Você está com fome? Não fisicamente, mas você tem fome de algo mais na sua vida? Há algo no fundo da sua existência que nunca parece ficar satisfeito? Se sim, Jesus é o caminho! Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (João 6:35).
Você está confuso? Você parece nunca encontrar um caminho ou um propósito na vida? Você tem a sensação de que alguém apagou as luzes e que você não consegue encontrar o interruptor? Se sim, Jesus é o caminho! Jesus proclamou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12).
Você algumas vezes se sente como se estivesse trancado do lado de fora da vida? Você já tentou tantas portas, apenas para descobrir que o que havia atrás delas é vazio e sem sentido? Você está procurando por uma entrada para uma vida de realizações? Se sim, Jesus é o caminho! Jesus declarou: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (João 10:9).
As outras pessoas sempre decepcionam você? Os seus relacionamentos têm sido superficiais e vazios? Parece que todos estão tentando tirar vantagem de você? Se sim, Jesus é o caminho! Jesus disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas... Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem a mim” (João 10:11, 14).
Você imagina o que acontece depois desta vida? Você está cansado de viver a sua vida apenas por coisas que apodrecem ou enferrujam? Você algumas vezes duvida que esta vida tenha algum significado? Você quer viver após a sua morte? Se sim, Jesus é o caminho! Jesus declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente (João 11:25-26).
Qual é o caminho? Qual é a verdade? Qual é a vida? Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
A fome que você sente é uma fome espiritual, e só pode ser saciada por Jesus. Jesus é o único que pode remover a escuridão. Jesus é o portão para uma vida de satisfação. Jesus é o amigo e pastor que você tem procurado. Jesus é a vida – neste mundo e no próximo. Jesus é o caminho da salvação!
A razão pela qual você sente fome, a razão pela qual você se sente perdido na escuridão, a razão pela qual você não consegue encontrar um sentido na vida, é que você está separado de Deus. A Bíblia nos diz que todos nós pecamos e estamos portanto separados de Deus (Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23). O vazio que você sente no seu coração é a falta de Deus na sua vida. Nós fomos criados para ter um relacionamento com Deus. Por causa do nosso pecado, nós fomos separados deste relacionamento. Pior ainda, nosso pecado nos fará permanecer separados de Deus por toda a eternidade, esta vida e a próxima (Romanos 6:23; João 3:36).
Como este problema pode ser resolvido? Jesus é o caminho! Jesus tomou o nosso pecado para si (2 Coríntios 5:21). Jesus morreu no nosso lugar (Romanos 5:8), levando a punição que nós merecemos. Três dias depois, Jesus ressuscitou dos mortos, provando a sua vitória sobre a morte e o pecado (Romanos 6:4-5) Por que ele o fez? O próprio Jesus respondeu a esta pergunta: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13). Jesus morreu para que nós pudéssemos viver. Se nós pusermos a nossa fé em Jesus, acreditando na Sua morte como pagamento pelos nossos pecados – todos os nossos pecados são perdoados e levados embora. Nós então teremos a nossa fome espiritual saciada. As luzes serão ligadas. Nós teremos acesso a uma vida de realizações. Nós iremos conhecer o nosso verdadeiro melhor amigo e bom pastor. Nós iremos saber que teremos uma vida depois que morrermos – uma vida ressuscitada no Céu para a eternidade com Jesus!
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).
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“Sou basicamente uma boa pessoa, então vou para o Céu.” “OK, então eu faço algumas coisas ruins, mas faço mais coisas boas, então vou para o Céu.” “Deus não vai me enviar para o inferno só porque não vivo de acordo com a Bíblia. Os tempos mudaram!” “Apenas pessoas realmente más como molestadores de crianças e assassinos vão para o inferno.” “Acredito em Deus, apenas o sigo do meu próprio jeito. Todos os caminhos levam a Deus.”
Todas estas são conclusões comuns entre a maioria das pessoas, mas a verdade é que são todas mentiras. Satanás, o qual tem poder sobre o mundo, planta estes pensamentos nas nossas mentes. Ele, e qualquer um que siga os seus caminhos, é um inimigo de Deus (1 Pedro 5:8). Satanás sempre se disfarça como bom (2 Coríntios 11:14), mas tem controle sobre todas as mentes que não pertencem a Deus. “...[Satanás, ] o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:4).
É uma mentira acreditar que Deus não se importa com pecados menores e que o inferno é destinado às “pessoas más”. Todo pecado nos separa de Deus, mesmo uma “pequena mentirinha”. Todos pecaram e ninguém é bom o suficiente para ir ao Céu por sua própria conta (Romanos 3:23). Entrar no Céu não se baseia no nosso bem superar o nosso mal; todos perderíamos se este fosse o caso. “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11:6). Não há nada bom que possamos fazer para ganhar a nossa entrada no Céu (Tito 3:5).
“Entrai pela porta estreita: porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mateus 7:13). Mesmo que todo mundo esteja vivendo uma vida de pecado, e crer em Deus não seja popular, Deus não vai perdoar isto. “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, o espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2).
Quando Deus criou o mundo, este era perfeito. Tudo era bom. Então ele fez Adão e Eva, e deu-lhes o seu próprio livre-arbítrio, de forma que teriam a escolha de seguir e obedecer a Deus ou não. No entanto, Adão e Eva, as primeiras pessoas que Deus fez, foram tentados por Satanás a desobedecer a Deus, e eles pecaram. Isto os impediu (e a todos os que vieram depois deles, incluindo a nós) de ter uma relação íntima com Deus. Ele é perfeito e não pode estar no meio do pecado. Como pecadores, nós não poderíamos chegar lá pela nossa própria vontade. Então, Deus criou uma forma pela qual poderíamos estar unidos com Ele no Céu. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23). Jesus nasceu para que pudesse nos ensinar o caminho e morreu por nossos pecados para que não o tivéssemos de fazer. Três dias após a Sua morte, Ele ressuscitou do sepulcro (Romanos 4:25), provando ser vitorioso sobre a morte. Ele completou o caminho entre Deus e o homem para que este pudesse ter uma relação pessoal com Ele, precisando apenas acreditar.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). A maioria das pessoas acredita em Deus, até Satanás acredita. Entretanto, para receber a salvação, é preciso se voltar para Deus, formar uma relação pessoal com Ele, voltar-se contra os nossos pecados e seguir a Ele. Devemos acreditar em Jesus com tudo o que temos e em tudo o que fazemos. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que creem; porque não há distinção” (Romanos 3:22). A Bíblia nos ensina que não há outro caminho para salvação a não ser através de Cristo. Jesus diz em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Jesus é o único caminho para a salvação porque Ele é o Único que pode pagar o preço pelos nossos pecados (Romanos 6:23). Nenhuma outra religião ensina a profundidade ou seriedade do pecado e das suas consequências. Nenhuma outra religião oferece o pagamento infinito que só Jesus poderia dar pelo pecado. Nenhum outro “fundador religioso” foi Deus vindo como homem (João 1:1,14) – a única forma pela qual um débito infinito poderia ser pago. Jesus tinha que ser Deus para que pudesse pagar nosso débito. Jesus tinha que ser homem para que pudesse morrer. A salvação está disponível apenas pela fé em Jesus Cristo! “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).
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Esta talvez seja a mais importante pergunta em toda a Teologia Cristã. Esta pergunta motivou a Reforma: a separação entre a igreja Protestante e a igreja Católica. Nesta pergunta está a diferença crucial entre o Cristianismo Bíblico e a maioria dos cultos “Cristãos”. A salvação se dá somente pela fé ou pela fé mais as obras? Sou salvo apenas por crer em Jesus ou tenho que crer em Jesus e fazer certas coisas?
A questão da fé somente ou fé mais as obras se faz difícil por causa de algumas passagens bíblicas de difícil correlação. Compare Romanos 3:28, 5:1 e Gálatas 3:24 com Tiago 2:24. Há quem veja uma diferença entre Paulo (a Salvação é somente pela fé) e Tiago (a Salvação é pela fé mais as obras). Na verdade, Paulo e Tiago, de maneira alguma, discordam entre si. O único ponto de discordância que alguns afirmam existir é a respeito da relação entre fé e obras. Paulo dogmaticamente diz que a justificação se dá somente pela fé (Efésios 2:8-9) enquanto Tiago aparentemente está dizendo que a justificação é pela fé mais as obras. Este aparente problema é resolvido ao examinarmos com precisão sobre o que discorre Tiago. Tiago está negando a crença de que a pessoa possa ter fé sem produzir quaisquer boas obras (Tiago 2:17-18). Tiago está enfatizando o argumento de que a fé genuína em Cristo produzirá uma vida transformada e boas obras (Tiago 2:20-26). Tiago não está dizendo que a justificação se dá pela fé mais as obras, mas, ao invés disso, diz que a pessoa que é verdadeiramente justificada pela fé produzirá boas obras em sua vida. Se uma pessoa afirma ser crente, mas não produz boas obras em sua vida - então ela provavelmente não tem fé genuína em Cristo (Tiago 2:14, 17, 20, 26).
Paulo escreve o mesmo. O bom fruto que os crentes devem produzir em suas vidas é citado em Gálatas 5:22-23. Logo depois de nos dizer que somos salvos pela fé, não por obras (Efésios 2:8,9), Paulo nos informa que fomos criados para as boas obras (Efésios 2:10). Paulo espera tanto de uma vida transformada quanto Tiago. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17)! Tiago e Paulo não discordam em seus ensinamentos sobre a salvação. Eles abordam o mesmo assunto sob diferentes prismas. Paulo simplesmente enfatizou que a justificação vem somente pela fé enquanto Tiago enfatizou o fato de que a fé em Cristo produz boas obras.
Antes de responder a essa pergunta, o termo “cristão” precisa ser definido. Um “cristão” não é uma pessoa que fez uma oração, foi para a frente do santuário ou cresceu em uma família cristã. Embora cada uma dessas coisas possa fazer parte da experiência cristã, não é isso o que “faz” um cristão. Um cristão é alguém que recebeu a Cristo através da fé e confiou nEle como o seu único Salvador (João 3:16; Atos 16:31; Efésios 2:8-9).
Então, com essa definição em mente, pode um cristão perder a salvação? Talvez o melhor jeito de responder a essa pergunta tão crucial seja examinar o que a Bíblia diz que acontece no momento da salvação e estudar o que perder a salvação significaria. Aqui são alguns exemplos:
Um cristão é uma nova criação. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; {criatura; ou criação} as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17). Esse versículo está falando de uma pessoa se tornando uma criatura completamente nova como resultado de estar “em Cristo”. Para um cristão perder salvação, a nova criação teria que ser cancelada e revertida.
Um cristão é redimido. “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pedro 1:18-19). A palavra “redimido” (resgatado) se refere a uma compra sendo feita, um preço sendo pago. Para um cristão perder a salvação, Deus mesmo teria que revocar a Sua compra pela qual pagou com o precioso sangue de Cristo.
Um cristão é justificado. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). “Justificar” significa “declarar justo”. Todo aquele que recebe a Jesus como Salvador é “declarado justo” por Deus. Para um cristão perder salvação, Deus teria que voltar com a Sua palavra e “des-declarar” o que tinha previamente declarado.
Um cristão tem a promessa da vida eterna. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A vida eterna é uma promessa de eternidade (para sempre) com Deus no Céu. Deus promete: “acredite e você terá vida eterna”. Para um cristão perder salvação, a vida eterna teria que ser retirada. Se um cristão tem a promessa de que viverá para sempre, como então Deus pode quebrar essa promessa e retirar a vida eterna?
Um cristão tem a garantia da glorificação. “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:30). Como aprendemos em Romanos 5:1, a justificação é declarada no momento de fé. De acordo com Romanos 8:30, a glorificação é garantida a todos que Deus justifica. Esse termo se refere a um cristão recebendo um corpo de ressurreição perfeito no Céu. Se um cristão puder perder a salvação, então Romanos 8:30 está errado porque Deus não pode garantir a glorificação para todo aquele que Ele predestinou, chamou e justificou.
Muitas outras ilustrações do que ocorre no momento de salvação podem ser compartilhadas. Até essas poucas que compartilhamos, no entanto, deixam bem claro que um cristão não pode perder a sua salvação. A maioria, se não tudo, do que a Bíblia diz que acontece com uma pessoa quando ela recebe a Jesus Cristo como Salvador seria eliminado se a salvação pudesse ser perdida. A salvação não pode ser revertida. Um cristão não pode deixar de ser uma nova criatura. A redenção não pode ser desfeita. A vida eterna não pode ser perdida e ainda ser considerada eterna. Se um cristão pudesse perder a salvação, Deus teria que voltar com Sua palavra e mudar de ideia – duas coisas que a Bíblia diz que Deus nunca faz.
As objeções mais frequentes à crença de que um cristão não pode perder a salvação são as seguintes: (1) o que dizer sobre aqueles que são cristãos e estão vivendo continuamente em um estilo de vida imoral? – e – (2) o que dizer daqueles que são cristãos mas no futuro chegam a rejeitar a fé e negar a Cristo? O problema com essas duas objeções é a suposição “são cristãos”. (1) A Bíblia diz que um cristão verdadeiro não vai viver continuamente em um estilo de vida imoral (1 João 3:6). (2) A Bíblia declara que qualquer um que abandone a fé está demonstrando que ele/ela nunca foi um cristão verdadeiro (1 João 2:19).
Não, um cristão não pode perder a salvação. Nada pode separar um cristão do amor de Deus (Romanos 8:38-39). Nada pode remover um cristão da mão de Deus (João 10:28-29). Deus está disposto e é capaz de garantir e manter a salvação que nos prometeu. Judas 24-25: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”
Uma vez que a pessoa é salva, está salva para sempre? Quando as pessoas conhecem a Cristo como seu Salvador, são trazidas a um relacionamento com Deus que garante que sua salvação seja eternamente assegurada. Inúmeras passagens da Escritura declaram tal fato. (a) Romanos 8:30 diz: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Este verso nos diz que a partir do momento que Deus nos escolhe, é como se fôssemos glorificados na Sua presença no céu. Não há nada que possa impedir um crente de um dia ser glorificado porque Deus já assim determinou no céu. Uma vez justificado, a salvação é garantida – a pessoa está garantida, como se ela já estivesse glorificada no céu.
(b) Paulo faz duas perguntas cruciais em Romanos 8:33-34: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” Quem tentará acusar o escolhido de Deus? Ninguém, porque Cristo é nosso defensor. Quem nos condenará? Ninguém, porque Cristo, O que morreu por nós, é O que condena. Temos como Salvador aquele que é defensor e juiz.
(c) Os crentes nasceram de novo (foram regenerados) no momento em que creram (João 3:3; Tito 3:5). Para que um cristão perdesse a salvação, teria que ser não-regenerado. A Bíblia não nos dá evidências de que o novo nascimento possa ser revertido. (d) O Espírito Santo habita em todos os crentes (João 14:17; Romanos 8:9) e batiza todos os crentes no Corpo de Cristo (I Coríntios 12:13). Para que um crente perdesse a salvação, teria que ser “não habitado” e desconectado do Corpo de Cristo.
(e) João 3:15 afirma que todo aquele que crer em Jesus Cristo “terá a vida eterna”. Se você crê em Cristo hoje e tem vida eterna, mas a perder amanhã, então esta jamais foi “eterna”. Então, nesse caso, se você perdesse a salvação, as promessas de vida eterna na Bíblia seriam falsas. (f) Como prova definitiva, creio que a Escritura explica melhor por si só: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39). Lembre-se que o mesmo Deus que salvou você é o mesmo Deus que o manterá salvo. Uma vez salvos, sempre salvos. Nossa salvação, definitivamente, está garantida para sempre.
Quando as pessoas vêm a Cristo como seu Salvador, elas são trazidas a um relacionamento com Deus que lhes garante segurança eterna. Judas 1:24 declara: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória.” O poder de Deus assegura que o crente não caia. Depende Dele, não de nós, nos apresentarmos ante Sua presença gloriosa. Nossa segurança eterna é possível porque Deus nos mantém salvos, não porque nós mantenhamos nossa própria salvação.
O Senhor Jesus Cristo proclamou: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” (João 10:28-29). Tanto Jesus quanto o Pai nos têm firmemente seguros em suas mãos. Quem poderia algum dia nos arrancar das mãos fortes do Pai e do Filho?
Efésios 4:30 nos diz que os crentes “estão selados para o dia da redenção”. Se os crentes não tivessem esta garantia eterna, o selo não poderia ser até o dia da redenção, mas somente até o dia do pecado, apostasia ou incredulidade. João 3:15-16 nos diz que todo aquele que crer em Jesus Cristo “terá vida eterna”. Se fosse para prometer a alguém vida eterna, mas depois arrancá-la de volta, para início de conversa, nunca teria sido “eterna”. Se a garantia eterna não for verdadeira, as promessas bíblicas de vida eterna seriam equivocadas.
O argumento mais poderoso para a segurança eterna está em Romanos 8:38-39: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Nossa segurança eterna é baseada no amor de Deus por aqueles que redimiu. Nossa segurança eterna é comprada por Cristo, prometida pelo Pai e selada pelo Espírito Santo.
Todas as pessoas responderão a Deus, se “ouviram a Seu respeito” ou não. A Bíblia nos diz que Deus claramente Se revelou na natureza (Romanos 1:20) e nos corações das pessoas (Eclesiastes 3:11). O problema é que a raça humana é pecadora; todos nós rejeitamos este conhecimento de Deus e contra Ele nos rebelamos (Romanos 1:21-23). Longe da graça de Deus, Deus nos entregaria aos desejos pecaminosos de nossos corações, permitindo que descobríssemos quão inútil e miserável é a vida longe Dele. Isto é o que Ele faz com aqueles que O rejeitam (Romanos 1:24-32).
Na verdade, não é que algumas pessoas não tenham ouvido a respeito de Deus. Mas ao contrário, o problema é que elas rejeitaram o que ouviram e o que está claramente revelado na natureza. Deuteronômio 4:29 proclama: “Então dali buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Este versículo ensina um princípio importante: todos que verdadeiramente buscarem a Deus O acharão. Se uma pessoa verdadeiramente deseja conhecer a Deus, Deus a ela Se fará conhecido.
O problema é: “Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus” (Romanos 3:11). As pessoas rejeitam o conhecimento de Deus que se faz presente na natureza e em seus próprios corações, e, ao invés, decidem adorar um “deus” de sua própria criação. É tolo debater a justiça de Deus em enviar alguém ao inferno por nunca ter tido a oportunidade de ouvir o Evangelho de Cristo. As pessoas são responsáveis perante Deus pelo que Ele a elas já revelou. A Bíblia diz que as pessoas rejeitam este conhecimento, e por isso Deus é justo em condená-las ao inferno.
Ao invés de debater o destino daqueles que nunca ouviram, nós, como cristãos, deveríamos estar fazendo o nosso melhor para ter certeza de que ouçam. Somos chamados a espalhar o Evangelho através das nações (Mateus 28:19-20; Atos 1:8). O fato de sabermos que as pessoas rejeitam o conhecimento de Deus revelado na natureza deve nos motivar a proclamar as boas novas de salvação através de Jesus Cristo. Somente aceitando o Evangelho da graça de Deus através do Senhor Jesus Cristo as pessoas podem ser salvas de seus pecados e resgatadas de uma eternidade longe de Deus no inferno.
Se tomarmos por base que aqueles que nunca ouviram o Evangelho serão agraciados com a misericórdia de Deus, vamos cair em um imenso problema. Se as pessoas que nunca ouviram o Evangelho forem salvas... devemos então nos certificar que ninguém ouça o Evangelho. A pior coisa que poderíamos então fazer seria compartilhar do Evangelho e a pessoa rejeitá-lo. Se isto acontecesse, a pessoa seria condenada. As pessoas que não ouviram o Evangelho devem ser condenadas, ou do contrário, não há motivo para o evangelismo. Por que correr o risco de que pessoas possivelmente rejeitem o Evangelho e se condenem, quando anteriormente já eram salvas porque nunca tinham ouvido o Evangelho?
