a nossa fé em Cristo por medo de represália ou até mesmo da morte? Os cristãos devem estar dispostos a morrer por confessar o nome de Jesus? Devemos manter a nossa fé em segredo a fim de preservar as nossas vidas? Esta é uma pergunta que é apenas hipotética para cristãos em muitas partes do mundo, com a pior perseguição que poderiam receber sendo mangação e/ou insultos. No entanto, para os cristãos em algumas partes do mundo, essa questão é muito real e prática - as suas vidas, literalmente, estão em risco. É uma coisa não ser tão corajoso quanto gostaria a fim de proteger a sua própria vida e/ou a vida de sua família. É uma outra coisa completamente fazer a sua própria vida uma prioridade maior do que servir, honrar, adorar e obedecer a Cristo. Então, tendo dito isso, é errado manter a sua fé em Cristo um segredo?

O próprio Jesus nos dá a resposta: "Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus. Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada" (Mateus 10:32-34). Cristo deixou claro que "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (João 15:18-19). Assim, embora seja compreensível que alguém mantenha a sua fé em Cristo em segredo a fim de salvar a sua vida, para um cristão, uma fé secreta simplesmente não é uma opção.

Na passagem acima, a palavra "mundo" vem do grego kosmos. Ela se refere a um sistema mundial caído e perverso de pessoas ímpias, imorais e cujos corações e mentes são controlados por Satanás (João 14:30, 1 João 5:19, Efésios 2:1-3). Satanás odeia a Deus. Ele também odeia aqueles que seguem a Cristo. Os cristãos são o ponto focal da ira de Satanás. Seu objetivo é "devorá-los" (1 Pedro 5:8, Efésios 6:11). Não devemos nos surpreender que os governantes mundiais odeiam os crentes simplesmente porque "não são do mundo". A razão pela qual os cristãos estão sendo perseguidos e mortos diariamente por sua confissão de Cristo é que as nossas vidas piedosas servem para condenar os atos perversos deste mundo (Provérbios 29:27). Tem sido assim desde o início dos tempos com o primeiro assassinato já registrado, quando Caim matou Abel (Gênesis 4:1-8). Por que Caim fez isso? "Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1 João 3:12). Do mesmo modo, o mundo de hoje incentiva aqueles que praticam o mal (Romanos 1:32) e condena aqueles que querem viver dignamente.

Uma outra mensagem que Jesus trouxe ao mundo: "Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome" (Mateus 24:9). Jesus nos prometeu isto: no fim dos tempos, os cristãos sofrerão perseguição severa por este mundo ímpio. Vamos ser profanados, abusados e amaldiçoados. A frase "sereis atribulados" vem da palavra grega que significa "entregar", como no sentido de ser preso pela polícia ou militar (Mateus 4:12). Muitos serão assassinados. Vamos ser "odiados por todas as nações" por amor do Seu nome. Na passagem paralela de Marcos, Jesus declara: "Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho" (Marcos 13:9). Como estamos testemunhando hoje em todo o mundo, identificar-nos com o nome de Cristo vai nos custar nossas liberdades, nossos direitos, nosso respeito e, por vezes, as nossas vidas.

Os cristãos têm um mandato de Cristo: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). Paul ecoa o comando de de Cristo com esta pergunta: "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!" (Romanos 10:14-15). Para que o evangelho seja proclamado, até mesmo nos cantos mais escuros da terra, alguém tem que fazer a proclamação. O nosso propósito na Terra é ser a luz do mundo e sal da terra, dizendo aos outros a notícia salvadora de Jesus Cristo. Sim, às vezes corremos o risco de perseguição ao fazê-lo, e às vezes arriscamos as nossas próprias vidas. No entanto, sabemos que é a vontade de Deus que compartilhemos a Sua verdade com os outros, e também sabemos que Ele é poderoso o suficiente para proteger-nos até a nossa missão na Terra ser completa.

