Gênesis 1:26-27 declara: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Estes versos indicam que há algo que difere a humanidade de todo o resto da criação. Os seres humanos foram criados para ter um relacionamento com Deus e, por isto, Deus nos criou com aspectos materiais e imateriais. Os aspectos materiais são, obviamente, aqueles que são tangíveis: o corpo físico, órgãos, etc. e somente existem enquanto a pessoa estiver viva. Os aspectos imateriais são aqueles intangíveis: alma, espírito, intelecto, vontade, consciência, etc. Estas características existem além da duração da vida da pessoa.
Todos os seres humanos possuem as características materiais e imateriais em sua existência. É claro que todos têm um corpo, com carne, sangue, ossos, órgãos e células. Entretanto, são as qualidades intangíveis aquelas que são freqüentemente objeto de debate. O que dizem as Escrituras sobre elas? Gênesis 2:7 afirma que o Homem foi feito alma vivente. Números 16:22: “Mas eles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu contra toda esta congregação?” Este verso nomeia Deus como o Deus dos espíritos de toda a Humanidade. Provérbios 4:23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Este verso indica que o coração é central para as emoções e desejos da Humanidade. Atos 23:1: “E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência.” Romanos 12:1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Podemos ver que há vários aspectos da parte imaterial da humanidade, e que todos os seres humanos compartilham qualidades tanto materiais quanto imateriais. Esta lista de referências é apenas superficial.
Desta forma, enquanto muito desta discussão a respeito do aspecto imaterial da humanidade tem como foco a alma e o espírito, as Escrituras esboçam muito mais do que estes dois. De alguma forma, os aspectos mencionados acima (alma, espírito, coração, consciência e entendimento) são conectados e inter-relacionados. A alma e o espírito, entretanto, definitivamente são os aspectos imateriais principais da humanidade. Eles provavelmente incluem os outros aspectos. Com isto em mente, a humanidade é formada por uma dicotomia (cortada em dois, corpo, alma/espírito) ou por uma tricotomia (cortada em três, corpo/alma/espírito). É impossível ser dogmático. Há bons argumentos para ambas as visões. Um verso-chave é Hebreus 4:12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Esta Escritura nos diz, pelo menos, duas coisas sobre este debate: (1) A alma e o espírito podem ser divididos. (2) A divisão da alma e espírito é algo que somente a Palavra de Deus pode discernir. Podemos ter certeza de que, como seres humanos, possuímos um corpo, uma alma, um espírito e muito mais! Entretanto, mais do que focalizar nesses aspectos, é melhor focalizar no Criador, porque por ele, “de um modo assombroso, e tão maravilhoso” fomos feitos (Salmos 139:14).
Qual a diferença entre a alma e o espírito? A palavra “espírito” se refere somente à faceta imaterial do homem. A humanidade tem um espírito, mas nós não somos um espírito. Entretanto, segundo as Escrituras, somente os crentes, aqueles onde o Espírito Santo habita, são “espiritualmente vivos” (I Coríntios 2:11;Hebreus 4:12; Tiago 2:26). Os não-crentes são “espiritualmente mortos” (Efésios 2:1-5; Colossenses 2:13). Nos escritos de Paulo, o “espírito” era de central importância para a vida espiritual do crente (I Coríntios 2:14; 3:1,15:45; Efésios 1:3; 5:19; Colossenses 1:9; 3:16). O espírito é o elemento no homem que dá a ele a capacidade de ter um relacionamento íntimo com Deus. Sempre que a palavra “espírito” é usada, se refere à parte imaterial do homem, incluindo sua alma.
A palavra “alma” se refere não apenas à parte imaterial do homem, mas também à parte material. O homem tem um espírito, mas é uma alma. Em seu mais básico significado, a palavra “alma” significa “vida”. Entretanto, a Bíblia vai além de “vida”, estendendo-se a muitas áreas. Uma delas é o desejo do homem de pecar (Lucas 12:26). O homem é mau por natureza, e como resultado, tem a alma contaminada. O princípio da vida é removido no momento da morte física (Gênesis 35:18; Jeremias 15:2). A “alma”, como o “espírito”, é o centro de muitas experiências espirituais e emocionais (Jó 30:25; Salmos 43:5; Jeremias 13:17). Sempre que é usada a palavra “alma”, pode se referir à pessoa como um todo, viva ou após a morte.
A “alma” e o “espírito” são parecidos na maneira pela qual são usados na vida espiritual do crente. Eles são diferentes em sua identidade. A “alma” é a visão horizontal do homem com o mundo. O “espírito” é a visão vertical do homem com Deus. É importante compreender que ambos se referem à parte imaterial do homem, mas somente o “espírito” se refere à caminhada do homem com Deus. A “alma” se refere à caminhada do homem no mundo, tanto material quanto imaterial.
No último dia da criação, disse Deus: “ Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Então, Ele terminou Seu trabalho com um “toque pessoal”. Deus formou o homem do pó e deu a ele vida, compartilhando de Seu próprio fôlego (Gênesis 2:7). Desta forma, o homem é único dentre toda a criação de Deus, tendo tanto uma parte material (corpo) como uma imaterial (alma/espírito).
Em termos bem simples, ter a “imagem” e “semelhança” de Deus significa que fomos feitos para nos parecermos com Deus. Adão não se pareceu com Deus no sentido de que Deus tivesse carne e sangue. As Escrituras dizem que “Deus é espírito” (João 4:24) e portanto existe sem um corpo. Entretanto, o corpo de Adão espelhou a vida de Deus, ao ponto de ter sido criado em perfeita saúde e não ser sujeito à morte.
A imagem de Deus se refere à parte imaterial do homem. Ela separa o homem do mundo animal, e o encaixa na “dominação” que Deus pretendeu (Gênesis 1:28), e o capacita a ter comunhão com seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social.
Mentalmente, o homem foi criado como um agente racional e com poder de escolha: em outras palavras, o homem pode raciocinar e fazer escolhas. Isto é um reflexo do intelecto e liberdade de Deus. Todas as vezes que alguém inventa uma máquina, escreve um livro, pinta uma paisagem, se delicia com uma sinfonia, faz uma conta ou dá nome a um bichinho de estimação, esta pessoa está proclamando o fato de que somos feitos à imagem de Deus.
Moralmente, o homem foi criado em justiça e perfeita inocência, um reflexo da santidade de Deus. Deus viu tudo que tinha feito (incluindo a humanidade), e disse que tudo era “muito bom” (Gênesis 1:31). Nossa consciência, ou “bússola moral” é um vestígio daquele estado original. Todas as vezes que alguém escreve uma lei, volta atrás em relação ao mal, louva o bom comportamento ou se sente culpado, esse alguém está confirmando o fato de que somos feitos à própria imagem de Deus.
Socialmente, o homem foi criado para a comunhão. Isto reflete a natureza triúna de Deus e Seu amor. No Éden, o primeiro relacionamento do homem foi com Deus (Gênesis 3:8 indica comunhão com Deus), e Deus fez a primeira mulher porque “não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18). Todas as vezes que alguém escolhe uma esposa e se casa, faz um amigo, abraça uma criança ou vai à igreja, esta pessoa está demonstrando o fato de que somos feitos à semelhança de Deus.
Parte de sermos feitos à imagem de Deus significa que Adão tinha a capacidade de tomar decisões livres. Apesar de ter sido dada a ele uma natureza reta, Adão fez uma má escolha em se rebelar contra seu Criador. Fazendo isto, Adão manchou a imagem de Deus dentro de si, e passou adiante esta semelhança danificada a todos os seus filhos, incluindo a nós (Romanos 5:12). Hoje, ainda trazemos conosco a imagem de Deus (Tiago 3:9), mas também trazemos as cicatrizes do pecado. Mentalmente, moralmente, socialmente e fisicamente, mostramos os efeitos.
As boas novas são que, quando Deus redime uma pessoa, Ele começa a restaurar a imagem original de Deus, criando “o novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24; veja também Colossenses 3:10).
Por que as pessoas, nos primeiros capítulos de Gênesis, viviam longas vidas, é de alguma forma um mistério. Há muitas teorias de estudiosos bíblicos e cientistas. A genealogia em Gênesis 5 registra a linha de homens piedosos descendentes de Adão: a descendência que daria origem ao Messias. Deus possivelmente abençoou esta descendência com vidas especialmente longas como resultado de sua piedade e obediência. Apesar de esta ser uma possível explicação, a Bíblia, em nenhum lugar, limita especificamente a vida de longa duração às pessoas mencionadas em Gênesis capítulo 5. Além disso, além de Enoque, Gênesis 5 não identifica nenhuma das pessoas como sendo especialmente piedosas. Parece que todos naquele tempo viveram várias centenas de anos. Vários fatores provavelmente contribuíram para tal.
Gênesis 1:6-7 menciona “águas sobre” a “expansão” de águas que circundavam a terra. Tal “expansão de água” teria criado um “efeito estufa” em toda a terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora chega à terra. Isto teria resultado em condições ideais de vida na terra. Isto parece especialmente possível se considerarmos como a duração da vida começou a encolher tão rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7:11 possivelmente indica que, no Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às condições ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5:1-32) com as idades após o Dilúvio (Gênesis 11:10-32). Imediatamente após o dilúvio, as idades decresceram dramaticamente.
Outro fator a considerar é que nas primeiras poucas gerações depois da Criação, o código genético humano ainda não tinha desenvolvido muitos defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos. Certamente eram altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus descendentes teriam herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o passar do tempo, entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano em muito se degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à morte e doenças. Isto teria resultado em uma duração de vida drasticamente reduzida.
A Bíblia não nos dá explicitamente a origem das diferentes “raças” ou cores de pele da humanidade. Na verdade, há apenas uma raça: a raça humana. Dentro da raça humana há uma grande diversidade de cores de pele e outras características físicas. Alguns especulam que quando Deus confundiu as línguas na Torre de Babel (Gênesis 11:1-9), Ele também instituiu a diversidade racial. É possível que Deus tenha feito mudanças genéticas na humanidade para melhor capacitar as pessoas à sobrevivência em diferentes pontos geográficos, como os africanos sendo melhor “equipados” geneticamente para sobreviver ao excessivo calor na África. De acordo com esta visão, Deus confundiu as línguas, causando uma separação lingüística, e então criou diferenças raciais genéticas baseadas em onde cada grupo racial deveria se estabelecer geograficamente. Mesmo sendo possível, não há qualquer base bíblica explícita para esta visão. As raças e a cor de pele da humanidade não são, em lugar algum, mencionadas como tendo alguma conexão com a Torre de Babel.
Após o dilúvio, quando as diferentes línguas vieram a existir, grupos que falavam uma língua migraram juntamente com outros da mesma língua. Assim, os dados genéticos para um grupo específico encolheram dramaticamente conforme eles não tinham mais a totalidade da população humana para se misturar. O cruzamento fechado ocorreu, fazendo então com que certas características fossem enfatizadas nesses diferentes grupos (TODOS estavam presentes como uma possibilidade no código genético). Conforme este cruzamento fechado continuou acontecendo através das gerações, os dados genéticos foram ficando cada vez menores, ao ponto de que as pessoas de uma família lingüística tivessem todas as mesmas características, ou características parecidas, e seria uma raridade o surgimento de uma característica diferente.
Uma outra explicação é que Adão e Eva possuíram os genes para produzir descendência negra, marrom e branca (e tudo o mais em termos de raças). Isto seria parecido com o que acontece com um casal inter-racial, que tem filhos que variam muito em cor uns dos outros. Como Deus obviamente quis que a humanidade fosse diversa na aparência, faz sentido que Deus daria a Adão e Eva a capacidade de produzir filhos com tons de pele diferentes. Mais tarde, os únicos sobreviventes do Dilúvio foram Noé e sua esposa, os três filhos de Noé e suas esposas, oito pessoas ao todo (Gênesis 7:13). Talvez as esposas de Sem, Cão e Jafé fossem de diferentes raças. É possível que a esposa de Noé tenha sido de uma diferente raça em relação a Noé. Talvez todos os 8 fossem de raças misturadas, o que significaria que possuíam a genética para produzir filhos de raças diferentes. Qualquer que seja a explicação, o mais importante aspecto desta questão é que todos nós somos da mesma raça, todos criados pelo mesmo Deus, todos criados para o mesmo propósito.