Desde a queda do homem, a base da salvação sempre foi a morte de Cristo. Ninguém, mesmo antes da cruz ou desde a cruz, poderia ser salvo sem este acontecimento indispensável na história do mundo. A morte de Cristo pagou a pena por pecados do passado, cometidos pelos “santos” do Velho Testamento e também de pecados futuros, dos “santos” do Novo Testamento.
A condição para a salvação sempre foi a fé. O alvo da fé de alguém para a salvação sempre foi Deus. Escreveu o salmista: “...bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Salmos 2:12). Gênesis 15:6 nos diz que Abraão creu em Deus e que isto foi suficiente para Deus imputar-lhe isto por justiça (veja também Romanos 4:3-8). O sistema sacrificial do Velho Testamento não tirava o pecado, como claramente ensina Hebreus 9:1-10; 10:4, mas apontava para o dia em que o Filho de Deus verteria Seu sangue pela pecaminosa raça humana.
O que mudou através das gerações foi o conteúdo da fé do crente. A exigência de Deus sobre o alvo da fé se baseia na quantidade de revelação que Ele deu, até determinado momento, à humanidade. A isto se chama revelação progressiva. Adão cria na promessa dada por Deus em Gênesis 3:15, que a Semente da mulher conquistaria Satanás. Adão Nele creu, demonstrado pelo nome que deu a Eva (v.20) e o Senhor indicou Sua aceitação imediatamente, cobrindo-os com túnicas de peles (v.21). Naquele momento, era tudo que Adão sabia, mas nisto ele creu.
Abraão creu em Deus de acordo com as promessas e novas revelações a ele dadas por Deus em Gênesis 12 e 15. Antes de Moisés, nenhuma Escritura existia, mas a humanidade foi responsável pelo que Deus tinha revelado. Através do Velho Testamento, os crentes eram salvos porque criam que Deus iria, um dia, tomar conta deste problema, o pecado. Hoje, olhando para trás, cremos que Ele já tomou conta de nossos pecados no Calvário (João 3:16; Hebreus 9:28).
E quanto aos crentes nos dias de Cristo, antes da cruz e ressurreição, criam em quê? Será que entendiam por completo a morte de Cristo na cruz por seus pecados? Mais tarde em seu ministério, “... começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mateus 16:21). Qual foi a reação de Seus discípulos a esta mensagem? “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.” (Mateus 16:22). Pedro e os outros discípulos não sabiam toda a verdade, mas mesmo assim foram salvos, pois creram que Deus tomaria conta do problema de seus pecados. Não sabiam exatamente como Ele conseguiria isto, não mais que Adão, Abraão, Moisés ou Davi, mas creram em Deus.
Hoje, temos mais revelações do que tinham as pessoas que viveram antes da ressurreição de Cristo, pois nós sabemos por completo. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:1-2). Nossa salvação ainda é baseada na morte de Cristo, nossa fé ainda é condição para salvação, e o alvo de nossa fé ainda é Deus. Hoje, para nós, o conteúdo de nossa fé é que Cristo morreu por nossos pecados, que Ele foi sepultado, e que Ele se levantou no terceiro dia (I Coríntios 15:3-4).
É impossível que compreendamos totalmente a relação entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem. Somente Deus sabe totalmente como estas duas coisas trabalham juntas em Seu plano de salvação. Provavelmente mais do que com qualquer outra doutrina, é crucialmente importante que, no que diz respeito a esse assunto, admitamos a nossa incapacidade de compreender totalmente a natureza de Deus e o nosso relacionamento com Ele. Ir longe demais para qualquer lado resulta em uma compreensão distorcida da salvação.
A Bíblia deixa claro que Deus sabe quem será salvo (Romanos 8:29; 1 Pedro 1:2). Efésios 1:4 nos diz que Deus nos escolheu “antes da fundação do mundo”. A Bíblia descreve várias vezes os crentes como os “escolhidos” (Romanos 8:33; 11:5; Efésios 1:11; Colossenses 3:12; 1 Tessalonicenses 1:4; 1 Pedro 1:2; 2:9) e “eleitos” (Mateus 24:22,31; Marcos 13:20, 27; Romanos 11:7; 1 Timóteo 5:21; 2 Timóteo 2:10; Tito 1:1; 1 Pedro 1:1). O fato dos crentes serem predestinados (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5, 11) e eleitos (Romanos 9:11; 11:28; 2 Pedro 1:10) para a salvação é totalmente claro.
A Bíblia também diz que somos responsáveis por receber a Cristo como Salvador - tudo o que temos que fazer é acreditar em Jesus Cristo e seremos salvos (João 3:16, Romanos 10:9-10). Deus sabe quem será salvo, Deus escolhe quem será salvo e nós temos que escolher a Cristo para sermos salvos. É impossível que uma mente limitada compreenda como estas três coisas trabalham juntas (Romanos 11:33-36). Nossa responsabilidade é levar o Evangelho a todo o mundo (Mateus 28:18-20; Atos 1:8). Devemos deixar a parte que diz respeito à presciência, eleição e predestinação nas mãos de Deus, simplesmente sendo obedientes em compartilhar o Evangelho.
A “expiação substitutiva” se refere ao fato de que Jesus Cristo morreu em favor de todos os pecadores. As Escrituras ensinam que todos os homens são pecadores (leia Romanos 3:9-18 e Romanos 3:23). O preço por nosso pecado é a morte. Romanos 6:23 nos diz: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”
Este versículo nos ensina várias coisas. Sem Cristo, todos nós vamos morrer e passar a eternidade no inferno como pagamento por nossos pecados. Nas Escrituras, a morte se refere à “separação”. Logicamente, todos morreremos, mas alguns viverão no céu com o Senhor por toda a eternidade, enquanto outros viverão por toda a eternidade no inferno. A morte de que se fala aqui se refere à vida no inferno. Entretanto, a segunda coisa que este versículo nos ensina é que a vida eterna está disponível através de Jesus Cristo. Isto é a Sua expiação substitutiva.
Jesus Cristo morreu em nosso lugar quando foi crucificado. Nós merecíamos ser pendurados na cruz para morrer, pois somos nós que vivemos vidas de pecado. No entanto, em nosso lugar, Cristo tomou sobre Si a punição. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5:21). Ele tomou nosso lugar como substituto pelo que nós, por justiça, merecíamos.
“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (I Pedro 2:24). Aqui, mais uma vez vemos que Cristo tomou os pecados cometidos por nós sobre Si mesmo, a fim de pagar o preço por nós. Alguns versículos adiante podemos ler: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (I Pedro 3:18). Estes versículos nos ensinam não somente a respeito do “substituto” que Cristo foi por nós, mas também que Ele foi “expiação”, o que significa que Ele plenamente satisfez o pagamento devido pelo pecado do homem.
Mais uma passagem que fala a respeito da “expiação substitutiva” é Isaías 53:5. Este versículo fala a respeito da vinda de Cristo, a fim de morrer na cruz por nossos pecados. É rica em detalhes, e a crucificação aconteceu exatamente como profetizada. Ao ler, observe as palavras: “Mas ELE foi ferido por causa das NOSSAS transgressões, e moído por causa das NOSSAS iniquidades; o castigo que NOS traz a paz estava sobre ELE, e pelas SUAS pisaduras FOMOS sarados.” Observe a substituição. Aqui, mais uma vez, vemos Cristo pagando o preço por nós!
Não conseguiríamos pagar o preço do pecado nós mesmos. Ou, se o fizéssemos, simplesmente seríamos punidos e colocados no inferno por toda a eternidade. Entretanto, Cristo tomou a iniciativa de vir à terra na forma do Filho de Deus, Jesus Cristo, para pagar o preço por nossos pecados. Por causa do que Ele fez por nós, agora podemos ter a oportunidade não apenas de termos nossos pecados perdoados, mas de passarmos a eternidade com Ele. Para isto, devemos colocar nossa fé no que Cristo fez na cruz. Não podemos salvar a nós mesmos; precisamos de um substituto que tome o nosso lugar. A morte de Jesus Cristo é a expiação substitutiva.
Como você pode saber com certeza que é salvo? Medite em I João 5:11-13: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” Quem é este que tem o Filho? Aqueles que nEle creram e aceitaram (João 1:12). Se você tem Jesus, você tem vida. Vida eterna. Não temporária, mas eterna.
Deus quer que tenhamos a certeza absoluta de nossa salvação. Não podemos viver nossa vida cristã nos perguntando e nos preocupando a cada dia se realmente somos salvos. É por isso que a Bíblia coloca o plano de salvação de forma tão clara. Creia em Jesus Cristo e você será salvo (João 3:16; Atos 16:31). Você crê que Jesus é o Salvador, que Ele morreu para pagar o preço por seus pecados (Romanos 5:8; II Coríntios 5:21)? Você confia somente nEle para a salvação? Se sua resposta for sim, você é salvo! Certeza absoluta significa “além de toda e qualquer dúvida”. Ao levar a sério a Palavra de Deus, você pode saber “além de toda e qualquer dúvida” o fato e realidade de sua eterna salvação.
O próprio Jesus declara a respeito de todos os que nEle crerem: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (João 10:28-29). Mais uma vez, isto enfatiza o “eterno”. Vida eterna é simplesmente isto: eterna. Não há ninguém, nem mesmo você, que possa arrancar de si próprio a salvação, o dom de Deus em Cristo.
Memorize estas passagens. Devemos esconder a Palavra de Deus em nossos corações para não pecarmos contra Ele (Salmos 119:11), e isto inclui o pecado da dúvida. Alegre-se no que diz a você a palavra de Deus, que ao invés da dúvida, vivamos com confiança! Podemos ter certeza absoluta, vinda da própria Palavra de Cristo, de que a condição de nossa salvação, uma vez garantida, nunca será questionada. Nossa certeza absoluta é baseada no amor de Deus por nós através de Jesus Cristo. Judas 1:24-25 diz: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.”
A objeção mais freqüente à doutrina da segurança eterna é que supostamente ela promove a idéia de que os cristãos podem viver do jeito que quiserem, e ainda assim serem salvos. Mesmo sendo isto “tecnicamente” verdadeiro, esta não é a “essência” da segurança eterna. Uma pessoa que verdadeiramente aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador “pode” viver uma vida de pecado, mas “não o fará”. Devemos fazer distinção entre como um cristão deve viver e o que uma pessoa deve fazer para receber a salvação.
A Bíblia é muitíssimo clara em dizer que a salvação é somente pela graça, somente pela fé, somente por Jesus Cristo (João 3:16; Efésios 2:8-9; João 14:6). Uma pessoa é salva pela fé, somente pela fé. No momento em que uma pessoa verdadeiramente crê em Jesus Cristo, ela é salva e assegurada nesta salvação. A salvação não é obtida pela fé e mantida pelas obras. O Apóstolo Paulo se refere a esta questão em Gálatas 3:3: “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” Se somos salvos pela fé, nossa salvação também é mantida e assegurada pela fé. Não podemos ganhar nossa própria salvação. Por isto, também não podemos manter nossa salvação. É Deus que mantém nossa salvação (Judas 1:24). É a mão de Deus que nos mantém firmemente presos (João 10:28-29). É do amor de Deus que nada nos pode separar (Romanos 8:38-39).
Negar a segurança eterna é, em sua essência, acreditar que devamos manter nossa própria salvação por nossas próprias boas obras. Isto é completamente antagônico à salvação pela graça. Somos salvos pelos méritos de Cristo, não os nossos próprios (Romanos 4:3-8). Afirmar que devemos obedecer a Palavra de Deus ou viver uma vida consagrada para mantermos nossa salvação é o mesmo que dizer que a morte de Jesus não foi suficiente para pagar o preço por nossos pecados. A morte de Jesus foi absolutamente suficiente para pagar por todos os nossos pecados, passado, presente e futuro, antes e depois da salvação (Romanos 5:8; I Coríntios 15:3; II Coríntios 5:21).
Então, dito tudo isto, significa então que um cristão pode viver do jeito que quiser e mesmo assim ser salvo? Esta é essencialmente uma pergunta hipotética, porque a Bíblia deixa claro que um verdadeiro cristão não vai viver “do jeito que bem quiser”. O cristão é “nova criatura” (II Coríntios 5:17). Os cristãos demonstram o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23), não atos da carne (Gálatas 5:19-21). I João 3:6-9 claramente afirma que um cristão verdadeiro não vive em pecado constante. Em resposta à acusação de que a graça promove o pecado, o Apóstolo Paulo declara: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:1-2).
A segurança eterna não é “licença” para pecar. Mas ao contrário, é a segurança de saber que o amor de Deus é garantido a todos os que em Cristo confiarem. Conhecer e compreender o tremendo dom da salvação, dom de Deus, é algo que tem efeito oposto a dar uma “licença” para pecar. Como poderia alguém, sabendo o preço que Jesus Cristo pagou por nós, continuar a viver uma vida de pecado (Romanos 6:15-23)? Como alguém, que compreende o amor de Deus, incondicional e garantido a todos os que crerem, lançar este amor na face de Deus? Tal pessoa demonstra assim não que a segurança eterna tenha a ela dado licença para pecar, mas ao invés disso, que ela não experimentou verdadeiramente a salvação através de Jesus Cristo. “Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I João 3:6).
A Bíblia nos diz que mesmo se um bebê ou criança não cometeu pecado pessoal, todas as pessoas, incluindo bebês e crianças, são culpadas diante de Deus por causa do pecado herdado e imputado. Pecado herdado é aquele que é passado adiante pelos pais. Em Salmos 51:5, Davi escreveu: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Davi reconhecia que, mesmo na concepção, já era pecador. Até mesmo o fato de que bebês morrem demonstra que até bebês são influenciados pelo pecado de Adão, já que as mortes física e espiritual foram o resultado do pecado original de Adão.
Cada pessoa, bebê ou adulto, é culpada diante de Deus; cada pessoa tem ofendido a santidade de Deus. A única forma que Deus pode ser justo e ao mesmo tempo justificar uma pessoa é só quando aquela pessoa recebe perdão através de fé em Cristo. Cristo é o único caminho. João 14:6 registra o que Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” Pedro também disse em Atos 4:12: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Salvação é uma escolha individual.
E o que acontece com bebês e crianças que nunca chegaram a ter a habilidade de fazer essa escolha individual? A “idade de responsabilização” é um conceito que ensina que aqueles que morrem antes de atingir essa “idade de responsabilização” são automaticamente salvos, pela misericórdia e graça de Deus. A “idade de responsabilização” é uma crença que Deus salva a todos que morrem antes de possuirem a habilidade de fazer uma decisão para/contra Cristo.Treze é o número mais comum dado como a idade de responsabilização, baseado em um costume judeu de que uma criança se torna um adulto nessa idade. No entanto, não encontramos na Bíblia nenhum suporte direto para que 13 seja sempre a idade de responsabilização. Provavelmente varia de criança para criança. Uma criança atinge a idade de responsabilização quando ele ou ela já é capaz de fazer uma decisão para ou contra Cristo.
Mantendo isso em mente, também considere o argumento a seguir: a morte de Cristo é apresentada como sendo suficiente pelo pecado de toda a humanidade. 1 João 2:2 diz que Jesus “é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” Esse versículo deixa bem claro que a morte de Jesus foi suficiente para pagar por todos os pecados, não só os pecados daqueles que especificamente vieram a Ele em fé. O fato de que a morte de Cristo foi suficiente para pagar por todos os pecados aparenta permitir a possibilidade de que Deus aplica esse pagamento a aqueles que nunca foram capazes de acreditar.
A passagem que aparenta se identificar com esse tópico mais do que qualquer outra é 2 Samuel 12:21-23. O contexto desses versículos é que o Rei Davi cometeu adultério com Bate-Seba, resultando em uma gravidez. O profeta Natã foi enviado pelo Senhor para informar a Davi que, por causa de seu pecado, o Senhor iria fazer com que a criança morresse. Davi respondeu a essa situação com sofrimento, luto e oração pela criança. No entanto, uma vez que a criança já não era mais, o sofrimento de Davi acabou. Os servos de Davi estavam surpresos ao escutar sobre o fato. Eles disseram ao Rei Davi: “Que é isto que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que ela morreu, te levantaste e comeste pão.” A resposta de Davi foi: “Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o SENHOR se compadecerá de mim, e continuará viva a criança? Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.” A resposta de Davi pode ser vista como um argumento de que aqueles que não podem acreditar estão seguros no Senhor. Davi disse que ele iria a ela, mas que a criança não voltaria a ele. Da mesma forma, e de igual importância, Davi aparentava ser confortado por este fato. Em outras palavras, Davi aparentava estar dizendo que ele iria ver seu filho de novo (no céu), apesar do fato de que ele não poderia trazê-lo de volta.
Apesar de que a Bíblia deixa essa possibilidade em aberto, o único problema em dizer que Deus aplica o pagamento de Cristo ao pecado daqueles que não podem acreditar é que a Bíblia não diz especificamente que Ele faz assim. Portanto, esse é um assunto pelo qual não podemos ser inflexíveis ou dogmáticos. Podemos, no entanto, ser dogmáticos sobre o fato de que Deus SEMPRE faz o que é certo.
Por conhecer o amor e a graça de Deus, Deus aplicando a morte de Cristo a aqueles que não podem acreditar aparenta ser consistente com o Seu caráter. Acreditamos que Deus aplica o pagamento de Cristo ao pecado das crianças pequenas e daqueles que são mentalmente impossibilitados, já que não eram mentalmente capazes de entender seu estado pecaminoso diante de Deus e sua necessidade de um Salvador. De uma coisa estamos certos: Deus é amoroso, santo, misericordioso, justo e gracioso. Qualquer coisa que faça, é SEMPRE certo e bom.
Deus exigia sacrifícios de animais para que a humanidade pudesse receber perdão dos seus pecados (Levítico 4:35; 5:10). Para começar, sacrifício de animal é um tema importante encontrado por todas as Escrituras. Quando Adão e Eva pecaram, animais foram mortos por Deus para providenciar vestimentas para eles (Gênesis 3:21). Caim e Abel trouxeram ofertas ao Senhor. A de Caim foi inaceitável porque ele trouxe frutas, enquanto que a de Abel foi aceitável porque ele trouxe “das primícias do seu rebanho e da gordura deste” (Gênesis 4:4-5). Depois que o dilúvio recuou, Noé sacrificou animais a Deus. Esse sacrifício de Noé foi de aroma agradável ao Senhor (Gênesis 8:20-21). Deus ordenou que Abraão sacrificasse seu filho Isaque. Abraão obedeceu a Deus, mas quando Abraão estava prestes a sacrificar a Isaque, Deus interveio e providenciou um carneiro para morrer no lugar de Isaque (Gênesis 22:10-13).
O sistema de sacrifícios atinge seu ponto máximo com a nação de Israel. Deus ordenou que essa nação executasse inúmeros sacrifícios diferentes. De acordo com Levítico 1:1-4, um certo procedimento era para ser seguido. Primeiro, o animal tinha que ser perfeito. Segundo, a pessoa que estava oferecendo o animal tinha que se identificar com ele. Então, a pessoa oferecendo o animal tinha que infligir morte ao animal. Quando feito em fé, esse sacrifício providenciava perdão dos pecados. Um outro sacrifício chamado de dia de expiação, descrito em Levítico 16, demonstra perdão e a retirada do pecado. O grande sacerdote tinha que levar dois bodes como oferta pelo pecado. Um dos bodes era sacrificado como uma oferta pelo pecado do povo de Israel (Levítico 16:15), enquanto que o outro bode era para ser solto no deserto (Levítico 16:20-22). A oferta pelo pecado providenciava perdão, enquanto que o outro bode providenciava a retirada do pecado.
Por que, então, não oferecemos mais sacrifícios de animais nos dias de hoje? O sacrifício de animais terminou porque Jesus Cristo foi o sacrifício supremo. João Batista confirmou isso quando O viu pela primeira vez: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Você pode estar se perguntando: “por que animais? O que eles fizeram de errado?” Esse é justamente o ponto: já que os animais não fizeram nada de errado, eles morreram no lugar daquele que estava executando o sacrifício. Jesus Cristo também não tinha feito nada de errado, mas voluntariamente entregou-Se a morrer pelos pecados da humanidade (1 Timóteo 2:6). Muitas pessoas chamam de substituição essa idéia de morrer no lugar de outra pessoa. Jesus Cristo tomou para Si o nosso pecado e morreu no nosso lugar. 2 Coríntios 5:21 diz: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” Através de fé no que Jesus Cristo cumpriu na cruz qualquer pessoa pode receber perdão.