Viver para Cristo neste mundo pode ser difícil, até mesmo brutal. Este mundo não é o nosso lar. O mundo é um campo de batalha. As provações da vida são as ferramentas que Deus usa para nos edificar e nos tornar mais semelhantes a Jesus. É nesses tempos sombrios que olhamos para Cristo e deixamos que o Seu poder trabalhe dentro de nós. Pouco antes de Sua ascensão ao céu, Jesus nos deu o Seu comando final para espalhar o evangelho para o mundo. Com isso, Ele também nos deu a Sua promessa final: "E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" (Mateus 28:20). E isso é tudo o que importa.


É errado manter em segredo a fé em Cristo a fim de preservar a sua própria vida?

É a santificação completa/perfeição sem pecado possível nesta vida?

Efésios 4:13 diz que os dons espirituais são dados para a edificação do corpo de Cristo "até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo." Algumas traduções dizem que nos tornaremos "perfeitos" (em vez de alcançar a "varonilidade" ou maduros), e a partir daí algumas pessoas equivocadamente acham que podemos alcançar a perfeição completa nesta vida. A Bíblia ensina que, enquanto estivermos na carne, vamos sempre lutar com uma natureza pecaminosa (Romanos 7:14-24). Ninguém será "perfeito" (sem pecado), até chegarmos ao céu.

A palavra traduzida como "varonilidade" (maturidade) em Efésios 4:13 é a palavra grega teleios (tel'-i-os). É usada em todo o Novo Testamento para significar "perfeito", "completo", "adulto" e "maduro". O que Efésios 4:13 ensina é que, quanto mais crescermos em Cristo, mais fortes e mais unificados seremos como uma igreja. O versículo não ensina que vamos parar de pecar.

Uma outra passagem que às vezes causa confusão é Colossenses 1:28, a qual diz, em algumas traduções, que Paulo quer apresentar "todo homem perfeito em Cristo." Além disso, em Colossenses 4:12, Paulo ora para que "vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus." Em ambos os versículos, a palavra perfeito deve ser traduzida como "maduro" ou "desenvolvido", não "perfeito" no sentido de não ter nenhum pecado.

Como seres humanos, somos sujeitos à maldição de Adão neste mundo. Não importa o quanto tentemos, ainda vamos pecar contra Deus. O apóstolo Paulo repreendeu Pedro por mostrar favoritismo (Gálatas 2:11-13). No final de seu ministério, Paulo chama-se do principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Pedro, Tiago, João e Paulo todos admitiram que eram imperfeitos. Como você ou eu poderíamos reivindicar alguma coisa diferente?

A verdadeira perfeição não virá até o arrebatamento da igreja, quando subiremos ao encontro de Jesus nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Naquele momento, receberemos um novo corpo (Filipenses 3:20-21, 1 Coríntios 15:54). Vamos estar presentes no Tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10), onde nossas obras serão julgadas e recompensas serão dadas (1 Coríntios 3:9-15). Nós, então, viveremos para sempre e reinaremos com Cristo em perfeição completa.


É a santificação completa/perfeição sem pecado possível nesta vida?

Fortalezas espirituais - Qual é o ponto de vista bíblico?

A palavra fortalezas é encontrada uma vez no Novo Testamento, usada metaforicamente por Paulo em uma descrição da batalha espiritual do cristão: "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas" (2 Coríntios 10:3-4). Esta passagem revela os seguintes fatos sobre a nossa guerra:

  1. A nossa batalha não é planejada de acordo com a forma como este mundo luta; estratagemas terrenos não são a nossa preocupação.
  2. As nossas armas não são físicas, pois a nossa guerra é de natureza espiritual. Ao invés de armas e tanques, as nossas armas são as da "armadura de Deus", que consistem de "a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (Efésios 6:14-17).
  3. O nosso poder vem de Deus.
  4. O plano de Deus é destruir fortalezas espirituais.
Quais são essas "fortalezas" ou "fortificações" que enfrentamos? No versículo seguinte, Paulo interpreta a metáfora: "...anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5). Os "sofismas" são as filosofias, raciocínios e esquemas do mundo. A "altivez" tem a ver com qualquer coisa que seja orgulhosa, centrada no homem e auto-confiante.