O primeiro item a compreender nesta discussão é que há uma só raça: a raça humana. Caucasianos, africanos, asiáticos, indianos, árabes, judeus, etc, não são de diferentes raças, mas ao invés disto, são de diferentes etnias da raça humana. Todos os seres humanos têm as mesmas características físicas (com pequenas variações, é claro). Mas principalmente, todos os seres humanos são criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26-27). Deus ama o mundo inteiro (João 3:16). Jesus entregou Sua vida por todos no mundo inteiro (I João 2:2). O “mundo inteiro”, obviamente, inclui todas as etnias da humanidade.
Deus não mostra parcialidade ou favoritismo (Deuteronômio 10:17; Atos 10:34; Romanos 2:11; Efésios 6:9), e nem nós deveríamos. Tiago 2:4 descreve a qualquer um que mostra discriminação como juiz “de maus pensamentos”. Devemos sim amar a nosso próximo como a nós mesmos (Tiago 2:8). No Velho Testamento, Deus dividiu a humanidade em dois grupos “raciais”: judeus e gentios. A intenção de Deus era que os judeus formassem um reino de sacerdotes, ministrando às nações gentias. Mas ao contrário, em sua maioria, os judeus se tornaram orgulhosos de sua posição e desdenharam dos gentios. Jesus Cristo colocou fim a isto, destruindo a parede divisória da hostilidade (Efésios 2:14). Todas as formas de racismo, preconceito e discriminação são afrontas à obra de Cristo na cruz.
Jesus nos ordena que amemos uns aos outros assim como Ele nos ama (João 13:34). Se Deus é imparcial, e nos ama com imparcialidade, isto significa que precisamos amar aos outros com o mesmo alto padrão. Jesus nos ensina, ao final de Mateus 25, que tudo o que fizermos com o menor de Seus irmãos, faremos a Ele. Se tratarmos uma pessoa com desprezo, estamos maltratando uma pessoa criada à imagem de Deus; estaremos ferindo alguém que Deus ama e por quem Jesus morreu.
O racismo, em formas variantes e vários graus, tem sido uma praga na humanidade por milhares de anos. Irmãos e irmãs de todas as etnias, isso não pode ocorrer! Para as vítimas do racismo, preconceito e discriminação: você precisa perdoar. Efésios 4:32 declara: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Não, os racistas não merecem seu perdão, mas nós, muito menos ainda, merecemos o perdão de Deus! Aos responsáveis pelo racismo, preconceito e discriminação: vocês precisam se arrepender e apresentar-vos “a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça” (Romanos 6:13) Que Gálatas 3:28 seja completamente cumprido: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”
Muitas pessoas interpretam Gênesis 6:3 como um limite de 120 anos para a idade máxima da humanidade: “Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” No entanto, Gênesis capítulo 11 registra várias pessoas vivendo mais de 120 anos. Como resultado, alguns interpretam Gênesis 6:3 como dizendo que, como regra geral, pessoas não vão viver mais de 120 anos. Depois do Dilúvio, você vai perceber que a duração da vida humana encolheu drasticamente (compare Gênesis 5 com Gênesis 11) e eventualmente encolheu até menos de 120 anos de idade (Gênesis 11:24). Desde aquele tempo, pouquíssimas pessoas viveram mais de 120 anos. Portanto, é possível que Gênesis 5:32 é uma predição de Deus que, por causa da perversidade da humanidade, os seres humanos não mais viverão centenas de anos (como viveram no capítulo 5).
No entanto, uma outra interpretação, que aparenta fazer mais sentido de acordo com o contexto, é que Gênesis 6:3 é um registro de Deus declarando que o Dilúvio iria ocorrer em 120 anos desde esse pronunciamento. Os dias da humanidade acabando é uma referência à humanidade sendo destruída no Dilúvio. Alguns disputam essa interpretação pelo fato de que Deus mandou Noé construir a arca quando Noé tinha 500 anos de idade em Gênesis 5:32 e Noé tinha 600 anos de idade quando o Dilúvio começou (Gênesis 7:6); dando um período de 100 anos, não de 120. No entanto, quando Deus faz a declaração em Gênesis 6:3 não é claro. Além disso, Gênesis 5:32 não foi quando Deus mandou Noé construir a arca, mas a idade de noé quando teve seus três filhos. É perfeitamente plausível que Deus determinou que o Dilúvio ocorreria em 120 anos e então esperou vários anos até mandar Noé construir a Arca. Qualquer que seja o caso, os 100 anos entre Gênesis 5:32 e 7:6 não contradizem de qualquer forma os 120 anos mencionados em Gênesis 6:3.
Centenas de anos depois do Dilúvio, Moisés declarou: “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando” (Salmos 90:10). Nem Gênesis 6:3 ou Salmos 90:10 são limites ordenados por Deus à idade máxima da humanidade. Gênesis 6:3 é uma predição para quando o Dilúvio iria acontecer. Salmos 90:10 está apenas dizendo que, como uma regra geral, pessoas vão viver 70-80 anos (o que ainda é verdade hoje).
A Bíblia é bem clara que todas as pessoas são criação de Deus (Colossenses 1:16), mas que apenas aqueles nascidos de novo são filhos de Deus (João 1:12; João 11:52; Romanos 8:16; 1 João 3:1-10).
As Escrituras nunca chamam os que não são salvos de filhos de Deus. Efésios 2:3 nos diz o seguinte sobre nossas vidas antes de sermos salvos: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” Ao invés de nascermos como filhos de Deus, nascemos em pecado, o qual nos separa de Deus e nos alinha com Satanás como inimigos de Deus (Tiago 4:4; 1 João 3:8). Jesus disse: “Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (João 8:42). Alguns versículos depois, em João 8:44, Jesus disse ao fariseus: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos.” O fato de que aqueles que não são salvos não são filhos de Deus também é visto em 1 João 3:10: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.”
Tornamo-nos filhos de Deus quando somos salvos porque somos adotados à família de Deus através do relacionamento com Jesus Cristo (Gálatas 4:5-6; Efésios 1:5). Podemos ver isso claramente em versículos como Romanos 8:14-17: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, {Aba; no original, Pai} Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” Aqueles que são salvos são “filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26) porque Deus “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5).
A Bíblia não se dirige diretamente ao assunto de clonagem humana, mas há princípios na Bíblia que podem esclarecer o assunto. Clonagem requer DNA e células embriônicas para poder acontecer. Primeiro, o DNA é removido do núcleo da célula da criatura. O material, o qual possui informação genética codificada, é então colocado no núcleo da célula embriônica. A célula que está recebendo a nova informação genética teve o seu próprio DNA removido para aceitar o novo DNA. Se a célula aceita o novo DNA, um embrião duplicado é formado. No entanto, a célula embriônica pode rejeitar o novo DNA e morrer. Além disso, é possível que o embrião não sobreviva o processo de ter o seu material genético removido do seu núcleo. Em muitos casos, quando tenta-se fazer clonagem, vários embriões são usados ao mesmo tempo para poder aumentar as chances de uma implantação do novo material genético com sucesso. Enquanto é possível que um nova criatura seja criada dessa forma (por exemplo, a ovelha Dolly), as chances de sucesso ao duplicar uma criatura sem qualquer variação, e sem qualquer complicação, são bem pequenas.
O ponto de vista Cristão sobre o processo de clonagem humana deve ser examinado de acordo com vários princípios bíblicos. Primeiro, os seres humanos foram criados à imagem de Deus e, portanto, são únicos. Gênesis 1:26-27 afima que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e é único entre todas as outras criaturas. Claramente, isso é algo a ser valorizado e não tratado como uma mercadoria para comprar e vender. Algumas pessoas têm promovido a clonagem humana com o propósito de criar novos órgãos para substituir os órgãos de pessoas que precisam de transplantes, mas não conseguem achar um doador. Acham que tirar o próprio DNA e criar um outro órgão duplicado composto daquele DNA iria reduzir drasticamente as chances de rejeição do órgão. Enquanto isso pode ser verdade, o problema é que esse procedimento barateia a vida humana. O processo de clonagem requer embriões humanos para serem usados; enquanto células podem ser formadas para criar novos órgãos, é necessário matar vários embriões para obter o DNA necessário. Em essência, a clonagem iria “jogar fora” muitos embriões humanos como “lixo”, eliminando a chance desses embriões crescerem à maturidade completa.
Quanto à pergunta se um clone humano teria uma alma, devemos examinar novamente a criação da vida. Gênesis 2:7 diz: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Isso é uma descrição de Deus criando alma humana viva. As almas são o que somos, não o que temos (1 Coríntios 15:45). A pergunta é que tipo de alma vivente seria criada através da clonagem humana? Essa não é uma pergunta que podemos responder agora.
Muitas pessoas acreditam que a vida não começa na concepção com a formação do embrião e que, portanto, os embriões não são seres humanos. A Bíblia ensina o contrário. Salmos 139:13-16 diz: “Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.” O escritor, Davi, declara que Deus o conhecia pessoalmente antes dele nascer,quer dizer, durante a sua concepção ele já era um ser humano com um futuro e com um Deus que já o conhecia intimamente.
Além disso, Isaías 49:1-5 fala de Deus chamando Isaías ao ministério como um profeta quando ainda estava no ventre de sua mãe. João Batista também já estava cheio do Espírito Santo quando ainda estava no ventre (Lucas 1:15). Tudo isso aponta ao fato de que a Bíblia sustenta a idéia de que a vida começa na concepção. Por causa disso, clonagem humana, com sua destruição de embriões humanos, não seria consistente com o ponto de vista bíblico sobre a vida humana.
Mais adiante, se o homem é criado, então tem que existir um Criador, e o homem é sujeito a Ele e tem que prestar contas a esse Criador. Apesar de que o pensamento popular – psicologia secular e pensamento humanista – ensina que o homem tem que prestar contas a si mesmo, e que o homem é sua autoridade suprema, a Bíblia ensina diferente. A Bíblia ensina que Deus criou o homem e deu ao homem responsabilidade sobre toda a terra (Gênesis 1:28-29 e Gênesis 9:1-2). Com essa responsabilidade vem o dever de prestar contas a Deus. O homem não é a sua autoridade suprema e, portanto, não ocupa uma posição que lhe permite fazer decisões sobre o valor da vida humana. Nem a ciência deve ser a autoridade pela qual a ética sobre clonagem humana, aborto ou eutanásia deve ser decidida. De acordo com a Bíblia, Deus é o único que exerce controle soberano sobre a vida humana. Tentar controlar tais coisas é se colocar na posição de Deus. Com certeza o homem não deve fazer isso.
Se vemos o homem apenas como uma outra criatura e não como o ser especial que ele é, não é difícil de entender por que os seres humanos são vistos apenas como mecanismos que precisam de manutenção e conserto. Mas não somos apenas uma coleção de moléculas e substâncias químicas. A Bíblia ensina claramente que Deus criou a cada um de nós e tem um plano específico para cada um de nós. Além disso, Ele quer ter um relacionamento pessoal com cada um de nós através de Seu Filho, Jesus Cristo. Enquanto há aspectos da clonagem humana que podem parecer benéficos, a humanidade não tem nenhum controle sobre até onde a tecnologia de clonagem deve ir. É tolice achar que boas intenções vão direcionar a utilização da clonagem. O homem não está na posição de exercer a responsabilidade ou o julgamento que seriam necessários para governar a clonagem de seres humanos.
A Bíblia na verdade não se dirige especificamente ao assunto de cremação. Há exemplos no Velho Testamento de pessoas sendo queimadas até a morte (1 Reis 16:18; 2 Reis 21:6), e de ossos humanos sendo queimados (2 Reis 23:16-20), mas esses não são exemplos de cremação. É interessante notar que em 2 Reis 23:16-20, queimar ossos humanos no altar profanava o altar. Ao mesmo tempo, a lei do Velho Testamento em nenhum lugar proíbe um corpo humano falecido de ser queimado, nem aplica qualquer maldição ou julgamento a uma pessoa que é cremada.
Cremação era praticada nos tempos bíblicos, mas não era geralmente praticada pelos israelitas ou pelos crentes no Novo Testamento. Nas culturas nas quais a Bíblia se focaliza, enterro em uma tumba, caverna ou na terra era a forma comum de se dispor do corpo humano (Gênesis 23:19; 35:4; 2 Crônicas 16:14; Mateus 27:60-66). Enquanto sepultamento era a prática comum, a Bíblia em nenhum lugar comanda o sepultamento como a única forma permitida para se dispor de um corpo.
