Quem é Jesus Cristo? Diferentemente da pergunta “Deus existe?”, bem poucas pessoas perguntam se Jesus Cristo existiu ou não. Geralmente se aceita que Jesus foi de fato um homem que andou na terra, em Israel, há quase 2000 anos. O debate começa quando se analisa o assunto da completa identidade de Jesus. Quase todas as grandes religiões ensinam que Jesus foi um profeta, um bom mestre ou um homem piedoso. O problema é que a Bíblia nos diz que Jesus foi infinitamente mais do que um profeta, bom mestre ou homem piedoso.
C.S. Lewis, em seu livro Mero Cristianismo, escreve o seguinte: “Tento aqui impedir que alguém diga a grande tolice que sempre dizem sobre Ele [Jesus Cristo]: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como um grande mestre em moral, mas não aceito sua afirmação em ser Deus.’ Isto é exatamente a única coisa que não devemos dizer. Um homem que foi simplesmente homem, dizendo o tipo de coisa que Jesus disse, não seria um grande mestre em moral. Poderia ser um lunático, no mesmo nível de um que afirma ser um ovo pochê, ou mais, poderia ser o próprio Demônio dos Infernos. Você decide. Ou este homem foi, e é, o Filho de Deus, ou é então um louco, ou coisa pior... Você pode achar que ele é tolo, pode cuspir nele ou matá-lo como um demônio; ou você pode cair a seus pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com aquela bobagem de que ele foi um grande mestre aqui na terra. Ele não nos deixou esta opção em aberto. Ele não teve esta intenção.”
Então, quem Jesus afirmou ser? Segundo a Bíblia, quem foi? Primeiramente, vamos examinar as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um.” Em um primeiro momento, pode não parecer uma afirmação em ser Deus. Entretanto, veja a reação dos judeus perante Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33). Os judeus compreenderam o que Jesus havia dito como uma afirmação em ser Deus. Nos versículos seguintes, Jesus jamais corrige os judeus dizendo: “Não afirmei ser Deus”. Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: "Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Outro exemplo é João 8:58, onde Jesus declarou: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras para atirar em Jesus (João 8:59). Ao anunciar Sua identidade como “Eu sou”, Jesus fez uma aplicação direta do nome de Deus no Velho Testamento (Êxodo 3:14). Por que os judeus, mais uma vez, se levantariam para apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que creram ser uma blasfêmia, ou seja, uma auto-afirmação em ser Deus?
João 1:1 diz que “o Verbo era Deus”. João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne”. Isto mostra claramente que Jesus é Deus em carne. Tomé, o discípulo, declarou a Jesus: “Senhor meu, e Deus meu! (João 20:28). Jesus não o corrige. O Apóstolo Paulo O descreve como: “...grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13). O Apóstolo Pedro diz o mesmo: “...nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 1:1). Deus o Pai também é testemunha da completa identidade de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino” (Hebreus 1:8). No Velho Testamento, as profecias a respeito de Cristo anunciam sua divindade: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Então, como argumentou C.S. Lewis, crer que Jesus foi um bom mestre não é opção. Jesus claramente e inegavelmente se auto-afirma Deus. Se Ele não é Deus, então mente, conseqüentemente não sendo também profeta, bom mestre ou homem piedoso. Tentando explicar as palavras de Jesus, “estudiosos” modernos afirmam que o “Jesus verdadeiramente histórico” não disse muitas das coisas a Ele atribuídas pela Bíblia. Quem somos nós para mergulharmos em discussões com a Palavra de Deus no tocante ao que Jesus disse ou não disse? Como pode um “estudioso” que está 2000 anos afastado de Jesus ter a percepção do que Jesus disse ou não, melhor do que aqueles que com o próprio Jesus viveram, serviram e aprenderam (João 14:26)?
Por que se faz tão importante a questão sobre a identidade verdadeira de Jesus? Por que importa se Jesus é ou não Deus? O motivo mais importante para que Jesus seja Deus é que se Ele não é Deus, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados do mundo inteiro (I João 2:2). Somente Deus poderia pagar tamanho preço (Romanos 5:8; II Coríntios 5:21). Jesus tinha que ser Deus para que pudesse pagar nossa dívida. Jesus tinha que ser homem para que pudesse morrer. A Salvação está disponível somente através da fé em Jesus Cristo! A natureza divina de Jesus é o motivo pelo qual
Na Bíblia não há registros de Jesus dizendo, palavra por palavra: “Eu sou Deus”. Entretanto, isto não significa que Ele não tenha afirmado ser Deus. Como exemplo, tome as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um.” Em um primeiro olhar, isto pode não parecer uma afirmação de Jesus em ser Deus. Entretanto, perceba a reação dos judeus a Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33). Os judeus compreenderam a afirmação de Jesus como uma declaração em ser Deus. Nos versículos seguintes Jesus não corrige os judeus dizendo: “Eu não afirmei ser Deus.” Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). João 8:58 nos dá outro exemplo: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras em uma tentativa de apedrejar Jesus (João 8:59). Por que os judeus iriam querer apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que criam ser uma blasfêmia, ou seja, uma afirmação em ser Deus?
João 1:1 diz que “o Verbo era Deus.” João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne.” Isto claramente indica que Jesus é Deus em carne. Atos 20:28 nos diz: “...Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Quem comprou a igreja com Seu próprio sangue? Jesus Cristo. Atos 20:28 declara que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue. Portanto, Jesus é Deus!
Tomé, o discípulo, declarou a respeito de Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Jesus não o corrige. Tito 2:13 nos encoraja a esperar pela volta de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo (veja também II Pedro 1:1). Em Hebreus 1:8, o Pai declara a respeito de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.”
Em Apocalipse, um anjo instruiu o Apóstolo João para que adorasse a Deus (Apocalipse 19:10). Nas Escrituras, várias vezes Jesus recebe adoração (Mateus 2:11; 14:33; 28:9,17; Lucas 24:52; João 9:38). Ele nunca reprova as pessoas quando recebe adoração. Se Jesus não é Deus, Ele teria dito às pessoas para não ser adorado, assim como fez o anjo em Apocalipse. Há muitos outros versículos e passagens das Escrituras que atestam a favor da divindade de Jesus.
A razão mais importante para Jesus ser Deus é que se Ele não o fosse, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados do mundo inteiro (I João 2:2). Somente Deus poderia pagar preço tão infinito. Somente Deus poderia carregar os pecados do mundo (II Coríntios 5:21), morrer e ressuscitar, provando Sua vitória sobre o pecado e a morte.
Além das próprias afirmações de Jesus a respeito de si mesmo, Seus discípulos também reconheceram a divindade de Cristo. Eles afirmaram que Jesus tinha o direito de perdoar pecados - algo que somente Deus pode fazer, uma vez que é Deus quem se ofende com os pecados (Atos 5:31; Colossenses 3:13; compare com Salmos 130:4; Jeremias 31:34). Em íntima relação com esta última afirmação, se diz que Jesus é aquele que vai “julgar” os vivos e os mortos (II Timóteo 4:1). Tomé clamou a Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Paulo chama Jesus de “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13), e mostra que antes de vir em carne Jesus existia na “forma de Deus” (Filipenses 2:5-8). O escritor aos Hebreus diz, a respeito de Jesus: “Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos” (Hebreus 1:8). João afirma que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo [Jesus] era Deus.” (João 1:1). Nas escrituras, os exemplos que ensinam sobre a divindade de Cristo poderiam se multiplicar (veja Apocalipse 1:17; 2:8; 22:13; I Coríntios 10:4; I Pedro 2:6–8; compare com Salmos 18:2; 95:1; I Pedro 5:4; Hebreus 13:20), mas apenas um desses exemplos é suficiente para mostrar que Cristo teve sua natureza divina reconhecida por Seus seguidores.
Jesus também recebeu títulos que são únicos de Yahweh (o nome formal de Deus) no Velho Testamento. “Redentor”, título usado no Velho Testamento (Salmos 130:7; Oséias 13:14), também o é no Novo Testamento (Tito 2:13; Apocalipse 5:9). Jesus é chamado Emanuel (“Deus conosco” em Mateus 1). Em Zacarias 12:10, é Yahweh quem diz: “e olharão para mim, a quem traspassaram”. Mas o Novo Testamento aplica isto à crucificação de Jesus (João 19:37; Apocalipse 1:7). Se é Yahweh quem é transpassado e olhado, e Jesus foi aquele que foi transpassado e olhado, então Jesus é Yahweh. Paulo interpreta Isaías 45:22-23 como que aplicando a Jesus em Filipenses 2:10-11. Indo mais além, o nome de Jesus é usado lado a lado com Yahweh na oração “Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo” (Gálatas 1:3; Efésios 1:2). Tal seria blasfêmia se Cristo não fosse divino. O nome de Jesus aparece com o de Yaweh no mandamento de Jesus para que se batize “em nome [singular] do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19;veja também II Coríntios 13:14). Em Apocalipse, João diz que toda a criação louvava a Cristo (o Cordeiro) - então Jesus não é parte da criação (5:13).
Ações que podem ser conseguidas somente por Deus são creditadas a Jesus. Jesus não somente ressuscitou os mortos ( João 5:21; 11:38-44), e perdoou pecados (Atos 5:31; 13:38), Ele criou e sustenta o universo (João 1:2; Colossenses 1:16-17)! Este argumento se torna ainda mais convincente quando consideramos que Yahweh disse que Ele estava sozinho durante a criação (Isaías 44:24). Além disso, Cristo possui atributos que somente a divindade pode ter: eternidade (João 8:58), onipresença (Mateus 18:20, 28:20), onisciência (Mateus 16:21), onipotência (João 11:38-44).
Agora, uma coisa é afirmar ser Deus ou enganar alguém para que acredite que isto é verdade, e outra coisa bem diferente é provar que isto é verdade. Cristo ofereceu como prova de sua afirmação de divindade muitos milagres e até ressuscitou dentre os mortos. Alguns milagres de Jesus incluem tornar água em vinho (João 2:7), andar sobre as águas (Mateus 14:25), multiplicar objetos físicos (João 6:11), a cura do cego (João 9:7), do paralítico (Marcos 2:3) e doentes (Mateus 9:35; Marcos 1:40-42), e mesmo até ressuscitação de pessoas dentre os mortos (João 11:43-44; Lucas 7:11-15; Marcos 5:35). Além de tudo isto, o próprio Cristo ressuscitou dentre os mortos. Bem diferente dos denominados deuses da mitologia pagã, que morrem e se levantam, nenhuma outra religião alega a ressurreição – e nenhuma outra afirmação tem tanta comprovação extra-escrituras. De acordo com o Dr. Gary Habermas, há pelo menos 12 fatos históricos que até mesmo especialistas não-cristãos admitem:
1. Jesus morreu por crucificação.
2. Ele foi sepultado.
3. Sua morte causou nos discípulos desânimo e desesperança.
4. A tumba de Jesus foi achada (ou afirma-se que foi achada) vazia alguns dias depois.
5. Os discípulos creram ter vivenciado as aparições de Jesus ressuscitado.
6. Depois disto, os discípulos passaram de incrédulos a crentes corajosos.
7. Esta mensagem foi o tema central das pregações da igreja primitiva.
8. Esta mensagem foi pregada em Jerusalém.
9. Como resultado desta pregação, a Igreja nasceu e cresceu.
10. O dia da ressurreição, Domingo, substituiu o “Sabbath”, dia de repouso (Sábado) como dia principal de adoração.
11. Tiago, um cético, se converteu quando também creu ver Jesus ressuscitado.
12. Paulo, inimigo do Cristianismo, se converteu através de uma experiência a qual creditou ser a aparição de Jesus ressuscitado.
Mesmo se alguém fizesse objeção a esta lista específica, apenas poucos itens são necessários para provar a ressurreição e estabelecer o evangelho: a morte, sepultamento, ressurreição e aparições de Jesus (I Coríntios 15:1-5). Enquanto pode haver teorias para explicar um ou dois dos fatos acima, apenas a ressurreição explica e dá conta de todos eles. Os críticos admitem que os discípulos afirmaram ter visto Jesus ressuscitado. Nem mentiras ou alucinações podem transformar as pessoas como o fez a ressurreição . Primeiro, o que teriam lucrado com isto? O Cristianismo não era popular e certamente eles não ganharam nenhum dinheiro com isso. Segundo, mentirosos não dão bons mártires. Não há melhor explicação do que a ressurreição para o desprendimento dos discípulos em sofrer mortes horrendas por sua fé. Sim, muitas pessoas morrem por mentiras que crêem ser verdade, mas ninguém morre pelo que sabe não ser verdade.
Concluindo: Cristo alegou ser Yahweh, Ele era divino (não apenas “um deus”- mas o Deus Verdadeiro. Seus seguidores (Judeus que teriam pavor à idolatria) creram nEle e a Ele se referiram como tal. Cristo provou suas afirmações de divindade através de milagres, incluindo a ressurreição, que modifica o mundo. Nenhuma outra hipótese pode explicar estes fatos.
Normalmente, quando se faz esta pergunta, a pessoa a perguntar a qualifica como “fora da Bíblia”. Não apoiamos essa idéia de que a Bíblia não possa ser considerada uma fonte de provas para a existência de Jesus. O Novo Testamento apresenta centenas de referências a respeito de Jesus Cristo. Há aqueles que datam a escritura dos Evangelhos no segundo século d.C., mais de 100 anos após a morte de Jesus. Mesmo que fosse este o caso (o que fortemente questionamos), em termos de provas antigas, escritos com menos de 200 anos depois de acontecimentos são considerados provas muito confiáveis. Além disso, a vasta maioria de estudiosos (cristãos ou não-cristãos) apoiam que as Epístolas de Paulo (pelo menos algumas delas) foram de fato escritas por Paulo no meio do primeiro século d.C., menos de 40 anos após a morte de Jesus. Em termos de manuscritos antigos que sirvam como provas, esta forte é extraordinária prova da existência de um homem chamado Jesus em Israel no começo do primeiro século d.C.
Também é importante reconhecer que no ano 70 d.C. os Romanos invadiram e destruíram Jerusalém e a maior parte de Israel, chacinando seus habitantes. Cidades inteiras foram literalmente incendiadas e desapareceram! Não deveríamos nos surpreender, então, que muitas das provas da existência de Jesus tenham sido destruídas. Muitas das testemunhas oculares de Jesus teriam sido mortas. Estes fatos provavelmente limitaram a quantidade de relatos vindos de testemunhas oculares de Jesus.
Considerando o fato de que o ministério de Jesus foi altamente confinado a um lugar culturalmente atrasado e isolado, uma pequena vila do grande Império Romano, uma grande e surpreendente quantidade de informações sobre Jesus ainda pode ser extraída de fontes históricas seculares. Algumas das mais importantes provas históricas de Jesus Cristo incluem:
Tácito, romano do primeiro século, que é considerado um dos mais precisos historiadores do mundo antigo, mencionou “cristãos” supersticiosos (“nomeados a partir de Christus”, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Seutônio, secretário chefe do Imperador Adriano, escreveu que houve um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o primeiro século (“Anais” XV,44).
Flávio Josefo é o mais famoso historiador judeu. Em seu Antiguidades Judaicas, se refere a Tiago: “o irmão de Jesus, que era chamado Cristo.” Há um verso polêmico (XVIII,3) que diz: “Agora havia acerca deste tempo Jesus, homem sábio, se é que é lícito chamá-lo homem. Pois ele foi quem operou maravilhas... Ele era o Cristo... ele surgiu a eles vivo novamente no terceiro dia, como haviam dito os divinos profetas e dez mil outras coisas maravilhosas a seu respeito.” Uma versão diz: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas" (Josefo, "Antiguidades Judaicas" XVIII,3,2).
Julio Africano cita o historiador Talo em uma discussão sobre as trevas que sucederam a crucificação de Cristo (Escritos Existentes, 18).
Plínio, o Jovem, em Epístolas 10:96, registrou práticas primitivas de adoração, incluindo o fato de que os cristãos adoravam Jesus como Deus e eram muito éticos, e inclui uma referência ao banquete do amor e a Santa Ceia.
O Talmude da Babilônia (Sanhedrin 43 a) confirma a crucificação de Jesus na véspera da Páscoa, e as acusações contra Cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus.
Luciano de Samosata foi um escritor grego do segundo século que admite que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a fraternidade entre os crentes, a importância da conversão e de negar outros deuses. Os Cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram imortais, e se caracterizavam por desdenhar da morte, por devoção voluntária e renúncia a bens materiais.
Mara Bar-Serapião confirma que Jesus era conhecido como um homem sábio e virtuoso, considerado por muitos como rei de Israel, executado pelos judeus, e que continuou vivo nos ensinamentos de seus seguidores.
Então temos os escritos Gnósticos (O Evangelho da Verdade, O Apócrifo de João, O Evangelho de Tomé, O Tratado da Ressurreição, etc.) todos mencionando Jesus.
De fato, podemos quase reconstruir o evangelho somente a partir de primitivas fontes não-cristãs: Jesus foi chamado Cristo (Josefo), praticou “magia”, conduziu Israel a novos ensinamentos, por eles foi pendurado na Páscoa (O Talmude da Babilônia) na Judéia (Tácito), mas afirmou ser Deus e que retornaria (Eliezar), no que seus seguidores creram – O adorando como Deus (Plínio, o Jovem).
Concluindo, há provas devastadoras da existência de Jesus Cristo, tanto na história secular quanto bíblica. Talvez a maior prova que Jesus realmente existiu seja o fato de que literalmente milhares de cristãos no primeiro século d.C., incluindo os 12 apóstolos, se desprenderam a ponto de dar suas vidas como mártires por Jesus Cristo. As pessoas morrerão pelo que crêem ser verdade, mas ninguém morrerá pelo que sabe ser uma mentira.
As escrituras não fazem tentativas em “provar” que Jesus levantou dos mortos, mas apesar disso, apresenta provas conclusivas de que Ele de fato ressuscitou. A ressurreição de Cristo é registrada em Mateus 28:1-20; Marcos 16:1-20; Lucas 24:1-53 e João 20:1-21:25. O Cristo ressurreto também apareceu no Livro de Atos (Atos 1:1-11). A partir destas passagens temos várias “provas” da ressurreição de Cristo. Observe a dramática transformação pela qual passaram os discípulos: de homens amedrontados, que procuravam esconderijos em um quarto, a homens corajosos, compartilhando o Evangelho através do mundo. O que mais poderia explicar tão dramática transformação a não ser o Cristo ressurreto aparecendo a eles?
Observe a vida do Apóstolo Paulo. O que o transformou de perseguidor da igreja a um apóstolo pela igreja? Foi quando o Cristo ressurreto a ele apareceu na estrada de Damasco (Atos 9:1-6). Outra “prova” convincente é o sepulcro vazio. Se Cristo não houvesse ressuscitado, então onde está Seu corpo? Os discípulos e outros viram o sepulcro onde jazia seu corpo. Quando retornaram, Seu corpo não mais estava lá. Os anjos declararam que Ele havia ressuscitado dos mortos como havia prometido (Mateus 28:5-7). Ainda mais uma prova de Sua ressurreição é que para muitas pessoas Jesus se mostrou (Mateus 28:5,9,16-17; Marcos 16:9; Lucas 24:13-35; João 20:19,24,26-29; 21:1-14; Atos 1:6-8; I Coríntios 15:5-7).
A passagem-chave a respeito da ressurreição de Cristo é I Coríntios 15. Neste capítulo, o Apóstolo Paulo explica por que é crucial compreender e crer na ressurreição de Cristo. A ressurreição é importante pelas seguintes razões: (1) Se Cristo não ressuscitou dos mortos, os crentes também não o farão (I Coríntios 15:12-15). (2) Se Cristo não ressuscitou dos mortos, Seu sacrifício pelo pecado não foi suficiente (I Coríntios 15:16-19). A ressurreição de Jesus provou que Sua morte foi aceita por Deus como expiação por nossos pecados. Se Ele tivesse simplesmente morrido e permanecido morto, isso indicaria que Seu sacrifício não havia sido suficiente. Como resultado, os crentes não seriam perdoados de seus pecados, e eles continuariam mortos após a morte (I Coríntios 15:16-19) – não haveria vida eterna (João 3:16). “Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados” (I Coríntios 15:20 – Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Cristo se levantou dos mortos – Ele é o primeiro fruto de nossa ressurreição.