Aqui está a imagem: o cristão, vestindo sua armadura espiritual e usando suas armas espirituais, prepara-se para "conquistar" o mundo para Cristo, mas ele logo descobre obstáculos. O inimigo tem erguido guarnições fortemente fortificadas para resistir à Verdade e frustrar o plano de redenção de Deus. Há também a fortaleza do raciocínio humano, reforçada com muitos argumentos sutis e pretensão de lógica. Há o castelo da paixão, com muralhas defendidas por luxúria, prazer e ganância. E há o pináculo do orgulho, no qual o coração humano se senta no trono e se deleita em pensamentos de sua própria excelência e suficiência.

O inimigo está firmemente entrincheirado; estas fortalezas têm sido guardadas por milhares de anos, apresentando um grande muro de resistência à Verdade. No entanto, nada disso impede o guerreiro cristão. Usando as armas da escolha de Deus, ele ataca as fortalezas, e pelo poder miraculoso de Cristo, as paredes são violadas e os bastiões do pecado e do erro são derrubados. O cristão vitorioso entra nas ruínas e leva em cativeiro, por assim dizer, toda a teoria falsa e toda a filosofia humana que outrora orgulhosamente afirmara a sua independência de Deus.

Se isso soa muito com Josué lutando a batalha de Jericó, você está certo. Que maravilhosa ilustração da verdade espiritual que essa história é (Josué 6)!

Compartilhar o evangelho não é a única vez que vemos resistência. Também podemos enfrentar fortalezas demoníacas em nossas vidas, em nossas famílias e até mesmo em nossas igrejas. Qualquer pessoa que tenha lutado contra um vício, orgulho ou teve que "fugir das paixões da mocidade" sabe que o pecado, a falta de fé e uma visão mundana da vida são de fato "fortalezas".

O Senhor está construindo a Sua Igreja, e as "portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18). Aquilo de que precisamos são soldados cristãos, totalmente devotos à vontade do Senhor dos Exércitos, o qual vai usar as armas espirituais que Ele mesmo oferece. "Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus" (Salmo 20:7).

Fortalezas espirituais - Qual é o ponto de vista bíblico?

Como posso assumir o controle dos meus pensamentos?

Muitos cristãos lutam com essa questão, especialmente em nosso mundo altamente tecnológico. No entanto, tomar o controle dos nossos pensamentos é essencial. Provérbios 4:23 diz: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida." O "coração" inclui a mente e tudo que procede dela. Alguém disse que cada pecado que cometemos é cometidos duas vezes, uma vez em nossos pensamentos e novamente quando agimos devido a esses pensamentos. É mais fácil livrar a nossa vida de pecado se o atacarmos quando ainda no início (em nosso pensamento), em vez de esperar que se torne enraizado em nossas vidas por nossas ações e, em seguida, tentar retirá-lo.

Há também uma diferença entre ser tentado (um pensamento entrando na mente) e pecar (meditar e desfrutar de um mau pensamento). É importante compreender que quando um pensamento entra em nossa mente, nós o examinamos com base na Palavra de Deus e determinamos se devemos continuar por esse caminho ou rejeitar o pensamento e substituí-lo por outro pensamento. Se já permitimos que um hábito se forme em nossa vida de pensamento, torna-se mais difícil mudar o caminho de nossos pensamentos, assim como é difícil pegar um carro de um barranco profundo e em uma nova pista. Aqui estão algumas sugestões bíblicas para tomar o controle de nossos pensamentos e se livrar de pensamentos errados:

1. Seja constante na Palavra de Deus de modo que quando um pensamento pecaminoso entrar na nossa mente (uma tentação), seremos capazes de reconhecê-lo pelo que é e saber o rumo a tomar. Jesus no deserto (Mateus 4) respondeu a cada uma das tentações de Satanás com a Escritura que se aplica à direção que Ele sabia que sua mente devia tomar, em vez de partir para o caminho do pensamento pecaminoso. Quando tentado a satisfazer sua necessidade física (transformar pedra em pão), Ele recitou a passagem sobre a importância de confiar em Deus. Quando tentado a servir a Satanás a fim de obter a glória do mundo, Ele trouxe a passagem que diz que devemos servir e adorar somente a Deus e falar da glória que pertence a Ele e aos que são Seus.