É cremação algo que um Cristão pode considerar? Novamente afirmamos que não há nenhum comando bíblico explícito contra cremação. Alguns crentes são contra a prática de cremação porque acham que tal ação não reconhece o fato de que um dia Deus vai ressuscitar nossos corpos e reuni-los com nossas alma / espírito (1 Coríntios 15:35-58; 1 Tessalonicenses 4:16). Esse pode ser o caso com algumas pessoas. No entanto, o fato de que um corpo tem sido cremado não dificulta em nada a capacidade de Deus de ressucitar tal corpo. Os corpos dos Cristãos que morreram milhares de anos atrás já se tornaram em pó completamente. Isso não vai de forma alguma tornar mais difícil que Deus ressuscite seus corpos. Cremação não faz nada além de “apressar” o processo de tornar o corpo em pó. Deus é completamente capaz de ressuscitar os restos mortais de uma pessoa que foi cremada, assim como Ele é capaz de ressucitar os restos mortais de uma pessoa que não foi cremada. A questão de enterro ou cremação faz parte da área da liberdade Cristã. Uma pessoa, ou família, que está considerando esse assunto deve orar por sabedoria (Tiago 1:5), e seguir a convicção que resulta de suas orações.
Esse é um assunto muito difícil. Há dois lados que são difíceis de se equilibrar. De um lado, não queremos tomar a vida de uma pessoa em nossas próprias mãos e a ela dar um fim de forma prematura – eutanásia. Por outro lado, em que ponto simplesmente deixamos uma pessoa morrer, e não mais agimos para tentar preservar a sua vida?
E a eutanásia? A verdade decisiva que leva à conclusão de que Deus é contra à eutanásia é a Sua soberania. Sabemos que a morte física é inevitável (Salmos 89:48; Hebreus 9:27). No entanto, só Deus é soberano sobre quando e como a morte de uma pessoa acontece. Jó testifica em Jó 30:23: “Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento determinada a todos os viventes”. Em Salmos 68:20, lemos: “O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os livramentos da morte”. Eclesiastes 8:8a declara: “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte”. Deus tem a palavra final sobre a morte (veja também 1 Coríntios 15:26, 54-56; Hebreus 2:9, 14-15; Apocalipse 21:4). Eutanásia é uma tentativa do homem de usurpar essa autoridade de Deus.
A morte é uma ocorrência natural. Às vezes Deus permite que uma pessoa sofra por muito tempo antes que sua morte ocorra; outras vezes, o sofrimento da pessoa é encurtado. Ninguém gosta de sofrimento, mas isso não faz com que seja correto determinar que uma pessoa está pronta para morrer. Muitas vezes os propósitos de Deus são revelados através do sofrimento de uma pessoa. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele” (Eclesiastes 7:14). Romanos 5:3 ensina que as tribulações produzem perseverança. Deus se importa com aqueles que estão clamando que a morte venha dar um fim ao seu sofrimento. Deus dá propósito à vida até o seu fim. Só Deus sabe o que é melhor, e Sua hora, até mesmo para a morte, é perfeita.
Ao mesmo tempo, a Bíblia não nos comanda a fazer tudo o que podemos para manter uma pessoa viva. Se uma pessoa está sobrevivendo apenas com a ajuda de máquinas, não é imoral desligá-las e deixar a pessoa morrer. Se uma pessoa tem estado em estado vegetativo persistente por um período prolongado, não seria uma ofensa a Deus remover quaisquer tubos / máquinas que estão mantendo aquela pessoa viva. Se Deus quiser manter aquela pessoa viva, Ele é completamente capaz de fazer isso sem qualquer ajuda de tubos de alimentação e/ou máquinas.
Fazer uma decisão dessas é muito difícil e doloroso. Nunca é fácil dizer ao médico para suspender o suporte de vida de uma pessoa querida. Não devemos nunca tentar dar um fim a uma vida de forma prematura, mas ao mesmo tempo, não temos que alongar a vida de uma pessoa o tanto quanto possível, a qualquer custo. O melhor conselho para alguém que está enfrentando essa decisão é de orar a Deus por sabedoria (Tiago 1:5) em relação ao que Ele quer que você faça.
Salmos 139:14 declara: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”. O contexto de Salmos 139: 14 é a natureza incrível dos nossos corpos físicos. O corpo humano é o organismo mais complexo e especial do mundo, e essa complexidade e exclusividade falam muito sobre a mente do seu Criador. Todo aspecto do corpo, até mesmo a menor célula microscópica, revela que o corpo é feito de uma forma assombrosamente maravilhosa.
Engenheiros compreendem como planejar traves fortes e leves ao mesmo tempo: eles colocam o material mais forte pelas beiradas do corte transversal e enchem a parte de dentro com material mais leve e delicado. Eles fazem assim porque grandes quantidades de tensão ocorrem nas surperfícies da estrutura quando sustentando curvas comuns ou tensões de torção. O corte transversal de um osso humano revela que material forte está do lado de fora e o lado de dentro é usado como uma fábrica para células sanguíneas de vários tipos. Quando você examina uma câmera SLR sofisticada com sua habilidade de usar mais ou menos luz de acordo com a necessidade da ocasião, e a sua habilidade de focalizar automaticamente em um campo de grande escala, você acha imitações bem semelhantes à operação de um dos nossos globos oculares. E por termos dois globos oculares, também temos percepção de profundidade, a qual dá a um atleta a capacidade de jogar uma bola de futebol americano bem longe ao seu recipiente com bastante precisão, ou para julgarmos quão distante um carro se encontra.
O cérebro humano também é um orgão incrível, feito de modo assombrosamente maravilhoso. Tem a habilidade de aprender, raciocinar e controlar muitas funções automáticas do corpo, tais como a frequência cardíaca, pressão sanguínea, respiração; e para manter o equilíbrio para que possamos andar, correr, ficar em pé, sentar – tudo isso enquanto nos concentramos em outra coisa. Computadores podem ultrapassar o cérebro humano no seu poder de calculação, mas são primitivos em relação à execução de tarefas com mais raciocínio. O cérebro também tem a capacidade incrível de se adaptar. Quando várias pessoas colocaram óculos que fazem o mundo parecer de cabeça para baixo, seus cérebros rapidamente reinterpretaram a informação que estavam recebendo e passaram a ver o mundo sem estar de cabeça para baixo. Quando outros tiveram seus olhos vendados por longos períodos de tempo, o “centro da visão” do cérebro logo começou a ser usado para outras funções. Quando pessoas se mudam para uma casa perto dos trilhos de trem, logo o barulho dos trens é filtrado por seus cérebros, ao ponto que nem percebem mais esse grande barulho que os trens estão fazendo.
Quando se fala de miniaturização, o corpo humano também é feito de modo assombroso e maravilhoso. Por exemplo, a informação necessária para a réplica de um corpo humano inteiro, incluindo todos os detalhes, é armazenado nos espirais de dupla hélice do DNA, os quais são encontrados no núcleo de cada uma das bilhões de células no corpo humano. É incrível que o sistema de informação e controle representado pelo nosso sistema nervoso é tão compacto em comparação às invenções volumosas do homem, cheias de fios e cabos óticos. Cada célula, uma vez chamada de célula “simples”, por menores que sejam, são pequenas fábricas ainda não completamente compreendidas pelo homem. À medida que microscópios se tornam mais e mais poderosos, com a capacidade de magnificar campos cada vez menores, as imagens infinitas da célula humana começam a entrar em foco.
Considere a célula humana que acabou de ser fertilizada em uma nova vida. Daquela única célula, ainda no ventre de sua mãe, vão desenvolver todos os tipos de tecidos, órgãos e sistemas, fazendo com que todos trabalhem juntos ao mesmo tempo – incrível! Um exemplo disso é o buraco no septo entre os dois ventrículos do coração de um bebê recém nascido, o qual fecha no momento certo para permitir a oxigenação do sangue aos pulmões (não usados no ventre).
Além disso, o sistema imunológico do corpo humano é capaz de atacar muitos inimigos e se restaurar do menor conserto (como consertar partes ruins do DNA) aos maiores consertos (consertando ossos e se recuperando de grandes acidentes). Sim, há doenças que eventualmente vão combater e vencer o corpo humano à medida que ficamos mais velhos; isso tudo por causa da Queda do homem ao pecado e da maldição que dele resulta, mas não temos a menor idéia de quantas vezes nosso sistema imunológico nos salvou da morte, a qual certamente teria ocorrido se não tivéssemos tal sistema.
As funções do corpo humano também são incríveis. O contraste de poder lidar com objetos grandes e pesados e ainda poder manipular cuidadosamente um objeto delicado sem quebrá-lo também é impressionante. Podemos usar um arco para atirar uma flecha e repetidamente atingir um alvo distante, digitar rapidamente no teclado do computador sem nem pensar nas teclas; também podemos engatinhar, andar, correr, rodopiar, escalar, nadar, dar cambalhotas, e executar tarefas mais “simples”, tais como: trocar uma lâmpada, escovar os dentes, amarrar os sapatos, sem nem ter que pensar no que estamos fazendo. Essas são realmente coisas “simples”, mas o homem ainda está para inventar e programar um robô que é capaz de executar uma variedade tão incrível de tarefas e movimentos.
A função do sistema digestivo, o fígado e outros órgãos principais, a longevidade do coração, a formação e função dos nervos e dos vasos sanguíneos, a função do sistema linfático, a purificação do sangue através dos rins, a habilidade do sistema reprodutor de criar células que podem se juntar com uma outra célula do sexo oposto e produzir uma nova célula com o dobro de cromossomos, a complexidade do ouvido interno e ouvido médio, os sentidos do paladar e do olfato, e tantas outras coisas que mal podemos entender – cada uma delas é uma maravilha e vai muito além da capacidade humana de completamente duplicá-las.
Somos realmente feitos de modo assombrosamente maravilhoso. Quão agradecidos somos por conhecer através de Seu Filho, Jesus Cristo, esse Deus maravilhoso que nos fez e quão maravilhados ficamos não só por Seu conhecimento, mas por Seu grande amor por nós (Salmos 139:17-18, 23-24).
Se por “livre-arbítrio” se entende que Deus dê aos humanos a oportunidade de fazer escolhas que realmente afetam o seu destino, então sim, os seres humanos têm um livre-arbítrio. O estado de pecado no mundo está diretamente associado às escolhas que Adão e Eva fizeram. Deus criou o homem à Sua própria imagem, e isso inclui a capacidade de escolher.
No entanto, o livre-arbítrio não significa que a humanidade possa fazer qualquer coisa que lhe agrade. Nossas escolhas são limitadas ao que esteja em sintonia com a nossa natureza. Por exemplo, um homem pode escolher atravessar ou não uma ponte, o que ele não pode escolher é voar sobre a ponte -- a sua natureza o impede de voar. De forma semelhante, um homem não pode escolher tornar-se justo - sua natureza (pecaminosa) o impede de cancelar a sua culpa (Romanos 3:23). Assim, o livre-arbítrio é limitado pela natureza.
Esta limitação não reduz a nossa responsabilidade. A Bíblia deixa bem claro que não só temos a capacidade de escolher, mas também temos a responsabilidade de escolher sabiamente. No Antigo Testamento, Deus escolheu uma nação (Israel), mas os indivíduos daquela nação ainda tinham a obrigação de escolher obedecer a Deus. Da mesma forma, os indivíduos de fora de Israel também podiam fazer a escolha de acreditar e seguir a Deus (por exemplo, Rute e Raabe).
No Novo Testamento, os pecadores são repetidamente ordenados a "arrepende-se" e "crer" (Mateus 3:2; 4:17, Atos 3:19, 1 João 3:23). Toda chamada ao arrependimento é uma chamada para escolher. O comando a acreditar supõe que o ouvinte possa escolher obedecer ao comando.
Jesus identificou o problema de alguns incrédulos quando lhes disse: "Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida" (João 5:40). Claramente, eles poderiam ter vindo se quisessem, o problema foi que escolheram não vir. "...pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7), e aqueles que estão fora da salvação são "indesculpáveis" (Romanos 1:20-21).
Entretanto, como pode o homem, limitado por uma natureza pecaminosa, escolher o que é bom? É somente através da graça e do poder de Deus que o livre-arbítrio torna-se verdadeiramente "livre" no que diz respeito à escolha da salvação (João 15:16). É o Espírito Santo que atua na e através da vontade de uma pessoa a fim de regenerá-la (João 1:12-13) e dar-lhe uma nova natureza criada "segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade" (Efésios 4:24). A salvação é obra de Deus. Ao mesmo tempo, nossas motivações, ações e desejos são voluntários e somos devidamente responsabilizados por eles.