(3) Todos quantos Nele crerem serão ressuscitados para a vida eterna, assim como Ele foi (I Coríntios 15:20-23). I Coríntios 15 continua a descrever como a ressurreição de Cristo prova Sua vitória sobre o pecado, e nos dá força para viver uma vida de vitória sobre o pecado (I Coríntios 15:24-34). (4) Descreve a natureza gloriosa do corpo da ressurreição que nós receberemos (I Coríntios 15:35:49). (5) Proclama que como resultado da ressurreição de Cristo, todos quantos Nele crêem têm vitória definitiva sobre a morte (I Coríntios 15:50-58). Que verdade gloriosa é a ressurreição de Cristo! “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Coríntios 15:58).
Jesus não é Filho de Deus no sentido como concebemos um pai e um filho. Deus não se casou e teve um filho. Jesus é Filho de Deus no sentido que Ele é Deus manifestado em forma humana (João 1:1,14). Jesus é Filho de Deus porque Ele foi concebido pelo Santo Espírito. Lucas 1:35 declara: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” No tempo em que foi escrita a Bíblia, a expressão “filho do homem” era usada para descrever um ser humano. O filho do homem é um homem.
Durante Seu julgamento perante os líderes judeus, o Sumo Sacerdote ordenou a Jesus: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus” (Mateus 26:63). Jesus respondeu: “Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu” (Mateus 26:64). Os líderes judeus responderam acusando Jesus de blasfêmia (Mateus 26:65-66). Mais tarde, perante Pôncio Pilatos: “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (João 19:7). Por que o fato de se afirmar como “Filho de Deus” seria considerado blasfêmia e digno de uma sentença de morte? Os líderes judeus entenderam exatamente o que Jesus quis dizer com a expressão “Filho de Deus”. Ser “Filho de Deus” é ser da mesma natureza de Deus. O “Filho de Deus” é “de Deus”. A afirmação em ser da mesma natureza de Deus, e de fato “ser Deus” era blasfêmia para os líderes judeus; então exigiram a morte de Jesus. Hebreus 1:3 expressa isto muito claramente: “O qual (O Filho) sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa...”
Podemos encontrar um outro exemplo em João 17:12, onde Judas é descrito como o “filho da perdição”. João 6:71 nos diz que Judas era filho de Simão. O que João 17:12 quer dizer quando descreve Judas como o “filho da perdição”? A palavra “perdição” significa “destruição, ruína, fraqueza. Judas não era literalmente filho da “ruína, destruição e fraqueza”, mas estas eram coisas que identificaram a vida de Judas. Judas era uma manifestação da perdição. Neste mesmo aspecto, Jesus é o Filho de Deus. O Filho de Deus é Deus. Jesus é Deus manifestado (João 1:1,14).
A doutrina do nascimento virginal é de importância crucial (Isaías 7:14; Mateus 1:23; Lucas 1:27,34). Primeiramente, vamos examinar como as escrituras descrevem este evento abençoado. Em resposta à indagação de Maria, “como?”, diz Gabriel: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra...” (Lucas 1:35). Com estas palavras, o anjo encoraja José a se casar com Maria: “o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mateus 1:20). Mateus afirma que a virgem “achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mateus 1:18). Gálatas 4:4 também ensina sobre o nascimento virginal: “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher.”
Por estas passagens, certamente fica claro que o nascimento de Jesus foi resultado da atuação do Espírito Santo dentro do corpo de Maria. O imaterial (o Espírito) e o material (o útero de Maria) foram ambos envolvidos. Maria, é claro, não poderia ter engravidado sozinha, e neste sentido, foi simplesmente um “receptáculo”. Somente Deus poderia fazer o milagre da Encarnação.
Negar uma conexão física entre Maria e Jesus seria sugerir que Jesus não foi verdadeiramente humano. As Escrituras ensinam que Jesus foi totalmente humano, com um corpo físico, assim como o nosso. Isto Ele recebeu de Maria. Ao mesmo tempo, Jesus era totalmente Deus, com uma natureza eterna e sem pecado. Veja João 1:14; I Timóteo 3:16; Hebreus 2:14-17.
Jesus não nasceu em pecado, ou seja, Ele não possuía natureza pecaminosa (Hebreus 7:26). Poderia parecer que a natureza pecaminosa é passada de geração a geração através do pai (Romanos 5:12, 17, 19). O fato de ter nascido de uma virgem frustrou a transmissão da natureza pecaminosa e permitiu que o eterno Deus se tornasse um homem perfeito.
1 Pedro 3:18-19 afirma: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão.”
A expressão “pelo Espírito”, no verso 18, tem exatamente a mesma construção da expressão “na carne”. Então, parece aqui melhor relacionar a palavra “espírito” à mesma esfera da palavra “carne”. A carne e o espírito são a carne e o espírito de Cristo. A expressão “vivificado pelo Espírito” demonstra isto: que o ato de levar sobre Si o pecado e a morte causou a separação de Seu espírito humano, do Pai (Mateus 27:46). O contraste é entre carne e espírito, como em Mateus 27:41 e Romanos 1:3-4, e não entre a carne de Cristo e o Espírito Santo. Quando a expiação de Cristo pelo pecado se completou, Seu espírito retomou a aliança que havia sido quebrada.
1 Pedro 3:18-22 descreve um elo necessário entre o sofrimento de Cristo (verso 18) e Sua glorificação (verso 22). Somente Pedro dá informação específica sobre o que aconteceu entre estes dois eventos. A palavra “pregou” no verso 19 não é a palavra costumeiramente usada no Novo Testamento para descrever a pregação do evangelho. Literalmente significa anunciar uma mensagem. Jesus sofreu e morreu na Cruz, Seu corpo executado, e Seu espírito morreu quando Ele foi feito pecado. Mas Seu espírito foi vivificado e Ele o entregou ao Pai. De acordo com Pedro, em algum momento entre a Sua morte e ressurreição, Jesus fez uma proclamação especial aos “espíritos em prisão”.
Para começar, Pedro se referiu às pessoas como “almas” e não “espíritos” (3:20). No Novo Testamento, a palavra “espíritos” é usada para descrever anjos ou demônios, não seres humanos; e o verso 22 parece confirmar este significado. Além disso, nenhum lugar na Bíblia nos diz que Jesus visitou o inferno. Atos 2:31 diz que Ele foi ao “Hades” (Edição Almeida, Revista e Atualizada), mas “Hades” não é inferno. A palavra “Hades” se refere à esfera dos mortos, um lugar temporário onde eles aguardam a ressurreição. Em Apocalipse 20:11-15, na versão de língua inglesa NASB (New American Standard Bible) ou na New International Version (em português, Nova Versão Internacional) temos a clara distinção entre os dois lugares. Inferno é o lugar permanente e definitivo do julgamento para os perdidos. Hades é um lugar temporário.
Nosso Senhor rendeu Seu Espírito ao Pai, morreu e em algum momento entre morte e ressurreição visitou a esfera dos mortos onde Ele proclamou uma mensagem aos seres espirituais (provavelmente anjos caídos; veja Judas 1:6) que de alguma forma tinham relação com o período anterior ao dilúvio no tempo de Noé. O verso 20 esclarece esta questão. Pedro não nos diz o que Ele proclamou a estes espíritos encarcerados, mas não poderia ser uma mensagem de redenção, uma vez que anjos não podem ser salvos (Hebreus 2:16). Provavelmente foi uma declaração de vitória sobre satanás e suas potestades (1 Pedro 3:22; Colossenses 2:15). Efésios 4:8-10 parece também indicar que Cristo foi ao “paraíso” (Lucas 16:20; 23:43) e levou ao céu todos aqueles que tinham Nele crido antes de Sua morte. A passagem não dá grandes detalhes sobre o que ocorreu, mas a maioria dos estudiosos da Bíblia concorda que é isto que significa “levou cativo o cativeiro”.
Tudo isto para dizer que a Bíblia não é totalmente clara sobre o que exatamente Cristo fez durante os três dias entre Sua morte e ressurreição. Entretanto, ao que parece, Ele estava pregando a vitória sobre os anjos caídos e/ou descrentes. O que podemos saber ao certo é que Jesus não estava dando às pessoas uma segunda chance para salvação. A Bíblia nos diz que vamos enfrentar julgamento depois da morte (Hebreus 9:27), não uma segunda chance. Não há nenhuma resposta definitivamente clara para o que Jesus estava fazendo durante o período entre Sua morte e ressurreição. Talvez seja este um dos mistérios que vamos entender uma vez que cheguemos à glória.
A alma de Jesus foi ao Inferno no período entre Sua morte e ressurreição? Há bastante confusão em relação a esta pergunta. Este conceito vem principalmente do Credo dos Apóstolos, que afirma: “Ele desceu até o Inferno.” Há também algumas poucas Escrituras que, dependendo de como são traduzidas, descrevem a ida de Jesus ao “Inferno”. Estudando esta questão, é importante que primeiramente possamos compreender o que a Bíblia nos ensina a respeito da “esfera” dos mortos.
Nas Escrituras Hebraicas, a palavra usada para descrever a esfera dos mortos é “Seol”. Esta palavra simplesmente significa “lugar dos mortos” ou o “lugar das almas/espíritos que partiram”. A palavra grega do Novo Testamento que é usada para inferno é “Hades”, que também se refere ao “lugar dos mortos”. Outras Escrituras no Novo Testamento indicam que Seol/Hades é um lugar temporário, onde as almas ficam enquanto aguardam a ressurreição e julgamento final. Apocalipse 20:11-15 dá a distinção clara entre os dois. Inferno (o lago de fogo) é o lugar final e definitivo de julgamento para os perdidos. Hades é um lugar temporário. Então, não, Jesus não foi ao “Inferno” porque “Inferno” é uma esfera futura que somente entrará em vigor após o Julgamento do Grande Trono Branco (Apocalipse 20:11-15).
Seol/Hades é uma esfera com duas divisões (Mateus 11:23; 16:18; Lucas 10:15; 16:23; Atos 2:27:31), o território dos salvos e o dos perdidos. O território dos salvos é chamado “Paraíso” e “Seio de Abraão”. Os territórios dos salvos e dos perdidos são separados por um “grande abismo” (Lucas 16:26). Quando Jesus subiu aos Céus, Ele levou consigo os ocupantes do Paraíso (os crentes) (Efésios 4:8-10). O lado perdido do Seol/Hades permaneceu intacto. Todos os mortos incrédulos para lá vão e esperam seu futuro julgamento final. Jesus foi ao Seol/Hades? Sim, de acordo com Efésios 4:8-10 e I Pedro 3:18-20.
Parte desta confusão surgiu de passagens como Salmos 16:10:11: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida...” “Inferno” não é a tradução correta deste verso. Uma leitura correta seria “a sepultura” ou “Seol”. Na Cruz, anos mais tarde, Jesus disse ao ladrão ao Seu lado: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. Seu corpo estava na tumba; Sua alma/espírito foi para o “Paraíso” esfera do Seol/Hades. Então Ele removeu todos os justos que estavam mortos do Paraíso e os levou consigo aos Céus. Infelizmente, em muitas traduções da Bíblia, os tradutores não são consistentes ou corretos quando traduzem as palavras hebraica e grega “Seol”, “Hades” e “Inferno”.
Alguns defendem o ponto de vista que Jesus foi ao “Inferno” ou ao lugar de sofrimento do Seol/Hades a fim de receber ainda mais punição por nossos pecados: idéia sem respaldo bíblico, totalmente descabida! Foi a morte de Jesus na Cruz e Seu sofrimento em nosso lugar que, de forma suficiente, promoveram nossa redenção. Foi Seu sangue derramado que validou nosso perdão de pecados (I João 1:7-9). Quando estava pendurado na Cruz, Ele levou sobre Si o fardo do pecado de toda a raça humana. “Ele se fez pecado por nós”. II Coríntios 5:21 diz: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” O peso do pecado nos ajuda a compreender o que passou Cristo no Jardim do Getsêmani, sua luta com o cálice de pecado que sobre Ele seria derramado na cruz.
Na Cruz, Cristo, com grande voz exclamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, e foi neste exato momento que Ele foi separado do Pai por causa do pecado sobre Ele derramado. Quando entregou o Seu espírito, disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Seu sofrimento foi completado em nosso lugar. Sua alma/espírito foi à parte do Hades correspondente ao Paraíso. Jesus não foi ao Inferno. O sofrimento de Jesus terminou no momento em que morreu. O pagamento pelo pecado estava feito. Ele então aguardou a ressurreição de Seu corpo e Seu retorno a sua glória, em Sua ascensão. Jesus foi ao Inferno? Não. Jesus foi ao Seol/Hades? Sim.
A Bíblia não afirma especificamente em que dia da semana Jesus foi crucificado. As duas visões mais comuns são sexta-feira e quarta-feira. Alguns, entretanto, usando a síntese de sexta-feira e quarta-feira, aceitam a quinta-feira como o dia correto.
Jesus diz em Mateus 12:40: “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.” Aqueles que defendem a sexta-feira como o dia da crucificação argumentam que, mesmo assim, podemos considerar que Jesus esteve sepultado por três dias. Na mentalidade judaica do Primeiro Século, parte do dia era considerada como um dia completo. Uma vez que Jesus esteve na sepultura parte da sexta-feira, todo o sábado e parte do domingo, podemos considerar que esteve na sepultura por três dias. Um dos argumentos principais para a sexta-feira como o dia da crucificação é encontrado em Marcos 15:42, que registra que Jesus foi crucificado na “véspera do sábado”. Se era o sábado, dia da semana, então o fato leva à sexta-feira como o dia da crucificação. Outro argumento pela sexta-feira diz que versos como Mateus 16:21 e Lucas 9:22 ensinam que Jesus ressuscitaria ao terceiro dia, por isso, Ele não precisaria permanecer na sepultura por completos três dias e noites. Mas enquanto alguns tradutores usam “ao terceiro dia” para estes versos, nem todos o fazem e nem todos concordam que esta seja a melhor tradução para estes versos. Além disso, Marcos 8:31 diz que Jesus ressuscitará “depois” de três dias.
O argumento a favor da quinta-feira como o dia da crucificação se expande ao da sexta-feira, defendendo principalmente que o grande número de acontecimentos (podendo chegar a vinte) entre o sepultamento de Cristo e o domingo pela manhã, faz com que seja difícil que tenham todos eles ocorrido apenas entre a noite de sexta-feira e manhã de domingo. Eles mostram que isto é um problema relevante, pois o único dia completo entre a sexta-feira e o domingo foi o sábado, o Sábado Judeu. Um dia extra ou dois elimina o problema. Os defensores da quinta-feira poderiam ponderar: suponhamos que você não vê um amigo desde a segunda-feira à noite. A próxima vez que você o vê é na quinta pela manhã e você diz: “Não vejo você há três dias”, mesmo que, tecnicamente, passaram-se apenas 60 horas (dois dias e meio). Se Jesus foi crucificado em uma quinta-feira, este exemplo demonstra como este período pode ser considerado três dias.
A opinião a respeito da quarta-feira como o dia da crucificação afirma que houve dois Sábados naquela semana. Após o primeiro (o que ocorreu na noite da crucificação, Marcos 15:42; Lucas 23:52-54) as mulheres compraram especiarias – note que fizeram a compra após o sábado (Marcos 16:1). A visão sobre a quarta-feira diz que este “Sábado” era a Páscoa (veja Levítico 16:29-31; 23:24-32, 39, onde se refere como sábado dias santos que não eram necessariamente o sétimo dia da semana). O segundo sábado daquela semana era o sábado normal. Note que em Lucas 23:56, as mulheres que haviam comprado as especiarias após o primeiro sábado retornaram e prepararam as especiarias e ungüentos, e depois “... no sábado repousaram, conforme o mandamento” (Lucas 23:56). O argumento afirma que elas não poderiam ter comprado as especiarias após o sábado, ou prepará-las antes do sábado, a não ser que houvesse dois sábados. Com esta visão de dois sábados, se Cristo foi crucificado na quinta-feira, então o sábado sagrado (a Páscoa) teria começado na quinta-feira ao pôr-do-sol e terminado na sexta-feira também ao pôr-do-sol – ao iniciar o sábado semanal. Comprando as especiarias após o primeiro sábado (Páscoa) teria significado que as compraram no sábado e que estariam descumprindo o sábado.
Por este motivo, esta visão afirma que a única explicação que não viola o relato bíblico das mulheres com as especiarias e não se choca com uma compreensão literal de Mateus 12:40, é que Cristo foi crucificado na quarta-feira. O sábado que era o dia sagrado (Páscoa) ocorreu em uma quinta-feira, as mulheres compraram as especiarias (depois disso) na sexta-feira, retornaram e as prepararam no mesmo dia, e depois descansaram no sábado, o sábado semanal, tendo depois trazido as especiarias à sepultura no domingo cedo. Ele foi sepultado perto do pôr-do-sol na quarta-feira, que começou na quinta-feira no calendário judaico. Usando um calendário judaico, temos a quinta-feira à noite (primeira noite), o dia de quinta-feira (primeiro dia), sexta-feira à noite (segunda noite), o dia de sexta-feira (segundo dia), sábado à noite (terceira noite), o dia de sábado (terceiro dia). Não sabemos exatamente quando Ele ressurgiu, mas sabemos que foi antes do nascer do sol no domingo (João 20:1, Maria Madalena veio “de madrugada, sendo ainda escuro”, e a pedra havia sido deslocada, e ela, encontrando Pedro, disse: “levaram o Senhor do sepulcro”) de modo que Ele pode ter ressuscitado bem cedo, logo depois do pôr-do-sol sábado à noite, que começou no primeiro dia da semana dos judeus.
Um possível problema com a visão de quarta-feira como o dia da crucificação é que os discípulos que andaram com Jesus no caminho de Emaús o fizeram “no mesmo dia” de Sua ressurreição (Lucas 24:13). Os discípulos, que não reconheceram Jesus, fazem a Ele o relato de sua crucificação (24:20) e dizem que “é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram” (24:21). De quarta-feira a domingo contamos quatro dias. Uma possível explicação é que eles podem ter contado a partir da quarta-feira à noite, momento do sepultamento de Cristo, que inicia a quinta-feira judaica, e de quinta-feira a domingo poderia assim ser contado como três dias.
Em um plano maior, não é tão importante saber em que dia da semana Cristo foi crucificado. Se fosse tão importante, então a Palavra de Deus teria claramente nos comunicado este dia. O que é importante é que Ele morreu, e que Ele, fisicamente, ressuscitou dos mortos. O que é igualmente importante é o motivo por que morreu: pala levar a pena merecida por todos os pecadores. João 3:16 e 3:36 proclamam que crendo, ou colocando sua confiança Nele, temos vida eterna!
Essa pergunta é dividida em duas categorias. É importante lembrar que essa não é uma questão de se Jesus pecou ou não. Os dois lados concordam, como a Bíblia claramente ensina, que Jesus não pecou. A questão é se Jesus poderia ter pecado. Aqueles que defendem a impecabilidade de Cristo acreditam que Jesus não poderia ter pecado. Aqueles que defendem a pecabilidade de Cristo acreditam que Jesus poderia ter pecado, mas não pecou. Qual opinião é a correta? O ensinamento claro das Escrituras é que Jesus era impecável – Ele não poderia ter pecado. Se Ele pudesse ter pecado, Ele poderia pecar ainda hoje, pois ainda retém a mesma essência de quando estava aqui na terra. Ele é o Deus-homem – e vai permanecer para sempre assim, possuindo divindade completa e humanidade completa; ambas fazem parte de Seu ser de tal forma que não poderiam ser divididas. Acreditar que Jesus poderia pecar é acreditar que Deus poderia pecar. Colossenses 1:19 diz: "porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude". Colossenses 2:9 diz: "porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade."