Em resumo, os sacrifícios de animais foram ordenados por Deus para que tal pessoa pudesse experimentar do perdão dos pecados. O animal servia como um substituto – quer dizer, o animal morreu no lugar do pecador. Sacrifício de animais parou com Jesus Cristo. Jesus Cristo foi o substituto sacrificial supremo e é agora o mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5). Sacrifícios de animais serviam como um sinal do que estava para vir – o sacrifício de Cristo a nosso favor. A única base sobre a qual o sacrifício de um animal providenciaria perdão dos pecados é o fato de que Cristo iria Se sacrificar pelos nossos pecados, providenciando o perdão que aqueles animais podiam apenas ilustrar e prenunciar.
O motivo pelo qual a Bíblia nos adverte tão fortemente contra apostasia é porque uma verdadeira conversão é medida por fruto visível. Quando João Batista estava batizando no Rio Jordão, ele advertiu aqueles que se achavam justos para produzir “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). Jesus advertiu as pessoas que Lhe escutavam enquanto pregava o Sermão da Montanha para o fato de que toda árvore é conhecida por seus frutos (Mateus 7:16) e que toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo (Mateus 7:19).
O propósito por trás de todas essas advertências é combater o que algumas pessoas chamariam de “crença fácil”. Em outras palavras, seguir a Jesus é mais do que apenas dizer que você é um Cristão. Qualquer pessoa pode clamar a Cristo como Salvador, mas aqueles que são verdadeiramente salvos vão produzir fruto visível. Agora, alguém pode fazer tal pergunta: “O que significa produzir fruto?” O exemplo mais claro de fruto Cristão pode ser encontrado em Gálatas 5:22-23, onde Paulo descreve o fruto do Espírito [Santo]: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Há outros tipos de fruto Cristão (tais como louvor, ganhar almas para Cristo), mas essa lista nos fornece um bom resumo das atitudes Cristãs. Crentes verdadeiros vão manifestar tais atitudes em suas vidas mais e mais à medida que progridem em sua caminhada Cristã (2 Pedro 1:5-8).
São esses discípulos verdadeiros que produzem fruto que têm a garantia da segurança eterna, e irão perseverar até o fim. Há várias passagens na Bíblia que provam isso. Romanos 8:29-30 descreve a “Sequência de Ouro” para salvação ao apontar que aqueles a quem o Pai conhecia de antemão foram predestinados, chamados, justificados e glorificados – não há nenhuma perda durante todo o processo. Filipenses 1:6 nos diz que o trabalho que Deus começou em nós, Ele também vai completá-lo. Efésios 1:13-14 ensina que Deus nos selou com o Espírito Santo como garantia da nossa herança até o dia no qual a receberemos. João 10:29 afirma que ninguém pode arrebatar as ovelhas de Deus de Suas mãos. Há várias outras passagens que dizem a mesma coisa – Cristãos verdadeiros têm a sua salvação segura por toda a eternidade.
As passagens que nos advertem contra apostasia servem de dois propósitos principais. Primeiro, elas exortam os crentes verdadeiros a confirmar seu “chamado e eleição”. Paulo nos diz em 2 Coríntios 13:5 para nos examinarmos para ver se somos realmente da fé. Se crentes verdadeiros são seguidores de Jesus Cristo que produzem frutos, então devemos poder ver evidência da salvação. Cristãos produzem fruto em diversas proporções, baseado no nível de obediência e dons espirituais, mas todos os Cristãos produzem fruto; e devemos ver evidência disso quando nos examinamos.
Agora, haverá períodos na vida de um Cristão quando não há fruto visível. Isso acontece durante tempos de pecado e desobediência. O que acontece durante esses períodos de desobediência prolongada é que Deus remove de nós a segurança de nossa salvação. Note que Ele não remove nossa salvação, mas a segurança dela. Por isso que Davi orou em Salmo 51 para Deus restituir a “alegria da tua salvação” (Salmo 51:12). Perdemos a alegria da salvação quando vivemos em pecado. Por isso que precisamos nos examinar. Quando um Cristão verdadeiro se examina e não vê nenhum sinal de fruto recente, isso deveria levá-lo a arrependimento sério e a se voltar para Deus.
A segunda razão principal dessas passagens em apostasia é apontar os apóstatas. Um apóstata é alguém que abandona sua fé religiosa. A Bíblia deixa claro que apóstatas são pessoas que fizeram uma profissão de fé em Jesus Cristo, mas que nunca receberam a Ele como Salvador de uma forma genuína. Mateus 13:1-9 (a Párabola do Semeador) ilustra esse ponto perfeitamente. Nessa parábola, um semeador semeia em quatro tipos de solo diferentes: solo duro, solo rochoso, solo cheio de espinhos e solo bom. Esses tipos de solo representam quatro tipos de resposta ao evangelho. O primeiro é rejeição pura, enquanto que os outros três representam vários níveis de acolhimento. O solo rochoso e o solo cheio de espinhos representam pessoas que respondem favoravelmente ao evangelho no início, mas quando perseguição aparece (solo rochoso) ou quando as dificuldades desse mundo começam a pesar (solo cheio de espinhos), aquela pessoa se afasta. Jesus deixa bem claro que apesar desses dois tipos de resposta terem aceitado a verdade inicialmente, eles nunca produziram fruto. De novo, Jesus diz no Sermão da Montanha: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus” (Mateus 7:21).
Pode até parecer incomum para a Bíblia advertir contra apostasia, e ao mesmo tempo dizer que o Cristão verdadeiro não vai nunca apostatar. No entanto, isso é o que as Escrituras dizem. 1 João 2:19 diz especificamente que aqueles que apostatam estão demonstrando que nunca foram Cristãos verdadeiros. As advertências Bíblicas contra apostasia, no entanto, devem ser uma advertência para aqueles que estão “na fé”, sem nunca realmente tê-la recebido. Passagens bíblicas como Hebreus 6:4-6 e Hebreus 10:26-29 são advertências para os crentes que “fingem”, que eles precisam se examinar e perceber que se estão considerando apostatar, então não são realmente salvos. Mateus 7:22-23 indica que aqueles que são “crentes falsos” a quem Deus rejeita são rejeitados não porque perderam a fé, mas por causa do fato de que Deus nunca os conheceu realmente.
Há muitas pessoas que estão dispostas a se identificarem com Jesus. Quem não quer vida eterna e benção? No entanto, Jesus nos adverte a levar em consideração o custo do discipulado (Lucas 9:23-26, 14:25-33). Crentes verdadeiros já fizeram a avaliação desses custos, enquanto que os apóstatas não. Apóstatas são pessoas que, quando abandonam a fé, dão evidência de que nunca foram realmente salvos (1 João 2:19). Apostasia não é perder a salvação, mas ao contrário, é uma demonstração de que salvação nunca foi realmente possuída.
Uma pergunta frequente é: “o que acontece se eu pecar e então morrer antes de ter uma oportunidade de confessar aquele pecado a Deus?” Uma outra pergunta comum é: “o que acontece se eu cometer um pecado, esquecer que o cometi, e nunca me lembrar de confessá-lo a Deus?” Ambas as perguntas se baseiam em uma suposição errada. Salvação não é uma questão dos crentes tentando confessar e se arrepender de todos os pecados que cometem antes de morrerem. Salvação não é baseada em se o Cristão confessou e se arrependeu de todos os seus pecados. Sim, devemos confessar os nossos pecados a Deus assim que ficarmos cientes de que pecamos. No entanto, não precisamos ficar pedindo perdão o tempo todo. Quando colocamos nossa fé em Jesus Cristo para salvação, TODOS os nossos pecados são perdoados. Isso inclui passado, presente, futuro, grande ou pequeno. Cristãos não têm que ficar pedindo por perdão ou se arrependendo para ter os seus pecados perdoados. Jesus morreu para pagar pela penalidade de todos os nossos pecados, e quando são perdoados, estão todos definitivamente perdoados (Colossenses 1:14; Atos 10:43).
O que devemos fazer é confessar nossos pecados: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” Por favor note que essa passagem não menciona pedir a Deus por perdão. Em nenhum lugar as Escrituras ensinam os crentes em Jesus a pedir a Deus por perdão. O que 1 João 1:9 nos diz para fazer é “confessar” nossos pecados a Deus. A palavra “confessar” significa “concordar com”. Quando confessamos nossos pecados a Deus, estamos concordando com Deus que estamos errados, que temos pecado. Deus nos perdoa através da nossa confissão de uma forma contínua, por causa do fato de que Ele é “fiel e justo”. Como é que Deus é “fiel e justo”? Ele é fiel por perdoar pecados – o que Ele prometeu fazer por todo aquele que recebe a Cristo como Salvador. Ele é justo por aplicar o pagamento de Cristo aos nossos pecados, reconhecendo que os pecados têm, na verdade, sido expiados.
1 João 1:9, no entanto, aparenta indicar que de alguma forma perdão depende de nós confessando nossos pecados a Deus. Como é que isso funciona se todos os nossos pecados são perdoados no instante que recebemos a Cristo como Salvador? Parece ser o caso que o Apóstolo João está descrevendo aqui perdão “relacional”. Todos os nossos pecados são perdoados “posicionalmente”. O perdão “posicional” é o que garante nossa salvação e promete um lar eterno no Céu. Quando estivermos diante de Deus depois da morte, Deus não vai negar nossa entrada no céu por causa de nossos pecados. Isso é perdão “posicional”. O conceito de perdão “relacional” é baseado no fato de que quando pecamos, ofendemos a Deus e entristecemos o Espírito (Efésios 4:30). Apesar de que Deus tem no fim das contas perdoado todos os pecados que cometemos, eles ainda resultam em um bloqueio ou atrapalho ao nosso relacionamento com Deus. Um pequeno menino que peca contra o seu pai não é expulso de sua família. Um pai devoto vai perdoar seus filhos incondicionalmente. Ao mesmo tempo, um bom relacionamento entre pai e filho não pode ser alcançado até que esse relacionamento seja restaurado. Isso só pode acontecer quando o filho confessa seus erros ao pai e pede perdão. Por isso que confessamos nossos pecados a Deus.... não para manter nossa salvação, mas para nos trazer de volta a um relacionamento íntimo com o Deus que nos ama e já nos perdoou.
Regeneração batismal é a crença que uma pessoa tem que ser batizada para ser salva. Acreditamos que batismo é um passo de obediência importante para um Cristão, mas rejeitamos completamente a idéia de que batismo é necessário para salvação. Acreditamos fortemente que cada Cristão deve ser batizado por imersão em água. O batismo ilustra a identificação do Cristão com a morte, enterro e ressurreição de Cristo. Romanos 6:3-4 declara: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” A ação de ser imerso em água ilustra ser enterrado com Cristo. A ação de sair da água retrata a ressurreição de Cristo.
Qualquer coisa adicionada à fé em Jesus Cristo como sendo uma condição para salvação é uma salvação baseada em obras. Adicionar QUALQUER COISA ao Evangelho é dizer que a morte de Jesus na cruz não foi suficiente para comprar nossa salvação. Dizer que precisamos ser batizados para sermos salvos é dizer que precisamos adicionar nossas boas obras e obediência à morte de Cristo para que Sua morte seja suficiente para salvação. Apenas a morte de Cristo pagou pelos nossos pecados (Romanos 5:8; 2 Coríntios 5:21). O pagamento de Jesus pelos nossos pecados é debitado à nossa “conta” através de fé apenas (João 3:16; Atos 16:31; Efésios 2:8-9). Portanto, batismo é um passo importante de obediência depois de salvação, mas não pode ser uma condição para salvação.
Sim, há alguns versículos na Bíblia que aparentam indicar que batismo é uma condição necessária para salvação. No entanto, já que a Bíblia nos diz tão claramente que salvação é por fé apenas (João 3:16; Efésios 2:8-9; Tito 3:5), tem que existir uma interpretação diferente para essas passagens. A Bíblia não se contradiz. No tempos bíblicos, uma pessoa que se convertia de uma religião para outra era frequentemente batizada para identificar conversão. Batismo era o meio usado para tornar pública essa decisão. Aqueles que se recusavam a ser batizados estavam dizendo que não acreditavam realmente. Então, na mente dos apóstolos e discípulos primitivos, a idéia de um crente não-batizado era incomum. Quando uma pessoa clamava acreditar em Cristo, e ao mesmo tempo tinha vergonha de proclamar sua fé em público, isso era uma indicação de que não tinha fé verdadeira.
Se batismo é necessário para salvação, por que Paulo teria dito: "Dou graças {a Deus} porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio" (1 Coríntios 1:14)? Por que ele teria dito: "Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo" (1 Coríntios 1:17)? É verdade que nessa passagem Paulo está argumentando contra as divisões que atormentavam a igreja de Corinto. No entanto, como é que Paulo podia dizer: "Dou graças {a Deus} porque a nenhum de vós batizei" ou "Porque não me enviou Cristo para batizar", se batismo fosse necessário para salvação? Se batismo é necessário para salvação, Paulo estaria dizendo, em outra palavras: “Dou graças a Deus que você não é salvo…” e “Porque Cristo não me enviou para salvar...” Seria uma afirmação completamente ridícula para Paulo fazer. Além disso, quando Paulo descreve um esquema detalhado do que ele considera o Evangelho ser (1 Coríntios 15:1-8), por que ele não menciona batismo? Se batismo é uma condição necessária para salvação, como é que qualquer apresentação do evangelho poderia deixar de mencionar batismo?
Regeneração batismal não é um conceito bíblico. Batismo não salva do pecado, mas de uma consciência ruim. Pedro ensinou claramente que batismo não era um ato cerimonial de purificação física, mas um sinal de uma boa consciência diante de Deus. Batismo é o símbolo do que já aconteceu no coração e vida daquele que confiou em Cristo como Salvador (de acordo Com Romanos 6:3-5; Gálatas 3:27; Colossenses 2:12). Para tornar a fonte de salvação completamente clara, Pedro adicionou: “mediante a ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:3). O batismo é um passo importante que todo Cristão deve seguir. Batismo não pode ser uma condição para salvação. Argumentar a favor disso é dizer que a morte e ressurreição de Cristo não foram suficientes.
Salvação é a libertação do perigo ou sofrimento. Salvar é libertar ou proteger. A palavra carrega a idéia de vitória, saúde, ou preservação. Às vezes, a Bíblia usa palavras como salvo ou salvação para se referir à libertação temporária e física, tal como a libertação de Paulo da prisão (Filipenses 1:19).
O uso mais frequente da palavra salvação tem a ver com libertação eterna e espiritual. Quando Paulo disse ao carcereiro de Filipo o que ele precisava fazer para ser salvo, Paulo estava se referindo ao destino eterno do carcereiro (Atos 16:30-31). Jesus igualou ser salvo com entrar no reino de Deus (Mateus 19:24-25).
Somos salvos de quê? Na doutrina Cristã da salvação, somos salvos da “ira”; quer dizer, do julgamento de Deus sobre o pecado (Romanos 5:9; 1 Tessalonicenses 5:9). Nosso pecado nos separou de Deus, e a consequência do pecado é morte (Romanos 6:23). Salvação bíblica se refere à libertação da consequência do pecado e envolve, portanto, remoção do pecado.
Quem pode salvar? Só Deus pode remover pecado e nos livrar da penalidade do pecado (2 Timóteo 1:9; Tito 3:5).
Como Deus salva? Na doutrina Cristã da salvação, Deus nos resgatou através de Cristo (João 3:17). Especificamente, foi a morte de Jesus na cruz e subsequente ressurreição que alcançou nossa salvação (Romanos 5:10; Efésios 1:7). A Bíblia é clara que salvação é um gracioso dom de Deus que não merecemos (Efésios 2:5,8), e é disponível apenas através de fé em Jesus Cristo (Atos 4:12).
Como recebemos salvação? Somos salvos por fé. Primeiro, precisamos escutar o evangelho – a boa nova da morte e ressurreição de Cristo (Efésios 1:13). Então, precisamos acreditar – confiar completamente no Senhor Jesus (Romanos 1:16). Isso envolve arrependimento, uma mudança de mentalidade sobre pecado e Cristo (Atos 3:19) e invocar o nome do Senhor (Romanos 10:9-10, 13).
Uma definição da doutrina Cristã da salvação seria: “A libertação espiritual e eterna que Deus concede imediatamente a aqueles que aceitam Suas condições de arrependimento e fé no Senhor Jesus”. Salvação só é possível através de Jesus Cristo (João 14:6; Atos 4:12), e depende de Deus para a sua provisão, garantia e segurança.
Para colocar de forma simples, justificar significa declarar justo; fazer alguém justo diante de Deus. Justificação é quando Deus declara justo todo aquele que recebe a Cristo, baseado na justiça de Cristo sendo debitada às contas daqueles que O recebem. Apesar de que podemos achar justificação como um princípio por todas as Escrituras, a passagem principal que descreve justificação em relação aos crentes é Romanos 3:21-26:
"Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos {e sobre todos} os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus."
Somos justificados (declarados justos) no momento de nossa salvação. Justificação não nos faz justos, mas declara nossa justiça. Nossa justiça vem de colocarmos nossa fé no trabalho completo de Jesus Cristo. Seu sacrifício cobre o nosso pecado, permitindo com que Deus nos veja como perfeitos e sem qualquer mancha. Por causa do fato de que como crentes estamos em Cristo, Deus vê a justiça de Cristo quando Ele olha para nós. Isso alcança as exigências de Deus para perfeição; portanto, Ele nos declara justos – Ele nos justifica.
Romanos 5:18-19 resume esse conceito muito bem: "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos." Por que esse pronunciamento de justiça é tão importante? "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1). É por causa da justificação que a paz de Deus pode governar em nossas vidas. É por causa do FATO de justificação que crentes podem ter a garantia de salvação. É o FATO de justificação que deixa Deus começar o processo de santificação – o processo pelo qual Deus torna realidade em nossas vidas a posição que já ocupamos em Cristo.
Imagine dois amigos que têm uma briga ou argumento. O bom relacionamento que eles tinham agora está tenso ao ponto de chegar bem perto de um rompimento. Eles pararam de falar um com o outro; comunicação está muito estranha. Os amigos gradualmente se tornam como estranhos um ao outro. Essa separação só pode ser revertida por reconciliação. Reconciliar é restaurar a amizade ou harmonia. Quando velhos amigos resolvem suas diferenças e restauram seu relacionamento, reconciliação ocorreu. 2 Coríntios 5:18-19 declara: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.”
A Bíblia diz que Cristo nos reconciliou com Deus (Romanos 5:10; 2 Coríntios 5:18; Colossenses 1:20-21). O fato de que precisávamos de reconciliação significa que nosso relacionamento com Deus estava quebrado. Já que Deus é santo, a culpa era toda nossa. Nosso pecado nos separou de Deus. Romanos 5:10 diz que éramos inimigos de Deus: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”
Quando Cristo morreu na cruz, Ele satisfez o julgamento de Deus e tornou possível que os inimigos de Deus fizessem as pazes com Ele. Nossa “reconciliação” com Deus, então, envolve o exercício de Sua graça e o perdão de nosso pecado. O resultado do sacrifício de Jesus é que o nosso relacionamento mudou de inimizade para amizade. “Já não vos chamo servos.... mas tenho-vos chamado amigos” (João 15:15). Reconciliação Cristã é uma verdade gloriosa! Éramos inimigos de Deus, mas agora somos Seus amigos. Éstavamos em um estado de condenação por causa de nossos pecados, mas agora somos perdoados. Estávamos em uma situação de guerra com Deus, mas agora temos paz que ultrapassa todo o entendimento (Filipenses 4:7). “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).
Todo mundo precisa de redenção. Nossa condição natural era caracterizada por culpa: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” A redenção de Cristo nos libertou dessa culpa: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24).