Quando tentado a testar Deus (para ver se Deus realmente estava presente e iria manter as Suas promessas), Jesus respondeu com passagens que enfatizam a importância de crer em Deus sem ter que vê-lo demonstrar a Sua presença. Citar as Escrituras em um momento de tentação não é um talismã, mas serve o propósito de guiar as nossas mentes em uma trilha bíblica. No entanto, precisamos conhecer a Palavra de Deus ANTES DO TEMPO a fim de alcançar este objetivo. Assim, um hábito diário de estar na Palavra de uma maneira significativa é essencial. Se estivermos conscientes de uma determinada área da tentação constante (preocupação, luxúria, ira, etc.), precisamos estudar e memorizar passagens-chave que lidem com essas questões. Observar tanto o que devemos evitar (negativo) quanto como devemos responder corretamente (positivo) aos pensamentos tentadores e situações - antes de termos que lidar com eles – muito nos ajudará a alcançar a vitória.

2. Viva na dependência do Espírito Santo, principalmente por meio de buscar a Sua força através da oração (Mateus 26:41). Se confiarmos em nossa própria força, nós falharemos (Provérbios 28:26, Jeremias 17:9, Mateus 26:33).

3. Não devemos alimentar as nossas mentes com o que promove pensamentos pecaminosos. Esta é a ideia de Provérbios 4:23. Devemos guardar o nosso coração - o que permitimos que entre ou permaneça nele. Jó 31:1 diz: "Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?" Romanos 13:14 diz: "mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências." Assim, devemos evitar revistas, vídeos, sites, conversas e situações que nos preparem para cair. Também devemos evitar passar o tempo com aqueles que nos incentivam a seguir esses caminhos errados.

4. Devemos seguir Deus ardentemente, substituindo os pensamentos pecaminosos por atividades e mentalidades piedosas. Este é o princípio de reposição. Quando tentado a odiar alguém, podemos substituir esses pensamentos de ódio com ações divinas: fazemos o bem para eles, falamos bem deles e oramos por eles (Mateus 5:44). Ao invés de roubar, devemos trabalhar duro para ganhar dinheiro, para que possamos buscar oportunidades para dar aos outros em necessidade (Efésios 4:28). Quando tentado a cobiçar uma mulher, tiramos o nosso olhar, louvamos a Deus pela maneira como Ele nos fez - macho e fêmea - e oramos pela mulher (por exemplo: "Senhor, ajude esta jovem mulher a vir a conhecê-lo, se ela ainda não o conhece, e a ter a alegria de caminhar contigo"), então pense nela como uma irmã (1 Timóteo 5:2). A Bíblia fala muitas vezes de se "despojar" de ações e pensamentos errados, e em seguida de se "revestir" com ações e pensamentos divinos (Efésios 4:22-32). Simplesmente buscar remover os pensamentos pecaminosos sem substitui-los com pensamentos com santos deixa um campo vazio para Satanás vir e semear as suas ervas daninhas (Mateus 12:43-45).

5. Podemos usar comunhão com outros cristãos do jeito que Deus planejou. Hebreus 10:24-25 diz: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." Cristãos companheiros que nos encorajam nas mudanças que desejamos (melhor que sejam do mesmo sexo), que oram por nós e conosco, que nos perguntam em amor como estamos indo e que nos encorajam a evitar os velhos caminhos, esses são amigos realmente valiosos.

Último e mais importante, esses métodos não terão nenhum valor a menos que tenhamos colocado a nossa fé em Cristo como Salvador do nosso pecado. Este é o lugar onde devemos absolutamente começar! Sem isso, não pode haver vitória sobre pensamentos pecaminosos e tentações, e as promessas de Deus para os Seus filhos não são para nós, nem está o poder do Espírito Santo disponível para nós!