Apesar de Jesus ser 100% humano, Ele não nasceu com a mesma natureza pecaminosa com a qual nascemos. Ele certamente foi tentado da mesma forma que somos tentados, isto é, que tentações foram a Ele apresentadas por Satanás, mas mesmo assim permaneceu sem pecado porque Deus é incapaz de pecar. É contra a Sua natureza (Mateus 4:1; Hebreus 2:18, 4:15; Tiago 1:13). Pecado é por definição uma transgressão da Lei. Deus criou a Lei, e a Lei é por natureza o que Deus faria ou não; portanto, pecado é qualquer coisa que Deus não faria por Sua própria natureza.
Ser tentado não é em si mesmo pecaminoso. Uma pessoa poderia tentá-lo com algo que você não tem desejo nenhum de fazer, como cometer assassinato ou participar em perversões sexuais. Você provavelmente não tem nenhum desejo de participar desses ações, mas ainda sim foi tentado porque alguém apresentou-lhe a possibilidade. Há pelo menos duas definições de tentado:
1) Tentado – Ter-lhe proposta uma oferta pecaminosa por alguém ou algo fora de você mesmo ou por sua própria natureza pecaminosa.
2) Tentado – Considerar participar em um ato pecaminoso, seus possíveis prazeres e consequências de tal forma que esse ato já esteja acontecendo em sua mente.
Jesus sabe o que significa ser tentado, mas Ele não sabe o que é pecar. Isso não O impede de nos ajudar. Somos tentados com pecados comuns ao homem (1 Coríntios 10:13). Esses pecados geralmente podem ser resumidos em três tipos diferentes: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 João 2:16). Examine a tentação e pecado de Eva, assim como a tentação de Jesus, e você vai perceber que a tentação para ambos veio dessas três categorias. Jesus foi tentado de toda forma e em toda as áreas nas quais somos tentados, mas permaneceu perfeitamente santo. Apesar de nossas naturezas corruptas terem o desejo interno de participar em alguns pecados, temos a habilidade de superar o pecado porque não somos mais escravos do pecado, mas sim escravos de Deus (Romanos 6, principalmente versos 2 e 16-22).
Aqueles que defendem a pecabilidade acreditam que se Jesus não poderia ter pecado, Ele não poderia ter realmente experimentado uma verdadeira tentação e, portanto, não poderia verdadeiramente compadecer-se com as nossas dificuldades e tentações contra o pecado. Precisamos lembrar que não é necessário experimentar algo para poder compreendê-lo. Deus sabe tudo sobre tudo. Mesmo que Deus nunca teve o desejo de pecar, e certamente nunca pecou – Ele ainda sabe e entende o que pecado é. Deus sabe e entende o que significa ser tentado. Jesus pode sim se identificar com nossas tentações porque Ele sabe tudo.... não porque Ele tem “experimentado” de exatamente todas as coisas como nós.
Jesus sabe o que significa ser tentado, mas Ele não sabe o que é pecar. Isso não O impede de nos ajudar. Somos tentados com pecados comuns ao homem (1 Coríntios 10:13). Esses pecados geralmente podem ser resumidos em três tipos diferentes: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 João 2:16). Examine a tentação e pecado de Eva assim como a tentação de Jesus, e você vai perceber que a tentação para cada um veio dessas três categorias. Jesus foi tentado de toda forma e em toda as áreas nas quais somos tentados, mas permaneceu perfeitamente santo. Apesar de nossas naturezas corruptas terem o desejo interno de participar em alguns pecados, temos a habilidade de superar o pecado porque não somos mais escravos do pecado, mas sim escravos de Deus (Romanos 6, principalmente versos 2 e 16-22).
Podemos encontrar a genealogia de Jesus em dois lugares nas Escrituras: Mateus capítulo 1 e Lucas capítulo 3, versículos 23-38. Mateus segue a genealogia de Jesus a Abraão. Lucas segue a genealogia de Jesus a Adão. No entanto, há motivo para acreditar que Mateus e Lucas estejam seguindo genealogias completamente diferentes. Por exemplo, Mateus diz que o pai de José era Jacó (Mateus 1:16), enquanto Lucas diz que o pai de José era Heli (Lucas 3:23). Mateus segue a linha de genealogia através de Salomão, filho de Davi (Mateus 1:6), enquanto que Lucas segue a linha através de Natã, filho de Davi (Lucas 3:31). Na verdade, entre Davi e Jesus, os únicos nomes que as genealogias têm em comum são Salatiel e Zorobabel (Mateus 1:12; Lucas 3:27). Como se explica essas diferenças?
Alguns acreditam que essas diferenças sejam evidência de que a Bíblia contém erros. No entanto, os judeus eram muito cuidadosos com seus registros, principalmente com as genealogias. É inaceitável que Mateus e Lucas pudessem construir duas genealogias completamente contraditórias da mesma linhagem. Novamente, de Davi a Jesus, as genealogias são completamente diferentes. Até mesmo a referência a Salatiel e Zorobabel provavelmente esteja falando de pessoas diferentes com o mesmo nome. Mateus diz que o pai de Salatiel era Jeconias, enquanto que Lucas diz que o pai de Salatiel era Neri. Era normal que um homem chamado Salatiel chamasse seu filho de Zorobabel por causa das pessoas famosas que tinham aqueles mesmos nomes (veja os livros de Esdras e Neemias).
Uma outra explicação é que Mateus esteja seguindo a linhagem primária enquanto Lucas esteja levando em consideração as ocorrências da “lei do levirato”. Se um homem morresse sem nenhum filho, era tradição que o irmão desse homem casasse com sua esposa e tivesse um filho que desse continuação ao nome de seu irmão. Isso é possível, mas improvável, já que todas as gerações de Davi a Jesus teriam que ter tido um “casamento levirato” para explicar as diferenças no registro em todas as gerações. Isso é bastante improvável.
Levando em consideração todos esses conceitos, a maioria dos estudiosos bíblicos acredita que Lucas esteja registrando a genealogia de Maria, e Mateus a de José. Mateus está seguindo a linhagem de José (pai legal de Jesus), através de Salomão, filho de Davi; enquanto que Lucas está seguindo a linhagem de Maria (parente sanguíneo de Jesus), através de Natã, filho de Davi. Não existia uma palavra grega para "genro", e José teria sido considerado um filho de Heli por ter se casado com Maria, filha de Heli. Por ambas as linhagens, Jesus é um descendente de Davi e, portanto, qualificado para ser o Messias. Registrar a genealogia através do lado materno era incomum, assim como o nascimento virgem. A explicação de Lucas é que Jesus era filho de José, “como se cuidava” (Lucas 3:23).
A união hipostática é um termo usado para descrever como Deus Filho, Jesus Cristo, tomou para Si a natureza humana, ao mesmo tempo permanecendo 100% Deus. Jesus sempre foi Deus (João 8:58; 10:30), mas na incarnação Jesus se fez carne – Ele passou a ser um ser humano (João 1:14). A adição da natureza humana à natureza divina resulta em Jesus, o Deus-homem. Essa é a união hipostática, Jesus Cristo, uma Pessoa, 100% Deus e 100% homem.
As duas naturezas de Jesus, humana e divina, são inseparáveis. Jesus vai ser para sempre Deus-homem, 100% Deus e 100% homem, duas naturezas distintas em uma Pessoa. A humanidade de Jesus e a Sua divindade não se misturam, mas se unem sem perderem suas identidades separadas. Jesus às vezes vivia com as limitações de humanidade (João 4:6; 19:28) e outras vezes com o poder de Sua divindade (João 11:43; Mateus 14:18-21). Nos dois casos, as ações de Jesus foram de Sua única Pessoa. Jesus tinha duas naturezas, mas só uma pessoa ou personalidade.
A doutrina da união hipostática é uma tentativa de explicar como Jesus pode ser os dois: Deus e homem ao mesmo tempo. É, na verdade, uma doutrina que somos incapazes de compreender totalmente. É impossível para nós entendermos totalmente como Deus trabalha. Nós, como seres humanos finitos, não devemos supor que podemos compreender um Deus infinito. Jesus é o Filho de Deus por ter sido concebido pelo Espírito Santo (Lucas 1:35). Mas isso não significa que Ele não já existia antes de ser concebido. Jesus tem sempre existido (João 8:58; 10:30). Quando Jesus foi concebido, Ele se tornou um ser humano em adição ao fato de ser Deus (João 1:1,14).
Jesus é os dois: Deus e homem. Jesus tem sempre sido Deus, mas Ele não se tornou um ser humano até ser concebido em Maria. Jesus se tornou um ser humano para poder se identificar conosco em nossas dificuldades (Hebreus 2:17) e, mais importante do que isso, para poder morrer na cruz para pagar pela penalidade de nossos pecados (Filipenses 2:5-11). Em resumo, a união hipostática ensina que Jesus é 100% humano e 100% divino, que não há nenhuma mistura ou enfraquecimento de nenhuma das naturezas, e que Ele é uma só pessoa, para sempre.
Jesus Cristo definitivamente não se casou. Há mitos populares hoje que falam de Cristo se casando com Maria Madalena. Esse mito é completamente falso e não tem nenhuma base teológica, histórica ou bíblica. Embora alguns "evangelhos gnósticos" mencionem Jesus tendo um relacionamento próximo com Maria Madalena, nenhum deles declara especificamente que Jesus era casado com Maria Madalena ou que teve qualquer tipo de envolvimento romântico com ela. O mais perto que qualquer um desses evangelhos chega a dar essa impressão é quando um deles diz que Jesus beijou Maria Madalena, o que facilmente poderia ser uma referência a um “beijo amigável”. Além disto, até mesmo se os evangelhos gnósticos falassem diretamente que Jesus se casou com Maria Madalena, eles não teriam nenhuma autoridade, já que já tem sido provado que os evangelhos gnósticos são falsificações inventadas para criar uma visão gnóstica de Jesus.
Se Jesus tivesse se casado, a Bíblia nos teria dito – ou teria pelo menos um relato ambíguo sobre tal fato. As Escrituras não seriam completamente caladas sobre um assunto tão importante. A Bíblia menciona a mãe de Jesus, o pai adotivo, irmãos e irmãs. Por que deixaria de mencionar que Jesus tinha uma esposa? Aqueles que acreditam / ensinam que Jesus era casado, estão apenas fazendo isso como uma tentativa de "humanizá-lo", para fazer dEle um homem mais comum – como todo mundo. As pessoas simplesmente não querem acreditar que Jesus era Deus em carne (João 1:1,14; 10:30). Por isso, elas inventam e acreditam em mitos sobre Jesus se casando, tendo filhos e sendo um ser humano comum.
Uma pergunta secundária seria: "Jesus poderia ter se casado?" Não há nada pecaminoso sobre o casamento. Não há nada de errado em ter relações sexuais no casamento. Então, sim, Jesus poderia ter se casado e ainda ser o perfeito Cordeiro de Deus e o Salvador do mundo. Ao mesmo tempo, não há nenhuma razão, biblicamente falando, para Jesus ter se casado. Essa não é a questão desse debate. Aqueles que acreditam que Jesus era casado não acreditam que Ele não tinha nenhum pecado, ou que Ele era o Messias. Casar-se e ter filhos não foram o motivo por que Deus enviou Jesus. Marcos 10:45 nos diz por que Jesus veio: "Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos."
Para entender Jesus, como Deus na terra, orando ao Seu Pai no céu, precisamos entender que o Pai eterno e o Filho eterno tinham um relacionamento eterno antes de Jesus tornar-se humano. Por favor leia João 5:19-27, especialmente 5:23, onde Jesus ensina que o Pai enviou o Filho (leia também João 15:10). Jesus não se tornou o Filho de Deus quando nasceu em Belém muitos anos atrás. Ele sempre tem sido o Filho de Deus desde a eternidade passada, ainda é, e sempre será.
Isaías 9:6 nos diz que “um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Jesus (juntamente com o Espírito Santo) sempre fez parte do relacionamento trino. A trindade sempre existiu: Deus Pai, Deus Filho e o Espírito de Deus, não três deuses, mas um Deus que existe em três pessoas distintas. Jesus ensinou que Ele e o Seu Pai são um (João 10:30), o que significa que Ele e o Seu Pai são da mesma substância e essência. O Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas coiguais que existem como Deus. Esses três tinham e continuam a ter um relacionamento eterno.
Quando Jesus, o eterno Filho de Deus, tomou sobre Si perfeita humanidade, Ele também passou a ser um servo, deixando de lado a Sua glória celestial (leia Filipenses 2:5-11). Como o Deus-homem, Ele teve que aprender obediência (Hebreus 5:8) ao Pai ao ser tentado por Satanás, falsamente acusado pelos homens, rejeitado por Seu povo e eventualmente crucificado. Sua oração ao Pai Celestial era para pedir por poder (João 11:41-42) e sabedoria (Marcos 1:35; 6:46). A Sua oração enquanto na terra como um homem mostrou uma dependência no Pai para poder cumprir o plano de redenção do Deus Pai (note a oração de Cristo como o grande sacerdote em João 17). Sua oração demonstrava que Ele no fim das contas Se submeteu à vontade do Pai, a qual era que Jesus morresse na cruz para pagar pela penalidade (a morte) por termos quebrado a lei de Deus (Mateus 26:31-46). Como se sabe, Ele ressuscitou dos mortos corporalmente, ganhando o perdão e vida eterna a favor dos que se arrependem dos pecados e creem nEle como o seu Salvador.
Não há problema nenhum com o Deus Filho orando ou falando com o Deus Pai. Como mencionado anteriormente, eles tinham um relacionamento eterno antes de Cristo se tornar humano. Esse relacionamento foi descrito nos Evangelhos para que possamos ver como o Filho de Deus em Sua humanidade realizou a vontade de Seu Pai e, ao fazer isso, a redenção foi comprada para os Seus filhos (João 6:38). A contínua submissão de Cristo ao Seu Pai Celestial foi fortificada e focalizada através de Sua vida de oração. O exemplo de Cristo na área de oração nos foi deixado para que possamos seguir o Seu modelo.
Jesus Cristo não foi menos Deus na terra quando orava a Deus Pai no Céu. Ele estava descrevendo como até em humanidade perfeita é necessário ter uma vida de oração vigorosa para cumprir a vontade de Seu Pai. Jesus orar ao Pai foi uma demonstração do Seu relacionamento dentro da Trindade e um exemplo de como devemos depender de Deus através da oração para obter a força e sabedoria das quais precisamos. Se Cristo, como Deus-homem, precisava ter uma vigorosa vida de oração, quanto mais o seguidor de Cristo hoje!
Os irmãos de Jesus são mencionados em vários versículos da Bíblia. Mateus 12:46, Lucas 8:19 e Marcos 3:31 dizem que a mãe de Jesus e seus irmãos vieram vê-lO. A Bíblia nos diz que Jesus tinha quatro irmãos: Tiago, José, Simão e Judas (Mateus 13:55). A Bíblia também nos diz que Jesus tinha irmãs, mas não sabemos seus nomes ou a quantidade (Mateus 13:56). Em João 7:1-10, Seus irmãos vão para o festival, mas Jesus não vai com eles. Atos 1:14 descreve Seus irmãos e mãe orando com os discípulos. Depois, Gálatas 1:19 menciona que Tiago era irmão de Jesus. A conclusão mais natural dessas passagens é interpretar que Jesus tinha irmãos e irmãs sanguíneos.
Alguns Católicos Romanos acreditam que esses “irmãos” eram na verdade primos de Jesus. No entanto, em cada exemplo, a palavra grega específica para “irmão” é usada. Embora a palavra possa se referir a outros parentes, o seu significado normal e natural é irmão físico. Havia uma palavra grega para primo, mas ela nunca foi usada. Além disso, se eles fossem primos de Jesus, por que eles estariam tão frequentemente com Maria, a mãe de Jesus? Não há nada no contexto de Sua mãe e irmãos vindo visitá-lO que daria qualquer impressão de que não fossem os Seus meio-irmãos, de forma literal e do mesmo sangue.
Um segundo argumento da igreja Católica Romana é que os irmãos e irmãs de Jesus eram filhos de José de um casamento anterior, antes de casar-se com Maria. Uma teoria sobre José tem sido inventada, mas ela não tem qualquer suporte bíblico. Essa teoria acredita que ele era significantemente mais velho que Maria, tinha se casado anteriormente, tido vários filhos e ficado viúvo antes de se casar com Maria. No entanto, novamente, o problema com essa teoria é que a Bíblia não dá nenhuma impressão de que José tivera uma outra esposa antes de casar-se com Maria. Se José já tivesse pelo menos seis filhos antes de se casar com Maria, por que eles não são mencionados na sua viagem com Maria a Belém (Lucas 2:4-7), ou na sua viagem ao Egito (Mateus 2:13-15), ou na sua viagem de volta para Nazaré (Mateus 2:20-23)?
A Bíblia não nos dá nenhum motivo para acreditarmos que esses irmãos e irmãs não fossem verdadeiros filhos de José e Maria. Aqueles que se opõem à ideia de que Jesus tinha meio-irmãos e meio-irmãs fazem isso, não por sua leitura da Bíblia, mas por um conceito pré-concebido da virgindade perpétua de Maria, que é em si mesmo uma crença completamente contrária ao que a Bíblia ensina: "Contudo, não a conheceu, ENQUANTO ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus" (Mateus 1:25). Jesus tinha meio-irmãos e meio-irmãs que eram filhos de José e Maria. Esse é o ensinamento claro e firme da Palavra de Deus.
Isaías 52:14 declara: "Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens)". Jesus sofreu de forma muito cruel durante seu julgamento, tortura e crucificação (Mateus capítulo 27, Marcos capítulo 15, Lucas capítulo 23, João capítulo 19). Por mais horrível que Seu sofrimento físico tenha sido, não foi nada comparado ao grande sofrimento espiritual pelo qual passou. 2 Coríntios 5:21 diz: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus." Jesus tinha o peso do pecado do mundo inteiro nos Seus ombros (1 João 2:2). Foi o pecado que fez Jesus clamar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46). Então, por mais brutal que o sofrimento físico de Jesus tenha sido, não foi nada em comparação com o fato de que Ele teve que carregar os nossos pecados - e morrer pelos nossos pecados (Romanos 5:8).
Isaías capítulo 53, versículos 3 e 5 especialmente, prediz o sofrimento de Jesus: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Salmos 22:14-18 é uma outra passagem poderosa que predisse o sofrimento do Messias: “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte. Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.”
Por que Jesus teve que sofrer tanto? Alguns acham que a tortura física de Jesus fazia parte do processo de ser punido pelos nossos pecados, em nosso lugar. De uma certa forma, esse é provavelmente o caso. Ao mesmo tempo, a tortura pela qual Jesus passou fala mais do ódio e crueldade da humanidade do que da punição de Deus pelo pecado. O ódio tão forte de Satanás por Deus e Jesus com certeza fez parte da motivação por trás da tortura e abuso contínuos. O sofrimento de Jesus é o exemplo máximo de como o homem pecaminoso se sente diante de um Deus santo (Romanos 3:10-18).
Quando Jesus é chamado de Cordeiro de Deus em João 1:29 e João 1:36, é uma referência ao fato de que Ele é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Isaías 53:10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Romanos 8:3; Hebreus 10).
O sacrifício de cordeiros fez um papel muito importante na vida religiosa dos judeus e no seu sistema de sacrifícios. Quando João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (João 1:29), os judeus que o escutaram provavelmente pensaram imediatamente em um dos vários sacrifícios importantes. Com a época da páscoa judaica se aproximando, o primeiro pensamento pode ter sido o sacrifício do cordeiro da páscoa. A festa da páscoa era uma das mais importantes festas judaicas e uma celebração em memória de quando Deus livrou os israelitas da escravidão no Egito. Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de marcar com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da morte passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êxodo 12:11-13) é um lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz.
Um outro sacrifício importante que envolvia cordeiros era o sacrifício diário no Templo de Jerusalém. Toda manhã e noite, um cordeiro era sacrificado no Templo pelos pecados do povo (Êxodo 29:38-42). Esses sacrifícios diários, como todos os outros, tinham como propósito apenas direcionar as pessoas para o sacrifício perfeito de Cristo na cruz. Na verdade, a hora da morte de Jesus na cruz corresponde à hora do sacrifício noturno que estaria sendo realizado no Templo. Os judeus daquele tempo também teriam conhecimento dos profetas do Velho Testamento como Jeremias e Isaías, cujas profecias previram a vinda daquele que seria como “cordeiro levado ao matadouro” (Jeremias 11:19; Isaías 53:7) e cujo sofrimento e sacrifício providenciariam a redenção para Israel. Naturalmente, a pessoa que foi profetizada pelos profetas do Velho Testamento era Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus”.