Os privilégios de redenção incluem vida eterna (Apocalipse 5:9-10), perdão dos pecados (Efésios 1:7), justiça (Romanos 5:17), liberdade da maldição do pecado (Gálatas 3:13), adoção à família de Deus (Gálatas 4:5), libertação da escravidão do pecado (Tito 2:14; 1 Pedro 1:14-18), paz com Deus (Colossenses 1:18-20) e a habitação do Espírito Santo na vida do Cristão (1 Coríntios 6:19-20). Ser redimido, então, é ser perdoado, santo, justificado, abençoado, livre, adotado e reconciliado. Veja também Salmos 130:7-8; Lucas 2:38 e Atos 20:28.
A palavra redimir significa “comprar os direitos”. O termo era usado especificamente em referência à compra da liberdade de um escravo. A aplicação desse termo à morte de Cristo na cruz é bem notável. Se somos “redimidos”, então a nossa condição anterior era uma de escravidão. Deus comprou nossa liberdade, e não somos mais escravos do pecado ou da lei do Velho Testamento. Esse uso metafórico de redenção é o ensinamento de Gálatas 3:13 e 4:5.
Relacionada ao conceito Cristão de redenção é a palavra resgate. Jesus pagou o preço da nossa liberação do pecado (Mateus 20:28; 1 Timóteo 2:6). Sua morte foi uma troca por nossa vida. Na verdade, a Bíblia deixa bem claro que redenção só é possível “pelo sangue” (quer dizer, por Sua morte), Colossenses 1:14.
As ruas do céu vão estar cheias de antigos prisioneiros que, não por nenhum mérito próprio, encontram-se perdoados e livres. Os escravos do pecado se tornam santos. Não é de se estranhar que eles cantam uma nova canção – uma canção de louvor ao Redentor que foi morto (Apocalipse 5:9). Éramos escravos do pecado, condenados à separação eterna de Deus. Jesus pagou o preço para nos redimir, resultando em nossa liberdade da escravidão do pecado, e nosso resgate das consequências eternas do pecado.
Muitos entendem que o termo “arrependimento” significa “tornar-se contra o pecado”. Essa não é a definição bíblica de arrependimento. Na Bíblia, a palavra “arrepender” significa “mudar de idéia/convicção”. A Bíblia também nos diz que arrependimento verdadeiro vai resultar em uma mudança de comportamento (Lucas 3:8-14; Atos 3:19). Atos 26:20 declara: “mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.” Uma definição bíblica e completa de arrependimento é mudar de convicção sobre algo que resulta em mudança de comportamento.
Qual é então a conexão entre arrependimento e salvação? O livro de Atos aparenta se focalizar especialmente em arrependimento em relação à salvação (Atos 2:38; 3:19; 11:18; 17:30; 20:21; 26:20). Arrepender-se, em relação à salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo. Na pregação de Pedro no Dia de Pentecostes (Atos 2), ele conclui com um chamado para as pessoas se arrependerem (Atos 2:38). Arrepender-se de quê? Pedro está convidando as pessoas que rejeitaram a Jesus (Atos 2:36) a mudar seus pensamentos sobre Ele e reconhecer que Ele é realmente “Senhor e Cristo” (Atos 2:36). Pedro está convidando as pessoas a transformarem suas mentes deixando para trás sua rejeição de Cristo como o Messias e passar a ter fé Nele como Messias e Salvador.
Arrependimento e fé podem ser entendidos como “dois lados da mesma moeda”. É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito. Quer seja arrependimento de rejeição intencional, ou arrependimento de ignorância e desinteresse – é uma mudança de convicção. Arrependimento bíblico, em relação à salvação, é mudar de convicção de rejeição de Cristo para fé em Cristo.
É muito importante que entendamos que arrependimento não é uma obra que podemos fazer para ganhar salvação. Ninguém pode se arrepender e vir a Deus a menos que Deus o traga a Si mesmo (João 6:44). Atos 5:31 e 11:18 indicam que arrependimento é algo que Deus dá – só é possível por causa de Sua graça. Ninguém pode se arrepender a menos que Deus dê arrependimento. Toda parte da salvação, incluindo arrependimento e fé, é um resultado de Deus nos trazendo para mais próximo dEle, abrindo nossos olhos e mudando nossos corações. A temperância de Deus nos leva ao arrependimento (2 Pedro 3:9), assim como a Sua bondade (Romanos 2:4).
Apesar de que arrependimento não é uma obra que ganha salvação, arrependimento que leva à salvação vai resultar em obras. É impossível completamente e totalmente mudar sua convicção sem que isso cause uma mudança em ação. Na Bíblia, arrependimento resulta em uma mudança de comportamento. Por isso João Batista convidou as pessoas a produzir “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). Uma pessoa que realmente se arrependeu de sua rejeição de Cristo e passou a ter fé nEle vai tornar isso evidente através de uma vida transformada (2 Coríntios 5:17; Gálatas 5:19-23; Tiago 2:14-26). Arrependimento, propriamente definido, é necessário para salvação. Arrependimento bíblico é mudar de convicção sobre Jesus Cristo e tornar-se para Deus em fé para salvação (Atos 3:19). Tornar-se contra o pecado não é uma definição de arrependimento, mas é um dos resultados do arrependimento genuíno que foi baseado em fé verdadeira pelo Senhor Jesus Cristo.
A ressurreição de Cristo é importante por vários motivos. Primeiro, é um testemunho do imenso poder de Deus. Acreditar na ressurreição é acreditar em Deus. Se Deus realmente existe, e se Ele criou o universo e tem poder sobre o mesmo, então Ele tem poder de ressuscitar os mortos. Se Ele não tem tal poder, Ele não é um Deus digno de nossa fé e louvor. Apenas Aquele que criou a vida pode ressuscitá-la depois da morte; só Ele pode reverter o horror que a morte é, e só Ele pode remover o aguilhão que é a morte e a vitória que pertence ao túmulo. Ao ressuscitar Cristo dos mortos, Deus nos faz lembrar de Sua absoluta soberania sobre a morte e vida.
Segundo, a ressurreição de Jesus é um testemunho da ressurreição de seres humanos, que é uma doutrina básica da fé Cristã. Ao contrário de outras religiões, o Cristianismo possui um fundador que transcende a morte e promete que os Seus seguidores farão o mesmo. Todas as outras (falsas) religiões foram fundadas por homens e profetas cujo fim foi o túmulo. Como Cristãos, podemos nos confortar com o fato de que Deus Se tornou homem, morreu pelos nossos pecados, foi morto e ressuscitou no terceiro dia. O túmulo não podia segurá-lO. Ele vive hoje e se senta à direita do Pai no Céu. A igreja viva tem um Cabeça vivo!
Em 1 Coríntios 15, Paulo explica em detalhe a importância da ressurreição de Cristo. Alguns em Corinto não acreditavam na ressurreição dos mortos, e nesse capítulo Paulo lista seis consequências desastrosas se a ressurreição nunca tivesse ocorrido: 1) pregar sobre Cristo seria em vão (v.14); 2) fé em Cristo seria em vão (v.14); 3) todas as testemunhas e pregadores da ressurreição seriam mentirosos (v.15); 4) ninguém poderia ser redimido do pecado (v.17); 5) todos os Cristãos que dormiam teriam perecido (v.18); e 6) Cristãos seriam os mais infelizes de todos os homens (v.19). Mas Cristo realmente ressuscitou dos mortos e é “as primícias dos que dormem” (v.20), assegurando-nos de que vamos segui-lO na ressurreição.
A inspirada Palavra de Deus garante a ressurreição do crente na vinda de Cristo para o Seu Corpo (a Igreja) durante o arrebatamento. Tal esperança e segurança são ilustradas em uma grande canção de triunfo que Paulo escreve em 1 Coríntios 15:55: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” Como é que esses versículos se relacionam com a importância da Ressurreição? Paulo responde: “o vosso trabalho não é vão” (v.58). Ele nos lembra que por sabermos que vamos ser ressuscitados a uma nova vida, podemos sofrer perseguição e perigo pela causa de Cristo (v.29-31), assim como Ele o fez, e assim como milhares de mártires por toda a história, que de bom grado trocaram suas vidas terrenas por vida eterna através da ressurreição.
A Ressurreição é a vitória triunfante e gloriosa para todo o crente em Jesus Cristo, pois Ele morreu, foi enterrado e ressuscitou no terceiro dia de acordo com as Escrituras. E Ele voltará! Os mortos em Cristo vão ser ressuscitados, e aqueles que permanecem vivos na Sua vinda vão ser transformados e receber corpos novos e glorificados (1 Tessalonicenses 4:13-18). Por que a ressurreição de Cristo é tão importante? Por ter demonstrado que Deus aceitou o sacrifício de Jesus a nosso favor. Ela prova que Deus tem o poder de nos ressuscitar dos mortos. Ela garante que aqueles que acreditam em Cristo não vão permanecer mortos, mas serão ressuscitados à vida eterna. Essa é a nossa abençoada esperança!
: Esta é uma questão que tem sido debatida incessantemente ao longo dos anos. A palavra "desviado" (ou "aquele que comete deslize") não aparece no Novo Testamento e é usada no Antigo Testamento principalmente para Israel. Os judeus, apesar de serem o povo escolhido de Deus, continuamente viraram-lhe as costas e se rebelaram contra a Sua Palavra (Jeremias 8:9). É por isso que eram forçados a continuamente oferecer sacrifícios pelo pecado a fim de restaurar o seu relacionamento com o Deus a quem tinham ofendido. O cristão, no entanto, tem a seu favor o sacrifício perfeito e definitivo de Cristo e não mais precisa oferecer sacrifícios pelo seu pecado. O próprio Deus obteve a nossa salvação para nós (2 Coríntios 5:21) e porque somos salvos por Ele, um verdadeiro cristão não pode se desviar sem voltar.
Os cristãos pecam (1 João 1:8), mas a vida cristã não deve ser caracterizada por uma vida de pecado. Os fiéis são novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Temos o Espírito Santo que produz bons frutos vivendo dentro de nós (Gálatas 5:22-23). A vida cristã deve ser uma vida transformada. Os cristãos são perdoados independentemente de quantas vezes pequem, mas ao mesmo tempo devem viver uma vida cada vez mais santa na medida em que crescem mais perto de Deus e mais como Cristo. Devemos ter sérias dúvidas sobre uma pessoa que afirma ser um crente, mas continua a viver uma vida que diz o contrário. Sim, um verdadeiro cristão que cai em pecado temporariamente ainda é salvo, mas, por outro lado, uma pessoa que vive uma vida controlada pelo pecado não é um cristão verdadeiro.
O que dizer de uma pessoa que nega a Cristo? A Bíblia nos diz que se uma pessoa nega a Cristo, então ela nunca verdadeiramente o conheceu. "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós" (1 João 2:19). Uma pessoa que rejeita a Cristo e vira as costas para a fé está demonstrando que nunca pertenceu a Cristo. Aqueles que pertencem a Cristo permanecem com Cristo. Aqueles que renunciam a sua fé nunca tiveram fé verdadeira. "Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2:11-13).
Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"
Aqueles que acreditam que o batismo seja necessário para a salvação rapidamente apontam 1 Pedro 3:21 como uma "prova" porque esse versículo afirma "o batismo que agora também salva vocês". Será que Pedro estava realmente dizendo que o ato de ser batizado é o que nos salva? Se estivesse, então estaria contradizendo muitas outras passagens das Escrituras que claramente mostram pessoas sendo salvas (como evidenciado através do seu recebimento do Espírito Santo) antes de serem batizadas ou sem nunca serem batizadas (como o ladrão na cruz em Lucas 23:39-43). Um bom exemplo de alguém que foi salvo antes de ser batizado é Cornélio e sua casa em Atos 10. Sabemos que foram salvos antes de serem batizados porque tinham recebido o Espírito Santo como uma evidência da salvação (Romanos 8:9, Efésios 1:13, 1 João 3:24). A evidência de sua salvação foi a razão pela qual Pedro permitiu que fossem batizados. Inúmeras passagens das Escrituras claramente ensinam que a salvação vem quando se crê no evangelho, no qual momento essa pessoa é selada "com o Espírito Santo da promessa" (Efésios 1:13).
Felizmente, porém, não temos que tentar adivinhar o que Pedro quis dizer neste versículo porque ele esclarece para nós com a frase "não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus." Embora Pedro esteja conectando o batismo com a salvação, não é o ato de ser batizado ao qual ele está se referindo (não a remoção da sujeira do corpo). Estar imerso na água não faz nada mais que tirar a sujeira do corpo. Pedro está se referindo ao que o batismo representa e isso é o que nos salva (o compromisso de uma boa consciência diante de Deus por meio da ressurreição de Jesus Cristo). Em outras palavras, Pedro está simplesmente conectando o batismo com a fé. Não é a parte de ficar molhado que salva, mas sim o "compromisso de uma boa consciência diante de Deus", externamente simbolizado pelo batismo. O apelo a Deus sempre vem em primeiro lugar. Primeiro temos a fé e arrependimento, seguidos então pelo batismo, para que possa haver uma identificação pública com Cristo.
Uma excelente explicação desta passagem é dada pelo Dr. Kenneth Wuest, autor de Word Studies in the Greek New Testament. "O apóstolo está claramente se referindo ao batismo nas águas, não ao batismo pelo Espírito Santo, pois ele fala das águas do dilúvio salvando os presos da arca e, neste versículo, do batismo salvando os fiéis. No entanto, ele diz que os salva apenas como uma contraparte. Ou seja, o batismo nas águas é a contraparte da realidade e da salvação. Ele só pode salvar como uma contraparte, mas não de fato. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram contrapartes da realidade, o Senhor Jesus. Eles não realmente salvavam o fiel, apenas em tipo. Não se argumenta aqui que esses sacrifícios sejam análogos ao batismo cristão com água. O autor está simplesmente usando-los como uma ilustração do uso da palavra ‘contraparte’”.
"Então, o batismo nas águas apenas salva o fiel no tipo. O judeu do Antigo Testamento era salvo antes de trazer a oferta. A oferta era apenas um testemunho externo de que ele estava colocando sua fé no Cordeiro de Deus, do qual esses sacrifícios eram um tipo... O batismo nas águas é o testemunho exterior da fé interior do crente. A pessoa é salva no momento em que coloca sua fé no Senhor Jesus. O batismo da água é o testemunho visível da sua fé e da salvação que lhe foi dada em resposta a essa fé. Pedro tem o cuidado de informar aos seus leitores que não está ensinando a regeneração batismal, isto é, que uma pessoa que se submete ao batismo é assim regenerada, pois ele diz: ‘não a remoção da sujeira do corpo.’ O batismo, Pedro explica, não tira a imundícia da carne, nem em um sentido literal, como um banho ao corpo, nem em um sentido metafórico, como uma limpeza para a alma. Nenhuma cerimônia realmente afeta a consciência. Entretanto, ele esclarece o que quis dizer com salvação ao afirmar ‘o compromisso de uma boa consciência diante de Deus’, e explica como isso é alcançado, ou seja, ‘por meio da ressurreição de Jesus Cristo’, através da qual o pecador arrependindo se identifica com Ele.”
Parte da confusão com esta passagem surge porque, em muitos aspectos, o propósito do batismo como uma declaração pública da fé em Cristo e identificação com Ele foi substituído por "fazer uma decisão por Cristo" ou "fazer a oração do pecador". O batismo tem sido relegado a algo que é feito mais tarde. No entanto, para Pedro ou qualquer um dos cristãos do primeiro século, a ideia de uma pessoa confessar a Cristo como seu Salvador e não ser batizada o mais rápido possível teria sido inédita. Portanto, não é de se estranhar que Pedro enxergasse o batismo como algo intimamente ligado com a salvação. No entanto, Pedro deixa claro neste versículo que não é o próprio ritual que salva, mas o fato de que estamos unidos a Cristo na Sua ressurreição por meio da fé: "o compromisso de uma boa consciência diante de Deus por meio da ressurreição de Jesus Cristo" (1 Pedro 3:21).
Portanto, de acordo com Pedro, o batismo que nos salva é o antecedido pela fé no sacrifício expiatório de Cristo que justifica o pecador injusto (Romanos 3:25-26; 4:5). O batismo é um sinal externo do que Deus tem feito "pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tito 3:5).
Atos 2:38: "Pedro respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.’" Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"
Por que, então, alguns chegam à conclusão de que devemos ser batizados para podermos ser salvos? Muitas vezes, a discussão de se esta passagem ensina ou não que o batismo é necessário para a salvação centra-se na palavra grega eis, traduzida como "para" nessa passagem. Aqueles que defendem a crença de que o batismo é necessário para a salvação são rápidos em destacar este versículo e o fato de que diz: "seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados", assumindo que a palavra traduzida "para" neste versículo significa "a fim de obter". No entanto, tanto no grego quanto em nossa língua, existem muitos usos possíveis da palavra "para".
Como exemplo, quando se diz: "Tome duas aspirinas para a dor de cabeça", é óbvio que isso não significa "tome duas aspirinas a fim de obter uma dor de cabeça", mas sim "tome duas aspirinas porque você já tem uma dor de cabeça". Há três possíveis significados da palavra "para" que podem se encaixar no contexto de Atos 2:38: 1) "a fim de ser, tornar, obter, ter, manter, etc.", 2) "por causa de, como o resultado de" ou 3) "em relação a". Já que qualquer um desses três significados poderiam se encaixar no contexto desta passagem, um estudo adicional é necessário a fim de determinar qual deles é o correto.
Precisamos estudar o idioma original e o significado da palavra grega eis. Esta é uma palavra grega comum (usada 1.774 vezes no Novo Testamento) que se traduz de muitas maneiras diferentes. Como a palavra "para", ela pode ter vários significados diferentes. Então, novamente, vemos pelo menos dois ou três possíveis significados da passagem, um que aparenta apoiar que o batismo é necessário para a salvação e outros que não. Embora ambos os significados da palavra grega eis sejam vistos em diferentes passagens da Escritura, sábios estudiosos gregos como AT Robertson e JR Mantey defendem que a preposição grega eis em Atos 2:38 deveria ser traduzida como "por causa de" ou "tendo em vista", e não "para obter" ou "com o propósito de".
Um exemplo da forma como esta preposição é usada em outras Escrituras é visto em Mateus 12:41, onde a palavra eis comunica o "resultado" de uma ação. Neste caso, diz-se que as pessoas de Nínive "se arrependeram com a pregação de Jonas" (a palavra traduzida como "com" é a mesma palavra grega, eis). Claramente, o significado desta passagem é que se arrependeram "por causa da" ou "como o resultado da" pregação de Jonas. Da mesma forma, seria possível que Atos 2:38 estivesse realmente comunicando o fato de que deviam ser batizados "como resultado de" ou "porque" já haviam crido e ao fazê-lo já haviam recebido o perdão de seus pecados (João 1:12; 3:14-18, 5:24; 11:25-26, Atos 10:43; 13:39; 16:31; 26:18, Romanos 10:9, Efésios 1:12-14 ). Esta interpretação da passagem também é consistente com a mensagem gravada nos próximos dois sermões de Pedro para os incrédulos, onde ele associa o perdão dos pecados com o ato de arrependimento e fé em Cristo sem sequer mencionar o batismo (Atos 3:17-26; 4:8-12).
Além de Atos 2:38, há três outros versículos onde a palavra grega eis é usada juntamente com a palavra "batizar" ou "batismo". O primeiro deles é Mateus 3:11: "Eu os batizo com água para arrependimento." É claro que nessa passagem a palavra grega eis não pode significar "a fim de obter". Eles não foram batizados "a fim de obter o arrependimento", mas foram batizados "porque tinham se arrependido". A segunda passagem é Romanos 6:3, onde temos a frase "batizados em (eis) sua morte". Este exemplo também se encaixa com "por causa de" ou com "devido a". A terceira e última passagem é 1 Coríntios 10:2: "Em (eis) Moisés, todos eles foram batizados na nuvem e no mar." Novamente, eis não pode significar "a fim de obter" nesta passagem porque os israelitas não foram batizados a fim de terem Moisés como o seu líder, ao contrário, Moisés levou-os para fora do Egito porque era o seu líder. Quando se é consistente com a forma em que a preposição eis é usada juntamente com o batismo, devemos concluir que Atos 2:38 esteja realmente referindo-se a ser batizado "porque" tinham recebido o perdão de seus pecados. Alguns outros versículos onde a preposição grega eis não significa "a fim de obter" são Mateus 28:19; 1 Pedro 3:21, Atos 19:3, 1 Coríntios 1:15 e 12:13.