Deus vai abençoar aqueles que procuram honrá-lo com o que é mais importante para Ele: o que somos por dentro e não apenas o que aparentamos ser para os outros. Que Deus nos dê a mesma descrição que Jesus deu a Natanael - um homem [ou mulher] em quem não há dolo (João 1:47).


Como posso assumir o controle dos meus pensamentos?

Por que Deus permite que passemos por provações e tribulações?

Uma das partes mais difíceis da vida cristã é o fato de que se tornar um discípulo de Cristo não nos torna imunes a provações e tribulações da vida. Por que um Deus bom e amoroso permite que passemos por coisas como a morte de uma criança, doenças e ferimentos a nós mesmos e nossos entes queridos, dificuldades financeiras, preocupação e medo? Certamente, se Ele nos amasse, Ele tiraria todas essas coisas de nossas vidas. Afinal, amar não significa que Ele quer que nossas vidas sejam fáceis e confortáveis? Na verdade, não, não significa. A Bíblia ensina claramente que Deus ama aqueles que são Seus filhos, e que todas as coisas "cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8:28). Então, isso deve significar que as provações e tribulações que Ele permite em nossas vidas fazem parte de tudo que coopera para o nosso bem. Portanto, para o crente, todas as provações e tribulações devem ter um propósito divino.

Como em todas as coisas, o propósito final de Deus para nós é crescer mais e mais à imagem de Seu Filho (Romanos 8:29). Este é o objetivo do cristão, e tudo na vida, incluindo as provações e tribulações, foi concebido para nos permitir alcançar esse objetivo. Ser separado para os propósitos de Deus e equipado para viver para a Sua glória faz parte do processo de santificação. A maneira em que tribulações alcançam este objetivo é explicado em 1 Pedro 1:6-7: "Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, ara que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo". A verdadeira fé do crente será confirmada pelas provações que sofremos para que possamos descansar na certeza de que essa fé é real e vai durar para sempre.

As provações desenvolvem em nós um caráter piedoso, e isso nos permite a gloriar "nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5:3-5). Jesus Cristo deu o exemplo perfeito. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores"(Romanos 5:8). Estes versículos revelam aspectos do Seu propósito divino tanto para as provações e tribulações de Jesus Cristo quanto as nossas. Perseverar prova a nossa fé. "Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13).

No entanto, devemos ter cuidado para não tentar usar desculpas para as nossas "provações e tribulações" se forem o resultado de nossos erros. "Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem" (1 Pedro 4:15). Deus perdoa os nossos pecados porque a punição eterna para eles foi paga pelo sacrifício de Cristo na cruz. No entanto, ainda temos que sofrer as consequências naturais nesta vida por nossos pecados e más escolhas. No entanto, Deus usa até mesmo esses sofrimentos para nos moldar e conformar com os Seus propósitos e nosso bem supremo.

As provações e tribulações vêm tanto com um propósito quanto uma recompensa. "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam" (Tiago 1:2-4,12).

Através de todas as provações e tribulações da vida, temos a vitória. "Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo." Apesar de estarmos em uma batalha espiritual, Satanás não tem autoridade nenhuma sobre o crente em Cristo. Deus nos deu a Sua Palavra para nos guiar, o Seu Espírito Santo para nos capacitar e o privilégio de podermos nos aproximar dEle em qualquer lugar, a qualquer momento, para orar sobre qualquer coisa. Ele também nos assegurou que nenhuma tribulação nos testará além da nossa capacidade de suportá-la, e que "juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Coríntios 10:13).


Por que Deus permite que passemos por provações e tribulações?

O que é a verdadeira adoração?

O apóstolo Paulo descreve perfeitamente a verdadeira adoração em Romanos 12: 1-2: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Essa passagem contém todos os elementos da verdadeira adoração. Primeiro, há a motivação para adoração: "as misericórdias de Deus." As misericórdias de Deus são tudo o que Ele tem nos dado que nós não merecemos: o amor eterno, a graça eterna, o Espírito Santo, a paz eterna, a alegria eterna, a fé salvadora, conforto, força, sabedoria, esperança, paciência, bondade, honra, glória, justiça, segurança, vida eterna, perdão, reconciliação, justificação, santificação, liberdade, intercessão e muito mais. O conhecimento e a compreensão desses presentes incríveis nos motivam a demonstrar louvor e ação de graças - em outras palavras, adoração!