Embora a ideia de um sistema de sacrifícios possa nos parecer estranha nos dias de hoje, o conceito de pagamento ou restituição ainda é um que podemos facilmente entender. Sabemos que o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23) e que nossos pecados nos separam de Deus. Também sabemos que a Bíblia ensina que somos todos pecadores e que nenhum de nós é justo diante de Deus (Romanos 3:23). Por causa de nosso pecado, somos separados de Deus e permanecemos culpados diante dEle; portanto, só podemos ter esperança se Deus providenciar um caminho para a nossa reconciliação e foi isso o que Ele fez ao mandar o Seu Filho Jesus Cristo para morrer na cruz. Cristo morreu para fazer expiação pelo pecado e para pagar pela penalidade dos pecados daqueles que têm colocado sua fé nEle.
É através de Sua morte na cruz como o sacrifício perfeito de Deus pelo pecado e pela Sua ressurreição três dias depois que agora podemos ter vida eterna se acreditarmos nEle. O fato de que Deus mesmo tem providenciado o sacrifício que expia (paga) pelo nosso pecado é parte da gloriosa boa notícia do Evangelho que é tão claramente descrita em 1 Pedro 1:18-21: “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.”
Há várias profecias do Antigo Testamento sobre Jesus Cristo. Alguns intérpretes dizem que existem centenas de profecias messiânicas. Veja a seguir as que são consideradas as mais claras e mais importantes.
Quanto ao nascimento de Jesus - Isaías 7:14: "Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel." Isaías 9:6: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz." Miqueias 5:2: "Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."
Quanto ao ministério e morte de Jesus - Zacarias 9:9: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta." Salmo 22:16-18: "Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me. Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes."
A profecia sobre Jesus que provavelmente é a mais clara é o capítulo 53 do livro de Isaías. Isaías 53:3-7 é especialmente inequívoco: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca."
A profecia das “setenta semanas” em Daniel capítulo 9 predisse a data exata em que Jesus, o Messias, seria “morto”. Isaías 50:6 descreve corretamente a surra que Jesus teria que aguentar. Zacarias 12:10 prediz que o Messias seria “traspassado”, o que ocorreu depois de Jesus ter morrido na cruz. Poderíamos providenciar muitos outros exemplos, mas esses devem ser suficientes. O Antigo Testamento com certeza profetiza sobre a vinda de Jesus como o Messias.
O Novo Testamento se refere a Jesus como o “Filho do Homem” 88 vezes. O que isso significa? A Bíblia não diz que Jesus era o Filho de Deus? Então como Jesus também poderia ser o Filho do Homem? O primeiro significado para o termo "Filho do Homem" é usado em referência à profecia de Daniel 7:13-14: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído." O termo "Filho do Homem" era um título Messiânico. Jesus é o único a quem foi dado domínio, glória e o reino. Quando Jesus usou esse termo em referência a Si mesmo, Ele estava atribuindo a profecia do “Filho do Homem” a Si mesmo. Os judeus daquela época com certeza estariam bem familiarizados com o termo e a quem se referia. Ele estava proclamando ser o Messias.
O segundo significado para o termo "Filho do Homem" é que Jesus realmente era um ser humano. Deus chamou o profeta Ezequiel de "filho do homem" 93 vezes. Deus estava simplesmente chamando Ezequiel de um ser humano. Um filho do homem é um homem. Jesus era 100% Deus (João 1:1), mas Ele também era um ser humano (João 1:14). 1 João 4:2 nos diz: "Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus." Sim, Jesus era o Filho de Deus – Ele era Deus em Sua essência. Sim, Jesus também era o Filho do Homem – Ele era um ser humano em Sua essência. Em resumo, a frase "Filho do Homem" indica que Jesus é o Messias e que Ele realmente é um ser humano.
"Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gálatas 4:4). O versículo anteriormente mencionado declara que Deus Pai enviou o Seu Filho na "plenitude do tempo". Havia muitas coisas acontecendo durante o primeiro século que, pelo menos humanamente falando, aparentam ter feito daquele tempo a época ideal para Cristo vir. Algumas dessas coisas são:
1) Havia uma grande antecipação para que o Messias viesse dentre os judeus daquela época. O reino romano sobre Israel fez com que os judeus ficassem ansiosos pela vinda do Messias.
2) Roma tinha unificado a maior parte do mundo daquela época sob o seu governo, dando um senso de unidade a várias nações. Além disso, porque o império estava relativamente pacífico, era possível que os Cristãos da antiguidade viajassem para proclamar o evangelho; isso não teria sido possível durante tempos de guerra.
3) Enquanto Roma tinha conquistado de maneira militar, a Grécia tinha conquistado de forma cultural. Uma forma “comum” da linguagem grega (diferente do Grego clássico) era a linguagem do comércio, a qual era falada por todo o império, tornando possível a comunicação do evangelho a vários grupos de pessoas através daquela língua em comum.
4) O fato de que os ídolos de muitos povos não deram a eles vitória contra os conquistadores romanos causou muitos a abandonarem o seu culto. Ao mesmo tempo, nas cidades com mais “cultura”, a filosofia grega e a ciência daquele tempo deixaram muitos espiritualmente vazios da mesma forma que o ateísmo dos governos comunistas deixa um vazio espiritual hoje.
5) As religiões misteriosas daquela época enfatizavam um deus-salvador e solicitavam de seus seguidores que oferecessem sacrifícios sangrentos, fazendo, portanto, com que o evangelho de Cristo, o qual envolvia o sacrifício definitivo, não fosse difícil de acreditar. Os gregos também acreditavam na imortalidade da alma (mas não do corpo).
6) O exército romano recrutava soldados dentre as províncias, apresentando esses homens à cultura e idéias romanas (como o evangelho) que ainda não tinham alcançado essas províncias remotas. A primeira apresentação do evangelho a Britânia foi o resultado de esforços de soldados Cristãos lá situados.
Novamente, os relatos acima são baseados nas observações que homens fizeram daquela época e nas especulações de por que aquele ponto na história era um bom tempo para Cristo vir. Mas entendemos que os caminhos de Deus são mais altos do que os nossos caminhos, e esses motivos podem ou não ter sido os motivos por que Deus escolheu aquela época para mandar Seu Filho. Pelo contexto de Gálatas 3 e 4, é evidente que Deus procurou estabelecer uma fundação através da lei judaica que prepararia para a vinda do Messias. A Lei tinha como objetivo ajudar as pessoas a entenderem a profundidade de seus pecados (pois elas não podiam guardar a lei); essas pessoas, então, estariam mais prontas para aceitarem a cura para esse pecado através de Jesus, o Messias (Gálatas 3:22-23; Romanos 3:19-20). A Lei também servia como um “tutor” (Gálatas 3:24) para trazer as pessoas a Jesus como o Messias. Isso foi alcançado através de muitas profecias sobre o Messias que Jesus cumpriu. Além disso, o sistema de sacrifícios apontava à necessidade de um sacrifício pelo pecado, assim como à sua insuficiência (com cada sacrifício sempre mostrando a necessidade de mais sacrifícios futuros). A história do Antigo Testamento também pintava vários retratos da pessoa e do trabalho de Cristo através de vários eventos e festas religiosas, como a ação voluntária de Abraão para oferecer Isaque, e os detalhes da páscoa durante o êxodo do Egito, etc.
Finalmente, Cristo veio quando Ele veio como cumprimento de uma profecia específica. Daniel 9:24-27 fala de “setenta ‘semanas’” ou os setenta “setes”. Pelo contexto, essas “semanas” ou “setes” se referem a grupos de sete anos, não sete dias. Quando alguém examina a história e alinha os detalhes das primeiras sessenta e nove semanas (a septuagésima semana vai acontecer no futuro). A contagem regressiva das setenta semanas começa com “a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (verso 25). Esse comando foi dado por Artaxerxes I Longímano em 445 A.C. (veja Neemias 2:5). Depois de 7 “setes” mais 62 “setes” ou 69 x 7 anos, a passagem diz que: “será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário” e que “o seu fim será num dilúvio” (o que significa grande destruição) (verso 26). Aqui temos uma inconfundível referência à morte do Salvador na cruz. Um século atrás, no seu livro O Príncipe que há de vir, Sir Robert Anderson explicou detalhadamente cálculos das sessenta e nove semanas, usando ‘anos proféticos’, dando espaço para anos bissextos, erros no calendário e a mudança de A.C. para D.C, etc. Ele concluiu que as sessenta e nove semanas terminaram no mesmo dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém cinco dias antes de sua morte. Quer uma pessoa use esses cálculos ou não, o importante é que a época da incarnação de Cristo se encaixa com a profecia detalhada registrada por Daniel mais de quinhentos anos antes de Cristo vir.
O momento da incarnação de Cristo foi tal que as pessoas daquela época estavam prontas para a Sua vinda. Além disso, as pessoas de todo os séculos desde então têm evidências mais do que suficientes de que Jesus era realmente o Messias prometido, pois Ele cumpriu as Escrituras que retrataram e profetizaram a Sua vinda em detalhe.
É um fato bem estabelecido que Jesus foi executado publicamente em Judeia no primeiro século D.C., sob a autoridade de Pôncio Pilatos, através da crucificação, por exigência do Sinédrio judeu. As narrativas históricas de não-Cristãos como Flávio Josefo, Cornélio Tácito, Luciano de Samósata, Maimônides e até mesmo do Sinédrio judeu atestam a veracidade das narrativas das testemunhas oculares Cristãs desses aspectos históricos tão importantes da morte de Jesus Cristo.
Quanto à Sua ressurreição, há várias linhas de evidência que fazem desse caso um caso irrefutável. Sir Lionel Luckhoo, um antigo prodígio jurisprudencial e estadista internacional (do Livro de Recordes Guinness por sua fama sem precedentes de 245 absolvições consecutivas em casos de defesa envolvendo assassinatos), sintetizou o entusiasmo e confidência Cristãos na solidez do caso da ressurreição quando escreveu: “Tenho sido um advogado de defesa por mais de 42 anos, trabalhando em muitas partes do mundo e ainda estou com a minha prática bem ativa. Tenho sido afortunado por ter tantos sucessos em julgamentos e posso dizer sem qualquer equívoco que a evidência a favor da ressurreição de Cristo é tão impressionante que força a sua aceitação devido a provas que não deixam nenhum espaço para quaisquer dúvidas.”
A resposta da comunidade secular à mesma evidência tem sido praticamente indiferente por causa do seu compromisso tão leal ao naturalismo metodológico. Para os que não são familiarizados com o termo, o naturalismo metodológico é o esforço humano de explicar tudo em termos de causas naturais e causas naturais apenas. Se um certo evento histórico desafiar qualquer explicação natural (ex: ressurreição milagrosa), os estudiosos seculares geralmente tratam o assunto com um ceticismo impressionante, independente de qualquer evidência, não importando quão favorável e convincente ela seja.
Ao nosso ver, um compromisso tão firme às causas naturais independentemente de qualquer evidência real não é propício a uma investigação imparcial (e portanto adequada) dessa mesma evidência. Um cientista e historiador mais balanceado disse: “Ser forçado a acreditar em apenas uma conclusão.... violaria a própria objetividade da ciência.”
Tendo dito isso, vamos agora examinar as várias linhas de evidência que favorecem a ressurreição.
A primeira linha de evidência para a ressurreição de Cristo
Para começar, temos o depoimento comprovadamente sincero de testemunhas oculares. Os apologistas Cristãos da antiguidade citaram centenas de testemunhas oculares, algumas das quais documentaram suas próprias experiências. Muitas dessas testemunhas deliberadamente e resolutamente aguentaram torturas prolongadas e morte, ao invés de rejeitarem o seu depoimento. Esse fato comprova a sua sinceridade, excluindo decepção de sua parte. De acordo com o registro histórico (O livro de Atos 4:1-17; As Cartas de Plínio a Trajano X, 96, etc.), a maioria dos Cristãos poderia dar um fim ao seu sofrimento só por renunciar sua fé. Ao invés, aparenta ser o caso que a maioria optou por aguentar o sofrimento e proclamar a ressurreição de Cristo até à morte.
Embora o martírio seja notável, não é necessariamente convincente. Não valida a crença da mesma forma que autentica aquele que nela acredita (por demonstrar sua sinceridade de forma tangível). O que faz dos Cristãos da antiguidade mártires formidáveis é que estavam em posição de saber se o que estavam declarando era verdade ou não. Eles ou viram Jesus Cristo vivo e bem depois de Sua morte ou não. Isso é extraordinário. Se tudo fosse uma mentira, por que tantos continuariam a defendê-la dadas as circunstâncias? Por que todos iriam conscientemente se apegar a uma mentira tão inútil à face de perseguição, aprisionamento, tortura e morte?
Enquanto os sequestradores de 11 de setembro de 2001 sem dúvida acreditavam no que proclamavam (como evidenciado por sua disposição de morrer pelo que acreditavam), eles não podiam saber (e não sabiam) se era verdade. Eles colocaram sua fé em tradições que foram-lhes passadas por muitas gerações. Ao contrário, os mártires Cristãos da antiguidade foram a primeira geração. Ou eles viram o que clamavam ter visto ou não.
Entre as testemunhas oculares mais conhecidas estão os Apóstolos. Eles coletivamente passaram por uma mudança inegável depois das aparições do Cristo ressurreto. Imediatamente após a crucificação, eles se esconderam com medo por suas próprias vidas. Depois da ressurreição, eles foram às ruas, corajosamente proclamando a ressurreição, mesmo à face de fortes perseguições. O que foi responsável por sua mudança dramática e repentina? Com certeza não era ganho financeiro. Os Apóstolos renunciaram a tudo que tinham para pregar a ressurreição, incluindo suas próprias vidas.
A segunda linha de evidência para a ressurreição de Cristo
A segunda linha de evidência tem a ver com a conversão de certos céticos importantes, mais notavelmente Paulo e Tiago. Paulo era por sua própria descrição um perseguidor violento da Igreja Cristã primitiva. Depois do que ele descreveu como um encontro com o Cristo ressurreto, Paulo passou por uma mudança drástica e imediata, de um perseguidor brutal da Igreja a um dos seus mais prolíficos e desprendidos defensores. Como muitos Cristãos primitivos, Paulo sofreu empobrecimento, perseguição, surras, aprisionamento e execução por seu compromisso firme à ressurreição de Cristo.
Tiago era cético, apesar de não ter sido tão hostil quanto Paulo. Um suposto encontro com o Cristo ressurreto o transformou em um crente inquestionável, um líder da Igreja em Jerusalém. Ainda temos o que os estudiosos geralmente aceitam como uma das suas primeiras cartas à igreja primitiva. Como Paulo, Tiago voluntariamente sofreu e morreu por seu testemunho, um fato que sustenta a sinceridade de sua crença (veja O Livro de Atos e o livro de Josefo intitulado A Antiguidade dos Judeus XX, ix, 1).
A terceira e quarta linhas de evidência para a ressurreição de Cristo
A terceira e quarta linhas de evidência tratam da atestação por parte dos inimigos do túmulo vazio e do fato de que a fé na ressurreição se originou em Jerusalém. Jesus foi publicamente executado e enterrado em Jerusalém. Teria sido impossível que fé em Sua ressurreição fosse estabelecida em Jerusalém enquanto o Seu corpo ainda estava no túmulo, pois o Sinédrio poderia facilmente desenterrar o Seu corpo, colocá-lo em exibição pública e, portanto, expor a farsa. Ao invés, o Sinédrio acusou os discípulos de terem roubado o corpo, aparentemente um esforço para explicar o seu desaparecimento (e consequentemente a tumba vazia). Como podemos explicar o fato do túmulo vazio? Veja a seguir as três explicações mais comuns:
Primeiro, os discípulos roubaram o corpo. Se esse tivesse sido o caso, eles saberiam que a ressurreição era uma farsa. Não teriam sido, portanto, tão dispostos a sofrer e morrer por sua crença (veja a primeira linha de evidência sobre a declaração comprovadamente sincera das testemunhas oculares). Todas as supostas testemunhas oculares saberiam que não tinham realmente visto Cristo e estavam, portanto, mentindo. Com tantos conspiradores, alguém com certeza teria confessado; se não para dar um fim ao seu próprio sofrimento, pelo menos para dar um fim ao sofrimento de seus amigos e familiares. A primeira geração de Cristãos foi absolutamente brutalizada, principalmente depois do grande incêndio em Roma em 64 D.C. (um fogo que Nero supostamente ordenou para criar mais espaço para a expansão de seu palácio, mas que ele culpou os Cristãos em Roma como uma tentativa de se justificar). Como o historiador romano Cornélio Tácito relatou no seu livro Os Anais de Roma Imperial (publicado apenas uma geração depois do incêndio):
“Nero culpou e infligiu as torturas mais intensas em uma classe odiada por suas abominações, comumente conhecida de Cristãos. Christus, de quem o nome se originou, sofreu grande penalidade durante o reino de Tibério nas mãos de um dos seus procuradores, Pôncio Pilatos, e uma superstição maligna, assim marcada durante aquele momento, novamente explodiu não só em Judeia, a primeira fonte do mal, mas até em Roma, onde todas as coisas abomináveis e vergonhosas de todas as partes do mundo encontram o seu destino e se tornam popular. Assim sendo, aprisionamento foi feito de todos que reconheceram-se culpados; então, depois da confirmação, uma imensa multidão foi condenada, não tanto pelo crime de ter queimado a cidade, mas por ódio contra a humanidade. Gozação de todo tipo foi adicionada às suas mortes. Cobertos com pele de animais, eles foram dilacerados por cachorros e morreram, ou eram pregados à cruz, ou eram condenados às chamas e queimados para servirem como iluminação noturna quando a luz do dia tinha acabado.” (Anais, XV, 44).
Nero iluminava suas festas no jardim com Cristãos sendo queimados vivos. Com certeza alguém teria confessado a verdade estando sob a ameaça de tão grande dor. No entanto, o fato é que não temos nenhum registro de Cristãos primitivos renunciando a sua fé para dar um fim ao seu sofrimento. Pelo contrário, temos vários registros do aparecimento de centenas de testemunhas após a ressurreição dispostas a sofrer e morrer por tal causa.
Se os discípulos não roubaram o corpo, como então podemos explicar o túmulo vazio? Alguns sugerem que Cristo fingiu Sua morte e depois escapou do túmulo. Isso é simplesmente absurdo. De acordo com o relato das testemunhas, Cristo foi espancado, torturado, lacerado e apunhalado. Ele sofreu dano interno, grande perda de sangue, asfixia e uma lança rasgou-lhe o coração. Não há nenhum bom motivo para acreditar que Jesus Cristo (ou qualquer outro homem) poderia sobreviver tal experiência, fingir Sua morte, sentar no túmulo por três dias e noites sem atenção médica, comida ou água, remover a grande pedra que selava o túmulo, escapar sem ser pego (sem deixar um rastro de sangue), convencer com boa saúde centenas de testemunhas de que Ele tinha ressuscitado dos mortos e então desaparecer sem deixar nenhum rastro. Tal ideia é ridícula.
A quinta linha de evidência para a ressurreição de Cristo
Finalmente, a quinta linha de evidência tem a ver com a peculiaridade do relato das testemunhas. Em todas as narrativas mais importantes, acredita-se que mulheres sejam as primeiras e principais testemunhas. Essa seria uma novidade estranha, já que nas culturas judaica e romana as mulheres eram severamente desprezadas. Seu testemunho era considerado sem substância e dispensável. Levando esse fato em consideração, é bem improvável que qualquer criminoso de uma farsa na Judeia do primeiro século escolheria mulheres como suas testemunhas principais. De todos os discípulos masculinos que clamaram terem visto Jesus ressurreto, se estivessem mentindo e a ressurreição fosse apenas um golpe, por que então eles escolheram as mais desrespeitadas e desconfiadas testemunhas que podiam achar?