A origem da frase “buraco no formato de Deus” aparenta ser a oração de Santo Agostinho: “Tu tem nos Criado para Ti, ó Senhor, e nossos corações não podem achar descanso até descansarem em ti”. O significado de um “buraco no formato de Deus” é aquele desejo inato do coração do homem por algo fora de si mesmo, algo transcendente, algo “mais”. Deus criou o homem para o Seu propósito eterno, e nada na era depois da Queda pode trazer satistação completa. É evidente que Deus tem colocado “eternidade” em nossos corações, porque os homens, universalmente falando, têm um desejo por vida eterna. Todas as religiões se baseiam nesse desejo. Todas as religiões prometem céu ou alguma forma de céu. Ninguém quer morrer; todos querem viver eternamente.
O problema não é com a eternidade no coração; mas sim com o próprio coração humano. Jeremias 17:9 descreve a condição de um coração não regenerado: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Salomão repete o mesmo conceito: “o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e que há desvarios no seu coração enquanto vivem” (Eclesiastes 9:3). O Novo Testamento concorda: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Romanos 8:7). Novamente, no livro de Romanos: “Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus” (Romanos 3:11). Portanto, o coração do homem natural e não regenerado não tem um buraco no formato de Deus em seu coração. Na verdade, seu coração está em guerra com Deus.
Então será que o “buraco no formato de Deus” passa a existir no coração das pessoas em algum ponto? Sim, mas só quando e se o buraco é criado por Deus através do Espírito Santo. Isso é chamado de “regeneração” e é um trabalho supernatural do Espírito Santo através do qual natureza divina e vida divina são dadas (João 3:3-8; Tito 3:5). Isso só é realizado pelo poder do Espírito Santo através do auxílio da Palavra de Deus (João 5:24). Ao que a pessoa responde pode ser chamado de buraco no formato de Deus em seu coração, criado pelo Espírito Santo, e lá colocado para que o pecador arrependido, quando capacitado pelo Espírito Santo, responda em fé à provisão de Deus de salvação através de Jesus Cristo. Aqueles que não respondem ao estímulo do Espírito Santo – o qual convence o mundo de pecado e julgamento (João 16:8) – podem procurar por eternidade, mas não acharão o caminho para a Vida Eterna, disponível apenas através de Jesus Cristo (João 14:6).
É triste dizer que muitas pessoas passam suas vidas procurando por algo além de Deus para preencher os desejos de seu coração por significado na vida – negócios, família, esportes, etc. Mas ao ir atrás das coisas que não são eternas, eles permanecem sem satisfação e se perguntando por que suas vidas nunca correspondem às suas expectativas. Mas quando consideramos Salomão, alguém que teve todas as riquezas, sucesso, estima e poder do mundo – e o que ele disse, tudo passa a fazer sentido. Ele disse que nada a que o homem aspira nessa vida vai satisfazer o seu desejo por eternidade. Ele declarou que tudo era “vaidade”, quer dizer, ele procurou essas coisas em vão porque elas não satisfaziam. No final, ele disse: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem” (Eclesiastes 12:13).
O buraco no formato de Deus existe nos corações daqueles que estão sendo regenerados pelo Espírito Santo. Se sentimos o trabalho e o estímulo do Espírito Santo, devemos responder com fé no Senhor Jesus Cristo. Quando isso acontece, esse buraco no formato de Deus será preenchido para sempre, de uma vez por todas.
Contrário às afirmações de ateístas, estetas e epicuristas através dos séculos, o homem não pode viver sem Deus. O homem pode ter uma existência mortal sem confessar que Deus existe, mas não sem o fato de Deus.
Como o Criador, Deus deu início à vida humana. Dizer que o homem pode existir sem Deus é dizer que um relógio pode existir sem o relojoeiro, ou que uma história pode existir sem um contador de histórias. Devemos todo o nosso ser a Deus, em Cuja imagem somos feitos (Gênesis 1:27). Nossa existência depende de Deus, quer queiramos aceitar a Sua existência ou não.
Como o Sustentador, Deus continuamente concede a vida (Salmos 104:10-32). Ele é a vida (João 14:6), e toda a criação subsiste pelo poder de Cristo (Colossenses 1:17). Até mesmo aqueles que rejeitam a Deus recebem seu sustento dEle: “Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5:45). Pensar que o homem pode viver sem Deus é achar que um girassol pode viver sem luz ou uma rosa sem água.
Como o Salvador, Deus dá vida eterna àqueles que acreditam no Seu Filho. Vida se encontra em Cristo, o qual é a Luz dos homens (João 1:4). Jesus veio para que possamos ter vida “em abundância” (João 10:10). Todos aqueles que colocam sua confiança nEle são prometidos eternidade com Ele (João 3:15-16). Para o homem viver – realmente viver – ele precisa conhecer a Cristo (João 17:3).
Sem Deus, o homem tem vida física apenas. Deus advertiu a Adão e Eva que no dia que rejeitassem a Deus, eles certamente morreriam (Gênesis 2:17). Como sabemos, eles desobedeceram, mas não morreram fisicamente naquele dia; eles morreram espiritualmente. Algo dentro deles morreu – a vida espiritual que tinham conhecido, a comunhão com Deus, a liberdade de poder gozar da Sua presença, a inocência e pureza de suas almas – tudo isso tinha acabado.
Adão, o qual tinha sido criado para viver em comunhão com Deus, foi amaldiçoado com uma existência completamente carnal. O que Deus queria que fosse de pó à glória, agora iria de pó a pó. Assim como Adão, o homem sem Deus ainda hoje vive em uma existência terrena. Ele pode até parecer muito feliz; já que há muito divertimento e prazer que podem ser desfrutados nessa vida.
Alguns rejeitam a Deus mas ainda vivem vidas de diversão e alegria. Suas ambições carnais aparentam render-lhes uma existência gratificante e tranquila. A Bíblia diz que há um certo gozo que pode ser desfrutado do pecado (Hebreus 11:25). O problema é que tudo isso é temporário; a vida nesse mundo é curta (Salmos 90:3-12). Mais cedo ou mais tarde, o hedonista, assim como o filho pródigo da parábola, percebe que os prazeres desse mundo não sustentam sua alma (Lucas 15:13-15).
No entanto,nem todo mundo que rejeita a Deus é um desperdiçador como o filho pródigo. Há várias pessoas que não são salvas, mas vivem uma vida sóbria e disciplinada – até mesmo vidas gratificantes e felizes. A Bíblia apresenta certos princípios morais que vão beneficiar qualquer um desse mundo – fidelidade, modéstia, auto-controle,etc. Provérbios 22:3 é um exemplo de uma dessas verdades gerais. No entanto, o problema é que, sem Deus, o homem tem apenas esse mundo. Viver uma vida sem problemas não é nenhuma garantia de que estamos prontos para a próxima vida. Veja a parábola do fazendeiro rico em Lucas 12:16-21, e a conversa de Jesus com o jovem homem rico (e muito moral) em Mateus 19:16-23.
Sem Deus, o homem não encontra realização verdadeira, nem mesmo nessa vida mortal. Thomas Merton observou que o homem não tem paz com outros homens porque não está em paz consigo mesmo, e ele não tem paz consigo mesmo porque ele não tem paz com Deus.
A busca dos prazeres só por ter prazer é um sinal de tumulto interior, uma ilusão de felicidade do epicurista. Aqueles que procuram por prazer têm descoberto várias vezes, durante o curso da história, que as diversões temporárias da vida trazem desespero mais profundo. Aquele sentimento irritante de “algo está errado” é difícil de combater. O Rei Salomão se entregou a uma busca de tudo que esse mundo tem a oferecer, e registrou seus descobrimentos no livro de Eclesiastes.
Salomão descobriu que conhecimento, por si só, é fútil (Eclesiastes 1:12-18). Ele descobriu que prazer e riquezas são fúteis (2:1-11), que materialismo é uma tolice (2:12-23), e que riquezas são passageiras (capítulo 6).
Salomão conclui que a vida é um presente de Deus (3:12-13) e que a única forma sábia de viver é temendo a Deus: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (12:13-14).
Em outras palavras, há mais para essa vida do que a dimensão física. Jesus enfatiza isso quando diz: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4). Não o pão (o físico), mas a Palavra de Deus (o espiritual) é o que nos mantém vivos. Blaise Pascal disse: “É em vão, oh homens, que procurais dentro de si mesmos a cura para todas as suas misérias.” O homem só pode achar vida e realização quando Ele reconhece a existência de Deus.
Sem Deus, o destino do homem é a morte. O homem sem Deus é espiritualmente morto; quando sua vida física acabar, ele tem que encarar morte espiritual – separação eterna de Deus. Na narrativa de Jesus sobre o homem rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), o homem rico vive uma suntuosa vida de tranquilidade sem um pensamento de Deus, enquanto Lázaro sofre por sua vida mas conhece a Deus. É após suas mortes que os dois homens realmente compreendem a gravidade das escolhas que fizeram durante a vida. O homem rico “ergueu os olhos”, estando no tormento do inferno. Ele percebeu, já tarde, que há mais nessa vida dos que olhos podem enxergar. Enquanto isso, Lázaro é confortado no paraíso. Para ambos os homens, a duração curta da sua existência terrena não foi nada em comparação ao estado permanente de suas almas.
O homem é uma criação especial. Deus tem colocado uma consciência de eternidade nos nossos corações (Eclesiastes 3:11), e esse sentido de destino eterno pode achar sua realização apenas em Deus.
Há duas opiniões bíblicas plausíveis sobre como a alma humana é criada. O Traducianismo é a teoria de que uma alma é gerada juntamente com o corpo pelos pais físicos. Passagens que aparentam sustentar essa opinião são: (A) Em Gênesis 2:7, Deus soprou nas narinas o fôlego de vida e Adão passou a ser “alma vivente”. A Bíblia em nenhum outro lugar registra Deus executando essa ação novamente. (B) Adão teve um filho à sua semelhança (Gênesis 5:3). Os descendentes de Adão aparentam ter “almas viventes” sem Deus ter soprado em suas narinas o fôlego da vida. (C) Gênesis 2:2-3 aparenta indicar que Deus cessou o seu trabalho de criação. (D) O pecado de Adão afeta todos os homens – fisicamente e espiritualmente – isso faz sentido se tanto o corpo quanto a alma vierem dos pais. A fraqueza da teoria do Traducionismo é que não deixa claro como uma alma imaterial pode ser gerada através de um processo completamente físico. O Traducionismo só pode ser verdade se o corpo e a alma forem indissoluvelmente entrelaçados.
O Criacionismo é a opinião de que Deus cria uma nova alma quando um novo ser humano é concebido. Muitos fundadores da igreja primitiva acreditavam no Criacionismo e essa teoria também tem suporte bíblico. Primeiro, a Bíblia diferencia a origem da alma da origem do corpo (Eclesiastes 12:7; Isaías 42:5; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9). Segundo, se Deus cria cada alma individual quando necessário, então a separação do corpo e da alma é bem firme. A fraqueza do Criacionismo é que Deus está continuamente criando novas almas, enquanto Gênesis 2:2-3 indica que Deus já cessou de criar. Além disso, já que a existência humana inteira - corpo, alma e espírito - é afetada pelo pecado e Deus cria uma nova alma para cada ser humano, como então essa alma é infetada pelo pecado?
Uma terceira opinião que não tem nenhum suporte bíblico é o conceito de que Deus criou todas as almas humanas ao mesmo tempo e “junta” a alma ao ser humano no momento da concepção. Essa opinião acredita que existe uma forma de “armazém de almas” no céu onde Deus guarda as almas que estão à espera de um corpo humano. Novamente, essa opinião não tem suporte bíblico nenhum e geralmente é defendida por aqueles que têm uma mentalidade “nova era” de reencarnação.
Seja a opinião traducionista ou criacionista a correta, as duas concordam que a alma não existe antes da concepção. Esse aparenta ser o ensino claro da Bíblia. A alma humana não existe antes do ser humano ser concebido. Se Deus cria uma nova alma humana no momento de concepção, ou se Deus projetou o processo reprodutivo humano para também reproduzir uma alma – Deus é quem é completamente responsável pela criação de cada alma.
Sem qualquer sombra de dúvidas a alma humana é imortal. Esse conceito é ensinado claramente em passagens do Velho e do Novo Testamento: Salmos 22:26; Salmos 23:6; Salmos 49:7-9; Eclesiastes 12:7; Daniel 12:2-3; Mateus 25:46; 1 Coríntios 15:12-19. Daniel 12:2 diz: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Semelhantemente, Jesus disse que os perversos “irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:46). Com a mesma palavra grega usada para se referir a “tormento” e “vida”, é bem claro que os perversos e os justos têm uma alma eterna / imortal.