Também na passagem encontra-se uma descrição da forma da nossa adoração: "apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo e santo." Apresentar os nossos corpos significa dar a Deus tudo de nós mesmos. A referência aos nossos corpos, aqui, significa todas as nossas faculdades humanas, tudo da nossa humanidade - nossos corações, mentes, mãos, pensamentos, atitudes - deve ser apresentado a Deus. Em outras palavras, estamos abrindo mão do controle dessas coisas e entregando-o a Ele, assim como um sacrifício literal foi entregue totalmente a Deus no altar. Mas como alcançar isso? Mais uma vez, a passagem é clara: "pela renovação da sua mente." Renovamos as nossas mentes diariamente ao limpá-las da "sabedoria" do mundo e substituindo-as com a verdadeira sabedoria que vem de Deus. Nós o adoramos com nossas mentes renovadas e limpas, não com nossas emoções. As emoções são coisas maravilhosas, mas a menos que sejam formadas por uma mente saturada na Verdade, elas podem ser forças destrutivas e fora de controle. Onde a mente vai, a vontade segue, e assim fazem as emoções. Primeiro Coríntios 2:16 nos diz que temos "a mente de Cristo", e não as emoções de Cristo.

Há apenas uma maneira de renovar as nossas mentes – através da Palavra de Deus. É conhecer e compreender a verdade da Palavra de Deus que renova nossas mentes. Conhecer a a verdade, crer na verdade, manter convicções sobre a verdade e amar a verdade naturalmente resultarão em uma verdadeira adoração espiritual. É convicção seguida de afeto, afeto que é uma resposta à verdade, e não a quaisquer estímulos externos, incluindo a música. A música, como tal, não tem nada a ver com a adoração. A música não pode produzir adoração, embora certamente possa produzir emoção. A música não é a origem da adoração, mas pode ser uma expressão da mesma. Não espere que a música induza a sua adoração; busque nela apenas uma forma de expressar o que se encontra em um coração encantado pelas misericórdias de Deus e obediente aos Seus mandamentos.

A verdadeira adoração é centrada em Deus. As pessoas tendem a se distrair com onde devem adorar, qual música devem cantar na adoração e como outras pessoas enxergam o seu louvor. Focalizar-se nessas coisas atrapalha enxergar o ponto principal. Jesus diz-nos que os verdadeiros adoradores hão de adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4:24). Isso significa que adoramos a partir do coração, essa é a maneira que Deus projetou. A adoração pode incluir orar, ler a Palavra de Deus com o coração aberto, cantar, participar em comunhão e servir aos outros. Ela não se limita a um ato, mas é feita corretamente quando o coração e atitude da pessoa estão no lugar certo.

Também é importante saber que a adoração é reservada somente para Deus. Só Ele é digno e não qualquer um dos Seus servos (Apocalipse 19:10). Não devemos adorar santos, profetas, anjos, estátuas, quaisquer falsos deuses ou Maria, a Mãe de Jesus. Também não devemos adorar com a expectativa de receber algo em troca, como uma cura milagrosa. A adoração é feita para Deus - porque Ele merece - e para o Seu prazer apenas. A adoração pode ser louvor público a Deus (Salmo 22:22; 35:18) em um ambiente congregacional, onde podemos proclamar através da oração e louvor a nossa adoração e gratidão a Ele e o que tem feito por nós. A verdadeira adoração é sentida interiormente e então expressa através de nossas ações. "Adorar" por obrigação desagrada a Deus e é completamente em vão. Ele pode ver através de toda a hipocrisia, a qual Ele odeia. Ele demonstra isso em Amós 5:21-24 ao falar sobre a vinda de julgamento. Um outro exemplo é a história de Caim e Abel, os primeiros filhos de Adão e Eva. Ambos trouxeram ofertas ao Senhor, mas Deus só se agradou com Abel. Caim trouxe a oferta por obrigação; Abel trouxe os melhores cordeiros do seu rebanho. Ele trouxe o que trouxe por fé e admiração por Deus.