Dr. William Lane Craig explica: “Quando se entende o papel da mulher na sociedade judaica do primeiro século, o que é realmente extraordinário é que a história do túmulo vazio retratou mulheres como as primeiras descobridoras do túmulo vazio. As mulheres estavam muito abaixo na escada social da Palestina do primeiro século. Há provérbios rabínicos antigos que dizem: ‘Que as palavras da Lei sejam queimadas antes de serem entregues às mulheres’ e ‘feliz é aquele cujos filhos são homens, mas desgraça daquele cujos filhos são mulheres’. O testemunho de mulheres era considerado tão sem valor que não podiam nem servir como testemunhas legais em uma corte judicial judaica. Levando isso em consideração, é absolutamente impressionante que as principais testemunhas do túmulo vazio fossem essas mulheres.... Qualquer registro legendário mais recente com certeza teria retratado discípulos masculinos como os descobridores do túmulo – Pedro ou João, por exemplo. O fato de que mulheres foram as primeiras testemunhas do túmulo vazio é mais bem explicado pela realidade de que – goste ou não – elas foram as descobridoras do túmulo vazio! Isso mostra que os autores dos Evangelhos gravaram fielmente o que aconteceu, apesar de ser embaraçoso. Isso evidencia a historicidade dessa tradição ao invés de sua posição social legendária.” (Dr. William Lane Craig, citado por Lee Strobel, The Case For Christ, Grand Rapids: Zondervan, 1998, p. 293)
Em resumo
Essas linhas de evidência, tais como a sinceridade demonstrável das testemunhas (e, no caso dos Apóstolos, mudança inexplicável e convincente), a conversão e sinceridade demonstrável de antagonistas importantes e céticos que se tornaram mártires, o fato do túmulo vazio, confirmação do inimigo do túmulo vazio, o fato de que tudo isso aconteceu em Jerusalém onde fé na ressurreição começou e floresceu, o testemunho das mulheres e o significado de tal testemunho dado o seu contexto histórico; todos esses fatos confirmam fortemente a historicidade da ressurreição. Gostaríamos de encorajar nossos leitores a cuidadosamente considerar essas evidências. O que elas sugerem para você? Depois de termos nós mesmos ponderado sobre elas, resolutamente afirmamos a declaração de Sir Lionel:
“A evidência a favor da ressurreição de Cristo é tão impressionante que força a sua aceitação devido a provas que não deixam nenhum espaço para quaisquer dúvidas.”
A frase "sangue de Cristo" é usada várias vezes no Novo Testamento e é a expressão da morte sacrificial e expiatória de Jesus em nosso favor. As referências ao sangue do Salvador incluem a realidade de que Ele literalmente sangrou na cruz, mas mais significativamente que sangrou e morreu pelos pecadores. O sangue de Cristo tem o poder de expiar por um número infinito de pecados cometidos por um número infinito de pessoas ao longo dos tempos, e todos cuja fé repousa nesse sangue serão salvos.
A realidade do sangue de Cristo como meio de expiação do pecado tem a sua origem na Lei Mosaica. Uma vez por ano, o sacerdote devia fazer uma oferenda de sangue de animais no altar do templo pelos pecados do povo. "De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão" (Hebreus 9:22). Entretanto, esta era uma oferta de sangue limitada em sua eficácia, por isso tinha que ser oferecida repetidamente. Este foi o prenúncio do sacrifício a ser oferecido de "uma vez por todas" por Jesus na cruz (Hebreus 7:27). Uma vez que o sacrifício foi feito, não havia mais a necessidade do sangue de touros e cabras.
O sangue de Cristo é a base da Nova Aliança. Na noite antes de ir para a cruz, Jesus ofereceu o cálice de vinho aos discípulos e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês" (Lucas 22:20). Derramar o vinho na taça simbolizava o sangue de Cristo que seria derramado por todos os que chegariam a crer nEle. Quando derramou o Seu sangue na cruz, Jesus acabou com a exigência da Antiga Aliança para o contínuo sacrifício de animais. Isso deu-se ao fato de que esse sangue não era suficiente para cobrir os pecados do povo, exceto em caráter temporário, porque o pecado contra um Deus santo e infinito requer um sacrifício santo e infinito. "Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados" (Hebreus 10:3-4). Embora o sangue de touros e cabras tenha sido um "lembrete" do pecado, "o precioso sangue de Cristo, um cordeiro sem mancha ou defeito" (1 Pedro 1: 19) pagou por completo a dívida que devíamos a Deus pelos nossos pecados, e não precisamos de nenhum outro sacrifício pelo pecado. Jesus disse: "Tudo está consumado" quando estava morrendo e foi exatamente isso o que quis dizer -- que todo o trabalho de resgate foi concluído para sempre, "ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção" por nós (Hebreus 9:12).
O sangue de Cristo não somente redime os crentes do pecado e do castigo eterno, mas "purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!" (Hebreus 9:14). Isto significa que não só estamos agora livres de oferecer sacrifícios que são "inúteis" para obter a salvação, mas somos livres de confiar em obras inúteis e improdutivas da carne para agradar a Deus. Porque o sangue de Cristo nos redimiu, somos agora novas criaturas em Cristo (2 Coríntios 5:17) e pelo Seu sangue somos libertos do pecado para servir ao Deus vivo, para glorificá-lo e desfrutá-lo para sempre.
Jesus, em resposta à pergunta dos fariseus "Quem você pensa que é?" disse: "‘Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se'. Os judeus perguntaram: 'Você ainda não tem cinquenta anos, e viu Abraão?' Jesus respondeu: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!’" A reação violenta dos judeus à afirmação "EU SOU" de Jesus indica que compreenderam claramente o que Jesus estava declarando -- Ele estava igualando-se a Deus ao usar o mesmo título “EU SOU” que Deus dera a Si mesmo em Êxodo 3:14.
Se Jesus tivesse querendo dizer apenas que já existia antes do tempo de Abraão, Ele teria dito: "Antes de Abraão, eu era." As palavras gregas traduzidas como "nascer" no caso de Abraão e "sou" no caso de Jesus são bastante diferentes. As palavras escolhidas pelo Espírito deixam claro que Abraão foi "trazido à existência", mas que Jesus existia eternamente (João 1:1). Não há dúvida de que os judeus entenderam o que Ele estava dizendo porque pegaram pedras para matá-lo por clamar-se igual a Deus (João 5:18). Tal declaração, se não fosse verdade, era uma blasfêmia e a punição prescrita pela lei mosaica era a morte (Levítico 24:11-14). No entanto, Jesus não cometeu blasfêmia; Ele era e é Deus, a segunda Pessoa da Trindade, igual ao Pai em todos os sentidos.
Jesus usou o mesmo termo "EU SOU" em sete declarações sobre Si mesmo. Em todas as sete, Ele combina EU SOU com metáforas que expressam a Sua imensa relação de salvação com o mundo. Todas aparecem no livro de João: EU SOU o Pão da vida (João 6:35, 1, 48, 51); EU SOU a Luz do mundo (João 8:12); EU SOU a porta das ovelhas (João 10:7,9); EU SOU o Bom Pastor (João 10:11, 14); EU SOU a Ressurreição e a Vida (João 11:25); EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6) e EU SOU a videira verdadeira (João 15: 1,5).
Quando Jesus expulsou os cambistas e vendedores de animais do Templo, Ele demonstrou muita emoção e raiva (Mateus 21:12-13, Marcos 11:15-18, João 2:13-22). A emoção de Jesus foi descrita como "zelo" pela casa de Deus (João 2:17). Sua raiva era pura e completamente justificada porque na sua raiz estava uma preocupação pela santidade e adoração de Deus. Porque estas estavam em jogo, Jesus tomou uma ação rápida e decisiva. Jesus mostrou raiva outra vez na sinagoga de Cafarnaum. Quando os fariseus se recusaram a responder às perguntas de Jesus, "Irado, olhou para os que estavam à sua volta e, profundamente entristecido por causa dos seus corações endurecidos..." (Marcos 3:5).
Muitas vezes enxergamos a raiva como uma emoção egoísta e destrutiva que devemos erradicar da nossa vida completamente. No entanto, o fato de que Jesus algumas vezes ficou irritado indica que a raiva em si, como uma emoção, é amoral. Isso é confirmado em outras partes do Novo Testamento. Efésios 4:26 nos instrui: "Quando vocês ficarem irados, não pequem" e não deixem que o sol se ponha sobre a sua ira. O comando não é para "evitar a ira" (ou suprimi-la ou ignorá-la), mas para lidar com ela corretamente e em tempo hábil. Os seguintes fatos sobre as exibições de raiva de Jesus devem ser observados:
1) A Sua ira tinha a motivação adequada. Em outras palavras, Ele irritou-se pelas razões certas. A ira de Jesus não resultou de brigas mesquinhas ou de uma falta de consideração contra Ele. Não houve egoísmo envolvido.
2) A Sua ira tinha o foco adequado. Ele não estava zangado com Deus ou com as "fraquezas" de outras pessoas. Sua raiva tinha como alvo o comportamento pecaminoso e a verdadeira injustiça.
3) A Sua ira tinha o suplemento adequado. Marcos 3:5 diz que a Sua ira foi combinada com tristeza pela falta de fé dos fariseus. A ira de Jesus originou-se do amor pelos fariseus e preocupação com a sua condição espiritual. Não tinha nada a ver com ódio ou má vontade.
4) A Sua ira tinha o controle adequado. Jesus nunca estava fora de controle, mesmo quando irado. Os líderes do templo não gostaram da Sua purificação do templo (Lucas 19:47), mas Ele não tinha feito nada pecaminoso. Jesus controlou as Suas emoções e não ao contrário.
5) A Sua ira tinha a duração apropriada. Ele não permitiu que a Sua ira se transformasse em amargura e nem guardou rancor. Ele lidou com cada situação de forma adequada e cuidou da raiva em tempo hábil.
6) A Sua ira tinha o resultado certo. A ira de Jesus tinha a consequência inevitável de uma ação piedosa. A raiva de Jesus, assim como todas as Suas emoções, foi expressada de acordo com a Palavra de Deus; sendo assim, a resposta de Jesus alcançou a vontade de Deus.
Quando ficamos com raiva, muitas vezes temos um controle inadequado ou um foco inadequado. Geralmente falhamos em um ou mais dos pontos acima. Esta é a ira do homem, da qual nos é dito: "Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus" (Tiago 1:19 - 20). Jesus não exibiu ira semelhante à do homem, mas a perfeita e justa indignação de Deus.
Depois de Jesus ressuscitar dos mortos, Ele "se apresentou vivo" (Atos 1:3) às mulheres perto do túmulo (Mateus 28:9-10), aos Seus discípulos (Lucas 24:36-43) e a mais de 500 outras pessoas (1 Coríntios 15:6). Nos dias depois da Sua ressurreição, Jesus ensinou os Seus discípulos sobre o reino de Deus (Atos 1:3).
Quarenta dias depois da ressurreição, Jesus e Seus discípulos foram ao Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Lá, Jesus prometeu aos Seus seguidores que em breve receberiam o Espírito Santo e os instruiu a permanecerem em Jerusalém até que o Espírito tivesse chegado. Então, enquanto Jesus os abençoava, Ele começou a subir ao céu. O relato da ascensão de Jesus é encontrado em Lucas 24:50-51 e Atos 1:9-11.
As Escrituras deixam claro que a ascensão de Jesus foi um retorno literal e corpóreo ao céu. Ele subiu do chão de forma gradual e visível, observado por muitos espectadores atentos. Enquanto os discípulos se esforçavam para terem um último vislumbre de Jesus, uma nuvem o encobriu da sua vista e dois anjos apareceram e prometeram a volta de Cristo "da mesma forma como o viram subir" (Atos 1:11).
A Ascensão de Jesus Cristo é significativa por várias razões:
1) Ela sinalizou o fim do Seu ministério terreno. Deus Pai tinha amorosamente enviado o seu Filho ao mundo em Belém, e agora o Filho estava retornando ao pai. O Seu período de limitação humana estava no fim.
2) Ela significava sucesso em Seu trabalho terreno. Jesus realizou tudo o que tinha vindo à terra para realizar.
3) Ela marcou o retorno da Sua glória celestial. A glória de Jesus havia sido velada durante o Seu tempo na terra, com uma breve exceção na Transfiguração (Mateus 17:1-9).
4) Ela simbolizava a Sua exaltação pelo Pai (Efésios 1:20-23). Aquele com quem o Pai se compraz (Mateus 17:5) foi recebido com honra e dado um nome acima de todo nome (Filipenses 2:9).
5) Ela permitiu que Jesus preparasse um lugar para nós (João 14:2).
6) Ela indicava o início do Seu novo trabalho como Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14-16) e Mediador da Nova Aliança (Hebreus 9:15).
7) Ela estabeleceu o padrão para o Seu retorno. Quando Jesus retornar para estabelecer o Reino, Ele voltará assim como foi, ou seja, de forma literal, corpórea e visível nas nuvens (Atos 1:11, Daniel 7:13-14, Mateus 24:30, Apocalipse 1:7).
Atualmente, o Senhor Jesus está no céu. As Escrituras frequentemente retratam-no estando à direita do Pai, uma posição de honra e autoridade (Salmo 110:1; Efésios 1:20, Hebreus 8:1). Cristo é o cabeça da Igreja (Colossenses 1:18), o doador dos dons espirituais (Efésios 4:7-8) e aquele que preenche tudo em todos (Efésios 4:9-10). A ascensão de Cristo foi o evento que transitou Jesus do Seu ministério terreno ao Seu ministério celestial.
Além de Lucas 2:41-52, a Bíblia não nos diz nada sobre a juventude de Jesus. No entanto, esse incidente nos ensina algumas coisas sobre a Sua infância. Primeiro, Ele era filho de pais muito devotos a seus rituais religiosos. Como exigido pela sua fé, José e Maria faziam a sua peregrinação anual a Jerusalém para a festa da Páscoa. Além disso, eles trouxeram seu filho de 12 anos para comemorar a Sua primeira festa em preparação ao Seu bar mitzvá aos 13 anos, quando os meninos judeus comemoravam a sua passagem à idade adulta. Aqui vemos um típico menino de uma família típica daquela época.
Vemos também nessa história que a permanência de Jesus no templo não era nem maliciosa nem desobediente, mas um resultado natural de saber que tinha a tarefa de cuidar dos interesses do Pai. O fato de que Ele estava surpreendendo os professores do templo com a Sua sabedoria e conhecimento fala de Suas habilidades extraordinárias, enquanto que Sua escuta e perguntas aos anciãos mostram que era absolutamente respeitoso, assumindo o papel de um estudante, assim como era apropriado para uma criança da Sua idade.
Desta ocasião ao Seu batismo aos 30 anos, tudo o que sabemos da juventude de Jesus foi que Ele deixou Jerusalém e voltou para Nazaré com Seus pais e "era-lhes obediente" (Lucas 2:51). Ele cumpriu o Seu dever para com os Seus pais terrenos em submissão ao quinto mandamento, uma parte essencial da perfeita obediência à lei de Moisés que Jesus executou em nosso favor. Além disso, sabemos apenas que "Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens" (Lucas 2:52).
Evidentemente, Deus foi quem determinou que isso é tudo o que precisamos saber. Há alguns escritos extra-bíblicos que contêm histórias da juventude de Jesus (Evangelho de Tomé, por exemplo). Entretanto, não temos como saber se essas histórias são verdadeiras e confiáveis. Deus escolheu não nos dizer muito sobre a infância de Jesus, por isso temos de confiar na Sua decisão de nos informar de tudo o que precisamos saber.
O título de Sumo Sacerdote é apenas um de muitos aplicados a Jesus: Messias, Salvador, Filho de Deus, Filho do Homem, amigo dos pecadores, etc. Cada um aborda um aspecto particular de quem Ele é e o que isso significa para nós. No livro de Hebreus, Jesus é chamado de Sumo Sacerdote (Hebreus 2:17, 4:14). A palavra "sacerdote" tem dois significados principais. Em primeiro lugar, significa aquele que medeia nos serviços religiosos. Em segundo lugar, significa aquele que é santo ou separado para realizar esses serviços.
O primeiro lugar onde encontramos essa palavra usada na Bíblia é em Gênesis 14. Abraão, o amigo de Deus, entrou em luta para resgatar o seu sobrinho Ló, o qual havia sido capturado pelo exército de Elão. Em seu retorno, Abraão foi recebido por Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Este homem, cujo nome significa "o rei da justiça", abençoou Abraão e o Deus Altíssimo que dera a vitória a Abraão. Em retorno por esta bênção, Abraão deu um dízimo (10 por cento) de todos os despojos da guerra a Melquisedeque. Por este ato, Abraão mostrou que reconhecia a alta posição de Melquisedeque como sacerdote de Deus.
Anos mais tarde, o bisneto de Abraão, Levi, foi escolhido por Deus para ser o pai da tribo sacerdotal. Quando a Lei foi dada no Monte Sinai, os levitas foram identificados como os servos do Tabernáculo, com a família de Arão tornando-se sacerdotes. Os sacerdotes eram responsáveis de interceder a Deus pelo povo ao oferecer os muitos sacrifícios que a Lei requeria. Entre os sacerdotes, um era selecionado como o Sumo Sacerdote, o qual entrava no Santo dos Santos uma vez por ano no Dia da Expiação para colocar o sangue do sacrifício sobre a Arca da Aliança (Hebreus 9:7). Através desses sacrifícios diários e anuais, os pecados do povo eram temporariamente cobertos até o Messias removê-los de uma vez por todas.
Quando Jesus é chamado do nosso Sumo Sacerdote, é com referência a estes dois sacerdócios anteriores. Como Melquisedeque, Ele foi ordenado sacerdote além da Lei dada no Monte Sinai (Hebreus 5:6). Assim como os sacerdotes levíticos, Jesus ofereceu um sacrifício para satisfazer a Lei de Deus ao oferecer a Si mesmo por nossos pecados (Hebreus 7:26-27). Ao contrário dos sacerdotes levitas, os quais tinham que continuamente oferecer sacrifícios, Jesus só teve que oferecer o Seu sacrifício uma vez, ganhando a redenção eterna por todos os que se aproximam de Deus através dEle (Hebreus 9:12).
Um outro ponto importante sobre o sacerdócio de Jesus é que todo sacerdote é nomeado de entre os homens. Jesus, sendo Deus desde a eternidade, tornou-se homem para sofrer a morte e servir como o nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 2:9). Como homem, Ele estava sujeito a todas as fraquezas e tentações às quais também somos a fim de poder pessoalmente Se relacionar conosco em nossas dificuldades (Hebreus 4:15). Jesus é maior do que qualquer outro sacerdote, por isso é chamado do nosso "Grande Sumo Sacerdote" em Hebreus 4:14, o que nos dá a coragem de vir ao "trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade" (Hebreus 4:16).
Basta pesquisar na internet hoje para determinar que há uma grande controvérsia e divergência sobre a questão de se Jesus de Nazaré era realmente judeu. Antes de podermos responder a esta questão adequadamente, devemos primeiro fazer uma outra pergunta: quem (ou o que) é um judeu? Até mesmo esta questão tem elementos controversos e a resposta depende de quem está respondendo. Entretanto, uma definição com a qual cada uma das principais seitas do Judaísmo - Ortodoxo, Conservador e Reformado - provavelmente concordaria é: "Um judeu é qualquer pessoa cuja mãe fosse judia ou qualquer pessoa que tivesse passado pelo processo formal de conversão ao Judaísmo".
Embora a Bíblia hebraica não indique especificamente em qualquer lugar que a descendência matrilinear deva ser utilizada, o Judaísmo rabínico moderno acredita que existam várias passagens no Torá onde isso seja entendido ou insinuado, tais como Deuteronômio 7:1-5, Levítico 24:10 e Esdras 10:2-3. Além disso, há vários exemplos nas Escrituras de gentios se convertendo ao Judaísmo (por exemplo: Rute, a moabita, favor ler Rute 1:16 onde Rute proclama o seu desejo de converter-se) e sendo considerados tão judeus como um judeu étnico.