Em relação a esse versículo e à preposição eis, a evidência gramatical deixa claro que, embora ambas as opiniões sobre esse versículo estejam dentro do contexto e da gama de significados possíveis da passagem, a maioria das evidências favorece a definição da palavra "para" como "por causa de" ou "em relação a" e não "a fim de obter". Portanto, Atos 2:38, quando interpretado corretamente, não ensina que o batismo é necessário para a salvação.
Além do significado preciso da preposição traduzida "para" nesta passagem, há um outro aspecto gramatical desse versículo a ser considerado com cuidado -- a troca da segunda pessoa e terceira pessoa nos verbos e pronomes na passagem. Por exemplo, nos comandos de Pedro para se arrepender e ser batizado, o verbo grego traduzido como "arrepender-se" está na segunda pessoa do plural, enquanto o verbo "ser batizado" está na terceira pessoa do singular. Quando ligamos isso com o fato de que o pronome "seu" na frase "perdão dos seus pecados" também está na segunda pessoa do plural, vemos uma distinção importante sendo feita. O resultado dessa mudança da segunda pessoa do plural para a terceira pessoa do singular e de volta à segunda pessoa parece ligar a frase "perdão dos seus pecados" diretamente com o comando para "arrepender-se". Portanto, tendo em conta a mudança na pessoa e na pluralidade, essencialmente o que temos é: "Arrependam-se (plural) para o perdão dos seus (plural) pecados, e deixe que cada um (singular) de vós seja batizado (singular)." Ou, para colocá-lo mais claramente: "Todos vocês se arrependam para o perdão de todos os seus pecados, e que cada um de vós seja batizado".
Um outro erro cometido pelos que acreditam que Atos 2:38 ensine que o batismo seja necessário para a salvação é o que é às vezes chamado de falácia da inferência negativa. Simplificando, esta é a ideia de que, só porque uma afirmação é verdadeira, não podemos supor que todas as negações daquela declaração sejam automaticamente verdadeiras. Em outras palavras, só porque Atos 2:38 diz: "Arrependam-se e seja batizado....para perdão dos seus pecados... e o dom do Espírito Santo", isso não significa que se alguém se arrepender e não for batizado, ele não receberá o perdão dos pecados ou o dom do Espírito Santo.
Há uma diferença importante entre uma condição da salvação e um requisito para a salvação. A Bíblia deixa claro que a fé é tanto uma condição quanto uma exigência, mas o mesmo não pode ser dito para o batismo. A Bíblia não diz que um homem não é salvo se não for batizado. Se isso fosse verdade, Jesus nunca teria sido capaz de assegurar ao criminoso crucificado que estaria em Sua presença no paraíso naquele mesmo dia (Lucas 23:39-43). Podemos adicionar qualquer número de condições para a fé (a qual é necessária para a salvação), sem afetar o requisito para a salvação. Por exemplo, considere a afirmação: "se uma pessoa tiver fé, for batizada, frequentar a igreja e der aos pobres, ela será salva." Um erro ocorre ao se supor que todas estas condições – "batismo, ir à igreja, dar aos pobres" – são necessárias para alguém ser salvo. Embora as condições possam ser a evidência da salvação, elas não são um requisito para a salvação. (Para uma explicação mais completa sobre essa falácia lógica, consulte a Pergunta: Será que Marcos 16:16 ensina que o batismo é necessário para a salvação?).
O fato de que o batismo não é necessário para receber o perdão e o dom do Espírito Santo também deve ser evidente ao lermos um pouco mais adiante no livro de Atos. Em Atos 10:43, Pedro diz a Cornélio que "todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados mediante o seu nome" (por favor note que nada foi mencionado sobre ser batizado, mas Pedro conecta crer em Cristo com o recebimento do perdão por pecados). Então, depois da mensagem de Pedro a respeito de Cristo ter sido recebida, o "Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a mensagem" (Atos 10:44). Cornélio e sua casa só foram batizados depois de terem acreditado e, portanto, de terem recebido o perdão de seus pecados e o dom do Espírito Santo (Atos 10:47-48). O contexto e a passagem são claros: Cornélio e sua família receberam tanto o perdão dos pecados quanto o Espírito Santo antes de serem batizados. Na verdade, a razão pela qual Pedro permitiu que fossem batizados foi por terem mostrado evidências de terem recebido o Espírito Santo "assim como Pedro e os crentes judeus" tinham.
Em conclusão, Atos 2:38 não ensina que o batismo é necessário para a salvação. Embora o batismo seja um sinal importante de que tal pessoa tenha sido justificada pela fé e como uma declaração pública da fé em Cristo e membresia em um corpo local de crentes, ele não é o meio para obter remissão ou perdão dos pecados. A Bíblia é muito clara que somos salvos somente pela graça através da fé em Cristo (João 1:12, 3:16, Atos 16:31, Romanos 3:21-30; 4:5; 10:9-10; Efésios 2:8-10, Filipenses 3:9, Gálatas 2:16).
Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"
João 3:3-7: “Em resposta, Jesus declarou: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo’. Perguntou Nicodemos: ‘Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!’ Respondeu Jesus: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.’”
Ao considerar esta passagem, é importante primeiramente notar que em nenhum lugar do contexto o batismo é sequer mencionado. Embora o batismo seja mencionado mais adiante neste capítulo (João 3:22-30), isso ocorre em um cenário totalmente diferente (Judeia ao invés de Jerusalém) e em um horário diferente da discussão com Nicodemos. Isto não quer dizer que Nicodemos não conhecia o batismo, pois já existia a prática judaica de batizar gentios convertidos ao Judaísmo ou do ministério de João Batista. No entanto, ler estes versículos em seu contexto não daria qualquer razão para supor que Jesus estava falando do batismo, a menos que se estivesse tentando encontrar nessa passagem apoio a uma ideia ou teologia preconcebida. Não se justifica automaticamente ler batismo neste versículo simplesmente porque menciona "água".
Os que defendem que o batismo é necessário destacam "nascer da água" como prova. Como uma pessoa explica: "Jesus descreve e diz-lhe claramente como -- ao nascer da água e do Espírito. Esta é uma descrição perfeita do batismo! Jesus não poderia ter dado uma explicação mais detalhada e precisa do batismo." No entanto, se Jesus quisesse dizer que é preciso ser batizado para ser salvo, Ele poderia ter claramente declarado: “Digo-lhe a verdade: a menos que alguém seja batizado e nascido do Espírito, essa pessoa não poderá entrar no reino de Deus.” Além disso, se Jesus tivesse feito tal declaração, teria contradito inúmeras outras passagens da Bíblia que deixam claro que a salvação é pela fé (João 3:16; 3:36, Efésios 2:8-9, Tito 3:5).
Devemos também manter em mente o fato de que quando Jesus estava falando com Nicodemos, a ordenança do batismo cristão ainda não estava em vigor. Esta inconsistência na interpretação das Escrituras é vista quando se pergunta aos que acreditam que o batismo é necessário para a salvação por que o ladrão na cruz não precisava ser batizado para ser salvo. A resposta comum a essa pergunta é: "O ladrão na cruz ainda estava sob a Antiga Aliança e, portanto, não sujeito a esse batismo. Ele foi salvo como qualquer outra pessoa sob a Antiga Aliança." Então, em essência, as mesmas pessoas que dizem que o ladrão não precisava ser batizado porque estava "sob a Antiga Aliança" ainda usam João 3:5 como "prova" de que o batismo é necessário para a salvação. Eles insistem que Jesus está dizendo a Nicodemos que ele tinha de ser batizado para ser salvo, apesar dele, também, ainda estar sob a Antiga Aliança. Se o ladrão na cruz foi salvo sem ser batizado (porque estava sob a Antiga Aliança), por que Jesus disse a Nicodemos (que também estava sob a Antiga Aliança) que ele precisava ser batizado?
Se "nascer da água e do Espírito" não estiver se referindo ao batismo, então o que significa? Tradicionalmente, têm existido duas interpretações desta frase. A primeira é que "nascer da água" está sendo usada por Jesus para se referir ao nascimento natural (com água referindo-se ao líquido amniótico que envolve o bebê no útero) e “nascer do Espírito” indica o nascimento espiritual. Embora essa certamente seja uma possível interpretação do termo "nascer da água" e aparente se encaixar no contexto da pergunta de Nicodemos sobre como um homem pode nascer "quando é velho", essa não é a melhor interpretação ao levar-se em consideração o contexto desta passagem. Afinal, Jesus não estava falando sobre a diferença entre o nascimento natural e o nascimento espiritual. Ele estava apenas explicando a Nicodemos a sua necessidade de "nascer de cima" ou "nascer de novo".
A segunda interpretação comum desta passagem e a que melhor se encaixa no contexto geral, não só desta passagem, mas da Bíblia como um todo, é a que enxerga a frase "nascido da água e do Espírito" como descrevendo os aspectos diferentes do mesmo nascimento espiritual, ou do que significa "nascer de novo" ou "nascer do alto". Assim, quando Jesus disse a Nicodemos que devia "nascer da água e do Espírito", Ele não estava se referindo à água literal (isto é, o batismo ou o líquido amniótico no útero), mas à necessidade de limpeza espiritual ou renovação. Por todo o Antigo Testamento (Salmos 51:2,7; Ezequiel 36:25) e Novo Testamento (João 13:10; 15:3, 1 Coríntios 6:11, Hebreus 10:22), a água é muitas vezes usada figurativamente da limpeza ou regeneração espiritual causada pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus, no momento da salvação (Efésios 5:26, Tito 3:5).
A Bíblia de Estudo Barclay (Barclay Daily Study Bible) descreve este conceito da seguinte forma: "Há dois pensamentos aqui. A água é o símbolo da purificação. Quando Jesus toma posse da nossa vida, quando o amamos com todo o nosso coração, os pecados do passado são perdoados e esquecidos. O Espírito é o símbolo de poder. Quando Jesus toma posse da nossa vida, não significa apenas que o passado foi esquecido e perdoado; se isso fosse tudo, talvez continuássemos vivendo a mesma bagunça de vida novamente, o que não é o caso. Nessa vida entra um novo poder que nos capacita a ser aquilo que nunca seríamos capazes de ser e fazer se estivéssemos sozinhos. A água e o Espírito significam a limpeza e o fortalecimento do poder de Cristo, o qual apaga o passado e dá a vitória no futuro."
Portanto, a "água" mencionada neste versículo não é uma água física e literal, mas a "água viva" que Jesus prometeu à mulher no poço em João 4:10 e às pessoas em Jerusalém em João 7:37-39. A purificação interior e renovação produzida pelo Espírito Santo são a causa da vida espiritual que o pecador morto passa a ter (Ezequiel 36:25-27; Tito 3:5). Jesus reforça esta verdade em João 3:7 ao reafirmar que é preciso nascer de novo e que esta novidade de vida só pode ser produzida pelo Espírito Santo (João 3:8).
Há várias razões para acreditarmos que essa seja a interpretação correta da frase "nascer da água e do Espírito". Primeiramente, devemos notar que a palavra grega traduzida como "de novo" tem dois significados possíveis. O primeiro é "de novo" e o segundo é "do alto". Nicodemos aparentemente achava que se referia ao primeiro significado, "de novo", e enxergou essa ideia como incompreensível. Por isso ele não conseguia entender como um homem crescido poderia voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo fisicamente. Portanto, Jesus reafirma de uma forma diferente o que havia acabado de dizer a Nicodemos, de modo que ficasse claro que Ele estava se referindo a "nascer do alto". Em outras palavras, tanto o "nascer do alto" quanto o "nascer da água e do Espírito" estão dizendo a mesma coisa.
Segundo, é importante notar que a gramática grega neste versículo parece indicar que "nascer da água" e "nascer do Espírito" são uma coisa só e não duas ideias distintas. Portanto, não está falando de dois nascimentos separados, como Nicodemos incorretamente achou, mas de um nascimento, o de ser "nascido do alto" ou do nascimento espiritual necessário para que se possa "ver o reino de Deus". Essa necessidade de "nascer de novo", ou de ter o nascimento espiritual, é tão importante que Jesus diz a Nicodemos de sua necessidade em três momentos diferentes nesta passagem das Escrituras (João 3:3, 5, 7).
Em terceiro lugar, a água é muitas vezes usada simbolicamente na Bíblia para se referir à obra do Espírito Santo em santificar o crente, através da qual Deus limpa e purifica o coração ou alma do crente. Em muitos lugares de ambos o Antigo e Novo Testamentos, o trabalho do Espírito Santo é comparado à água (Isaías 44:3, João 7:38-39).
Jesus repreende Nicodemos em João 3:10 ao perguntar-lhe: "Você é mestre em Israel e não entende essas coisas?" Isto implica que o que Jesus tinha acabado de dizer a ele era algo que Nicodemos já deveria saber e conhecer por causa do Antigo Testamento. O que é que Nicodemos, como mestre do Antigo Testamento, já deveria saber e compreender? É que Deus havia prometido no Antigo Testamento um tempo vindouro quando iria "aspergir água pura sobre vocês, e vocês ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis" (Ezequiel 36:25-27). Jesus repreendeu Nicodemos por não ter se lembrado ou compreendido uma das principais passagens do Antigo Testamento referentes à Nova Aliança (Jeremias 31:33). Nicodemos deveria ter esperado que isso aconteceria. Por que Jesus repreendeu Nicodemos por não entender o batismo, mesmo quando o batismo não é mencionado em nenhum lugar do Antigo Testamento?
Embora este versículo não ensine que o batismo seja necessário para a salvação, devemos ter cuidado em não negligenciar a sua importância. O batismo é o sinal ou o símbolo do que acontece quando alguém nasce de novo. A importância do batismo não deve ser subestimada ou minimizada. No entanto, o batismo não nos salva. O que nos salva é o trabalho de limpeza do Espírito Santo quando nascemos de novo e somos regenerados por Ele (Tito 3:5).
Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"
Em relação a Marcos 16:16, é importante lembrar-se de que há algumas questões textuais com Marcos capítulo 16, versículos 9-20. Há certa incerteza sobre se estes versículos eram originalmente parte do Evangelho de Marcos, ou se foram adicionados mais tarde por um escriba. Como resultado, é melhor não basear nenhuma doutrina fundamental nessa passagem, tal como lidar com cobras, a menos que também seja apoiada por outras Escrituras.
Supondo que o versículo 16 realmente fazia parte do manuscrito original de Marcos, será que ele ensina que o batismo é necessário para a salvação? A resposta simples é não, não ensina. Na verdade, quando se examina cuidadosamente este versículo, torna-se claro que, a fim de fazê-lo ensinar que o batismo seja necessário para a salvação, é preciso ir além do que o versículo realmente diz. O que este versículo realmente ensina é que a fé é necessária para a salvação, o que é consistente com todos os outros versículos da Bíblia que lidam com a salvação, especialmente os inúmeros versículos onde apenas crer ou fé é mencionado (por exemplo, João 3:18, 5:24, 12:44, 20:31, 1 João 5:13).
"Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Marcos 16:16). Se avaliarmos este versículo de perto, vemos que é composto de duas afirmações básicas. 1) Aquele que crer e for batizado será salvo, e 2) quem não crer será condenado.
Claramente, o fator determinante sobre se uma pessoa é salva ou condenada é ter fé ou não. Ao interpretar esta passagem corretamente, é importante perceber que, embora nos diga algo sobre os crentes que foram batizados (eles são salvos), não diz nada sobre os crentes que não foram batizados. A fim de que este versículo ensine que batismo é necessário para a salvação, uma terceira declaração teria que ter sido incluída, algo como "aquele que crer e não for batizado será condenado" ou "Quem não for batizado será condenado". Entretanto, é claro que nenhuma dessas declarações se encontra nesse versículo.
Aqueles que tentam usar Marcos 16:16 para ensinar que o batismo é necessário para a salvação cometem uma séria, mas comum, falácia lógica que às vezes é chamada de falácia de inferência negativa. Essa falácia pode ser descrita assim: "Se uma afirmação for verdadeira, podemos supor que todas as negações dessa declaração também são verdadeiras." Em outras palavras, só porque Marcos 16:16 diz que "quem crer e for batizado será salvo", isso não significa que não será salva uma pessoa que tiver fé, mas não for batizada. No entanto, é exatamente isso o que aqueles que buscam usar esse versículo para apoiar o batismo como sendo necessário para a salvação têm que supor.
Muitas vezes, quando se considera falácias lógicas, pode ser útil avaliar outros exemplos da mesma falácia. Isso nos ajudará a enxergar com mais clareza a falácia que está sendo cometida. Neste caso, vamos considerar duas declarações diferentes, mas de estrutura semelhante. A primeira trata-se do furacão devastador que destruiu grande parte de Nova Orleans no outono de 2005. Como resultado desse furacão, muitas vidas foram perdidas e vastas áreas de Nova Orleans foram destruídas. Com esse cenário em mente, vamos considerar a primeira declaração que é muito semelhante em estrutura ao que encontramos em Marcos 16:16. "Aqueles que deixaram suas casas e fugiram de Nova Orleans foram salvos, aqueles que permaneceram em suas casas morreram".
Agora, se aplicarmos a mesma lógica a essa declaração, assim como aqueles que acreditam que Marcos 16:16 ensine que o batismo é necessário para a salvação, então teríamos de concluir que, se a primeira e segunda condições não foram satisfeitas (deixar suas casas e fugir de Nova Orleans), então todas as outras pessoas pereceram. No entanto, na vida real sabemos que não aconteceu assim. Algumas pessoas ficaram em suas casas nas áreas de baixa altitude e não pereceram. Nesta situação, é fácil ver que, embora a primeira afirmação seja verdadeira, não é verdade que todos aqueles que não fugiram de Nova Orleans pereceram. No entanto, se usarmos a mesma lógica sendo usada por aqueles que dizem que Marcos 16:16 ensina que o batismo é necessário para a salvação, essa é a conclusão que deve ser alcançada. Claramente, essa conclusão é errada.
Um outro exemplo pode ser a seguinte declaração: "Quem crer e viver em Kansas será salvo, aqueles que não creem serão condenados." Mais uma vez, tome nota da estrutura semelhante à de Marcos 16:16. Dizer que somente os crentes que vivem em Kansas são salvos é uma pressuposição ilógica e falsa. Embora Marcos 16:16 nos diga algo sobre os crentes que foram batizados (eles serão salvos), mais uma vez, não diz nada sobre os crentes que não foram batizados.
"Quem crer e viver em Kansas será salvo." "Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16:16). Embora ambas as afirmações sejam verdadeiras, devemos notar que a primeira afirmação não diz nada sobre as pessoas que creem e não vivem em Kansas. Da mesma forma, Marcos 16:16 não nos diz nada sobre os crentes que não foram batizados. É uma falácia lógica e falsa suposição fazer com que a primeira declaração diga que alguém tenha que viver no Kansas para ser salvo, ou que a segunda declaração diga que alguém tenha que ser batizado para ser salvo.
Só porque Marcos 16:16 tem duas condições relativas à salvação (crer e ser batizado), isso não significa que ambas as condições sejam requisitos para a salvação. Isso seria também verdadeiro se uma terceira condição fosse adicionada. Quer sejam duas ou três condições em uma declaração sobre a salvação, isso não significa que todas as três condições devam ser satisfeitas para que se possa ser salvo. Na verdade, podemos adicionar qualquer número de condições secundárias para a fé, tal como se você crer e for batizado será salvo, ou se você crer, for batizado, frequentar a igreja e der o dízimo, você será salvo. No entanto, afirmar que todas essas condições são requisitos para a salvação é incorreto.
Isto é importante porque, a fim de saber que uma condição específica é necessária para a salvação, temos de ter uma declaração de negação como temos na segunda parte de Marcos 16:16: "quem não crer será condenado." Em essência, o que Jesus fez neste versículo foi dar-nos tanto a condição positiva de crença (todo aquele que crê será salvo) quanto a condição negativa da incredulidade (quem não crer será condenado). Portanto, podemos dizer com absoluta certeza que a fé é um requisito para a salvação. Ainda mais importante, repetidamente encontramos ambas as condições positivas e negativas nas Escrituras (João 3:16,18,36, 5:24, 6:53-54, 8:24, Atos 16:31).