O ensino claro da Bíblia é que todas as pessoas, quer sejam salvas ou perdidas, vão passar a eternidade ou no céu ou no inferno. Vida verdadeira ou vida espiritual não acaba quando os nossos corpos carnais morrem. Nossas almas viverão para sempre, ou na presença de Deus no céu se somos salvos, ou em punição no inferno se rejeitamos o presente de Deus para salvação. Na verdade, a promessa da Bíblia é que as nossas almas não só viverão para sempre, mas nossos corpos também serão ressuscitados. Essa esperança de uma ressurreição corporal é uma das crenças mais importantes da fé Cristã (1 Coríntios 15:12-19).
Enquanto nossas almas são imortais, é importante lembrar que não somos eternos da mesma forma que Deus é eterno. Deus é o único ser verdadeiramente eterno, pois só Ele não teve um começo nem vai ter um final. Deus sempre existiu e vai sempre continuar a existir. Todas as outras criaturas que têm consciência, quer sejam humanas ou angelicais, são finitas, pois todas elas tiveram um começo. Enquanto nossas almas vão viver para sempre uma vez que passam a existir, a Bíblia não sustenta o conceito de que nossas almas sempre existiram. Nossas almas são imortais, pois assim foram criadas por Deus, mas tiveram um começo; houve um certo tempo em que elas não existiram.
Uma curta resposta à pergunta: “por que Deus nos criou?” é “por causa da sua vontade”. Apocalipse 4:11 diz: “…porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. Colossenses 1:16 repete: “Tudo foi criado por meio dele e para ele”. Ter sido criada por causa da vontade Deus não significa que a humanidade foi feita para entreter a Deus ou para servir como divertimento. Deus é um Ser criativo, e o ato de criar lhe satisfaz e dá prazer. Deus é um Ser pessoal e tem prazer em ter outros seres com quem Ele pode ter um relacionamento genuíno.
Tendo sido feitos à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27), os seres humanos têm a habilidade de conhecer a Deus – e de amá-lO, adorá-lO, servi-lO e de ter comunhão com Ele. Deus não criou os seres humanos porque precisava deles. Como Deus, Ele não precisa de nada. Por toda a eternidade passada, Ele não Se sentiu sozinho e não estava procurando por um “amigo”. Ele nos ama, mas isso não é a mesma coisa que precisar de nós. Se nunca tivéssemos existido, Deus ainda seria Deus – Aquele que não muda (Malaquias 3:6). O “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14) nunca foi insatisfeito com Sua própria existência. Quando Ele fez o universo, Ele fez o que Lhe agradava. Já que é um Ser perfeito, tudo o que fez foi perfeito, tudo “era muito bom” (Gênesis 1:31).
Além disso, Deus não criou “colegas” ou seres iguais a Ele. Logicamente, Ele não podia fazer isso. Se Deus criasse um outro ser de poder, inteligência e perfeição iguais aos que Ele possui, então Ele deixaria de ser o Único Deus Verdadeiro e dois deuses passariam a existir– isso seria uma impossibilidade. “A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele” (Deuteronômio 4:35). Qualquer coisa que Deus criar tem que ser inferior a Ele. O ser criado não pode ser nunca superior Àquele que o criou.
Ao reconhecer a soberania e santidade completas de Deus, ficamos impressionados que Ele escolheu coroar o homem com “glória e honra” (Salmos 8:5) e condescendeu a nos chamar de “amigos” (João 15:14-15). Por que Deus nos criou? Deus nos criou por causa da Sua vontade e para o Seu prazer, para que nós, como Sua criação, tivéssemos o prazer de conhecê-lo.
Por que o mundo odeia os judeus? Por que antissemitismo é tão desenfreado em tantas nações diferentes? O que há de errado com os judeus? A história tem mostrado que, em diversos períodos ao longo dos últimos 1.700 anos, os judeus foram expulsos de mais de 80 países diferentes. Os historiadores e especialistas concluíram que há pelo menos seis diferentes razões:
• Teoria Racial - os judeus são odiados porque são uma raça inferior.
• Teoria Econômica - os judeus são odiados porque possuem muita riqueza e poder.
• Teoria dos Estrangeiros- os judeus são odiados porque são diferentes de todos os outros.
• Teoria do Bode Expiatório - os judeus são odiados porque são a causa de todos os problemas do mundo.
• Teoria do Deicídio - os judeus são odiados porque mataram Jesus Cristo.
• Teoria do Povo Escolhido- os judeus são odiados porque arrogantemente declaram que são os “escolhidos de Deus”.
Existe alguma verdade nessas teorias?
• Em relação à teoria racial, a verdade é que os judeus não são uma raça. Qualquer pessoa no mundo de qualquer credo, cor ou raça pode se tornar um judeu.
• A teoria econômica que cita que os judeus são ricos não é confiável. A história tem mostrado que, durante os séculos 17- 20, especialmente na Polônia e na Rússia, os judeus eram desesperadamente pobres e tinham pouca, se alguma, influência em sistemas empresariais ou políticos.
• Quanto à teoria dos estrangeiros, durante o século 18, os judeus tentaram desesperadamente se assimilar com o resto da Europa. Eles esperavam que a assimilação causaria o desaparecimento do antissemitismo. No entanto, foram odiados ainda mais por aqueles que afirmavam que os judeus contaminariam a sua raça com genes inferiores. Isso foi verdade especialmente na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial.
• Quanto à teoria do bode expiatório, o fato é que os judeus têm sempre sido odiados, o que os torna um alvo muito conveniente.
• Quanto à ideia de deicídio, a Bíblia deixa claro que os romanos foram os que realmente mataram Jesus, embora os judeus tenham sido cúmplices. Não foi até algumas centenas de anos depois que os judeus foram citados como os assassinos de Jesus. É de se perguntar por que os romanos não são os odiados. O próprio Jesus perdoou os judeus (Lucas 23:34). Até o Vaticano absolveu os judeus da morte de Jesus em 1963. No entanto, nenhuma declaração tem diminuído o antissemitismo.
• Quanto à sua pretensão de serem o "povo escolhido de Deus", os judeus na Alemanha rejeitaram a sua posição de "escolhidos" durante a última parte do século 19 para melhor assimilarem a cultura alemã. No entanto, sofreram o Holocausto. Hoje, alguns cristãos e muçulmanos afirmam ser o "povo escolhido" de Deus, no entanto, em grande parte, o mundo os tolera e ainda odeia os judeus.
Isso nos leva à verdadeira razão pela qual o mundo odeia os judeus. O apóstolo Paulo nos diz: "Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas; de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém" (Romanos 9:3-5). A verdade é que o mundo odeia os judeus porque o mundo odeia a Deus. Os judeus eram o primogênito de Deus, o Seu povo escolhido (Deuteronômio 14:2). Através dos patriarcas judeus, dos profetas e do templo, Deus usou os judeus para trazer a Sua Palavra, a lei e a moral para um mundo de pecado. Ele enviou o Seu filho, Jesus, o Cristo, em um corpo judeu para redimir o mundo do pecado. Satanás, o príncipe da terra (João 14:30, Efésios 2:2), envenenou as mentes dos homens com o seu ódio pelos judeus. Veja Apocalipse 12 para uma representação alegórica do ódio de Satanás (o dragão) pela nação judaica (a mulher).
Satanás tem tentado exterminar os judeus através dos babilônios, persas, assírios, egípcios, hititas e os nazistas. Entretanto, ele tem falhado toda vez. Deus ainda tem um plano para Israel. Romanos 11:26 nos diz que um dia todo o Israel será salvo, e isso não pode acontecer se Israel não existir mais. Portanto, Deus vai preservar os judeus para o futuro, assim como Ele tem preservado a sua remanescente ao longo da história, até que Seu plano final venha a acontecer. Nada pode frustrar o plano de Deus para Israel e para o povo judeu.
O clímax da obra criadora de Deus foi a Sua criação extraordinária do homem. "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente" (Gênesis 2:7). O Supremo Criador do céu e da terra fez duas coisas ao criar o homem. Primeiro, formou-o do pó da terra e, segundo, assoprou Seu próprio fôlego nas narinas de Adão. Isso distingue o homem de todas as outras criaturas de Deus.
Esta passagem contém três fatos importantes sobre a criação do homem. A primeira é que Deus, e somente Deus, criou o homem. O homem não evoluiu de outras criaturas. Forças impessoais não formaram o homem. Todas as células, DNA, átomos, moléculas, hidrogênio, prótons, nêutrons ou elétrons não criaram o homem. Estas são apenas as substâncias que compõem o corpo físico do homem. O Senhor Deus formou o homem. O Senhor Deus criou as substâncias e então as usou para criar o homem.
A palavra formou é uma tradução do hebraico yatsar, que significa "moldar, dar forma ou criar". Ela evoca a imagem de um oleiro que tem a inteligência e o poder de formar a sua criação. Deus é o Oleiro Mestre que tinha a imagem do homem em Sua mente e que possui o poder e a inteligência para dar vida a essa imagem. Deus tinha tanto a onisciência (conhecimento de tudo) e onipotência (poder completo) para fazer exatamente o que queria.
Em segundo lugar, Deus soprou o Seu próprio fôlego de vida no homem. O homem é mais do que pó ou substância física. O homem é espírito. Podemos imaginá-lo desta maneira: o corpo de Adão tinha acabado de ser criado por Deus a partir do pó da terra – um corpo humano sem vida no chão. Então Deus Se inclinou e soprou Seu próprio fôlego nas narinas do homem; Deus soprou no homem o Seu próprio Espírito. Isto significa que Deus se conectou com o homem da maneira mais íntima possível. O homem é relacionado a Deus e tem o mesmo fôlego que Deus, o sopro da vida.
Terceiro, Gênesis 2:7 nos diz que o homem foi feito uma alma vivente. A palavra alma é nephesh em hebraico, que significa "um ser animado, que respira, consciente e vivo." O homem não se tornou uma alma viva até que Deus soprou o seu Espírito e vida nele. Como tanto um ser animado quanto espiritual, o homem é o único espírito vivo sobre a terra, o que o torna diferente de todas as coisas vivas.
Então, o que é o sopro de Deus? É o Espírito de Deus, dado ao homem para animá-lo fisicamente e espiritualmente. A palavra hebraica para "espírito" é ruach, que significa "vento, respiração, ar, espírito." Além disso, o sopro de Deus é a vida de Deus. E a vida de Deus é vida que sempre continua, o poder de viver eternamente. O sopro de Deus não é temporal; o sopro de Deus vive para sempre. Como tal, nós, os destinatários do sopro da vida, viveremos eternamente. A única questão é onde vamos viver?
Já que Deus soprou o Seu Espírito em cada um de nós, devemos ansiar por Sua presença a cada respiração (Salmo 42:1). Porque, assim como Jesus, nosso Senhor e nosso Salvador, prometeu: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos" (Mateus 5:6).
A consciência é definida como a parte da psique humana que induz a angústia mental e sentimentos de culpa ao ser violada e sentimentos de prazer e bem-estar quando nossas ações, pensamentos e palavras estão em conformidade com os nossos sistemas de valores. A palavra grega traduzida como "consciência" em todas as referências do Novo Testamento é suneidēsis, que significa "consciência moral". A consciência reage quando as ações, pensamentos e palavras se conformam ou são contrárias a um padrão de certo e errado.
Não há um termo hebraico no Antigo Testamento que seja equivalente a suneidēsis no Novo Testamento. A falta de uma palavra hebraica para "consciência" pode ser devido à cosmovisão judaica, que era comunal em vez de individual. O hebreu se considerava um membro de uma comunidade/aliança que se relacionava a Deus e Suas leis corporativamente, e não como um indivíduo. Em outras palavras, o hebreu estava confiante em sua própria posição diante de Deus se a nação hebraica como um todo estivesse em boa comunhão com Ele.
No Novo Testamento, o conceito de consciência é mais de natureza individual e envolve três grandes verdades. Primeiro, a consciência é uma capacidade dada por Deus aos seres humanos para o exercício da auto-avaliação. Paulo refere-se várias vezes à sua própria consciência como sendo "boa" ou "sem ofensa" (Atos 23:1; 24:16, 1 Coríntios 4:4). Paulo examinou as suas próprias palavras e ações e achou que estavam de acordo com seus costumes e sistema de valores, que eram, é claro, com base nos padrões de Deus. Sua consciência confirmou a integridade do seu coração.
Em segundo lugar, o Novo Testamento retrata a consciência como uma testemunha de algo. Paulo diz que os gentios têm consciência que atestam a presença da lei de Deus escrita em seus corações, embora não tivessem a Lei de Moisés (Romanos 2:14-15). Ele também apela para a sua própria consciência como testemunha de que fala a verdade (Romanos 9:1) e de que se comportou em santidade e sinceridade quando se relacionando com outras pessoas (2 Coríntios 1:12). Paulo diz que sua consciência confirma que ele tem que prestar contas por suas ações tanto a Deus quanto a outras pessoas (2 Coríntios 5:11).