Então, vamos considerar estas três perguntas: Era Jesus um judeu etnicamente? Era Jesus um judeu religiosamente? E então, finalmente, se Jesus era um judeu, por que os cristãos não seguem o Judaísmo?
Era Jesus um judeu etnicamente, ou seja, era a sua mãe uma judia? Jesus claramente se identificava com os judeus de Sua época como o Seu povo e tribo, assim como com a religião deles (apesar de corrigir seus erros). Deus propositadamente o enviou a Judá: “Veio para o que era seu (Judá), mas os seus (Judá) não o receberam. Contudo, aos que o receberam (judeus), aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus...” (João 1:11-12 NVI) e Ele disse claramente: "Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus" (João 4: 22).
O primeiro versículo do Novo Testamento claramente proclama a etnia judaica de Jesus. "Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mateus 1:1). É evidente em certas passagens, como Hebreus 7:14: "Pois é evidente que o nosso Senhor descende de Judá", que Jesus descendia da tribo de Judá, da qual tomamos o nome "judeu". E o que dizer de Maria, a mãe de Jesus? Na genealogia de Lucas, capítulo 3, vemos claramente que Maria era uma descendente direta do Rei Davi, o que deu a Jesus o direito de ascender ao trono judaico, bem como demonstrou que Jesus era um judeu etnicamente.
Era Jesus um judeu religiosamente? Ambos os pais de Jesus tinham "feito tudo o que era exigido pela Lei do Senhor" (Lucas 2:39). Seu tio e tia, Zacarias e Isabel, também eram judeus seguidores fiéis do Torá (Lucas 1:6), por isso podemos ver que provavelmente toda a família levava a sua fé judaica muito seriamente.
No Sermão da Montanha (Mateus 5-7), Jesus sempre afirmou a autoridade da Torá e dos Profetas (Mateus 5:17), até mesmo no Reino dos céus (Mateus 5:19-20). Ele regularmente frequentava a sinagoga (Lucas 4:16), e Seu ensino era respeitado pelos outros judeus de Seu tempo (Lucas 4:15). Ele ensinou no templo judaico em Jerusalém (Lucas 21:37), e se não fosse um judeu, a Sua ida àquela parte do Templo simplesmente não teria sido permitida (Atos 21:28-30).
Jesus também demonstrava os sinais exteriores de ser um judeu praticante. Ele vestia tzitzit (franjas do talit) em Sua roupa (Lucas 8:43, Mateus 14:36) para servir como um lembrete dos mandamentos (Números 15:37-39). Ele observou a Páscoa (João 2:13) e foi a Jerusalém (Deuteronômio 16:16) neste dia de festa muito importante da peregrinação judaica. Ele celebrava o Sucote, ou a Festa dos Tabernáculos (João 7:2,10), e foi a Jerusalém (João 7:14) como exigido pela Torá. Ele também observou o Hanucá (o festival das luzes, João 10:22) e provavelmente o Rosh Hashaná (a festa das trombetas, João 5:1), também visitando Jerusalém em ambas as ocasiões, embora não tivesse sido ordenado na Torá. Jesus claramente Se identificava como um judeu (João 4:22) e como o Rei dos judeus (Mc 15:2). Do Seu nascimento à sua última Páscoa (Lucas 22:14-15), Jesus viveu como um judeu devoto.
Então, se Jesus era judeu, por que é que os cristãos não seguem o Judaísmo? As Leis do Judaísmo foram dadas a Moisés para os filhos de Israel em um pacto sagrado e especial no Monte Sinai, assim como registrado no livro do Êxodo. Nesta aliança, Deus escreveu as Suas leis em tábuas de pedra e Israel foi ordenado a ser obediente em tudo o que lhes tinha sido revelado. Entretanto, esta aliança maravilhosa era apenas um retrato de um pacto novo e melhor que Deus um dia daria ao Seu povo, tanto os judeus quanto os gentios.
Esta nova aliança é registrada em Jeremias 31:31-34: “’Estão chegando os dias’, declara o Senhor, ‘quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá’. ‘Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles’, diz o Senhor. ‘Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias’, declara o Senhor: ‘Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior’, diz o Senhor. ‘Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados.’"
Os cristãos não seguem o Judaísmo hoje porque a aliança mosaica foi cumprida em Jesus Cristo. Jesus disse: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir" (Mateus 5:17). E o escritor aos Hebreus escreveu: "Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido, está a ponto de desaparecer" (Hebreus 8:13).
Como cristãos, não mais precisamos seguir a antiga aliança porque ela foi substituída. Temos agora uma melhor aliança, com um melhor sacrifício, administrada por um melhor Sumo Sacerdote! "Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura. Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel" (Hebreus 10:19-23).
A Bíblia nunca dá qualquer descrição física de Cristo. A coisa mais próxima que temos a uma descrição pode ser encontrada em Isaías 53:2b: "Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos." Tudo o que essa passagem nos diz é que a aparência de Jesus era como a de qualquer outro homem - Ele era de aparência comum. Isaías estava aqui profetizando que o Servo sofredor por vir surgiria em condições humildes sem nenhum dos emblemas costumários da realeza, tornando a Sua verdadeira identidade visível apenas ao olhar perspicaz da fé.
Isaías descreve ainda a aparência que Cristo teria ao ser açoitado antes de Sua crucificação. "...sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano" (Isaías 52:14). Estas palavras descrevem a crueldade desumana que Ele sofreu a ponto de não mais parecer um ser humano (Mateus 26:67, 27:30, João 19:3). Sua aparência era tão terrível que as pessoas olhavam para Ele com espanto.
A maioria das imagens que temos de Jesus hoje provavelmente não é precisa. Jesus era um judeu, por isso provavelmente tinha a pele escura, olhos escuros e cabelos escuros. Essa descrição é bem diferente do cabelo loiro, olhos azuis e pele clara dados a Jesus em muitas pinturas modernas. Uma coisa é clara: se fosse importante que soubéssemos como a Sua aparência realmente era, Mateus, Pedro e João, os quais passaram três anos com Ele, certamente seriam capazes de nos dar uma descrição precisa, assim como seriam também os Seus próprios irmãos, Tiago e Judas. No entanto, esses escritores do Novo Testamento não oferecem detalhes sobre os Seus atributos físicos.
Há uma série de vozes alegando que os relatos de Jesus como registrados no Novo Testamento são apenas mitos e foram o resultado dos escritores pegando emprestado contos da mitologia pagã, tais como as histórias de Osíris, Dionísio, Adonis, Attis e Mitra. A alegação é que essas figuras mitológicas são essencialmente a mesma história que o Novo Testamento atribui a Jesus Cristo de Nazaré. Como Dan Brown afirma em O Código Da Vinci, "Nada no Cristianismo é original."
No entanto, quando os fatos são examinados, a suposta ligação entre o Novo Testamento e a mitologia é facilmente desmentida. Para descobrir a verdade sobre essas afirmações particulares e outras parecidas, é importante (1) descobrir a história por trás das afirmações, (2) analisar as representações históricas reais dos falsos deuses sendo comparados a Cristo, (3) expor as falácias lógicas que os autores estão fazendo, e (4) olhar por que os evangelhos do Novo Testamento podem ser confiados por descreverem com precisão o verdadeiro e histórico Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, as alegações de que Jesus era um mito ou um exagero originaram-se nos escritos dos teólogos liberais alemães do século 19. Eles essencialmente alegaram que o Cristianismo era apenas uma cópia da adoração generalizada dos deuses da fertilidade morrendo e ressuscitando em vários lugares -Tamuz na Mesopotâmia, Adônis na Síria, Attis na Ásia Menor e Osíris no Egito. Nenhum destes escritos chegaram a avançar no âmbito acadêmico ou do pensamento religioso porque as suas afirmações foram investigadas por estudiosos e julgadas completamente infundadas. Foi somente no final século 20 e início do 21 que estas afirmações foram ressuscitadas, principalmente devido ao surgimento da internet e da distribuição em massa de informação que não tem qualquer fundamento ou responsabilidade histórica.
Isso nos leva à próxima área de investigação - os deuses mitológicos da antiguidade realmente espelham a pessoa de Jesus Cristo? Como exemplo, o filme Zeitgeist faz estas afirmações sobre o deus egípcio Hórus:
• Ele nasceu em 25 de dezembro de uma virgem - Isis Maria
• Uma estrela no Oriente proclamou a sua chegada
• Três reis foram adorar o "salvador" recém-nascido
• Aos 12 anos de idade, quando ainda um menino, ele tornou-se um professor prodígio
• Aos 30 anos ele foi "batizado" e começou um "ministério"
• Hórus tinha doze "discípulos"
• Hórus foi traído
• Ele foi crucificado
• Ele foi sepultado por três dias
• Ele foi ressuscitado depois de três dias
No entanto, quando os escritos atuais sobre Hórus são competentemente analisados, isto é o que encontramos:
• Hórus nasceu a Ísis; não há qualquer menção na história de sua mãe sendo chamada de "Maria". Além disso, Maria é a nossa forma latinizada de seu nome verdadeiro "Miryam" ou Miriam. "Maria" não foi nem usado nos textos originais das Escrituras. • Ísis não era virgem; ela era a viúva de Osíris, com quem concebeu Hórus.
• Hórus nasceu durante o mês de Khoiak (outubro/novembro) e não no dia 25 de dezembro. Além disso, a Bíblia não menciona a data exata do nascimento de Cristo.
• Não há qualquer registro de três reis visitando Hórus em seu nascimento. A Bíblia nunca afirma o real número de magos que foram ver Cristo.
• Hórus não é um "salvador" de qualquer forma e nunca morreu por ninguém.
• Não há relatos de Hórus sendo um professor aos 12 anos de idade.
• Hórus não foi "batizado". O único relato de Hórus que envolve a água é uma história onde ele é despedaçado e Ísis pede ao deus crocodilo que o pesque da água onde havia sido colocado.
• Hórus não tinha um "ministério".
• Hórus não tinha 12 discípulos. De acordo com as narrativas, Hórus tinha quatro semi-deuses que eram seguidores e algumas indicações de 16 seguidores humanos e um número desconhecido de ferreiros que entraram em batalha com ele.
• Não existe nenhuma narrativa de Hórus sendo traído por um amigo.
• Hórus não morreu por crucificação. Há vários relatos da morte de Hórus, mas nenhum deles envolve a crucificação.
• Não existe nenhum relato de Hórus sendo sepultado por três dias.
• Hórus não foi ressuscitado. Não existe nenhuma narrativa de Hórus saindo do túmulo com o mesmo corpo de quando entrou. Alguns relatos narram Hórus/Osíris sendo trazidos de volta à vida por Ísis e sendo o senhor do submundo.
Então, quando comparados lado a lado, Jesus e Hórus têm pouca, ou nenhuma, semelhança um com o outro. Uma outra comparação popular feita por aqueles que afirmam que Jesus Cristo é um mito é entre Jesus e Mitra. Todas as declarações acima acerca de Hórus são aplicadas a Mitra (isto é, nascido de uma virgem, sendo crucificado, ressuscitando em três dias, etc.). Entretanto, o que os textos antigos realmente dizem sobre Mitra?
• Ele nasceu de uma rocha sólida e não de qualquer mulher.
• Ele lutou primeiro com o sol e em seguida com um touro primitivo, o que é considerado o primeiro ato da criação. Mitra matou o touro, o qual se tornou a base da vida para a raça humana.
• O nascimento de Mitra foi celebrado no dia 25 de dezembro, juntamente com o solstício de inverno.
• Não há menção dele sendo um grande professor.
• Não há menção de Mitra tendo 12 discípulos. A ideia de que Mitra teve 12 discípulos pode ter vindo de um mural em que Mitra é cercado por doze signos do Zodíaco.
• Mitra não teve uma ressurreição corporal. Diz o mito que Mitra concluiu sua missão terrena e em seguida foi levado para o paraíso em uma carruagem, vivo e bem. O escritor cristão primitivo Tertuliano escreveu sobre os seguidores de Mitra reencenando as cenas de ressurreição, mas ele escreveu sobre isso ocorrendo bem depois dos tempos do Novo Testamento, por isso, se qualquer plágio foi feito, o culto de Mitra foi quem copiou o Cristianismo.
Mais exemplos podem ser dados de Krishna, Átis, Dionísio e outros deuses mitológicos, mas o resultado é o mesmo. No final, o Jesus histórico, como retratado na Bíblia, é completamente original. As semelhanças reivindicadas são muito exageradas. Além disso, embora a crença em Hórus, Mitra e outros preceda o Cristianismo, há muito pouco registro histórico das crenças pré-cristãs dessas religiões. A grande maioria dos primeiros escritos sobre essas religiões são datadas dos séculos III e IV dC. É ilógico e anti-histórico reivindicar que as crenças pré-cristãs nessas religiões (das quais não há registro) foram idênticas às crenças pós-cristãs nestes grupos (das quais há registo). É mais historicamente válido atribuir eventuais semelhanças entre as religiões e o Cristianismo às religiões copiando as crenças cristãs sobre Jesus e dando esses atributos aos seus próprios deuses/salvadores/fundadores em uma tentativa de parar o rápido crescimento do Cristianismo.
Isso nos leva a analisar a próxima área: as falácias lógicas cometidas por aqueles que afirmam que o Cristianismo pegou emprestado das misteriosas religiões pagãs. Duas falácias em particular são evidentes -- a falácia da falsa causa e a falácia terminológica. Se uma coisa precede a outra, isso não significa que a primeira causou a segunda. Esta é a falácia da falsa causa. Mesmo se as narrativas pré-cristãs de deuses mitológicos muito se assemelhassem a Cristo (e não se assemelham), isso não significa que elas causaram os escritores do evangelho a inventar um falso Jesus. Afirmar tal coisa seria como dizer que a série de TV Jornada nas Estrelas causou o programa de foguetes espaciais da NASA.
A falácia terminológica ocorre quando os termos são redefinidos para provar um ponto, quando na verdade esses termos não significam a mesma coisa quando comparados à sua fonte. Assim, por exemplo, o filme Zeitgeist diz que Hórus "iniciou o seu ministério", mas Hórus não tinha um ministério - nada parecido com o ministério de Cristo. Os que afirmam que Jesus e Mitra são o mesmo falam sobre o "batismo" que iniciava os possíveis aderentes ao culto de Mitra, mas o que realmente acontecia? Os sacerdotes Mitra (usando um ritual também realizado pelos seguidores de Átis) suspendiam um touro sobre um buraco, colocavam aqueles que queriam pertencer ao culto naquele buraco e então cortavam o estômago do boi, cobrindo os iniciantes com sangue. Tal coisa não tem semelhança alguma com o batismo cristão, no qual uma pessoa vai debaixo d’água (simbolizando a morte de Cristo) e depois sai da água (simbolizando a ressurreição de Cristo). Entretanto, os defensores da posição do Jesus mitológico enganosamente usam o mesmo termo para descrever ambos na esperança de unir os dois.
A última questão a ser examinada acerca deste assunto é a veracidade do próprio Novo Testamento. Embora muito tenha sido escrito sobre este tema, nenhum trabalho da antiguidade tem mais evidências no que diz respeito à veracidade histórica do que o Novo Testamento. O Novo Testamento tem mais escritores (nove), melhores escritores e escritores que viveram mais perto do que estava sendo registrado do que qualquer outro documento da época. Além disso, a história comprova o fato de que esses escritores enfrentaram a morte para afirmar que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Embora alguns escolham morrer por uma mentira que acham ser verdade, ninguém morre por uma mentira que sabe ser falsa. Pense nisso -- se alguém estivesse prestes a crucificá-lo de cabeça para baixo, como aconteceu com o apóstolo Pedro, e tudo o que você tivesse que fazer para salvar a sua vida fosse renunciar uma mentira que você tinha vivido conscientemente, o que você faria?
Além disso, a história tem mostrado que são necessárias pelo menos duas gerações antes de um mito poder entrar em um relato histórico. Por quê? Porque as testemunhas oculares podem refutar o erro registrado. Os que viviam naquela época poderiam ter refutado os erros do autor e expor o trabalho como sendo falso. Todos os evangelhos do Novo Testamento foram escritos durante a vida das testemunhas oculares, com algumas das epístolas de Paulo sendo escritas tão cedo quanto 50 dC. Essas datas servem como um mecanismo essencial de proteção contra eventuais falsidades sendo aceitas e difundidas.
Finalmente, o Novo Testamento atesta o fato de que a representação de Jesus não foi confundida com a de qualquer outro deus. Quando confrontados com o ensinamento de Paulo, os pensadores da elite de Atenas disseram isto: "’O que está tentando dizer esse tagarela?’ Outros diziam: ‘Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros’, pois Paulo estava pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição. Então o levaram a uma reunião do Areópago, onde lhe perguntaram: ‘Podemos saber que novo ensino é esse que você está anunciando? Você está nos apresentando algumas idéias estranhas, e queremos saber o que elas significam’” (Atos 17:18-20). É evidente que se as narrativas sobre Jesus fossem simplesmente um arranjo de contos de outros deuses, os atenienses não teriam se referido a elas como sendo "novas". Se deuses morrendo e ressuscitando fossem abundantes no primeiro século, por que quando o apóstolo Paulo pregou sobre Jesus ressuscitando dos mortos em Atos 17 os epicuristas e estoicos não comentaram: "Ah, assim como Hórus e Mitra"?
Em conclusão, as alegações de que Jesus não era nada mais do que uma cópia dos deuses mitológicos originaram-se com autores cujas obras (1) têm sido descartadas pelo mundo acadêmico; (2) contêm falácias lógicas que prejudicam a sua veracidade e não podem ser comparadas com os evangelhos do Novo Testamento, os quais têm resistido quase 2.000 anos de intenso escrutínio. Os supostos paralelos desaparecem quando comparados com os textos originais históricos. Semelhanças entre Jesus e os vários deuses mitológicos só podem ser defendidas ao empregar-se descrições enganosas e seletivas.
Jesus Cristo permanece único na história, com Sua voz elevando-se acima de todos os deuses falsos e continuando a fazer a pergunta que, em última análise, determina o destino eterno de cada pessoa: "Quem dizeis que eu sou?" (Mateus 16:15)
Tem-se dito que uma parábola é uma história terrena com um significado celestial. O Senhor Jesus frequentemente usava parábolas como um meio de ilustrar profundas verdades divinas. Histórias assim são facilmente lembradas, os personagens são fortes e o simbolismo rico em significado. As parábolas eram uma forma de ensino muito comum no Judaísmo. Antes de um determinado ponto no Seu ministério, Jesus tinha utilizado muitas analogias gráficas usando coisas comuns que seriam conhecidas por todos (sal, pão, ovelhas, etc.), e seu significado era bastante claro no contexto de Seu ensino. As parábolas requeriam mais explicações, e em um ponto do Seu ministério, Jesus começou a ensinar utilizando parábolas exclusivamente.
A questão é a seguinte: por que Jesus deixaria a maioria das pessoas se perguntando sobre o significado de Suas parábolas? O primeiro exemplo disso é a narrativa da parábola da semente e dos solos. Antes de interpretar essa parábola, Ele chamou Seus discípulos para longe da multidão. “Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: ‘Por que falas ao povo por parábolas?’ Ele respondeu: ‘A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem” (Mateus 13:10-17).
Jesus, deste ponto em diante no Seu ministério, sempre ensinava o sentido das parábolas apenas aos Seus discípulos. Entretanto, aqueles que continuamente rejeitavam a Sua mensagem foram deixados em sua cegueira espiritual se perguntando a respeito do que Jesus queria dizer. Ele fez uma distinção clara entre aqueles que tinham sido dados "ouvidos para ouvir" e aqueles que persistiam em descrença – sempre ouvindo mas nunca realmente entendendo e "sempre aprendendo, mas não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade" (2 Timóteo 3:7). Os discípulos tinham recebido o dom do discernimento espiritual pelo qual as coisas do Espírito ficavam-lhes claras. Porque aceitavam a verdade de Jesus, eles receberam mais verdade. Pode-se dizer o mesmo hoje de crentes que receberam o dom do Espírito Santo, o qual nos guia em toda verdade (João 16:13). Ele abriu os nossos olhos à luz da verdade e os nossos ouvidos às doces palavras da vida eterna.