A verdadeira adoração não se limita ao que fazemos na igreja ou em adoração aberta (embora sejam coisas boas e que a Bíblia nos encoraja a fazer). A verdadeira adoração é o reconhecimento de Deus e todo o Seu poder e glória em tudo o que fazemos. A forma mais elevada de louvor e adoração é a obediência a Ele e à Sua Palavra. Para fazer isso, devemos conhecer a Deus; não podemos ser ignorantes dEle (Atos 17:23). A adoração serve para glorificar e exaltar a Deus - para mostrar a nossa lealdade e admiração ao nosso Pai.


O que é a verdadeira adoração?

Como posso aprender a confiar em Deus?

Não podemos confiar em alguém que não conhecemos, e esse é o segredo de aprender a confiar em Deus. Quando alguém diz: "Confie em mim", temos uma de duas reações. Ou podemos dizer: "Sim, eu vou confiar em você", ou podemos dizer: "Por que eu deveria?" No caso de Deus, confiar nEle é a consequência natural quando entendemos por que deveríamos.

A principal razão por que devemos confiar em Deus é que Ele é digno de nossa confiança. Ao contrário dos homens, Ele nunca mente e nunca deixa de cumprir as Suas promessas. "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?"(Números 23:19, Salmo 89:34) Ao contrário dos homens, Ele tem o poder de realizar os Seus planos e propósitos. Isaías 14:24 nos diz: "Jurou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará." Além disso, os Seus planos são perfeitos, santos e justos, e Ele faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que O amam e são chamados segundo o Seu propósito santo (Romanos 8:28). Se nos esforçarmos para conhecer a Deus através da Sua Palavra, veremos que Ele é digno da nossa confiança, a qual vai crescer diariamente. Conhecê-lo é confiar nEle.

Podemos aprender a confiar em Deus ao vermos como Ele provou ser confiável em nossas vidas e nas vidas dos outros. Em 1 Reis 8:56 lemos: "Bendito seja o SENHOR, que deu repouso ao seu povo de Israel, segundo tudo o que prometera; nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo." O registro das promessas de Deus está em Sua Palavra para que todos possam lê-lo, assim como o registro da Sua realização. Documentos históricos verificam esses eventos e falam da fidelidade de Deus para o Seu povo. Todo cristão pode dar testemunho pessoal da confiabilidade de Deus ao vermos a Sua obra em nossas vidas, cumprindo as Suas promessas para salvar as nossas almas, usar-nos para os Seus propósitos (Efésios 2:8-10) e consolar-nos com a paz que excede todo o entendimento ao corrermos a corrida que Ele planejou para nós (Filipenses 4:6-7, Hebreus 12:1). Quanto mais experimentarmos da Sua graça, fidelidade e bondade, mais confiaremos nEle (Salmo 100:5, Isaías 25:1).

Uma terceira razão para confiar em Deus é que realmente não temos uma outra alternativa sensata. Devemos confiar em nós mesmos ou em outros que são pecadores, imprevisíveis, não confiáveis, de sabedoria limitada e que frequentemente fazem más escolhas e decisões influenciadas pela emoção? Ou, ao invés, devemos confiar no Deus todo-poderoso, onisciente, gracioso, misericordioso e amoroso, sabendo que Ele tem boas intenções para nós? A escolha deve ser óbvia, mas deixamos de confiar em Deus porque não O conhecemos. Como já foi dito, não podemos esperar confiar em alguém que seja essencialmente um estranho para nós, mas isso é facilmente sanado. Deus não se fez difícil de encontrar ou conhecer. Tudo que precisamos saber sobre Deus, Ele graciosamente disponibilizou na Bíblia, a Sua Santa Palavra para o Seu povo. Conhecer a Deus é confiar nEle.


Como posso aprender a confiar em Deus?

Como posso saber como adorar a Deus corretamente?