Em terceiro lugar, a consciência é uma serva do sistema de valores do indivíduo em questão. Um sistema de valores imaturo ou fraco produz uma fraca consciência, enquanto um sistema de valores totalmente informado produz um forte senso de certo e errado. Na vida cristã, a consciência pode ser conduzida por uma inadequada compreensão das verdades bíblicas e pode produzir sentimentos de culpa e vergonha desproporcionais para as questões em mão. O amadurecimento na fé fortalece a consciência.
Esta última função da consciência é o que Paulo aborda em suas instruções sobre a ingestão de alimentos sacrificados a ídolos. Ele argumenta que, uma vez que os ídolos não são deuses reais, não faz diferença se o alimento foi sacrificado a eles ou não. No entanto, alguns na igreja de Corinto eram fracos em sua compreensão e acreditavam que tais deuses realmente existiam. Esses crentes imaturos ficaram horrorizados com a ideia de comerem alimentos sacrificados aos deuses porque suas consciências eram influenciadas por preconceitos errôneos e visões supersticiosas. Portanto, Paulo incentiva os mais maduros em seu entendimento a não exercerem a sua liberdade de comer se isso fizesse com que as consciências dos seus irmãos mais fracos condenassem as suas ações. A lição aqui é que, se as nossas consciências são claras por causa da fé madura e compreensão, não devemos fazer com que aqueles com a consciência mais fracas tropecem ao exercermos a liberdade que segue uma forte consciência.
Uma outra referência à consciência no Novo Testamento é uma consciência que é "cauterizada" ou tornada insensível, como se tivesse sido cauterizada com ferro quente (1 Timóteo 4:1-2). Tal consciência é endurecida e calejada, não mais sentindo nada. Uma pessoa com a consciência cauterizada não mais escuta os seus sussurros e pode pecar com abandono, iludir-se e pensar que está tudo bem com sua alma, e tratar os outros de forma insensível e sem compaixão.
Como cristãos, devemos manter a nossa consciência limpa ao obedecer a Deus e manter o nosso relacionamento com Ele em boa posição. Fazemos isso através da aplicação de Sua Palavra, renovando e suavizando os nossos corações continuamente. Consideramos aqueles cujas consciências são fracas, tratando-os com amor cristão e compaixão.
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram" (Romanos 5:12). Os efeitos da Queda são numerosos e de grande alcance. O pecado tem afetado todos os aspectos do nosso ser. Isso afetou a nossa vida na terra e o nosso destino eterno.
Um dos efeitos imediatos da Queda foi a separação da humanidade e Deus. No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham perfeita comunhão com Deus. Quando se rebelaram contra Ele, essa comunhão foi quebrada. Adão e Eva se tornaram conscientes do seu pecado e ficaram envergonhados. Tentaram se esconder (Gênesis 3:8-10) e o homem tem se escondido de Deus desde então. Somente através de Cristo pode essa comunhão ser restaurada porque nEle nos tornamos justos e sem pecado aos olhos de Deus, assim como Adão e Eva eram antes de pecar. "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).
Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. Todos os homens morrem, todos os animais morrem, toda a vida vegetal morre. "Toda a criação geme" (Romanos 8:22), esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte. Por causa do pecado, a morte é uma realidade inescapável, e ninguém está imune. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:23). Pior ainda, não só morremos, mas, se morrermos sem Cristo, experimentamos a morte eterna.
Um outro efeito da Queda é que os humanos perderam de vista a finalidade para a qual foram criados. O propósito principal do homem e o maior objetivo na vida é glorificar a Deus e desfrutar dEle para sempre (Romanos 11:36, 1 Coríntios 6:20, 1 Coríntios 10:31, Salmo 86:9). Portanto, o amor a Deus é a essência de toda moralidade e bondade. O oposto é a escolha de si mesmo como o ser supremo. O egoísmo é a essência da Queda e o que segue são todos os outros crimes contra Deus. De todas as formas, o pecado é voltar-se a si mesmo, o que é confirmado na forma como vivemos nossas vidas. Chamamos a atenção para nós mesmos e nossas boas qualidades e realizações. Minimizamos os nossos defeitos. Buscamos favores especiais e oportunidades na vida, querendo uma vantagem extra que ninguém mais tem. Exibimos vigilância por nossos desejos e necessidades enquanto ignoramos os dos outros. Em suma, nós nos colocamos no trono de nossas vidas, usurpando o papel de Deus.
Quando Adão escolheu rebelar-se contra o seu Criador, ele perdeu a sua inocência, incorreu a pena da morte física e espiritual, e sua mente foi obscurecida pelo pecado, assim como as mentes de seus sucessores. O apóstolo Paulo disse dos pagãos: "E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado" (Romanos 1:28). Ele disse aos Coríntios que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus" (2 Coríntios 4:4). Jesus disse: "Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas" (João 12:46). Paulo lembrou aos Efésios: "pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Efésios 5:8). O propósito da salvação é "para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim" (Atos 26:18).
A Queda produziu no homem um estado de depravação. Paulo falou daqueles "cujas consciências estão cauterizadas" (1 Timóteo 4:2) e aqueles cujas mentes estão espiritualmente escurecidas como resultado de rejeitar a verdade (Romanos 1:21). Neste estado e longe da graça divina, o homem é absolutamente incapaz de fazer ou escolher aquilo que é aceitável a Deus. "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser" (Romanos 8:7).
Sem a regeneração sobrenatural do Espírito Santo, todos os homens permaneceriam em seu estado caído. Entretanto, na sua graça, misericórdia e bondade, Deus enviou o Seu Filho para morrer na cruz e tomar sobre Si a penalidade do nosso pecado, reconciliando-nos com Deus e possibilitando a vida eterna com Ele. O que foi perdido na Queda é recuperado na Cruz.
Porque a engenharia genética era desconhecida no momento em que a Bíblia foi escrita, é difícil estabelecer referências definitivas sobre o assunto. A fim de determinar a visão cristã da engenharia genética, precisamos estabelecer um conjunto de princípios através dos quais devemos enxergá-la. Para detalhes sobre a visão cristã da clonagem, consulte "Qual é o ponto de vista cristão sobre a clonagem humana?"
O elemento de maior preocupação com a engenharia genética envolve o quão ousada a humanidade pode ser em sua responsabilidade de cuidar do corpo humano e do resto da criação. Não há dúvida de que a Bíblia nos exorta a sermos responsáveis pela nossa saúde física. Provérbios refere-se a determinadas atividades relativas à restauração da saúde de um indivíduo (Provérbios 12:18). O apóstolo Paulo afirma que temos uma certa obrigação de cuidar do corpo (Efésios 5:29). Ele também encorajou o seu protegido, Timóteo, a tomar medidas medicinais para suas enfermidades (1 Timóteo 5:23). Os crentes têm a responsabilidade de usar o corpo adequadamente, uma vez que é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20). Mostramos a nossa fé ao oferecer assistência aos que têm necessidades físicas (Tiago 2:16). Por isso, como cristãos, devemos estar preocupados com o bem-estar físico de nós mesmos e dos outros.
A criação é para estar sob os cuidados dos seres humanos (Gênesis 1:28; 2:15-20), mas a Bíblia nos diz que a criação foi negativamente afetada por causa dos nossos pecados (Gênesis 3:17-19, Romanos 8:19-21) e antecipa ser resgatada desses efeitos. É possível concluir que, como zeladores de criação, os seres humanos tenham a obrigação de "consertar" os efeitos da maldição do pecado e tentar alinhar as coisas de uma forma melhor, usando todos os meios possíveis. Portanto, é fácil pensar que qualquer avanço científico pode ser usado para a melhoria da criação. No entanto, há preocupações sobre o uso da engenharia genética para essa realização.
1. Há uma preocupação de que a engenharia genética passe a assumir um papel além do que Deus nos tem dado como administradores da Sua criação. A Bíblia diz que todas as coisas foram criadas por Deus e para Ele (Colossenses 1:16). Deus criou todas as coisas vivas para se reproduzirem de acordo com a sua "espécie" (Gênesis 1:11-25). A manipulação excessiva da genética (alterar espécies) pode ser mexer com coisas reservadas apenas para o Projetista principal.
2. Há uma preocupação quanto à engenharia genética tentando impedir o plano de Deus para a restauração da criação. Como já foi dito, a criação foi afetada pelos eventos registrados em Gênesis 3 (rebelião da humanidade contra o plano de Deus). A morte entrou no mundo e a constituição genética do homem e do resto da criação começou uma mudança em direção à morte. Em alguns casos, a engenharia genética pode ser vista como uma tentativa de desfazer o resultado do pecado chamado de "maldição". Deus disse que Ele tem um remédio para esta redenção através de Jesus Cristo, como descrito em Romanos 8 e 1 Coríntios 15. A criação antecipa a novidade associada com a culminação da promessa de Deus para restaurar as coisas a um estado ainda melhor do que o original. Ir "longe demais" na luta contra este processo pode competir com a responsabilidade dos indivíduos de confiar em Cristo para a restauração (Filipenses 3:21).
3. Existe uma preocupação de que a tecnologia genética possa interferir com o processo de vida ordenado por Deus. Com um estudo geral da Escritura, parece evidente que Deus tem um plano para o processo da vida. Por exemplo, o Salmo 139 descreve uma relação íntima entre o salmista e seu Criador desde o ventre. Será que o uso da manipulação genética para criar vida fora do plano de Deus compromete o desenvolvimento de uma alma consciente de Deus? Será que interferir com o processo da vida física afetaria as perspectivas da vida espiritual? Romanos 5:12 nos diz que toda a humanidade peca porque Adão pecou. Entende-se que isto envolveu a transferência da natureza do pecado de geração em geração de modo que todos têm pecado (Romanos 3:23). Paulo explica a esperança da eternidade através da conquista do pecado de Adão. Se todos os que estão em Adão (a partir de sua semente) morrem, e Cristo morreu por aqueles em tal condição, pode a vida criada fora dessa "semente" ser redimida? (1 Coríntios 15:22, 23).
4. Há uma preocupação de que uma busca ousada de avanços na engenharia genética seja motivada por um desafio a Deus. Gênesis 11:1-9 mostra o que acontece quando a criação tenta exaltar-se acima do Criador. As pessoas em Gênesis 11 eram unificadas, mas não eram submissas a Deus. Como resultado, Deus parou o seu progresso. Deus certamente reconheceu que houve alguns perigos envolvidos com a direção em que as pessoas estavam indo. Temos um aviso semelhante em Romanos 1:18-32. Nessa passagem, Deus descreve indivíduos que se tornaram tão encantados com a criação (na verdade adorando-a ao invés do Criador) que acabaram sofrendo destruição. O temor é que a engenharia genética possa promover motivações semelhantes e, no fim das contas, tenha resultados semelhantes.
Estas são as perguntas e questões para as quais não temos respostas no momento, mas são preocupações que devem ser cuidadosamente consideradas pelos cristãos que tentam adotar uma visão da engenharia genética.
A natureza humana é o que nos torna distintamente humanos. Nossa natureza é distinta da dos animais e do resto da criação porque podemos pensar e sentir. Uma das distinções principais entre os seres humanos e o resto da criação é a nossa capacidade de raciocinar. Nenhuma outra criatura tem essa capacidade, e não há dúvida de que este é um presente singular dado por Deus. Nossa razão nos permite refletir sobre a nossa própria natureza e a natureza de Deus e derivar conhecimento da vontade de Deus para a sua criação. Nenhuma outra parte da criação de Deus tem uma natureza capaz de raciocínio.
A Bíblia ensina que Deus criou os seres humanos à Sua imagem. Isto significa que Ele nos permite ter algum entendimento dEle e do Seu design vasto e complexo. Nossa natureza humana reflete alguns dos atributos de Deus, embora de forma limitada. Nós amamos porque somos feitos à imagem de Deus, que é amor (1 João 4:16). Porque somos criados à Sua imagem, podemos ser compassivos, fiéis, gentis, verdadeiros, pacientes e justos. Em nós, esses atributos são distorcidos pelo pecado, o qual também reside em nossa natureza.