Nosso Senhor Jesus compreendia que a verdade não é uma doce música para todos os ouvidos. Na verdade, há aqueles que não têm nenhum interesse ou estima pelas coisas profundas de Deus. Por que, então, Ele falava em parábolas? Para aqueles com uma verdadeira fome de Deus, a parábola é um veículo tanto eficaz quanto memorável para a transmissão das verdades divinas. As parábolas de Nosso Senhor contêm grandes volumes de verdade em poucas palavras-- e Suas parábolas, ricas em imagens, não são facilmente esquecidas. Assim, então, uma parábola é uma bênção para aqueles com ouvidos dispostos. Entretanto, para aqueles com corações endurecidos e ouvidos lentos para ouvir, uma parábola é também uma declaração de julgamento.
Dezessete versículos do Novo Testamento descrevem Jesus como o "filho de Davi". Entretanto, uma pergunta surge: como é que Jesus poderia ser o filho de Davi se Davi viveu cerca de 1000 anos antes de Jesus? A resposta é que Cristo (o Messias) foi o cumprimento da profecia da descendência de Davi (2 Samuel 7:14-16). Jesus era o Messias prometido, o que significa que Ele era da descendência de Davi. Mateus 1 dá uma prova genealógica de que Jesus, na Sua humanidade, foi um descendente direto de Davi por intermédio de José, o pai legal de Jesus. A genealogia em Lucas, capítulo 3, dá a linhagem de Jesus através de Sua mãe, Maria. Jesus é um descendente de Davi, por adoção através de José e pelo sangue por meio de Maria. Primeiramente, porém, quando referia-se a Cristo como o filho de Davi, a intenção era se referir ao Seu título messiânico encontrado nas profecias do Antigo Testamento a Seu respeito.
Jesus foi intitulado de "Senhor, Filho de Davi" várias vezes por pessoas que, pela fé, buscavam perdão ou cura. A mulher cuja filha estava sendo atormentada por um demônio (Mateus 15:22), os dois homens cegos à beira do caminho (Mateus 20:30) e o cego Bartimeu (Marcos 10:47) todos clamaram ao filho de Davi por ajuda. Os títulos de honra que deram-lhe declaravam a sua fé nEle. Chamá-lo de "Senhor" expressava um sentimento da divindade, domínio e poder de Jesus, e ao chamá-lo"Filho de Davi", eles estavam professando que Ele era o Messias.
Os fariseus também compreenderam o significado das pessoas chamando Jesus de "filho de Davi". Entretanto, ao contrário daqueles que clamaram em fé, eles estavam tão cegos pelo seu próprio orgulho e falta de compreensão das Escrituras que não podiam ver o que os mendigos cegos podiam ver - que aqui estava o Messias pelo qual haviam esperado por toda a vida. Os fariseus odiavam Jesus porque Ele não lhes dava a honra que achavam que mereciam. Então, quando ouviram o povo saudando Jesus como o Salvador, ficaram enfurecidos (Mateus 21:15) e planejaram matá-lo (Lucas 19:47).
Jesus ainda confundiu os escribas e fariseus ao pedir-lhes que explicasse o significado deste título. Como é que o Messias podia ser o filho de Davi quando o próprio Davi se referiu a Ele como "meu Senhor" (Marcos 12:35-37)? Naturalmente, os professores da lei não podiam responder à pergunta. Jesus assim expôs a ineptidão dos líderes judeus como professores e sua ignorância quanto ao que o Antigo Testamento ensinava sobre a verdadeira natureza do Messias, alienando-os ainda mais Dele.
Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus e o único meio de salvação para o mundo (Atos 4:12), é também o filho de Davi, tanto no sentido físico quanto no sentido espiritual.
Após Seu batismo, Jesus foi "levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). As três tentações de Jesus no deserto foram um esforço de seduzir e transferir a Sua fidelidade de Deus a Satanás. Vemos uma tentação semelhante em Mateus 16:21-23 onde Satanás, através de Pedro, tenta Jesus a renunciar a cruz à qual estava destinado. Lucas 4:13 nos diz que após as tentações no deserto, Satanás "o deixou até ocasião oportuna", o que aparenta indicar que Jesus foi tentado outras vezes por Satanás, embora novos incidentes não sejam registrados. O ponto importante é que, apesar de várias tentações, Ele nunca pecou.
Que Deus tinha um propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração "foi levado pelo Espírito ao deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de que temos um sumo sacerdote capaz de Se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hebreus 4:15) porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos. A natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus 2:18). A palavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à prova". Então, quando somos colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida, podemos ter certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguém que sofreu as mesmas provações.
As tentações de Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens. A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mateus 4:3-4), a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando Deuteronômio 8:3. A segunda tentação foi acerca da soberba da vida (Mateus 4:5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura contra Ele (Salmo 91:11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a Escritura em sentido contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que seria errado abusar de Seus próprios poderes.
A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).
Caímos em muitas tentações porque a nossa carne é naturalmente fraca, mas temos um Deus que não nos deixará ser tentados além do que possamos suportar; Ele proverá uma saída (1 Coríntios 10:13). Podemos, portanto, ser vitoriosos e agradecer ao Senhor pelo livramento da tentação. A experiência de Jesus no deserto nos ajuda a enxergar essas tentações comuns que nos impedem de servir a Deus de forma eficaz.
Além disso, Jesus nos deixa o exemplo de como devemos responder às tentações em nossas próprias vidas -- com as Escrituras. As forças do mal vêm sobre nós com uma miríade de tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em sua essência: a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida (1 João 2:16). Só podemos reconhecer e combater essas tentações ao saturar os nossos corações e mentes com a verdade. A armadura de um soldado cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Efésios 6:17). Conhecer a Bíblia intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos capacitar a ter vitória sobre as tentações.
Houve seis partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal religioso e três estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o antigo sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter alegado ser o Filho de Deus, o Messias.
Os julgamentos diante das autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis. De acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2) Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus foi condenado por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. (4) Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução de Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada. (7) Não deviam ter feito perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo.
Os julgamentos perante as autoridades romanas começaram com Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram muito diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes permitiu a ridicularização de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus flagelado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas. Em um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de Jesus representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente na história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por crucificação.
1. Ele é o único e singular Filho de Deus (Salmo 2:7, 11-12; João 1:14, Lucas 1:35).
2. Ele é eterno. Ele existiu desde a eternidade passada, existe no presente, e existirá por toda a eternidade no futuro (João 1:1-3, 14, 8:58).
3. Jesus é o único que carregou os nossos pecados para que pudéssemos ter o perdão e sermos salvos deles (Isaías 53, Mateus 1:21, João 1:29; 1 Pedro 2:24, 1 Coríntios 15:1-3).
4. Jesus é o único Caminho ao Pai (João 14:6, Atos 4:12, 1 Timóteo 2:5), não há uma outra forma de salvação. Ele é o único Justo que trocou a justiça perfeita pelo nosso pecado (2 Coríntios 5:21).
5. Apenas Jesus tinha poder sobre a Sua própria morte e a capacidade de novamente tomar de volta a Sua vida (João 2:19, 10:17-18). A Sua ressurreição não foi "espiritual", mas física (Lucas 24:39). A Sua ressurreição dentre os mortos, para jamais morrer de novo, destacou-o como o único Filho de Deus (Romanos 1:4).
6. Só Jesus aceitou adoração como um igual ao Pai (João 20:28-29, Filipenses 2:6), e Deus Pai de fato afirma que o Filho deve ser honrado assim como Deus é honrado (João 5:23). Todos os outros, sejam esses os discípulos de Jesus ou seres angelicais, justamente rejeitam essa adoração (Atos 10:25-26, Atos 14:14-15, Mateus 4:10, Apocalipse 19:10, 22:9).
7. Jesus tem o poder de dar vida a quem quiser (João 5:21).
8. O Pai confiou todo o julgamento a Jesus (João 5:22).
9. Jesus estava diretamente envolvido com o Pai na criação e é por Sua mão que todas as coisas subsistem (João 1:1-3, Efésios 3:9, Hebreus 1:8-10, Colossenses 1:17).
10. Jesus é quem reinará o mundo no final da presente época (Hebreus 1:8; Isaías 9:6-7; Daniel 2:35, 44; Apocalipse 19:11-16).
11. Só Jesus nasceu de uma virgem, concebido pelo Espírito Santo (Isaías 7:14, Mateus 1:20-23, Lucas 1:30-35).
12. Jesus foi quem demonstrou ter os atributos de Deus. Entre outros, podemos tomar como exemplo: o poder de perdoar pecados e curar os doentes (Mateus 9:1-7); o poder para acalmar o vento e as ondas (Marcos 4:37-41, Salmo 89 :8-9); o poder de conhecer-nos e ser perfeitamente familiarizado conosco (Salmo 139, João 1:46-50, 2:23-25) e de ressuscitar os mortos (João 11, Lucas 7:12-15, 8: 41-55).
13. Há um grande número de profecias sobre o nascimento, a vida, a ressurreição, a pessoa e o propósito do Messias. Todas foram cumpridas por Ele e nenhum outro (Isaías 7:14; Miqueias 5:2, Salmo 22; Zacarias 11:12-13, 13:7, Isaías 9:6-7; Isaías 53, Salmo 16:10).
A resposta a essa pergunta só é encontrada quando primeiramente se compreende o motivo pelo qual João escreveu o seu Evangelho. Encontramos o seu propósito descrito claramente em João 20:30-31: "Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome." João tinha o propósito de introduzir os leitores do seu Evangelho a Jesus Cristo, estabelecendo quem Jesus é (Deus em carne) e o que fez. O único objetivo de João era guiar as pessoas a abraçarem a obra salvadora de Cristo através da fé. Quando entendemos isso, somos mais capazes de entender por que João apresenta Jesus como "A Palavra" (ou Verbo, em algumas traduções) em João 1:1.
Ao iniciar o seu Evangelho dizendo: "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus", João está apresentando Jesus com um termo facilmente entendido tanto pelos seus leitores judeus quanto gentios. A palavra grega traduzida como "Palavra" nesta passagem é logos, a qual era comum tanto na filosofia grega quanto no pensamento judaico daquele dia. Por exemplo, no Antigo Testamento, a "palavra" de Deus é muitas vezes personificada como um instrumento para a execução da vontade de Deus (Salmo 33:6, 107:20, 119:89, 147:15-18). Assim, para os seus leitores judeus, ao introduzir Jesus como a "Palavra", João está em um sentido apontando-los de volta ao Antigo Testamento onde o logos ou "Palavra" de Deus é associada com a personificação da revelação de Deus. Já na filosofia grega, o termo logos era usado para descrever o agente intermediário pelo qual Deus criava as coisas materiais e se comunicava com eles. Na cosmovisão grega, pensava-se que o logos era uma ponte entre o Deus transcendente e o universo material. Portanto, para os seus leitores gregos, o uso do termo logos provavelmente teria trazido a ideia de um princípio mediador entre Deus e o mundo.
Então, essencialmente, o que João está fazendo através da introdução de Jesus como o logos é utilizar uma palavra e conceito com os quais tanto os judeus quanto os gentios de sua época estariam familiarizados e usar isso como o ponto de partida para apresentá-los a Jesus Cristo. Entretanto, João vai além do conceito familiar de logos que os seus leitores judeus e gentios teriam e apresenta Jesus Cristo não como um mero princípio de mediação, assim como enxergado pelos gregos, mas como um ser pessoal, inteiramente divino e ainda plenamente humano. Além disso, Cristo não foi simplesmente uma personificação da revelação de Deus como os judeus achavam, mas de fato a perfeita revelação do próprio Deus na carne, tanto que João chegou até a registrar as próprias palavras de Jesus a Filipe: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’" (João 14:9)? Ao utilizar o termo logos ou "Palavra" em João 1:1, João estava ampliando e aplicando um conceito conhecido pela sua audiência e utilizando-se disso para introduzir os seus leitores ao verdadeiro logos de Deus em Jesus Cristo, a Palavra Viva de Deus, plenamente Deus e ainda plenamente homem, que veio para revelar Deus ao homem e resgatar todos os que creem nEle dos seus pecados.
O termo "kenosis" vem da palavra grega para a doutrina do auto-esvaziamento de Cristo em sua encarnação. A kenosis foi uma auto-renúncia, não um esvaziamento de sua divindade e nem uma troca de divindade pela humanidade. Filipenses 2:7 nos diz que Jesus "esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens." Jesus não cessou de ser Deus durante o Seu ministério terreno. Entretanto, Ele deixou de lado a Sua glória celestial de uma relação face a face com Deus. Ele também deixou de lado a Sua autoridade independente. Durante o Seu ministério terreno, Cristo se submeteu completamente à vontade do Pai.
Como parte da kenosis, Jesus às vezes operou com as limitações de humanidade (João 4:6, 19:28). Deus não se cansa ou fica com sede. Mateus 24:36 nos diz: "Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai." Podemos nos perguntar, se Jesus era Deus, como é que Ele não sabia de tudo como Deus (Salmo 139:1-6)? Parece que enquanto Jesus estava na terra, Ele abriu mão do uso de alguns dos seus atributos divinos. Jesus ainda era perfeitamente santo, justo, misericordioso, bondoso, justo e amoroso, mas a sua onisciência e onipotência não foram usadas por completo enquanto estava na terra.
No entanto, quando se trata da kenosis, muitas vezes nos concentramos demais naquilo de que Jesus abriu mão. A kenosis também lida com o que Cristo assumiu. Jesus tomou sobre si mesmo uma natureza humana e se humilhou. Jesus deixou de ser a glória das glórias do céu para ser um ser humano que foi condenado à morte na cruz. Filipenses 2:7-8 declara: "...mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!" No supremo ato de humildade, o Deus do universo tornou-se um ser humano e morreu por Sua criação. A kenosis, portanto, é Cristo assumindo a natureza humana com todas as suas limitações, exceto o pecado.
A frase "amor de Cristo", em oposição ao "amor por Cristo", refere-se ao amor que Ele tem pela humanidade. O Seu amor pode ser brevemente resumido como a Sua disposição para agir em nosso melhor interesse, especialmente em atender à nossa maior necessidade apesar de custar-lhe tudo e apesar de sermos completamente indignos desse amor.
Apesar de Cristo Jesus, sendo Deus em sua natureza, ter existido desde o início dos tempos com Deus Pai (João 1:1) e o Espírito Santo, Ele voluntariamente deixou o Seu trono (João 1:1-14) para se tornar um homem, a fim de que pudesse pagar a pena pelos nossos pecados para que não tivéssemos que pagá-la por toda a eternidade no lago de fogo (Apocalipse 20:11-15). Porque o preço do pecado da humanidade foi pago pelo nosso perfeito Salvador, Jesus Cristo, o Deus justo e santo agora pode perdoar os nossos pecados quando aceitarmos o pagamento de Cristo Jesus como o nosso (Romanos 3:21-26). Assim, o amor de Cristo é demonstrado pelo fato de que Ele deixou a sua casa no céu, onde era adorado e honrado como merecia, para vir à Terra como um homem que seria ridicularizado, traído, espancado e crucificado em uma cruz para pagar a pena por nossos pecados, ressuscitando dentre os mortos no terceiro dia. Ele considerou a nossa necessidade de um Salvador do nosso pecado e de sua penalidade como mais importante do que o Seu próprio conforto e vida (Filipenses 2:3-8).
Às vezes algumas pessoas voluntariamente entregam as suas vidas por aqueles que consideram dignos - um amigo, um parente, outras pessoas "boas", por exemplo - mas o amor de Cristo vai além disso. O amor de Cristo se estende aos que menos o merecem. Ele voluntariamente tomou sobre si a punição daqueles que o torturaram, odiaram, rebelaram-se contra ele e não se importavam com ele, ou seja, os mais indignos do Seu amor (Romanos 5:6-8). Ele deu o máximo que podia dar por aqueles que menos mereciam! Sacrificar-se, então, é a essência do amor divino, chamado de amor ágape. Esse é um amor como o de Deus, não um amor como o dos homens (Mateus 5:43-48).
Esse amor que Ele demonstrou por nós na cruz é apenas o começo. Quando colocamos nossa confiança nEle como o nosso Salvador, somos feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Ele! Ele vem habitar dentro de nós através do Espírito Santo, prometendo que nunca nos deixará ou nos abandonará (Hebreus 13:5-6). Assim, temos um companheiro afetuoso por toda a vida. Independente do que tivermos que enfrentar, Ele está presente e o Seu amor está sempre disponível a nós (Romanos 8:35). No entanto, assim como Ele devidamente reina como um rei benevolente no céu, precisamos dar-lhe a posição que merece em nossas vidas, a de Mestre e não meramente a de um companheiro. Só então experimentaremos a vida como Ele pretendia e viveremos na plenitude do Seu amor (João 10:10 b).
Existem cerca de 200 nomes e títulos de Cristo encontrados na Bíblia. A lista a seguir inclui apenas alguns dos mais proeminentes, organizados em três seções de acordo com nomes que refletem a natureza de Cristo, a Sua posição na tri-unidade de Deus e a Sua obra na terra em nosso favor.
A Natureza de Cristo
Pedra Angular: (Efésios 2:20) - Jesus é a pedra angular do edifício da Sua Igreja. Ele cementa juntos os judeus e gentios, homens e mulheres – todos os santos de todas as épocas e lugares em uma estrutura construída sobre a fé nEle, a qual é compartilhada por todos.
Primogênito de toda a criação: (Colossenses 1:15) - Não a primeira coisa que Deus criou, como alguns afirmam de forma incorreta, porque o versículo 16 diz que todas as coisas foram criadas por e para Cristo. Em vez disso, o significado é que Cristo ocupa o posto e preeminência do primogênito sobre todas as coisas, que Ele sustenta a posição mais exaltada no universo, que Ele é preeminente sobre todos os outros e é o cabeça de todas as coisas.
Cabeça da Igreja: (Efésios 1:22, 4:15; 5:23) - Jesus Cristo, não um rei ou um papa, é o único governante supremo e soberano da Igreja, ou seja, daqueles por quem Ele morreu e que têm colocado sua fé nEle para obter a salvação.
Santo: (Atos 3:14, Salmo 16:10) - Cristo é santo, tanto em sua natureza divina quanto humana, e a fonte de santidade ao Seu povo. Pela Sua morte, somos feitos santos e puros diante de Deus.
Juiz: (Atos 10:42; 2 Timóteo 4:8) - O Senhor Jesus foi designado por Deus para julgar o mundo e dispensar as recompensas da eternidade.
Rei dos reis e Senhor dos senhores: (1 Timóteo 6:15, Apocalipse 19:16) - Jesus tem domínio sobre todas as autoridades da terra, sobre todos os reis e governantes, e ninguém pode impedi-lo de realizar os seus propósitos. Ele os dirige como lhe agrada.
Luz do Mundo: (João 8:12) - Jesus entrou em um mundo escurecido pelo pecado e derramou a luz da vida e a verdade por meio de Sua obra e Suas palavras. Jesus abre os olhos daqueles que confiam nEle e andam na luz.
Príncipe da paz: (Isaías 9:6) - Jesus não veio trazer paz ao mundo como na ausência de guerra, mas a paz entre Deus e o homem que estavam separados pelo pecado. Ele morreu para reconciliar os pecadores a um Deus santo.
Filho de Deus: (Lucas 1:35; João 1:49) - Jesus é o "unigênito do Pai" (João 1:14). Usado 42 vezes no Novo Testamento, o termo "Filho de Deus" afirma a divindade de Cristo.
Filho do homem: (João 5:27) - Usado como um contraste com "Filho de Deus", esta frase afirma a humanidade de Cristo que existe ao lado de Sua divindade.
Palavra: (João 1:1, 1 João 5:7-8) - A Palavra é a segunda pessoa da trindade, o que falou e assim foi feito, o que falou todas as coisas à existência do nada na primeira criação, o que estava no princípio com Deus Pai, e era Deus, e por quem todas as coisas foram criadas.
Palavra de Deus: (Apocalipse 19:12-13) - Este é o nome dado ao Cristo que é desconhecido por todos, menos por Si mesmo. Esse termo denota o mistério da Sua pessoa divina.