Embora Jesus dê a condição positiva do batismo (quem for batizado) em Marcos 16:16 e outros versículos, em nenhum lugar da Bíblia encontramos a condição negativa do batismo sendo ensinada (tal como: quem não for batizado será condenado). Portanto, não podemos dizer que o batismo é necessário para a salvação baseado em Marcos 16:16 (ou qualquer outro versículo semelhante). Aqueles que o fazem estão baseando seus argumentos em uma lógica defeituosa.
Então, Marcos 16:16 ensina que o batismo é ou não necessário para a salvação? Essa passagem não ensina nenhum dos dois. Ela muito claramente estabelece que a crença é um requisito para a salvação, mas não prova ou refuta se o batismo é uma condição ou exigência para a salvação. Como podemos saber, então, se alguém deve ser batizado para ser salvo? Devemos avaliar a plenitude da Palavra de Deus para estabelecer isso. Para resumir as provas contra o batismo sendo necessário para a salvação:
1-A Bíblia é clara que somos salvos somente pela fé. Abraão foi salvo pela fé, e nós somos salvos pela fé (Romanos 4:1-25, Gálatas 3:6-22).
2-Por toda a Bíblia, em cada dispensação, pessoas têm sido salvas sem serem batizadas. Nenhum crente do Antigo Testamento (por exemplo, Abraão, Jacó, Davi, Salomão) foi batizado, apesar de ter sido salvo. O ladrão na cruz foi salvo, mas não foi batizado. Cornélio foi salvo antes de ser batizado (Atos 10:44-46).
3-O batismo é um testemunho da nossa fé e uma declaração pública de que cremos em Jesus Cristo. As Escrituras claramente nos dizem que temos a vida eterna no momento em que cremos (João 5:24), e a crença sempre vem antes de ser batizado. O batismo não nos salva, assim como levantar a mão ou recitar uma oração não nos salva. Somos salvos pela graça mediante a fé (Efésios 2:8-9).
4-A Bíblia nunca diz que alguém que ainda não foi batizado não é salvo.
5-Se o batismo fosse necessário para a salvação, isso significa que ninguém poderia ser salvo sem uma terceira pessoa estar presente. Em outras palavras, se o batismo fosse necessário para a salvação, alguém teria de batizar uma pessoa para que ela pudesse ser salva. Isso efetivamente limitaria quem e quando se pode ser salvo. Isso significa que alguém que confia na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, mas não tem a chance de ser batizado, não pode ser salvo. As consequências dessa doutrina, quando levada à sua conclusão lógica, são devastadoras. Um soldado que tem fé pereceria se fosse morto em batalha antes de poder ser batizado, etc.
6-Vemos por toda a Bíblia que um crente possui todas as promessas e bênçãos da salvação no momento em que passa a crer (João 1:12, 3:16, 5:24, 6:47, 20:31, Atos 10: 43, 13:39, 16:31). Quando uma pessoa acredita, ela tem a vida eterna, não entra em juízo e passou da morte para a vida (João 5:24), tudo isso antes de ser batizada.
Aqueles que acreditam em regeneração batismal fariam bem em considerar cuidadosamente e em oração em quem ou em que estão realmente colocando sua fé e confiança. Está a fé sendo colocada em um ato humano (ser batizado) ou na obra consumada de Cristo na cruz? Quem ou o que está sendo confiado para a salvação? Será que é a sombra (batismo) em vez da substância (Jesus Cristo)? Nunca devemos esquecer de que a nossa fé deve repousar somente em Cristo, porque "Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus" (Efésios 1:7).
O principal exemplo de conversão no leito de morte/na última hora para Cristo na Bíblia é o caso do criminoso crucificado ao lado de Jesus (Lucas 23:39-43). Apenas momentos antes de sua própria morte, este criminoso tinha sido um incrédulo escarnecedor de Cristo (Mateus 27:44). No entanto, no último momento, o criminoso se arrependeu e reconheceu Jesus como o Rei celestial. O Senhor deu-lhe a bendita promessa: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso".
Embora a história do criminoso na cruz demonstre que conversões de última hora sejam possíveis, a Bíblia nos adverte a arrepender-nos agora, sem esperar um outro momento. João Batista alertou: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo" (Mateus 3:2). Jesus tinha uma mensagem idêntica sobre a necessidade de arrependimento imediato (Mateus 4:17).
A Bíblia nos adverte sobre a brevidade da vida. "Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa" (Tiago 4:14). Não somos instruídos a considerar a conversão algum dia, mas a acreditar hoje! "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração" (Hebreus 4:7). Nenhum de nós sabe quanto tempo nos resta nesta vida ou quais serão as circunstâncias de nossa morte. Talvez morreremos de forma súbita e inesperada que impedirá uma conversão no leito de morte. A única opção razoável é arrepender-se e crer em Jesus Cristo hoje. "‘Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da salvação’. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!" (2 Coríntios 6:2).
Apocalipse 22:19 diz: "Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro." Este versículo é normalmente envolvido no debate sobre a segurança eterna. Será que Apocalipse 22:19 significa que o nome de uma pessoa, depois de ter sido escrito no Livro da Vida do Cordeiro, pode em algum momento no futuro ser apagado? Em outras palavras, pode um cristão perder a salvação?
Em primeiro lugar, as Escrituras deixam claro que um verdadeiro crente é protegido pelo poder de Deus, selado para o dia da redenção (Efésios 4:30), e que o Filho não perderá nenhum dos que o Pai lhe deu (João 6:39). O Senhor Jesus Cristo proclamou: "Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai"(João 10:28-29b). A salvação é uma obra de Deus, não nossa (Tito 3:5), e é o Seu poder que nos protege.
Se não aos cristãos, então a quem esse "alguém" de Apocalipse 22:19 se refere? Em outras palavras, quem talvez queira adicionar ou tirar palavras da Bíblia? Muito provavelmente, esta adulteração da Palavra de Deus não seria feita pelos verdadeiros crentes, mas por aqueles que apenas professam ser cristãos e que supõem que seus nomes estejam no Livro da Vida. De um modo geral, os dois principais grupos que têm tradicionalmente adulterado a revelação são seitas pseudo-cristãs e aqueles que sustentam crenças teológicas muito liberais. Muitas seitas e teólogos liberais reivindicam o nome de Cristo para si, mas não são nascidos de novo -- o termo bíblico definitivo para um cristão.
A Bíblia cita vários exemplos de pessoas que achavam que eram crentes, mas cuja profissão de fé foi provada como sendo falsa. Em João 15, Jesus se refere a elas como ramos que não permaneceram nele, a Videira verdadeira e que, portanto, não produziram nenhum fruto. Sabemos que são falsos porque "Vocês os reconhecerão por seus frutos" (Mateus 7:16, 20). Por outro lado, os verdadeiros discípulos demonstrarão o fruto do Espírito Santo que reside dentro deles (Gálatas 5:22). Em 2 Pedro 2:22, mestres falsos são cães que retornam ao seu próprio vômito e a porca lavada que "voltou a revolver-se na lama". O ramo estéril, o cão e o porco são todos símbolos daqueles que professam ter salvação, mas que não podem confiar em nada mais que em sua própria justiça, pois não possuem a justiça de Cristo que verdadeiramente salva.
É duvidoso que aqueles que se arrependeram de seus pecados e nasceram de novo voluntariamente adulterariam a Palavra de Deus de qualquer forma, seja acrescentando ou tirando dela. É claro que reconhecemos que pessoas boas têm tido sinceras diferenças na área de crítica textual. No entanto, pode-se demonstrar como os cultistas e liberais têm repetidamente tanto "acrescentado" quanto "tirado". Assim, podemos entender a advertência de Deus em Apocalipse 22:19 desta maneira: qualquer um que mexer com essa mensagem crucial vai descobrir que Deus não colocou o seu nome no Livro da Vida, será negado o acesso à Cidade Santa e perderá qualquer expectativa de todas as coisas boas que Ele promete aos seus santos neste livro.
De um ponto de vista puramente lógico, por que o soberano e onisciente Deus -- Aquele que conhece o fim desde o começo (Isaías 46:10) -- escreveria um nome no Livro da Vida já sabendo que teria de removê-lo quando essa pessoa eventualmente negasse a fé? Além disso, ler essa advertência dentro de seu contexto no parágrafo em que aparece (Apocalipse 22:6-19) mostra claramente que Deus permanece consistente: apenas aqueles que têm dado atenção às Suas advertências, arrependeram-se e nasceram de novo poderão antecipar algo de bom na eternidade. Todos os outros, infelizmente, têm um futuro terrível e aterrorizante à sua espera.
Apocalipse 3:5 é um outro versículo muito importante para essa questão. "O vencedor.... Jamais apagarei o seu nome do livro da vida." O "vencedor" mencionado nessa carta a Sardes é o cristão. Compare isso com 1 João 5:4: "O que é nascido de Deus vence o mundo" e o versículo 5: "Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus" (Veja também 1 João 2:13). Todos os crentes são "vencedores" por terem a vitória sobre o pecado e a incredulidade do mundo.
Algumas pessoas veem em Apocalipse 3:5 a imagem de Deus com sua caneta em posição pronta para eliminar o nome de qualquer cristão que peque. Eles interpretam algo mais ou menos assim: "Se você fracassar e não conquistar a vitória, então perderá a sua salvação! Na verdade, apagarei o seu nome do Livro da Vida!" Entretanto, NÃO é isso o que o versículo diz. Jesus está dando uma promessa aqui, não uma advertência.
As Escrituras nunca dizem que Deus apaga o nome de um crente do Livro da Vida; nunca há sequer um aviso de que esteja contemplando fazê-lo! A maravilhosa promessa de Apocalipse 3:5 é que Jesus NÃO apagará o nome de ninguém. Falando aos "vencedores" -- todos os redimidos pelo sangue do Cordeiro -- Jesus dá a Sua palavra de que não apagará os seus nomes. Ele afirma que quando um nome se encontra no livro, então está lá para sempre. Isso é baseado na fidelidade de Deus.
A promessa de Apocalipse 3:5 é direcionada aos crentes, os quais estão seguros na sua salvação. Em contraste, o aviso de Apocalipse 22:19 é direcionado aos incrédulos, os quais, ao invés de direcionarem seus corações para Deus, tentam mudar a Palavra de Deus para servir os seus propósitos.
Esta é uma pergunta extremamente comum entre os cristãos. Muitas pessoas duvidam da sua salvação por causa da presença ou ausência de certos sentimentos. A Bíblia tem muito a dizer sobre a salvação, mas nada a dizer sobre “sentir-se salvo”. A salvação é um processo pelo qual o pecador é salvo de "ira", isto é, do juízo de Deus contra o pecado (Romanos 5:9; 1 Tessalonicenses 5:9). Na verdade, a morte de Jesus na cruz e a sua subsequente ressurreição foram o que alcançaram a nossa salvação (Romanos 5:10, Efésios 1:7).
A nossa parte no processo de salvação é que somos salvos pela fé. Primeiro, temos de ouvir o evangelho -- as boas novas da morte e ressurreição de Jesus (Efésios 1:13). Então devemos crer --confiar plenamente apenas no Senhor Jesus (Romanos 1:16) e no Seu sacrifício. Não temos confiança nenhuma nas obras da carne para alcançar a salvação. Esta fé -- que é um dom de Deus, e não algo que produzimos por nossa conta (Efésios 2:8-9) -- envolve arrependimento, uma mudança de mentalidade sobre o pecado e Cristo (Atos 3:19) e invocar o nome do Senhor (Romanos 10:9-10, 13). A salvação resulta em uma vida transformada quando começamos a viver como uma nova criação (2 Coríntios 5:17).
Vivemos em uma sociedade que muito depende de sentimentos e, infelizmente, essa mentalidade tem invadido a igreja. No entanto, nem os sentimentos nem as emoções são confiáveis. Eles secam e enchem como as marés do mar, trazendo consigo todos os tipos de algas e detritos e depositando-los na praia, para logo então recuar, corroer e levar o chão onde pisamos de volta para o mar. Tal é o estado daqueles cujas emoções governam suas vidas. As mais simples circunstâncias -- uma dor de cabeça, um dia nublado, uma palavra falada sem pensar por um amigo -- podem corroer a nossa confiança e enviar-nos "para o mar" em um ataque de desespero. Dúvida e desânimo, particularmente sobre a vida cristã, são o resultado inevitável de tentar interpretar os nossos sentimentos como se fossem confiáveis. Eles não são.
Entretanto, o cristão precavido e bem armado é uma pessoa que não é governada por sentimentos, mas pela verdade que conhece. Ele não confia em seus sentimentos para provar-lhe nada. Basear-se em sentimentos é precisamente o erro que a maioria das pessoas faz na vida. São tão introspectivos que se preocupam demais com eles mesmos, constantemente analisando os seus próprios sentimentos. Estão continuamente questionando o seu relacionamento com Deus. "Será que realmente amo a Deus?" "Será que Ele realmente me ama?" "Sou bom o suficiente?" O que realmente precisamos fazer é parar de pensar em nós mesmos e de focalizar-nos tanto em nossos sentimentos e redirecionar o nosso foco a Deus e à verdade que sabemos sobre Ele por causa da Bíblia.
Quando somos controlados por sentimentos subjetivos centrados em nós mesmos ao invés de na verdade objetiva centrada em Deus, vivemos em um constante estado de derrota. A verdade objetiva se focaliza nas grandes doutrinas da fé e em sua relevância para a vida: a soberania de Deus, a intercessão sumo-sacerdotal de Cristo, a promessa do Espírito Santo e a esperança da glória eterna. Entender essas grandes verdades, focalizando nelas os nossos pensamentos e repetindo-las em nossas mentes, nos permitirão raciocinar baseados na verdade em todas as provações da vida, e a nossa fé será forte e vigorosa. Raciocinar baseados no que sentimos sobre nós mesmos – ao invés de no que sabemos sobre Deus -- é o caminho certo para a derrota espiritual. A vida cristã é uma de morte para si mesmo e de "andar em novidade de vida" (Romanos 6:4), e essa vida nova é caracterizada por pensamentos sobre Aquele que nos salvou, não pensamentos sobre os sentimentos da carne morta que foi crucificada com Cristo. Quando estamos continuamente pensando em nós mesmos e nossos sentimentos, estamos essencialmente obcecados com um cadáver cheio de podridão e morte.
Deus prometeu nos salvar se nos aproximarmos dEle em fé. Ele nunca prometeu que iríamos nos sentir salvos.
Para melhor responder a esta pergunta, vamos dar uma olhada em duas passagens poderosas da Escritura. A primeira é encontrada no livro de Salmos: "e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões" (Salmo 103:12). Um dos truques mais eficazes que Satanás faz com os cristãos é nos convencer de que nossos pecados não são realmente perdoados, apesar da promessa da Palavra de Deus. Se já realmente recebemos a Jesus como Salvador através da fé e ainda temos essa dúvida desconfortável de se existe ou não o verdadeiro perdão, podemos estar sob ataque demoníaco. Os demônios odeiam quando as pessoas são libertas do seu controle, por isso tentam plantar sementes de dúvida em nossas mentes sobre a realidade da nossa salvação. Em seu vasto arsenal de truques, um dos maiores instrumentos de Satanás é constantemente lembrar-nos de nossas transgressões passadas, as quais ele usa para "provar" que Deus não poderia nos perdoar ou restaurar. Os ataques do diabo nos apresentam um verdadeiro desafio para que possamos simplesmente descansar nas promessas de Deus e confiar em Seu amor.
Entretanto, este salmo nos diz que Deus não só perdoa os nossos pecados, mas também os elimina completamente de sua presença. Isso é uma coisa profunda! Sem dúvida, este é um conceito difícil para entendermos, o que explica por que é tão fácil que nos preocupemos com o perdão ao invés de apenas aceitá-lo. A solução encontra-se em simplesmente abrir mão de nossas dúvidas e nossos sentimentos de culpa e descansar em sua promessa de perdão.
Uma outra passagem é 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça." Que promessa incrível! Deus perdoa os seus filhos quando pecam se eles se aproximarem dEle em uma atitude de arrependimento e pedirem para ser perdoados. A graça de Deus é tão grande que pode purificar o pecador do seu pecado para que possa se tornar um filho de Deus e, correspondentemente, é tão grande que, mesmo quando tropeçamos, ainda podemos ser perdoados.
Em Mateus 18:21-22, lemos: "Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.’" Pedro provavelmente achou que estava sendo generoso. Ao invés de pagar uma pessoa que havia pecado contra ele com retribuição igual, Pedro sugeriu dar ao próximo um espaço de, digamos, até sete vezes. Pela oitava vez, o perdão e graça acabariam. Entretanto, Cristo desafiou a sugestão de Pedro ao dizer que o perdão é infinito para aqueles que estão realmente buscando-lo. Isso só é possível por causa da graça infinita de Deus, possível apenas através do sangue derramado de Cristo na cruz. Por causa do poder perdoador de Cristo, podemos sempre ser purificados depois de pecarmos se humildemente e sinceramente pedirmos perdão.
Ao mesmo tempo, deve-se destacar que não é bíblico que uma pessoa salva continue a pecar de forma habitual e contínua em seu estilo de vida (1 João 3:8-9). É por isso que Paulo nos admoesta: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados!" (2 Coríntios 13:5). Como cristãos, tropeçamos, mas não devemos ter um estilo de vida caracterizado pelo pecado contínuo e sem arrependimento. Todos nós temos fraquezas e podemos cair em pecado, mesmo sem querer. Até mesmo o apóstolo Paulo fazia o que não queria fazer por causa do pecado trabalhando em seu corpo (Romanos 7:15). Como Paulo, a resposta do crente é odiar o pecado, arrepender-se dele e pedir pela graça divina para superá-lo (Romanos 7:24-25). Embora não precisemos cair por causa da graça suficiente de Deus, às vezes caímos porque confiamos na nossa força insuficiente. Quando a nossa fé se enfraquece e negamos o nosso Senhor em palavra ou ação, como Pedro fez, mesmo assim ainda há uma chance de arrependimento e perdão de nossos pecados.
Um outro truque de Satanás é nos levar a pensar que não há esperança, que não há possibilidade de sermos perdoados, curados e restaurados. Ele tentará nos fazer sentir presos à culpa de modo que não mais nos sintamos dignos do perdão de Deus. E desde quando somos dignos da graça de Deus? Deus nos amou, perdoou e escolheu para estarmos em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-6), não por causa de algo que fizemos, mas "a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória" (Efésios 1:12). Não é possível ir a qualquer lugar onde a graça de Deus não possa alcançar e não podemos afundar tanto que Deus não pode mais nos libertar. Sua graça é maior que todos os nossos pecados. Quer estejamos apenas começando a nos desviar do caminho ou se já estivermos nos afundando e afogando em nosso pecado, a graça está disponível.
A graça é um dom de Deus (Efésios 2:8). Quando pecamos, o Espírito nos convencerá do pecado de tal forma que uma tristeza piedosa resultará (2 Coríntios 7:10-11). Ele não condenará as nossas almas como se não mais houvesse esperança, pois não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). A convicção do Espírito dentro de nós é um movimento de amor e graça. A graça não é uma desculpa para o pecado (Romanos 6:1-2) e que ninguém se atreva a dela se abusar, o que significa que o pecado deve ser chamado de pecado e não pode ser tratado como se fosse inofensivo. Crentes que não se arrependem precisam ser confrontados com amor e guiados para a liberdade, e os incrédulos precisam ser informados de que precisam se arrepender. No entanto, vamos também enfatizar o remédio, pois temos recebido graça sobre graça (João 1:16). É pela graça que vivemos, somos salvos, temos sido santificados e como seremos protegidos e glorificados. Vamos receber a graça quando pecamos por meio do arrependimento e da confissão do nosso pecado a Deus. Por que viver uma vida suja quando Cristo oferece tornar-nos limpos, perfeitos e justos aos olhos de Deus?
A resposta curta a esta pergunta é não, um cristão verdadeiro não pode "devolver" a salvação. Curiosamente, alguns que concordam que um cristão não possa "perder" a sua salvação ainda acreditam que a salvação possa ser "devolvida" a Deus. Alguns que defendem esse ponto de vista leem Romanos 8:38-39 e dizem que, embora nada fora de nós possa nos separar de Deus, nós mesmos podemos escolher, de espontânea vontade, separar-nos de Deus. Isto não só é antibíblico, mas também desafia toda a lógica.