Originalmente, a natureza humana era perfeita por ter sido criada assim por Deus. A Bíblia ensina que os seres humanos foram criados "muito bons" por um Deus amoroso (Gênesis 1:31), mas que a bondade foi manchada pelo pecado de Adão e Eva. Posteriormente, toda a raça humana foi vítima da natureza do pecado. A boa notícia é que no momento em que uma pessoa confia em Cristo, ela recebe uma nova natureza. Segundo Coríntios 5:17 nos diz: "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." A santificação é o processo pelo qual Deus desenvolve a nossa nova natureza, permitindo-nos assim crescer em mais santidade com o tempo. Este é um processo contínuo, com muitas vitórias e derrotas devido à luta da nova natureza com o "tabernáculo" (2 Coríntios 5:4) no qual residem o velho homem, a velha natureza e a carne. Apenas quando formos glorificados no céu a nossa nova natureza será livre para viver a eternidade na presença do Deus em cuja imagem fomos criados.
A Bíblia não é muito clara quanto à natureza da alma humana. Entretanto, com um estudo da forma em que a palavra alma é usada nas Escrituras, podemos chegar a algumas conclusões. Simplificando, a alma humana é a parte de uma pessoa que não é física (imaterial). É a parte de cada ser humano que dura eternamente após o corpo passar pela morte. Gênesis 35:18 descreve a morte de Raquel, esposa de Jacó, dizendo que ela nomeou o seu filho "ao sair-lhe a alma." Com base nisso, sabemos que a alma é diferente do corpo e que continua a viver após a morte física.
A alma humana é central para a personalidade de um ser humano. Como C. S. Lewis disse: "Você não tem uma alma. Você é uma alma. Você tem um corpo." Por outras palavras, a personalidade não é baseada em ter um corpo. A alma é o que é necessário. Repetidamente na Bíblia, as pessoas são chamadas de "almas" (Êxodo 31:14, Provérbios 11:30), especialmente em contextos que se concentram no valor da vida humana e da personalidade ou no conceito de um "ser inteiro" (Salmo 16:9-10, Ezequiel 18:4, Atos 2:41, Apocalipse 18:13).
A alma humana é distinta do coração (Deuteronômio 26:16; 30:6), do espírito (1 Tessalonicenses 5:23; Hebreus 4:12) e da mente (Mateus 22:37, Marcos 12:30; Lucas 10:27). A alma humana é criada por Deus (Jeremias 38:16). Ela pode ser forte ou instável (2 Pedro 2:14); pode ser perdida ou salva (Tiago 1:21, Ezequiel 18:4). Sabemos que a alma humana precisa de expiação (Levítico 17:11) e é a parte de nós que é purificada e protegida pela verdade e obra do Espírito Santo (1 Pedro 1:22). Jesus é o grande Pastor de almas (1 Pedro 2:25).
Mateus 11:29 nos diz que podemos nos voltar a Jesus Cristo para encontrar descanso para as nossas almas. Salmo 16:9-10 é um salmo messiânico que nos permite ver que Jesus também tinha uma alma. Davi escreveu: "Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança. Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção." Isso não pode estar falando de Davi (como Paulo aponta em Atos 13: 35-37) porque o corpo de Davi conheceu a corrupção e decadência ao morrer. No entanto, o corpo de Jesus Cristo nunca viu a corrupção (Ele ressuscitou) e a Sua alma não foi abandonada a Seol. Jesus, como o Filho do Homem, tem uma alma.
Muitas vezes há dificuldade de distinguir o espírito humano e a alma humana. Em alguns lugares, a Escritura parece usar os termos como sinônimos, mas pode haver uma diferença sutil. Caso contrário, como poderia a Palavra de Deus penetrar "até a divisão de alma e espírito" (Hebreus 4:12)? Quando a Bíblia fala do espírito do homem, está geralmente falando de uma força interior que anima uma pessoa em uma direção ou outra. É repetidamente mostrado como uma força movedora e dinâmica (por exemplo, Números 14:24).
Tem sido dito que só há duas coisas que duram: a Palavra de Deus (Marcos 13:31) e as almas dos homens. Isto porque, como a Palavra de Deus, a alma é uma coisa imperecível. Esse pensamento deve ser tanto assustador quanto digno de admiração. Cada pessoa que você encontra é uma alma eterna. Todo ser humano que já viveu tinha uma alma, e todas essas almas ainda existem em algum lugar. A pergunta é: onde? As almas que rejeitam o amor de Deus são condenadas a pagar por seu próprio pecado, eternamente, no inferno (Romanos 6:23). Por outro lado, as almas que aceitam a sua própria pecaminosidade e o dom gratuito do perdão de Deus vão viver para sempre ao lado de águas tranquilas com o seu Pastor, sem precisar de mais nada (Salmo 23:2).
O espírito humano é a parte imaterial do homem. A Bíblia diz que o espírito humano é o próprio sopro do Deus Todo-Poderoso que foi soprado no homem no início da criação de Deus: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente"(Gênesis 2:7). É o espírito humano que nos dá a consciência de nós mesmos e de outras notáveis, embora limitadas, qualidades que se "espelham em Deus". O espírito humano inclui o nosso intelecto, emoções, medos, paixões e criatividade. É esse espírito que nos dá a capacidade única de compreender e entender (Jó 32:8, 18).
As palavras espírito e sopro são traduções da palavra hebraica neshamah e da palavra grega pneuma. As palavras significam "forte rajada de vento ou inspiração". Neshamah é a fonte da vida que vitaliza a humanidade (Jó 33:4). É o intangível, invisível espírito humano que governa a existência mental e emocional do homem. O apóstolo Paulo disse: "Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:11). Com a morte, o "espírito volta a Deus que o deu" (Eclesiastes 12:7; ver também Jó 34:14-15 e Salmo 104:29-30).
Todo ser humano tem um espírito que é distinto do "espírito", ou vida, de animais. Os animais têm uma nephesh (Gênesis 1:20), mas os seres humanos têm uma neshamah. Deus fez o homem diferente dos animais por ter nos criado "à imagem de Deus" (Gênesis 1:26-27). Portanto, o homem é capaz de pensar, sentir, amar, projetar, criar e desfrutar de música, humor e arte. E é por causa do espírito humano que temos um "livre-arbítrio" que nenhuma outra criatura na terra tem.
O espírito humano foi danificado na queda. Quando Adão pecou, a sua capacidade de comunhão com Deus foi quebrada; ele não morreu fisicamente naquele dia, mas morreu espiritualmente. Desde então, o espírito humano tem sofrido os efeitos da queda. Antes da salvação, uma pessoa é caracterizada como espiritualmente "morta" (Efésios 2:1-5; Colossenses 2:13). O relacionamento com Cristo revitaliza os nossos espíritos e nos renova a cada dia (2 Coríntios 4:16).
Curiosamente, assim como o espírito humano foi divinamente inspirado no primeiro homem, assim também o Espírito Santo foi soprado aos primeiros discípulos em João 20:22: "E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" (João 20:22; ver também Atos 2:38). Adão foi feito vivo pelo sopro de Deus e nós, como "novas criaturas" em Cristo, somos feitos espiritualmente vivos pelo "sopro de Deus", o Espírito Santo (2 Coríntios 5:17, João 3:3, Romanos 6:4). Após a aceitação de Jesus Cristo, o Espírito Santo de Deus se une com o nosso próprio espírito de maneiras que não podemos compreender. O apóstolo João disse: "Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele em nós: por ele nos ter dado do seu Espírito" (1 João 4:13).
Quando permitimos que o Espírito de Deus lidere as nossas vidas, o "Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:16). Como filhos de Deus, não somos mais liderados por nosso próprio espírito, mas pelo Espírito de Deus, o qual nos conduz à vida eterna.
Depois que Caim matou o seu irmão Abel, Deus declarou a Caim: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra" (Gênesis 4:11-12). Em resposta, Caim lamentou: "Então disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará" (Gênesis 4:13-14). Deus respondeu: "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse" (Gênesis 4:15-16).
A natureza do sinal em Caim tem sido um assunto de muito debate e especulação. A palavra hebraica traduzida como "sinal" é 'owth e se refere a uma "marca, sinal ou símbolo." Em outros lugares nas Escrituras Hebraicas, 'owth é usado 79 vezes e é mais frequentemente traduzido como "sinal". Assim, a palavra hebraica não identifica a natureza exata do sinal que Deus colocou em Caim. O que quer que tenha sido, era um sinal/indicador de que Caim não era para ser morto. Alguns propõem que a marca era uma cicatriz ou algum tipo de tatuagem. Seja qual for o caso, a natureza exata da marca não é o foco da passagem. O foco é que Deus não permitiria que as pessoas se vingassem contra Caim. Qualquer que tenha sido esse sinal, o seu propósito foi alcançado.
No passado, muitos acreditavam que o sinal em Caim era uma pele escura - que Deus mudou a cor da pele de Caim para preta a fim de identificá-lo. Já que Caim também recebeu uma maldição, a crença de que a marca era a pele negra levou muitos a acreditar que as pessoas de pele escura eram amaldiçoadas. Muitos usaram esse ensinamento da "marca de Caim" como justificativa para o comércio africano de escravos e a discriminação contra as pessoas de pele preta/escura. Esta interpretação da marca de Caim é completamente antibíblica. Em nenhum lugar da Bíblia hebraica 'owth é usado para se referir à cor da pele. A maldição sobre Caim em Gênesis capítulo 4 foi no próprio Caim. Nada é dito da maldição de Caim sendo passada aos seus descendentes. Não há absolutamente nenhuma base bíblica para afirmar que os descendentes de Caim tinham a pele escura. Além disso, a menos que uma das esposas dos filhos de Noé fosse uma descendente de Caim (possível, mas improvável), a linhagem de Caim foi encerrada pelo Dilúvio.
Qual foi a marca que Deus colocou em Caim? A Bíblia não diz. O significado desse sinal - que Caim não era para ser morto - era mais importante do que a natureza do sinal em si. O que quer que tenha sido, não tinha conexão nenhuma com a cor da pele ou uma maldição sobre as gerações descendentes de Caim. Usar esse sinal como uma desculpa para o racismo ou discriminação é absolutamente antibíblico.
A frase "o povo de Deus" sempre indica uma relação clara. Deus chamou Abrão (mais tarde Abraão) em Gênesis 12 a deixar a sua terra rumo a um novo lar que Deus lhe mostraria. Quando Abrão chegou lá, Deus diz em Gênesis 12:2: "Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção." Esta nação se tornaria a nação de Israel, o primeiro grupo a ser designado como povo de Deus.
Deus diz a Israel através do profeta Isaías: "E pus as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu povo" (Isaías 51:16). Deus também confirma Israel como o Seu povo em Ezequiel 38:14 em uma profecia para a nação vizinha de Gogue.
São os não-judeus que acreditam em um Messias judeu (Jesus Cristo) considerados o povo de Deus? Sim. Jesus veio por toda a humanidade, não apenas para salvar Israel (Romanos 1:16, 10:12, Gálatas 3:28). A relação de Deus com o Seu povo é mais do que o Seu chamado; eles também o chamam de seu Deus. Davi diz: "E bem sei, Deus meu, que tu sondas o coração, e que te agradas da retidão. Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, ofereceu voluntariamente" (1 Crônicas 29:17). Aqui, o povo de Deus é identificado mais por sua disposição de entregar-se a Ele que por sua nacionalidade.
Qualquer pessoa que aceite a Jesus Cristo como Salvador e Senhor torna-se parte do povo de Deus. O relacionamento não vem através do comparecimento à igreja ou de boas ações. É uma escolha deliberada de seguir somente a Deus. É por isso que 2 Coríntios 6:16 e Marcos 8:38 indicam que uma escolha tem de ser feita. E quando fazemos essa escolha de abraçar a Deus, Ele nos abraça também. Então realmente somos o Seu povo.
Ser espiritualmente morto é estar separado de Deus. Quando Adão pecou em Gênesis 3:6, ele inaugurou a morte para toda a humanidade. O mandamento de Deus a Adão e Eva foi de que eles não podiam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso veio com a advertência de que a desobediência poderia resultar em morte: "Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." A frase "certamente morrerás" poderia ser traduzida literalmente "morrendo você morrerá." Isso significa um estado contínuo de morte que começou com a morte espiritual, continua ao longo da vida como uma degradação gradual do corpo e termina com a morte física. A morte espiritual imediata resultou na separação de Adão de Deus. O seu ato de se esconder de Deus (Gênesis 3:8) demonstra essa separação, assim como a sua tentativa de transferir a culpa do pecado para a mulher (Gênesis 3:12).