A adoração pode ser definida como o ato de honrar e amar uma divindade, ídolo ou uma pessoa de forma "altruísta". O ato de adoração envolve “o eu” total em dar louvor, agradecimento e reverência à divindade, pessoa ou objeto material. Não é um assunto que se trate pela metade, e apenas depois de distinguir entre o que seja ou não adoração, no que diz respeito ao objetivo divino, é que podemos começar a responder à pergunta acima mais plenamente. Na verdade, a adoração bíblica, conforme definida pelo estudioso AW Pink (1886 - 1952) em sua exposição do evangelho de João, diz o seguinte: "É um coração redimido, ocupado com Deus, expressando-se em adoração e ação de graças." Da mesma forma, AW Tozer, uma vez considerado um profeta do século 20, disse: "A verdadeira adoração é ser tão pessoalmente e perdidamente apaixonado por Deus que a ideia de uma transferência de afeto nunca existe mesmo remotamente."

Assim, a verdadeira adoração de Deus se distingue pelos seguintes critérios: primeiro, vem do coração resgatado que foi justificado diante de Deus pela fé e que está confiando no Senhor Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Como se pode adorar o Deus do céu, se o seu pecado não tem sido tratado? Nunca pode ser aceitável uma adoração que proceda de um coração ainda não regenerado, onde Satanás, o próprio eu e o mundo tenham a maior influência (2 Timóteo 2:26, 1 João 2:15). Qualquer adoração, a menos a que seja de um coração "lavado", é vã.

Em segundo lugar, a verdadeira adoração de Deus vem de um coração que deseje apenas Ele. Foi exatamente aqui onde o povo samaritano errou; eles procuraram adorar a Deus e ídolos (2 Reis 17: 28-41), e isso é reafirmado pelo Senhor Jesus Cristo ao ensinar sobre o tema da verdadeira adoração quando a mulher samaritana veio buscar água do poço. "Vós adorais o que não conheceis" (João 4: 22). Essas pessoas adoraram a Deus "pela metade" porque a sua afeição total não estava em Deus. É possível que até mesmo os crentes verdadeiros caiam neste segundo erro. Talvez não concordemos em ter ídolos físicos, como os samaritanos fizeram, mas o que absorve a nossa vontade, o nosso tempo, os nossos recursos mais do que tudo? Serão a carreira, bens materiais, dinheiro, saúde ou até mesmo nossas famílias? Vamos clamar, como o rei Davi no Salmo 63: 5: "Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva." Nada menos do que Deus deve satisfazer o coração do homem regenerado, e a sua resposta a essa satisfação divina, comparável à melhor comida que já existiu, é o fruto de lábios que cantam louvores a Deus (Hebreus 13: 15).

Em terceiro lugar, a verdadeira adoração de Deus é o desejo de continuar a aumentar o nosso conhecimento dEle. Como temos perdido esse desejo nestes dias! Além da Bíblia, a qual devemos ler diariamente, precisamos complementar o nosso conhecimento através da leitura de outros livros bons também. Precisamos encher nossa mente constantemente com as coisas de Deus; Deus deve estar sempre em nossa mente, e tudo o que fizermos deve ser feito com referência a Ele (Colossenses 3:17, 1 Coríntios 10:31). É interessante que a palavra grega para "adoração" em Romanos 12:1 também pode significar "serviço". Então, as nossas vidas diárias também devem ser consideradas adoração. Todos os dias devemos nos oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. A igreja deve formar o mundo ao molde de Jesus Cristo, mas muitas vezes é o contrário.

Vamos purificar os nossos corações se realmente quisermos adorar o Deus trino em espírito e em verdade. Nosso Deus é santo, Ele é completamente "Outro", um Deus que não pode nos compartilhar com outros objetos de nosso afeto. Na verdade, um Deus que SE RECUSA a nos compartilhar por causa da Sua santidade. Fomos feitos para adorar, mas a Queda nos aleijou e arruinou. A adoração é a coisa mais natural para o homem, mas até sermos restaurados a Deus através do sacrifício do Seu Filho amado, toda a nossa adoração é apenas uma coisa vã. É como "fogo estranho" diante do altar (Levítico 10:1).


Como posso saber como adorar a Deus corretamente?