A fim de entendermos por que não é possível "devolver" a nossa salvação, precisamos entender três coisas: a natureza de Deus, a natureza do homem e a natureza da própria salvação. Deus é, por natureza, um Salvador. Somente no livro de Salmos, treze vezes Deus é mencionado como o Salvador do homem. Apenas Deus é o nosso Salvador; ninguém mais pode salvar-nos e não podemos salvar a nós mesmos. "Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador" (Isaías 43:11). Em nenhum lugar na Bíblia Deus é retratado como um Salvador que dependa daqueles que salva para efetuar a salvação. João 1:13 deixa claro que aqueles que pertencem a Deus não nasceram de novo por sua própria vontade, mas pela vontade de Deus. Deus salva por Sua vontade de salvar e por Seu poder para salvar. Sua vontade nunca é frustrada e o Seu poder é ilimitado (Daniel 4:35).
O plano de salvação de Deus foi realizado por Jesus Cristo, Deus encarnado, o qual veio à terra para "buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Jesus deixou claro que não o escolhemos, mas que Ele nos escolheu e nomeou-nos para "ir e dar fruto" (João 15:16). A salvação é um dom de Deus mediante a fé em Cristo, dada àqueles que Ele tem, antes da fundação do mundo, predestinado a recebê-lo e que foram selados pelo Espírito Santo para a salvação (Efésios 1:11-14). Isso exclui a ideia de que o homem possa, por sua própria vontade, frustrar o plano de Deus para salvá-lo. Deus não preordenaria alguém a receber o dom da salvação, só para ter seu plano destruído por essa pessoa devolvendo o seu presente. A onisciência e presciência de Deus tornam tal cenário impossível.
O homem é, por natureza, um ser depravado que não busca a Deus de forma alguma. Até seu coração ser transformado pelo Espírito de Deus, ele não busca a Deus e nem pode fazê-lo. A Palavra de Deus é incompreensível para ele. O homem não regenerado é injusto, inútil e enganador. Sua boca está cheia de amargura e blasfêmia, seu coração é inclinado ao derramamento de sangue, ele não tem paz e não há "temor de Deus diante de seus olhos" (Romanos 3:10-18). Tal pessoa é incapaz de salvar a si mesma ou de sequer enxergar a sua necessidade de salvação. Só depois de ter sido feita uma nova criação em Cristo é que o seu coração e mente são alterados em direção a Deus. Ele agora vê a verdade e entende as coisas espirituais (1 Coríntios 2:14, 2 Coríntios 5:17).
Um cristão é aquele que tem sido redimido do pecado e colocado no caminho para o céu. Ele é uma nova criação e seu coração foi transformado em direção a Deus. Sua velha natureza foi embora, faleceu. Sua nova natureza não mais desejaria devolver a sua salvação e voltar ao seu velho ser, assim como um receptor de transplante de coração não gostaria de dar de volta o seu coração novo em troca de seu coração velho e doente. O conceito de um cristão devolver a sua salvação é antibíblico e impensável.
Muitas pessoas cometem o erro de acreditar que Deus perdoa "pequenos" pecados como mentir, raiva e pensamentos impuros, mas não perdoa "grandes" pecados como assassinato e adultério. Isso não é verdade. Não há pecado tão grande que Deus não possa perdoar. Quando Jesus morreu na cruz, Ele morreu para pagar a pena por todos os pecados de todo o mundo (1 João 2:2). Quando uma pessoa coloca sua fé em Jesus Cristo para a salvação, todos os seus pecados são perdoados. Isso inclui pecados passados, presentes e futuros, grandes ou pequenos. Jesus morreu para pagar a pena por todos os nossos pecados e, uma vez perdoados, todos são perdoados (Colossenses 1:14, Atos 10:43).
Todos nós somos culpados do pecado (Romanos 3:23) e merecemos a punição eterna (Romanos 6:23). Jesus morreu por nós, para pagar pelos nossos pecados (Romanos 5:8). Quem crer em Jesus Cristo para a salvação é perdoado, independente de quantos pecados tenha cometido (João 3:16). No entanto, um assassino ou adúltero provavelmente ainda terá que enfrentar sérias consequências (legais, relacionais, etc.) por suas más ações, provavelmente mais do que alguém que era "apenas" um mentiroso. No entanto, os pecados de um assassino ou um adúltero são completa e permanentemente perdoados no momento em que essa pessoa acreditar e colocar sua fé em Cristo.
O tamanho do pecado não é o fator determinante aqui, e sim o tamanho do sacrifício expiatório de Cristo. Se o sangue derramado do Cordeiro imaculado de Deus for suficiente para cobrir todos os pecados de todas as pessoas que chegariam a ter fé nele, então não pode haver limite para o tamanho ou o tipo dos pecados cobertos. Quando Ele disse: "Está consumado", o pecado recebeu um fim, plena expiação e satisfação foram dadas pelo pecado, o perdão completo foi obtido, a paz foi feita e a redenção de todo o pecado foi alcançada. A salvação era certa, segura e completa; nada precisa ser, ou poderia ser, a ela adicionada. Além disso, a obra salvadora de Cristo foi feita inteiramente sem a ajuda do homem e não pode ser desfeita.
A palavra "evangelho" significa "boas novas" e é mais bem definida como a mensagem de perdão do pecado através da obra expiatória de Jesus Cristo. É essencialmente o plano de resgate de Deus para aqueles que confiam em Seu divino Filho a fim de se reconciliarem com um Deus justo e santo. O conteúdo essencial da mensagem salvadora é claramente definida para nós na Bíblia.
Na primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios, ele expõe o conteúdo da mensagem do evangelho: "Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão. Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:1-4).
Nesta passagem, vemos três elementos essenciais da mensagem do evangelho. Primeiro, a frase "morreu pelos nossos pecados" é muito importante. Como Romanos 3:23 nos diz: "pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus." A realidade do pecado precisa ser reconhecida por todos que se aproximam do trono de Deus para a salvação. Um pecador deve reconhecer o desespero de sua culpa perante Deus para que o perdão possa ocorrer, e ele deve entender que o "salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). Sem esta verdade fundamental, nenhuma apresentação do evangelho é completa.
Segundo, a pessoa e obra de Cristo são componentes indispensáveis do evangelho. Jesus é tanto Deus (Colossenses 2:9) quanto homem (João 1:14). Jesus viveu a vida sem pecado que nunca poderíamos viver (1 Pedro 2:22) e é o único que podia morrer uma morte substitutiva pelo pecador. O pecado contra um Deus infinito requer um sacrifício infinito. Portanto, ou o homem, que é finito, tem de pagar a pena por um período infinito de tempo no inferno, ou o Cristo infinito deve pagar essa penalidade uma só vez. Jesus foi à cruz para pagar a dívida que devemos a Deus pelo nosso pecado, e aqueles que são cobertos pelo Seu sacrifício herdarão o reino de Deus como filhos do rei (João 1:12).
Terceiro, a ressurreição de Cristo é um elemento essencial do evangelho. A ressurreição é a prova do poder de Deus. Apenas Aquele que criou a vida pode ressuscitá-la após a morte, só Ele pode reverter o horror da própria morte, e só Ele pode remover o aguilhão da morte e da vitória da sepultura (1 Coríntios 15:54-55). Além disso, ao contrário de todas as outras religiões, o Cristianismo possui um Fundador que transcende a morte e promete que os seus seguidores farão o mesmo. Todas as outras religiões foram fundadas por homens e profetas cujo fim era a sepultura.
Finalmente, Cristo oferece a sua salvação como um dom gratuito (Romanos 5:15; 6:23) que só pode ser recebido pela fé, independente de quaisquer obras ou mérito de nossa parte (Efésios 2:8-9). Como o Apóstolo Paulo nos diz, o evangelho é "...o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego" (Romanos 1:16). O mesmo autor inspirado nos diz: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo" (Romanos 10:9).
Estes, então, são os elementos essenciais do evangelho: o pecado de todos os homens, a morte de Cristo na cruz para pagar por esses pecados, a ressurreição de Cristo para oferecer a vida eterna àqueles que O seguem e a oferta do dom gratuito da salvação a todos.
Em termos simples, sem a morte de Jesus na cruz pelos nossos pecados, ninguém teria a vida eterna. Jesus mesmo disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6). Nesta declaração, Jesus declara a razão de seu nascimento, morte e ressurreição - para fornecer o caminho ao céu para a humanidade pecadora, a qual nunca poderia chegar lá por conta própria.
Quando Deus criou Adão e Eva, eles eram perfeitos em todos os sentidos e viviam em um paraíso virtual, o Jardim do Éden (Gênesis 2:15). Deus criou o homem à sua imagem, o que significa que também tinha a liberdade para tomar decisões e fazer escolhas de sua própria vontade. Gênesis 3 passa então a descrever como Adão e Eva sucumbiram às tentações e mentiras de Satanás. Ao fazer isso, eles desobedeceram à vontade de Deus ao comerem da árvore do conhecimento da qual lhes tinha sido proibido comer: "E o Senhor Deus ordenou ao homem: ‘Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá’" (Gênesis 2:16-17). Este foi o primeiro pecado cometido pelo homem e, como resultado, toda a humanidade está sujeita à morte tanto física quanto eterna em virtude de nossa natureza pecaminosa herdada de Adão.
Deus declarou que todos os que pecam morrerão, tanto fisicamente quanto espiritualmente. Este é o destino de toda a humanidade. Entretanto, Deus, em sua graça e misericórdia, providenciou uma saída para esse dilema, o sangue derramado de seu Filho perfeito na cruz. Deus declarou que "sem derramamento de sangue não há perdão" (Hebreus 9:22), mas através do derramamento de sangue, a redenção é fornecida. A Lei de Moisés (Êxodo 20:2-17) providenciou uma maneira para as pessoas serem consideradas "sem pecado" ou "retas" aos olhos de Deus -- a oferta de animais sacrificados pelo pecado. Estes sacrifícios eram apenas temporários, porém, e eram apenas um prenúncio do perfeito e definitivo sacrifício de Cristo na cruz (Hebreus 10:10).
É por isso que Jesus veio e morreu, para se tornar o definitivo sacrifício final, o sacrifício perfeito por nossos pecados (Colossenses 1:22, 1 Pedro 1:19). Por meio dele, a promessa de vida eterna com Deus torna-se efetiva por meio da fé para aqueles que acreditam em Jesus: "a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que creem" (Gálatas 3:22) . Estas duas palavras, "fé" e "crer", são críticas para a nossa salvação. É através da nossa fé no sangue derramado de Cristo pelos nossos pecados que recebemos a vida eterna. "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).
Existem oito referências no Novo Testamento ao "livro da vida", e duas delas se referem especificamente ao livro da vida que pertence ao Cordeiro, Jesus Cristo. Sete das referências aparecem no livro do Apocalipse. Aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida são os que pertencem a Deus, aqueles que alcançaram a vida eterna.
Paulo se refere àqueles que têm trabalhado ao seu lado como aqueles cujos nomes estão no livro da vida (Filipenses 4:3), mais uma vez identificando o livro da vida como um registro dos nomes dos que alcançaram a salvação eterna. Da mesma forma, Apocalipse 3:5 refere-se ao livro da vida no qual os nomes dos crentes no Senhor são encontrados. Estes são os que superaram as provações da vida terrena, provando que sua salvação é genuína. Este versículo também deixa claro que quando um nome é escrito no livro da vida, Jesus promete que nunca irá apagá-lo, provando mais uma vez a doutrina da segurança eterna. O Senhor Jesus, o qual está falando às igrejas nesta parte do livro de Apocalipse, promete reconhecer os que pertencem a Ele diante de Seu pai. Por outro lado, Apocalipse 20:15 revela o destino daqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida -- eternidade no lago de fogo.
Em Apocalipse 13:8 e 21:27, encontramos as referências ao "livro da vida do Cordeiro", no qual também estão os nomes de todos aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro, Jesus Cristo. O Cordeiro que foi "morto desde a criação do mundo" tem um livro no qual estão escritos todos aqueles que foram redimidos pelo Seu sacrifício. Eles são os que entrarão na Cidade Santa, a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:10) e que viverão para sempre no céu com Deus. Já que o livro da vida é o que registra todos os que têm a vida eterna através do Cordeiro, é claro que o livro da vida e o livro da vida do Cordeiro são a mesma coisa.
Misericórdia e graça são frequentemente confundidas. Embora os termos tenham significados semelhantes, graça e misericórdia não são a mesma coisa. Para resumir a diferença: a misericórdia é Deus não nos castigando como merecem os nossos pecados e a graça é Deus nos abençoando apesar de não merecermos. Misericórdia é a libertação do julgamento, enquanto graça é estender bondade aos indignos.
Segundo a Bíblia, todos nós pecamos (Eclesiastes 7:20, Romanos 3:23, 1 João 1:8). Como resultado do pecado, todos nós merecemos a morte (Romanos 6:23) e julgamento eterno do lago de fogo (Apocalipse 20:12-15). Com isso em mente, todo dia que vivemos é um ato de misericórdia de Deus. Se Deus nos desse tudo o que merecemos, todos estaríamos, agora, condenados por toda a eternidade. No Salmo 51:1-2, Davi clama: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado." Um apelo a Deus por misericórdia é pedir a Ele que suspenda o julgamento que merecemos e, ao invés, conceda-nos o perdão que não merecemos.
Não merecemos nada de Deus. Deus não nos deve nada. Qualquer coisa boa que tivermos em nossas vidas é um resultado da graça de Deus (Efésios 2:5). Graça é simplesmente um favor imerecido. Deus nos dá coisas boas que não merecemos e que nunca poderíamos ganhar por nós mesmos. Resgatados do julgamento pela misericórdia de Deus, a graça é tudo o que recebemos além dessa misericórdia (Romanos 3:24). A graça comum refere-se à graça soberana que Deus concede a toda a humanidade independentemente da sua posição espiritual diante dele, enquanto que a graça salvadora é a dispensa especial da graça pela qual Deus soberanamente concede imerecida assistência divina sobre os seus eleitos para a sua regeneração e santificação.
Misericórdia e graça são mais bem ilustradas na salvação disponível através de Jesus Cristo. Merecemos o julgamento, mas se recebermos Jesus Cristo como o nosso Salvador, recebemos a misericórdia de Deus e somos libertos desse julgamento. Em vez de julgamento, pela graça recebemos a salvação, perdão dos pecados, vida abundante (João 10:10) e uma eternidade no céu, o lugar mais maravilhoso que se possa imaginar (Apocalipse 21-22). Por causa da misericórdia e graça de Deus, nossa resposta deve ser cair de joelhos em adoração e ação de graças. Hebreus 4:16 declara: "Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade."
Um resgate é algo que se paga para libertar um cativo ou prisioneiro. Jesus pagou o nosso resgate para libertar-nos do pecado, da morte e do inferno. Encontramos nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio os requisitos de Deus para os sacrifícios. Nos tempos do Antigo Testamento, Deus ordenou aos israelitas que fizessem sacrifícios de animais para a expiação substitutiva, ou seja, a morte de um animal tomava o lugar da morte de uma pessoa, uma vez que a morte é a penalidade pelo pecado (Romanos 6:23). Êxodo 29:36a declara: "Sacrifique um novilho por dia como oferta pelo pecado para fazer propiciação."
Deus exige santidade (1 Pedro 1:15-16). A Lei de Deus exige santidade. Não podemos dar a Deus a santidade completa por causa dos pecados que cometemos (Romanos 3:23), portanto, Deus exige a satisfação de sua lei. Os sacrifícios dedicados a Ele cumpriam os requisitos. Aqui é onde Jesus entra em cena. Hebreus 9:12-15 nos diz: "Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança."
Romanos 8:3-4 também diz: "Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito."
Claramente, Jesus pagou o resgate por nossas vidas a Deus. Esse resgate foi a sua própria vida, o derramamento do seu próprio sangue, um sacrifício. Por causa de sua morte sacrificial, cada pessoa na terra tem a oportunidade de aceitar esse dom de expiação e ser perdoado por Deus. Sem a sua morte, a Lei de Deus ainda precisaria ser satisfeita - por nossa própria morte.
Todo mundo tem dúvidas ocasionais. Ter ou não dúvidas não é o que determina se você é um cristão. Mesmo quando um crente é infiel, Deus é fiel (2 Timóteo 2:13). Deus quer que sejamos confiantes em nossa salvação (Romanos 8:38-39, 1 João 5:13). Deus promete que todo aquele que crê em Jesus Cristo será salvo (João 3:16, Romanos 10:9-10). Todos nós temos pecado e carecemos da glória de Deus (Romanos 3:23). Como resultado, merecemos a morte e uma eternidade longe de Deus (Romanos 6:23). No entanto, Deus nos amou o suficiente para morrer em nosso lugar, sofrendo em nosso favor o castigo que merecíamos (Romanos 5:8). Como resultado, todos aqueles que creem são salvos e estão eternamente seguros.
Às vezes duvidar é uma coisa boa. Paulo nos diz em 2 Coríntios 13:5: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé." Devemos testar a nós mesmos para termos certeza de que Jesus é verdadeiramente o nosso Salvador e que o Espírito Santo realmente reside em nós. Se Ele for, não podemos de forma alguma perder a salvação que Cristo obteve para nós (Romanos 8:38-39). Se Ele não for, então talvez o Espírito Santo esteja nos convencendo do pecado e encorajando-nos ao arrependimento e reconciliação com Deus através de Cristo. A garantia da nossa salvação vem do conhecimento de que uma vez que estamos em Cristo, somos eternamente seguros. No entanto, uma genuína fé salvadora é evidenciada por suas obras (Tiago 2:14-26) e o fruto do Espírito em nós (Gálatas 5:22). A falta desta evidência pode às vezes ser a causa de nossas dúvidas.
Você já colocou a sua fé em Cristo? Se a resposta for sim, então jogue fora suas dúvidas e confie em Deus. Se você conhece Jesus como o seu Salvador, então você é salvo sem dúvida! Se a resposta for não, então acredite no Senhor Jesus Cristo e será salvo! Se você tiver alguma dúvida sobre a salvação, não hesite em entrar em contato conosco. Ou, se preferir, visite o nosso artigo intitulado Você tem a vida eterna?
Jesus tinha muito a dizer sobre santificação em João 17. No versículo 16, o Senhor diz: "Eles não são do mundo, como eu também não sou", e isso é antes de seu pedido: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Santificação é um estado de separação para Deus; todos os crentes entram neste estado quando são nascidos de Deus: "É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção" (1 Coríntios 1:30). Esta é uma separação que acontece de uma vez por todas, eternamente a Deus. É uma parte intrincada da nossa salvação, a nossa ligação com Cristo (Hebreus 10:10).
A santificação também se refere à experiência prática dessa separação para Deus, sendo o efeito da obediência à Palavra de Deus na vida de alguém e deve ser ardentemente buscada pelo crente (1 Pedro 1:15, Hebreus 12:14). Assim como o Senhor orou em João 17, a santificação tem em vista a separação dos crentes para a finalidade pela qual foram enviados ao mundo: "Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade" (v. 18, 19). Que Ele se separou para o propósito pelo qual foi enviado é tanto a base quanto a condição do nós mesmos sermos separados para o motivo pelo qual fomos enviados (João 10:36). A santificação de Cristo é o padrão e o poder para a nossa. O envio e a santificação são inseparáveis. Por causa disso os crentes são chamados de santos, hagioi, no grego: "os santificados". Enquanto anteriormente o seu comportamento dava testemunho da sua posição no mundo em separação de Deus, agora o seu comportamento deve ser testemunho da sua posição diante de Deus em separação do mundo.
De acordo com as Escrituras, a palavra "santificação" tem mais um sentido. Paulo ora em 1 Tessalonicenses 5:23: "Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." Paulo também escreve em Colossenses da "esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho" (Colossenses 1:5). Logo depois, ele fala do próprio Cristo como "a esperança da glória" (Colossenses 1:27) e então menciona o fato dessa esperança quando diz: "Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória" (Colossenses 3:4). Este estado glorificado será a nossa separação definitiva do pecado, ou seja, alcançaremos a santificação total em todos os aspectos. "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 João 3:2).