Infelizmente, esta morte espiritual - e eventual física - não se limitou a Adão e Eva. Como representante da raça humana, Adão levou toda a humanidade em seu pecado. Paulo deixa isso claro em Romanos 5:12, dizendo-nos que o pecado e a morte entraram no mundo e se espalharam para todos os homens através do pecado de Adão. Além disso, Romanos 6:23 diz que o salário do pecado é a morte; os pecadores devem morrer porque o pecado nos separa de Deus. Qualquer separação da Fonte da Vida é, naturalmente, morte para nós.
Entretanto, não é só o pecado herdado que causa a morte espiritual - o nosso próprio pecado contribui. Efésios 2 ensina que, antes da salvação, estamos "mortos" em nossos delitos e pecados (versículo 1). Isso deve se referir à morte espiritual porque ainda estamos "vivos" fisicamente antes de salvação. Enquanto estávamos em uma condição espiritualmente "morta", Deus nos salvou (versículo 5, ver também Romanos 5:8). Colossenses 2:13 reitera essa verdade: "E a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos... vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos."
Já que estamos mortos no pecado, somos completamente incapazes de confiar em Deus ou na Sua Palavra. Jesus repetidamente afirma que somos impotentes sem Ele (João 15:5) e que não podemos vir a Ele sem a habilitação de Deus (João 6:44). Paulo ensina em Romanos 8 que nossas mentes naturais não podem se submeter a Deus, nem agradar a Deus (versos 7-8). Em nosso estado caído, somos incapazes de compreender até mesmo as coisas de Deus (1 Coríntios 2:14).
O ato de Deus pelo qual Ele nos restaura da morte espiritual é chamado de regeneração. A regeneração é realizada somente pelo Espírito Santo, através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Quando somos regenerados, somos vivificados juntamente com Cristo (Efésios 2:5) e renovados pelo Espírito Santo (Tito 3:5). É como nascer uma segunda vez, assim como Jesus ensinou Nicodemos em João 3:3, 7. Tendo sido vivificados por Deus, nunca verdadeiramente morreremos - temos a vida eterna. Jesus disse muitas vezes que crer nEle é ter a vida eterna (João 3:16, 36; 17:3).
O pecado leva à morte. A única maneira de escapar essa morte é ir a Jesus através da fé ao sermos atraídos pelo Espírito Santo. A fé em Cristo leva à vida espiritual e, finalmente, à vida eterna.
John Knox (c. 1510-1572) era um clérigo escocês, um líder da Reforma Protestante e um homem considerado o fundador da denominação Presbiteriana na Escócia. Knox tem sido admirado por teólogos contemporâneos como alguém que personificava um zelo por Deus e um compromisso com a verdade das Escrituras e vida santa. No entanto, ao aproximar-se da morte, o santo de Deus admitiu a sua própria batalha pessoal com a natureza pecaminosa que herdou de Adão (Romanos 5:12). Knox disse: "Eu sei o quão difícil é a batalha entre a carne e o espírito sob a pesada cruz de aflição, quando não aparece nenhuma defesa desse mundo, mas a morte presente. Conheço as queixas relutantes e murmuração da carne... "
A declaração de Knox é extremamente parecida com a do apóstolo Paulo, o qual reconheceu abertamente uma luta pessoal com a natureza do pecado: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:14-24).
Paulo afirma em sua carta aos Romanos que havia algo "nos membros" do seu corpo que ele chama de "minha carne", a qual produziu dificuldade em sua vida cristã e fez dele um prisioneiro do pecado. Martinho Lutero, em seu prefácio ao livro de Romanos, comentou sobre o uso de Paulo de "carne": "Tu não deves entender 'carne', portanto, como se 'carne' fosse apenas aquilo que está ligado com a falta de castidade, mas São Paulo usa 'carne' para se referir a todo o homem, corpo, alma, razão e todas as suas faculdades, porque tudo o que está nele anseia e luta segundo a carne." Os comentários de Lutero salientam que "carne" equivale a afetos e desejos que são contrários a Deus, não só na área da atividade sexual, mas em todas as áreas da vida.
Obter uma sólida compreensão do termo "carne" requer o exame de seu uso e definição na Escritura, como se manifesta na vida dos crentes e descrentes, as consequências que produz e como pode vir a ser superada.
A Definição de "Carne"
A palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver."
A Bíblia deixa claro que a humanidade não começou assim. O livro de Gênesis diz que a humanidade foi criada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:26-27). Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a sua causa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, ou como Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus 7:18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão e Eva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes: "Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete" (Gênesis 5:3, ênfase adicionada).
O fato da natureza pecaminosa é ensinado em muitos lugares na Escritura, como a declaração de Davi: "Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concedeu minha mãe" (Salmo 51:5). Davi não quer dizer que foi o produto de um caso de adultério, mas que seus pais passaram uma natureza pecaminosa para ele. Na teologia, isso é às vezes chamado da visão "traduciana" (do termo latino que significa "de um ramo") da natureza humana. A visão traduciana é que a alma de uma pessoa é criada através de seus pais, com a criança herdando a sua natureza pecaminosa no processo.
A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou dicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria de que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias e advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3).
Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4).
Assim, ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A carne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus e Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperança para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova vida no Senhor Jesus Cristo."
A Manifestação e Luta contra a Carne
Como é que a carne se manifesta em seres humanos? A Bíblia responde a essa questão desta forma: "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus" (Gálatas 5:19-21).
Os exemplos da influência da carne no mundo são evidentes. Considere alguns fatos tristes tomados de uma pesquisa recente sobre o efeito da pornografia nos Estados Unidos. Segundo o estudo, a cada segundo nos EUA:
• US $ 3,075.64 estão sendo gastos em pornografia
• 28.258 usuários de internet estão vendo pornografia
• 372 usuários de Internet estão digitando termos adultos em sites de busca
E a cada 39 minutos, um novo vídeo pornográfico está sendo criado nos Estados Unidos. Tais estatísticas confirmam a declaração feita pelo profeta Jeremias, o qual lamentou que "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jeremias 17:9).
As Consequências da Carne
A Bíblia diz que viver na carne produz uma série de consequências infelizes. Primeiro, a Escritura afirma que aqueles que vivem segundo a carne e que nunca desejam mudar ou se arrepender de seu comportamento pecaminoso vão experimentar a separação de Deus, tanto nesta vida quanto na próxima:
• "E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? pois o fim delas é a morte" (Romanos 6:21).
• "porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Romanos 8:13).
• "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gálatas 6:7-8).
Além disso, uma pessoa também se torna um/a escravo/a de sua natureza carnal: "Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Romanos 6:16). A escravidão sempre leva a um estilo de vida destrutivo e de vida deteriorada. Como o profeta Oseias disse: "Porquanto semeiam o vento, hão de ceifar o turbilhão; não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros" (Oseias 8:7).
No fim das contas, obedecer à carne sempre resulta em quebrar a lei moral de Deus. No entanto, em um sentido muito real, uma pessoa nunca pode quebrar a lei moral de Deus, embora certamente possa desobedecê-la. Por exemplo, uma pessoa pode subir em um telhado, amarrar uma capa ao redor de seu pescoço e pular do telhado na esperança de quebrar a lei da gravidade. No entanto, ele vai aprender rapidamente que não pode voar; ele não pode quebrar a lei da gravidade e a única coisa que acaba quebrando é ele mesmo, enquanto provando a lei da gravidade no processo. O mesmo é verdadeiro para as ações morais: uma pessoa pode desobedecer à lei moral de Deus através da vida carnal, mas só vai provar a lei moral de Deus ao quebrar-se de alguma forma através do seu próprio comportamento.
Superando a Carne
A Bíblia fornece um processo de três passos para a superação da carne e restauração de um relacionamento correto com Deus. O primeiro passo é uma caminhada de honestidade quando uma pessoa reconhece o seu comportamento pecaminoso diante de Deus. Isso envolve concordar com o que a Bíblia diz sobre todos os nascidos de pais humanos: as pessoas são pecadoras e entram no mundo em um relacionamento quebrado com o Deus que os criou:
• "Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá?" (Salmo 130:3)
• "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (1 João 1:8, 10).
O próximo passo é uma caminhada no Espírito, o que envolve clamar a Deus para a salvação e receber o Seu Espírito Santo que capacita a pessoa a viver corretamente diante de Deus e não obedecer aos desejos da carne. Essa transformação e nova caminhada de vida são descritos em vários lugares na Escritura:
• “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).
• "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." (Romanos 6:11)
• "Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne." (Gálatas 5:16)
• "Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” (Gálatas 3:27)
• "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências." (Romanos 13:14)
• "E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito." (Efésios 5:18)
• "Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti." (Salmo 119:11)
O último passo é uma caminhada da morte, onde a carne é tão carente de seus desejos que eventualmente morre. Mesmo que uma pessoa nasça de novo através do Espírito de Deus, ela deve entender que ainda possui a natureza velha com os seus desejos que lutam com a nova natureza e os desejos que vêm do Espírito. Do ponto de vista prático, o cristão propositadamente evita alimentar a natureza velha e carnal e, ao invés, pratica novos comportamentos que são conduzidos pelo Espírito:
• "Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão." (1 Timóteo 6:11)
• “Foge também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor." (2 Timóteo 2:22)
• "Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado." (1 Coríntios 9:27)
• "Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria." (Colossenses 3:5)
• "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências." (Gálatas 5:24)
• "sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado." (Romanos 6:6)
• "Mas vós não aprendestes assim a Cristo. se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus, a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no espírito da vossa mente; e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade." (Efésios 4:20-24)
Conclusão
Susana Wesley, mãe de John e Charles Wesley, dois grandes pregadores e escritores de hino, descreveu o pecado e a carne desta forma: "Tudo que enfraquece o seu raciocínio, prejudica a ternura de sua consciência, obscurece o seu sentido de Deus ou tira o seu prazer por coisas espirituais, em suma - se qualquer coisa aumenta a autoridade e o poder da carne sobre o Espírito, isso para você se torna pecado independentemente de quão bom seja em si." Um dos objetivos da vida cristã é a vitória do Espírito sobre a carne e uma mudança de vida que se manifesta na vida justa diante de Deus.
Embora a luta seja muito real (o que a Bíblia deixa claro), os cristãos têm a garantia de Deus de que Ele vai eventualmente dar vitória sobre a carne. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Filipenses 1:6).
Primeiro, vamos afirmar o óbvio: este artigo não é sobre o coração como um órgão vital, um músculo que bombeia o sangue por todo o corpo. Nem este artigo se trata de definições românticas, filosóficas ou literárias.
Em vez disso, vamos nos concentrar no que a Bíblia tem a dizer sobre o coração. A Bíblia menciona o coração humano quase 300 vezes. Em essência, isso é o que diz: o coração é aquela parte espiritual dentro de nós onde os nossos desejos e emoções habitam.
Antes de darmos uma olhada no coração humano, vamos mencionar que, uma vez que Deus tem emoções e desejos, pode-se dizer que Ele também tem um "coração". Nós temos um coração porque Deus o tem. Davi era um homem "segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). E Deus abençoa o Seu povo com líderes que conhecem e seguem o Seu coração (1 Samuel 2:35, Jeremias 3:15).
O coração humano, em sua condição natural, é perverso, traiçoeiro e enganador. Jeremias 17:9 diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" Em outras palavras, a Queda nos afetou no nível mais profundo –a nossa mente, emoções e desejos foram manchados pelo pecado e somos cegos para o quão penetrante o problema realmente é.
Podemos não entender os nossos próprios corações, mas Deus entende. Ele "conhece os segredos do coração" (Salmo 44:21; ver também 1 Coríntios 14:25). Jesus "conhecia a todos, e não necessitava de que alguém lhe desse testemunho do homem, pois bem sabia o que havia no homem" (João 2:24-25). Com base em Seu conhecimento do coração, Deus pode julgar com retidão: "Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações" (Jeremias 17:10).
Jesus destacou a condição caída de nossos corações em Marcos 7:21-23: "Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem." O nosso maior problema não é externo, mas interno - todos nós temos um problema de coração.
Para que uma pessoa possa ser salva, então, o coração tem que ser mudado. Isso só acontece pelo poder de Deus, em resposta à fé. "Com o coração se crê para justiça" (Romanos 10:10). Em Sua graça, Deus pode criar um coração novo dentro de nós (Salmo 51:10, Ezequiel 36:26). Ele promete "vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15).
A obra de Deus de criar um novo coração dentro de nós envolve testar o nosso coração (Salmo 17:3; Deuteronômio 8:2) e encher os nossos corações com novas ideias, nova sabedoria e novos desejos (Neemias 7:5; 1 Reis 10:24; 2 Coríntios 8:16).
O coração é o centro do nosso ser, e a Bíblia coloca grande importância em manter o coração puro: "Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Provérbios 4:23).