Para resumir, a santificação é sinônimo de santidade, a palavra grega para ambas significa "uma separação", de primeira uma separação posicional de uma vez por todas a Cristo em nossa salvação; em segundo lugar, uma santidade prática progressiva na vida de um crente enquanto aguarda o retorno de Cristo e, finalmente, uma separação permanente do pecado quando chegarmos ao céu.
A revelação geral de Deus pode ser definida como “a revelação de Deus a todas as pessoas, em todos os tempos e em todos os lugares que revela que Deus existe e é inteligente, poderoso e transcendente.” Escrituras como Salmo 19:1-4 e Romanos 1:20 claramente afirmam que certas coisas sobre Deus podem ser entendidas por causa da criação que nos rodeia. Para mais informações, por favor leia o nosso artigo sobre as diferenças entre a revelação geral e revelação especial. Em relação à pergunta: "Pode uma pessoa ser salva através da revelação geral?", esta pergunta geralmente é feita em relação a uma outra pergunta: "O que acontece com aqueles que nunca ouviram o evangelho?"
Infelizmente, ainda há partes do mundo sem nenhum acesso à Bíblia, ao evangelho de Jesus Cristo ou a qualquer outro meio de aprender a verdade cristã. Surge então a questão: o que acontece com essas pessoas quando morrem? É justo que Deus condene uma pessoa que nunca ouviu o evangelho, sobre Jesus Cristo, nem mesmo que existe um Deus? Alguns propõem uma solução para este dilema na ideia de que Deus julga as pessoas que nunca ouviram o evangelho com base em como responderam à revelação geral. A presunção é que se uma pessoa realmente acredita no que pode ser conhecido sobre Deus através da revelação geral, Deus julgará a pessoa com base nessa fé e permitirá a sua entrada no céu. É possível que tal conceito seja verdadeiro?
Antes de abordarmos essa questão, devemos lidar com um pressuposto fundamental, ou seja, que aqueles que nunca ouviram o evangelho estão à procura de Deus, em busca da verdade e praticamente implorando para que alguém venha entregar a mensagem de salvação. O problema com esta suposição é que a Escritura declara exatamente o oposto. Romanos 3:10-12 declara: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer." Segundo as Escrituras, as pessoas tomam o conhecimento de Deus disponível através da revelação geral e pervertem-no ao seu próprio gosto. Romanos 1:21-23 afirma: "porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis." Segundo as Escrituras, o estado das pessoas sem Deus não é um de buscar a salvação, mas um de rebelião, escuridão e idolatria.
De volta à questão inicial – pode uma pessoa ser salva através da revelação geral? A Bíblia em nenhum lugar dá qualquer esperança de que aqueles que nunca ouviram o evangelho acreditarão plenamente na verdade sobre Deus disponível através da revelação geral. Novamente, a Bíblia descreve os perdidos como estando em rebelião contra o que já sabem sobre Deus e não em busca de mais verdade sobre Deus. No entanto, há sempre a questão: "E se?" SE uma pessoa que nunca ouviu o evangelho verdadeiramente e plenamente acreditasse no que se pode saber sobre Deus através da revelação geral, essa pessoa seria salva? SE tal pessoa realmente existisse, parece que seria consistente com o amor, a misericórdia e a graça de Deus que tal pessoa seria salva. Mais uma vez, por favor entenda que isso é apenas uma hipótese sem qualquer suporte bíblico.
Atos capítulo 10 registra a história de Cornélio. Cornélio é descrito como "piedoso e temente a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava continuamente a Deus" (Atos 10:2). Será que Cornélio foi salvo por causa de sua devoção a Deus com base no conhecimento limitado que tinha dEle? Não. Deus enviou um anjo a Cornélio com instruções para que ele entrasse em contato com o apóstolo Pedro e o convidasse para a sua casa. Cornélio obedeceu e Pedro veio e apresentou o evangelho a Cornélio e sua família. Cornélio e sua família creram e foram salvos (Atos 10:44-48). Atos capítulo 10 é um exemplo claro de como não somos salvos apenas ao crer certas verdades sobre Deus ou ao obedecer a Deus em certos aspectos. O único meio de salvação é o evangelho de Jesus Cristo (João 14:6, Atos 4:12).
O fato de que os perdidos rejeitam a revelação geral é a razão por que é tão importante que proclamemos o evangelho por todo o mundo (Mateus 28:19-20, Atos 1:8). Romanos 10:14 declara: "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?" Deus nos ordena a apresentar o evangelho porque "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus" (Romanos 3:10-11). Ao invés de esperar que algumas pessoas estejam sendo salvas ao acreditar no que se pode saber sobre Deus através da revelação geral, Deus nos chama a ir a todo o mundo e a proclamar o Evangelho. Crer nas boas novas da salvação através de Jesus Cristo é o único método de salvação que a Bíblia menciona (João 3:16).
Embora a ideia de uma segunda chance para a salvação seja atraente, a Bíblia é clara que a morte é o fim de todas as chances. Hebreus 9:27 nos diz que morremos e temos então que enfrentar o julgamento. Assim, enquanto uma pessoa estiver viva, ela tem uma segunda, terceira, quarta, quinta, etc., chance para aceitar a Cristo e ser salva (João 3:16, Romanos 10:9-10, Atos 16:31). Quando uma pessoa morre, não há mais chances. A ideia do purgatório, um lugar onde as pessoas vão depois da morte para pagar por seus pecados, não tem qualquer base bíblica e é apenas uma tradição da Igreja Católica Romana.
Para entender o que acontece com os descrentes depois que morrem, vamos ler Apocalipse 20:11-15, o qual descreve o Julgamento do Grande Trono Branco. Aqui acontece a abertura dos livros e "Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros." Esses livros contêm todos os pensamentos e ações daqueles que estão sendo julgados, e sabemos de Romanos 3:20 que "ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei." Portanto, todos os que são julgados por suas obras e pensamentos são condenados ao inferno. Os crentes em Cristo, por outro lado, não são julgados pelos livros de obras, mas seus nomes são encontrados em um outro livro -- o "Livro da Vida do Cordeiro" (Apocalipse 21:27). Estes são os que creram no Senhor Jesus e somente eles terão permissão para entrar no céu.
Qualquer pessoa cujo nome esteja escrito no Livro da Vida do Cordeiro foi salva “antes da criação do mundo” (Efésios 1:4) pela soberana e salvadora graça de Deus para fazer parte da noiva do seu Filho, a Igreja de Jesus Cristo. Essas pessoas não precisam de uma "segunda chance" para salvação porque a sua salvação tem sido assegurada por Cristo. Ele os escolheu, salvou e irá mantê-los salvos. Nada pode separá-los de Cristo (Romanos 8:39). Aqueles por quem Ele morreu serão salvos porque Jesus cumprirá a sua promessa. Ele declarou que "Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (João 6:37) e "Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão" (João 10:28). Para os crentes, não há necessidade de uma segunda chance porque a primeira chance é suficiente.
O que dizer daqueles que não acreditam? Não iriam se arrepender e crer se recebessem uma segunda chance? A resposta é não, não iriam, porque seus corações não são alterados simplesmente porque morrem. Seus corações e mentes "estão em inimizade" contra Deus e não vão aceitá-lo mesmo quando verem-no face a face. Isso é evidenciado na história do homem rico e Lázaro em Lucas 16:19-31. Se alguma vez houve alguém que devia ter se arrependido quando oferecido uma segunda chance de ver claramente a verdade, essa pessoa era o homem rico. Entretanto, embora estivesse em tormento no inferno, ele só pediu que Abraão enviasse Lázaro de volta à terra para advertir seus irmãos para que não tivessem de sofrer o mesmo destino. Não houve arrependimento em seu coração, só lamento por onde se encontrava. A resposta de Abraão diz tudo: "Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos" (Lucas 16:31). Aqui vemos que o testemunho da Escritura é suficiente para a salvação daqueles que nela acreditam, e nenhuma outra revelação trará a salvação para aqueles que não o fazem. Nenhuma segunda, terceira ou quarta chance seria suficiente para transformar um coração de pedra em um coração de carne.
Filipenses 2:10-11 declara: "para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." Um dia, todo mundo vai se curvar diante de Jesus e reconhecer que Ele é o Senhor e Salvador. Nesse ponto, porém, será tarde demais para a salvação. Após a morte, tudo o que resta para o incrédulo é o julgamento (Apocalipse 20:14-15). É por isso que devemos confiar em Jesus nesta vida.
Esta é uma das questões mais importantes na vida cristã. Muitos crentes duvidam de sua salvação porque não veem sinais de uma fé genuína em suas vidas. Há aqueles que dizem que nunca devemos duvidar da nossa decisão de seguir a Cristo, mas a Bíblia nos incentiva a examinar a nós mesmos para ver se estamos verdadeiramente "na fé" (2 Coríntios 13:5). Felizmente, Deus nos deu instruções amplas de como podemos saber com certeza que temos a vida eterna. A primeira epístola de João foi na verdade escrita para esse propósito, como 1 João 5:13 afirma: "Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna."
Há uma série de testes em 1 João que podemos usar para examinar a nós mesmos e a nossa fé. Ao avaliarmos esses testes, lembre-se de que ninguém vai cumpri-los perfeitamente o tempo todo, mas eles devem revelar uma tendência consistente que caracteriza as nossas vidas à medida que crescemos na graça.
1. Você gosta de ter comunhão com Cristo e Seu povo redimido? (1 João 1:3)
2. Será que as pessoas diriam que você anda na luz ou nas trevas? (1 João 1:6-7)
3. Você admite e confessa o seu pecado? (1 João 1:8)
4. Você é obediente à Palavra de Deus? (1 João 2:3-5)
5. A sua vida indica um amor por Deus e não pelo mundo? (1 João 2:15)
6. É a sua vida caracterizada por "fazer o que é certo"? (1 João 2:29)
7. Você procura manter uma vida pura? (1 João 3:3)
8. Você vê um padrão decrescente de pecado em sua vida? (1 João 3:5-6) [Nota: Isso se refere a não continuar no pecado como um modo de vida, não a uma ausência total do pecado.]
9. Você demonstra amor por outros cristãos? (1 João 3:14)
10. Você pratica o que prega ou o seu amor é apenas "de boca"? (1 João 3:18-19)
11. Você mantém a consciência limpa? (1 João 3:21)
12. Você tem vitória em sua caminhada cristã? (1 João 5:4)
Se você for capaz de verdadeiramente responder "Sim" a estas perguntas (ou à maioria delas e está tentando melhorar nas outras áreas), então sua vida é o fruto da verdadeira salvação. Jesus disse que é pelos nossos frutos que somos conhecidos como seus discípulos (Mateus 7:20). Ramos infrutíferos – pessoas que professam ser crentes mas que não exibem o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23) - são cortados e jogados no fogo (João 15:2). Uma fé genuína é aquela que não só acredita em Deus (os próprios demônios fazem isso - Tiago 2:19), mas também confessa os pecados e obedece aos mandamentos de Cristo. Lembre-se de que somos salvos pela graça mediante a fé e não por nossas obras (Efésios 2:8-9), mas nossas obras devem mostrar a realidade da nossa salvação (Tiago 2:17-18). Uma genuína fé salvadora sempre produz obras; uma fé que está perpetuamente sem obras não é fé verdadeira e não salva ninguém.
Além dessas confirmações, precisamos nos lembrar das promessas de Deus e da realidade da guerra que estamos enfrentando. Satanás é tão real quanto Jesus Cristo, e é um grande inimigo de nossas almas. Quando nos voltamos para Cristo, Satanás procura por todas as oportunidades para nos enganar e derrotar. Ele vai tentar nos convencer de que somos fracassos indignos ou de que Deus desistiu de nós. Quando estamos em Cristo, temos a garantia de que somos guardados por Ele. O próprio Jesus orou por nós em João 17:11 para que o Pai "protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um." Mais uma vez, no versículo 15, Ele orou: "Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno." Em João 10:27-29, Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai." Se você ouvir e obedecer à voz de Jesus, então você é uma de Suas ovelhas e Ele nunca irá soltá-lo de Sua mão. Jesus deu uma ilustração maravilhosa aqui de cristãos seguramente protegidos por Suas mãos de amor e as mãos do Pai todo-poderoso envolvendo-se em torno das de Jesus, dando-nos uma garantia dupla da segurança eterna.
Para o filho de Deus verdadeiramente nascido de novo, não há pecado imperdoável. Todos os pecados foram perdoados na cruz para aqueles que pertencem a Cristo. Quando Jesus disse: "Está consumado" (João 19:30), Ele quis dizer que a penalidade de todo o pecado foi paga por completa. A palavra traduzida como "está consumado" é a palavra grega tetelestai. Essa palavra foi usada de várias maneiras. Era usada para carimbar "pago" em um recibo e também era o selo colocado sobre a acusação de um criminoso ao completar a sua sentença. Um tetelestai era pregado na porta da casa do criminoso para provar que ele realmente havia completamente pago por seus crimes.
Você pode ver a aplicação da transação na Cruz entre o Senhor Jesus e Deus Pai. Jesus Cristo satisfez a transação legal e a demanda da justiça de Deus como o pagamento pelo pecado. O Senhor Jesus Cristo se tornou o nosso sacrifício pelo pecado e o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Quando Cristo ficou separado de Deus Pai por aquelas três horas de escuridão sobrenatural (Mateus 27:45), o acordo foi selado. Como lemos em Lucas, Jesus reuniu-se com o Pai. "Jesus bradou em alta voz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’. Tendo dito isso, expirou" (Lucas 23:46). Sendo assim, todo o pecado foi pago de uma vez por todas.
No entanto, há uma condição para o perdão de Deus do pecado. O homem deve aproximar-se de Deus através do Senhor Jesus Cristo. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim" (João 14:6). O perdão de Deus está disponível para todos os que se aproximam dEle (João 3:16), mas para aqueles que não acreditam no Senhor Jesus Cristo, não há perdão ou remissão dos pecados (Atos 10:43). Portanto, os únicos pecados que Deus não perdoa nesta era de graça são os pecados daqueles que morrem antes de colocarem a sua fé em Jesus Cristo. Se uma pessoa passa pela vida aqui na terra e nunca se aproveita da provisão que Deus fez através do Senhor Jesus Cristo, ela vai passar a eternidade separada de Deus e, portanto, não será perdoada.
Os crentes nascidos de novo também pecam e quando o fazemos, quebramos a nossa comunhão com o Senhor. No entanto, Deus fez uma provisão para isso. O Espírito Santo que habita em cada crente nos convence de que temos pecado e quando isso acontece, temos uma escolha de responder da maneira correta e renovar a nossa comunhão. Quando uma pessoa nasce de novo e aceita a Cristo como o seu Salvador, não é possível que possa perder a sua vida eterna por causa de suas ações. Podemos perder a nossa comunhão com Deus e a alegria da nossa salvação, mas isso é algo que podemos remediar através da confissão.
A primeira epístola de João é uma carta escrita a crentes e tem informações muito práticas sobre como andar em comunhão. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Este versículo, quando usado corretamente, torna-se o caminho para restaurar a nossa comunhão quando pecamos. "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós" (1 João 1:8). Agora, lembre-se, esta é uma carta para crentes nascidos de novo. Deus não tem ilusões sobre nós e a nossa capacidade de pecar, e nem devemos ter.
O "se" no início de 1 João 1:8 e 9 é um "se" de terceira classe no grego e significa "talvez sim, talvez não". Existe uma condição aqui, se "confessarmos". Esta palavra no grego é homologia, o que significa "dizer a mesma coisa ou citar o caso". Homo significa "mesmo" e logia significa "palavra". Significa que concordamos com Deus quanto ao nosso pecado. Entretanto, todo pecado foi perdoado na cruz e, como crentes nascidos de novo, todos os nossos pecados foram perdoados. E porque isso é um fato judicial, precisamos andar na luz e em comunhão porque essa é a nossa posição em Cristo Jesus. "Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7). Isso não nos dá carta branca para continuarmos pecando, ao contrário, os crentes nascidos de novo que estão andando na luz e em comunhão com Deus rapidamente confessarão seus pecados para que possa haver uma comunhão constante e clara com o Senhor.
O verdadeiro evangelho é a boa notícia de que Deus salva pecadores. O homem é por natureza pecador e separado de Deus, sem qualquer esperança de reparar essa situação. Entretanto, Deus providenciou o meio da redenção do homem na morte, sepultamento e ressurreição do Salvador, Jesus Cristo.
A palavra "evangelho" significa literalmente "boas novas". Entretanto, para realmente compreender quão boas essas novas são, devemos primeiramente compreender a má notícia. Como resultado da queda do homem no Jardim do Éden (Gênesis 3:6), toda parte da mente do homem – sua vontade, emoções e carne – tem sido corrompida pelo pecado. Por causa da natureza pecaminosa do homem, ele não pode buscar a Deus e não o faz. Ele não tem nenhum desejo de vir a Deus e, de fato, sua mente é hostil para com Ele (Romanos 8:7). Deus declarou que o pecado do homem o condena a uma eternidade no inferno, separado de Deus. É no inferno que o homem paga a penalidade do pecado contra um Deus santo e justo. Isso realmente seria uma má notícia se não houvesse solução.
Entretanto, no evangelho, Deus, em Sua misericórdia, tem proporcionado essa solução, um substituto para nós -- Jesus Cristo – o qual veio para pagar a pena pelos nossos pecados através do Seu sacrifício na cruz. Esta é a essência do evangelho que Paulo pregou aos Coríntios. Em 1 Coríntios 15:2-4, ele explica os três elementos do evangelho -- a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo em nosso favor. A nossa velha natureza morreu com Cristo na cruz e foi enterrada com Ele. Fomos então ressuscitados com Ele para uma nova vida (Romanos 6:4-8). Paulo nos diz para "nos apegar firmemente" a este verdadeiro evangelho, o único que salva. Acreditar em outro evangelho é crer em vão. Em Romanos 1:16-17, Paulo também declara que o verdadeiro evangelho é o "poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê", o que quer dizer que a salvação não é alcançada pelos esforços do homem, mas pela graça de Deus através do dom da fé (Efésios 2:8-9).
Por causa do evangelho, através do poder de Deus, aqueles que creem em Cristo (Romanos 10:9) não são apenas salvos do inferno. De fato, recebemos uma natureza completamente nova (2 Coríntios 5:17) com um coração mudado e um novo desejo, vontade, atitude que se manifestam em boas obras. Este é o fruto que o Espírito Santo produz em nós pelo Seu poder. As obras nunca são o meio de salvação, mas são a prova (Efésios 2:10). Aqueles que são salvos pelo poder de Deus sempre mostrarão a evidência da salvação através de uma vida transformada.
Definitivamente não há uma exigência de idade para a salvação. O próprio Jesus declarou: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas" (Mateus 19:14). Assim que as crianças tiverem idade suficiente para entender que pecaram (Romanos 3:23), que Jesus morreu para pagar a pena por seus pecados (Romanos 5:8; 6:23) e que devem colocar sua fé em Jesus para a salvação (João 3:16), então elas têm idade suficiente para ser salvas.
Uma criança não tem que entender todas as questões complexas que fazem parte da doutrina da salvação. É importante que os pais se certifiquem de que seus filhos compreendem as questões básicas (como descritas acima), mas a promessa de Atos 16:31 é igualmente verdadeira a um adulto ou a uma criança: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa."
Crianças pequenas, nascidas de crentes ou descrentes, podem ser escolhidas de Deus, remidas pelo sangue de Cristo, ter a obra do Espírito Santo em seus corações e, assim, entrar no céu. Em que momento de suas vidas elas são capazes de entender essas coisas realmente pode variar de criança para criança. Algumas crianças pequenas têm corações bem sensíveis e, ao ouvirem que Jesus morreu por elas, ficam imediatamente conscientes da sua natureza pecaminosa e são compelidas a responder. Outras de personalidades mais sanguíneas talvez não alcancem essa consciência até serem bem mais velhas. Só o Senhor conhece os pensamentos do coração e confiamos que Ele "veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10), segundo a Sua perfeita vontade e tempo.