Palavra de Vida: (1 João 1:1) - Jesus não só falou palavras que conduzem à vida eterna, mas de acordo com este versículo, Ele é as próprias palavras de vida, referindo-se à vida eterna de alegria e satisfação que Ele proporciona.
Sua posição na trindade
Alfa e Ômega: (Apocalipse 1:8; 22:13) - Jesus declarou ser o início e o fim de todas as coisas, uma referência ao verdadeiro Deus e ninguém mais. Esta declaração de eternidade só pode ser aplicada a Deus.
Emanuel: (Isaías 7:14, Mateus 1:23) - Literalmente "Deus conosco". Tanto Isaías quanto Mateus afirmam que o Cristo que nasceria em Belém seria o próprio Deus que veio à Terra na forma de um homem para viver entre o Seu povo.
Eu Sou: (João 8:58, com Êxodo 3:14) - Quando Jesus atribuiu a Si mesmo este título, os judeus tentaram apedrejá-lo por blasfêmia. Eles compreenderam que Jesus estava declarando ser o Deus eterno,o imutável Jeová do Antigo Testamento.
Senhor de todos: (Atos 10:36) - Jesus é o Senhor soberano sobre o mundo inteiro e todas as coisas nele contidas, de todas as nações do mundo, e particularmente do povo escolhido de Deus, tanto gentios quanto judeus.
Verdadeiro Deus: (1 João 5:20) - Esta é uma afirmação direta de que Jesus, sendo o verdadeiro Deus, não é apenas divino, mas é o Divino. Já que a Bíblia ensina que há somente um Deus, isso só pode estar descrevendo a Sua natureza como parte do Deus triúno.
Sua obra na Terra
Autor e Consumador da nossa fé: (Hebreus 12:2) - A salvação é alcançada através da fé que é dom de Deus (Efésios 2:8-9) e Jesus é o fundador da nossa fé e o seu consumador também. Do primeiro ao último, Ele é a fonte e o sustentador da fé que nos salva.
Pão da Vida: (João 6:35; 6:48) - Assim como o pão sustenta a vida no sentido físico, Jesus é o Pão que dá e sustenta a vida eterna. Deus providenciou o maná no deserto para alimentar o seu povo, e Ele providenciou Jesus para nos dar a vida eterna através do Seu corpo partido por nós.
Noivo: (Mateus 9:15) – O retrato de Cristo como o Noivo e a Igreja como a Sua Noiva revela a relação especial que temos com Ele. Estamos ligados uns aos outros em uma aliança de graça que não pode ser quebrada.
Redentor: (Romanos 11:26) - Assim como os israelitas precisavam que Deus os libertasse da escravidão do Egito, assim Cristo é o nosso Redentor da escravidão do pecado.
Bom Pastor: (João 10:11,14) - Nos tempos bíblicos, um bom pastor estava disposto a arriscar a sua própria vida para proteger as suas ovelhas dos predadores. Jesus deu a Sua vida por Suas ovelhas e Ele cuida, nutre e nos alimenta.
Sumo Sacerdote: (Hebreus 2:17) - O sumo sacerdote judeu entrava no templo uma vez por ano para fazer expiação pelos pecados do povo. O Senhor Jesus executou essa função por Seu povo de uma vez por todas na cruz.
Cordeiro de Deus: (João 1:29) - A Lei de Deus exigia o sacrifício de um cordeiro perfeito e imaculado como expiação pelo pecado. Jesus se tornou o Cordeiro levado mansamente para o abate, mostrando a Sua paciência em Seus sofrimentos e a Sua prontidão para morrer pelos que lhe pertence.
Mediador: (1 Timóteo 2:5) - Um mediador é um que fica entre duas partes para reconciliá-las. Cristo é o único Mediador que reconcilia os homens a Deus. Orar a Maria ou aos santos é idolatria porque ignora esse papel mais importante de Cristo (o de Mediador), atribuindo-lhe a outro.
Rocha: (1 Coríntios 10:4) – Assim como a água que dá vida fluiu da rocha que Moisés bateu no deserto, Jesus é a Rocha da qual fluem as águas vivas da vida eterna. Ele é a Rocha sobre a qual construímos nossas casas espirituais, de modo que nenhuma tempestade possa sacudi-las.
Ressurreição e a Vida: (João 11:25) - Em Jesus encontramos o meio para ressuscitar os pecadores à vida eterna, assim como Ele ressuscitou dentre os mortos. Nosso pecado é sepultado com Ele, e somos ressuscitados para andar em uma nova vida.
Salvador: (Mateus 1:21, Lucas 2:11) - Ele salva o Seu povo ao morrer para redimi-los, ao dar-lhe o Espírito Santo para renová-los pelo Seu poder, ao capacitá-los a enfrentar os seus inimigos espirituais, ao sustentá-los durante as provações e morte e ao ressuscitá-los no último dia.
Videira Verdadeira: (João 15:1) – A Videira Verdadeira fornece tudo de que os ramos (crentes) necessitam para produzirem o fruto do Espírito -- a água vida da salvação e o alimento da Palavra.
Caminho, Verdade, Vida: (João 14:6) - Jesus é o único caminho para Deus, a única verdade em um mundo de mentiras e a única fonte verdadeira da vida eterna. Ele incorpora todos os três tanto em um sentido temporal quanto eterno.
A frase "filho unigênito" ocorre em João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Nova Versão Internacional)." A expressão "unigênito" é a tradução da palavra grega monogenes.
É este último termo ("unigênito") que causa problemas. Falsos mestres têm se agarrado a essa expressão para tentar provar a sua falsa doutrina de que Jesus Cristo não é Deus, isto é, que Jesus em sua essência não é igual a Deus como a Segunda Pessoa da Trindade. Eles veem a palavra "unigênito" e dizem que Jesus é um ser criado porque só alguém que teve um início em um certo momento pode ser "unigênito". O que essa teoria deixa de destacar é que "unigênito" é uma tradução de uma palavra grega. Como tal, temos de avaliar o significado original da palavra grega, e não transferir o significado da nossa língua ao texto.
Então, o que monogenes significa? De acordo com o Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e outra Literatura Cristã Primitiva, 3ª Edição), monogenes tem duas definições primárias. A primeira definição diz respeito a "ser o único de seu tipo dentro de um relacionamento específico." Este é o significado ligado ao seu uso em Hebreus 11:17, quando o escritor se refere a Isaque como o "filho unigênito" de Abraão. Abraão tinha mais de um filho, mas Isaque era o único filho que tinha com Sara e o único filho da aliança.
A segunda definição diz respeito a "ser o único de sua espécie ou classe, único no gênero." Este é o significado implícito em João 3:16. Na verdade, João é o único escritor do Novo Testamento que usa esta palavra em referência a Jesus (veja João 1:14, 18; 3:16, 18; 1 João 4:9). João estava mais preocupado em demonstrar que Jesus era o Filho de Deus (João 20:31), e usa esta palavra para destacar Jesus unicamente como o filho de Deus – compartilhando da mesma natureza divina que Deus – ao contrário de crentes que são filhos e filhas de Deus através da fé.
No fim das contas, termos como "Pai" e "Filho", descritivos de Deus e Jesus, são termos humanos utilizados para nos ajudar a compreender a relação entre as diferentes pessoas da Trindade. Se você puder entender a relação entre um pai humano e um filho humano, então você pode entender, em parte, a relação entre a Primeira e a Segunda Pessoa da Trindade. A analogia se desmorona se você tentar ir longe demais e ensinar, como algumas seitas cristãs (tais como as Testemunhas de Jeová), que Jesus era literalmente "unigênito", no mesmo sentido que "gerado" ou "criado" por Deus Pai.
Sem dúvida, uma das perguntas mais frequentes é "Quem foi Jesus?". Não há dúvida de que Jesus tem, de longe, o nome mais bem conhecido em todo o mundo. Cerca de um terço da nossa população mundial - aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas – afirma ser cristã. O Islamismo, o qual abrange cerca de 1,5 bilhões de pessoas, na verdade reconhece Jesus como o segundo maior profeta depois de Maomé. Das restantes 3,2 bilhões de pessoas (cerca de metade da população mundial), a maioria tem ou ouvido falar do nome de Jesus ou sabe que Ele é.
Se alguém fosse fazer um resumo da vida de Jesus desde o seu nascimento à sua morte, seria um tanto escasso. Ele nasceu de pais judeus em Belém, uma pequena cidade ao sul de Jerusalém, enquanto o território estava sob ocupação romana. Seus pais se mudaram ao norte, para Nazaré, onde cresceu, por isso Ele era conhecido como “Jesus de Nazaré”. Seu pai era um carpinteiro, por isso Jesus provavelmente adquiriu bem cedo essa habilidade. Quando tinha cerca de 30 anos de idade, Ele começou um ministério público. Ele escolheu uma dúzia de homens de reputação duvidosa como Seus discípulos e tinha como sua “sede” Cafarnaum, uma aldeia de pescadores e grande centro comercial na costa do Mar da Galileia. De lá, Ele viajou e pregou em toda a região da Galileia, muitas vezes se deslocando entre os gentios e samaritanos vizinhos com viagens intermitentes para Jerusalém.
Os ensinamentos e metodologias incomuns de Jesus assustaram e incomodaram muitas pessoas. Sua mensagens revolucionárias, juntamente com milagres e curas surpreendentes, conquistaram um enorme grupo de seguidores. Sua popularidade entre a população cresceu rapidamente e, como resultado, isso foi notado pelos líderes bem entrincheirados da fé judaica. Logo, esses líderes judeus tornaram-se ciumentos e ressentidos do Seu sucesso. Muitos desses líderes achavam seus ensinamentos ofensivos e sentiram que suas estabelecidas tradições e cerimônias religiosas estavam sendo comprometidas. Logo conspiraram com os governantes romanos para que fosse morto. Foi nessa época que um dos discípulos de Jesus o traiu aos líderes judeus por uma quantia irrisória de dinheiro. Pouco tempo depois, eles prenderam-no, engendraram às pressas uma série organizada de julgamentos simulados e sumariamente o executaram por crucificação.
Entretanto, ao contrário de qualquer outro na história, a morte de Jesus não foi o fim da sua história; era, de fato, o começo. O Cristianismo só existe por causa do que aconteceu depois de Jesus ter morrido. Três dias depois de Sua morte, os Seus discípulos e muitos outros começaram a afirmar que Ele havia ressuscitado dos mortos. Seu túmulo foi encontrado vazio, o corpo não estava lá, e inúmeras aparições foram testemunhadas por muitos grupos diferentes de pessoas, em locais diferentes e entre circunstâncias dessemelhantes.
Como resultado de tudo isso, as pessoas começaram a proclamar que Jesus era o Cristo, ou o Messias. Elas alegaram que a Sua ressurreição validava a mensagem de perdão dos pecados através do Seu sacrifício. No início, eles declararam esta boa notícia, conhecida como o evangelho, em Jerusalém, a mesma cidade onde Jesus havia sido condenado à morte. As notícias logo ficaram conhecidas como o Caminho (veja Atos 9:2, 19:9, 23, 24:22) e expandiram-se rapidamente. Em um curto período de tempo, esta mensagem do evangelho de fé se espalhou até mesmo para além da região, expandindo-se até à Roma e outras áreas mais distantes do seu vasto império.
Jesus sem dúvida teve um impacto tremendo na história mundial. A questão do "verdadeiro Jesus histórico" pode ser melhor respondida ao se estudar o impacto de Jesus na história. A única explicação para o impacto incomparável que Jesus teve é que Ele foi muito mais do que apenas um homem. Jesus foi, e é, precisamente quem a Bíblia afirma que Ele é – Deus que se tornou homem. Somente o Deus que criou o mundo e controla o curso da história poderia ter tão grande impacto no mundo.
Encontre a seguir as sete declarações que Jesus Cristo fez na cruz (não em uma ordem particular):
(1) Mateus 27:46 nos diz que perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: “Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Aqui Jesus estava expressando seus sentimentos de abandono por Deus ter colocado os pecados do mundo sobre Ele - e por causa disso, Deus teve que se "virar" contra Jesus. Quando Jesus estava sentindo o peso do pecado, Ele estava passando por uma separação de Deus pela primeira e única vez em toda a eternidade. Este foi também um cumprimento da declaração profética no Salmo 22:1.
(2) "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Aqueles que crucificaram Jesus não estavam cientes da extensão do que estavam fazendo porque não o reconheceram como o Messias. Sua ignorância da verdade divina não significava que mereciam perdão, e a oração de Cristo mesmo ao meio do seu escárnio é uma expressão da compaixão ilimitada da graça divina.
(3) "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23:43). Nesta declaração, Jesus está assegurando um dos criminosos na cruz de que quando morresse, ele estaria com Jesus no céu. Isso foi concedido porque, mesmo na hora da sua morte, o criminoso tinha expressado sua fé em Jesus, reconhecendo-o pelo que Ele era (Lucas 23:42).
(4) "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46). Aqui, Jesus está voluntariamente entregando a sua alma nas mãos do Pai, o que indica que Ele estava prestes a morrer e que Deus tinha aceitado o Seu sacrifício. Ele "se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus" (Hebreus 9:14).
(5) "Mulher, eis aí o teu filho!" e "Eis aí tua mãe!" Quando Jesus viu a sua mãe em pé perto da cruz com o apóstolo João, o discípulo a quem amava, Ele confiou os cuidados de sua mãe nas mãos de João. E desde aquela hora, João levou-a à sua própria casa (João 19:26-27). Neste versículo, Jesus, o Filho sempre compassivo, está se assegurando de que sua mãe terrena seria bem cuidada depois de Sua morte.
(6) "Tenho sede" (João 19:28). Jesus está aqui cumprindo a profecia messiânica do Salmo 69:21: "Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre." Ao dizer que estava com sede, Ele incitou os guardas romanos a darem-Lhe vinagre, o que era habitual em um crucificação, cumprindo assim a profecia.
(7): "Está consumado!" (João 19:30). As últimas palavras de Jesus significavam que o Seu sofrimento tinha acabado e que todo o trabalho que o Seu Pai havia dado-lhe a fazer, ou seja, pregar o evangelho, executar milagres e obter a salvação eterna para o Seu povo, havia sido realizado, cumprido, concretizado. A dívida do pecado havia sido paga.
As Estações da Cruz, também conhecidas como a Via Dolorosa, são uma narração das horas finais da vida de Jesus Cristo na terra que continua a oferecer convicção espiritual para cada cristão, assim como aplicação às nossas vidas. As Estações da Cruz servem como um lembrete austero da forma humilde em que Jesus estava disposto a colocar de lado qualquer privilégio da divindade a fim de fornecer um caminho para a salvação através do Seu sacrifício.
Existem várias versões amplamente aceitas que descrevem as últimas horas, uma sendo a bíblica e as outras sendo os relatos mais tradicionais dos eventos nas horas finais de Jesus. A forma tradicional das Estações da Cruz é a seguinte:
1. Jesus é condenado à morte.
2. Jesus recebe a sua cruz.
3. Jesus cai pela primeira vez.
4. Jesus encontra sua mãe Maria.
5. Simão de Cirene é forçado a carregar a cruz.
6. Verônica enxuga o sangue do rosto de Jesus.
7. Jesus cai pela segunda vez.
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém.
9. Jesus cai pela terceira vez.
10. Jesus é despojado de suas vestes.
11. Jesus é pregado na cruz - a Crucificação.
12. Jesus morre na cruz.
13. O corpo de Jesus é retirado da cruz - a Deposição ou Lamentação.
14. O corpo de Jesus é colocado no sepulcro.
Na forma tradicional das Estações da Cruz, no entanto, as estações 3, 4, 6, 7 e 9 não são explicitamente bíblicas. Como resultado, o bíblico "Caminho da Cruz" foi desenvolvido. Abaixo estão as descrições bíblicas das 14 Estações da Cruz e a aplicação prática de cada uma.
1 Estação da Cruz: Jesus no Monte das Oliveiras (Lucas 22:39-46).
Jesus orou no Monte das Oliveiras para que o Seu Pai tirasse o copo de sua mão que significava a sua morte na cruz; isso demonstrou a humanidade de Jesus (Lucas 22:39-46). Não é difícil imaginar quão grande foi a sua expectativa sobre os acontecimentos que estavam prestes a acontecer. Chega um momento na vida de todos os cristãos quando também devem escolher entre a vontade de Deus e a sua própria, e essa escolha, como a escolha de Jesus, mostra o nível de compromisso e obediência a Deus, bem como a verdadeira condição do coração. Embora Jesus estivesse ciente do destino que estava prestes a enfrentar quando orou no Monte das Oliveiras para que Deus alterasse os acontecimentos, a Sua oração foi que a vontade do Pai fosse feita independentemente do que o futuro estivesse a reservar para Ele. Mesmo pregado na cruz com a respiração de vida já se esgotando, Jesus ainda estava nos ensinando a importância da obediência à Palavra de Deus e a importância de confiar nEle em qualquer situação.
2 Estação da Cruz: Jesus é traído por Judas e preso (Lucas 22:47-48).
Judas não só se tornou um dos personagens históricos mais desprezados quando traiu Jesus, ele também se tornou um lembrete assombrador a todos os cristãos de que houve vezes em que têm caído na tentação do pecado. Para o cristão, tropeçar em pecado é como trair Aquele que deu a Sua vida por nós. Quão maior é a traição quando o pecado é um comportamento escolhido, deliberadamente afastando-se da convicção espiritual (Lucas 22:47-48)? Judas viveu com Jesus e sentou-se a Seus pés aprendendo com Ele durante anos. Entretanto, porque o seu coração não era verdadeiramente transformado pelo poder do Espírito Santo, ele caiu quando tentado por Satanás. Como crentes, somos instruídos a "examinar a nós mesmos" para ver se somos verdadeiramente da fé (2 Coríntios 13:5).
3 Estação da Cruz: Jesus é condenado pelo Sinédrio (Lucas 22:66-71).
O conselho do Sinédrio, composto de setenta sacerdotes e escribas e um sumo sacerdote, exigiu que Pilatos executasse Jesus. Este incidente serve como um aviso para todos os cristãos a tomarem cuidado para não exaltarem a si mesmos quando hipocritamente julgando outras pessoas. O conhecimento bíblico e elevadas posições neste mundo ainda caem lamentavelmente longe da perfeição santa, e o pensamento orgulhoso pode facilmente causar a queda de até mesmo os mais piedosos entre os homens. A Bíblia nos ensina a respeitar posições de autoridade, mas no final das contas é a vontade de Deus e a Palavra de Deus que devem reinar em nossas vidas. Os cristãos são dotados de um batismo do Espírito Santo de Deus para confortar, ensinar e orientá-los em cada situação, permitindo-lhes tomar todas as decisões de acordo com a perfeita vontade de Deus, essencialmente negando a necessidade individual de líderes religiosos como o Sinédrio. A confiança do povo judeu na autoridade religiosa do Sinédrio causou a corrupção entre muitos dos seus sacerdotes e escribas, e quando Jesus começou a ensinar uma doutrina que enfraquecia essa autoridade, eles conspiraram contra Ele, no fim das contas exigindo a Sua crucificação pelo governo romano (Lucas 22:66-71).
4 Estação da Cruz: Pedro nega Jesus (Lucas 22:54-62).
Quando Jesus foi preso, algumas das pessoas presentes naquele momento acusaram Pedro de ser um dos seguidores de Jesus (Lucas 22:54-62). Como anteriormente previsto por Jesus, Pedro negou conhecer Jesus três vezes. Pedro foi um discípulo amado e da confiança de Jesus, chegando a testemunhar de primeira mão muitos milagres e até mesmo a andar sobre a água com Jesus (Mateus 14:29-31). Mesmo assim, Pedro demonstrou a fraqueza da humanidade ao negar Jesus por medo de também ser preso. Cristãos de todo o mundo continuam a enfrentar perseguição e humilhação por parte dos descrentes na sociedade, de abuso verbal a espancamentos e morte. As pessoas talvez hipocritamente julguem Pedro pela sua negação de Jesus e seu medo do que os romanos fariam com ele se descobrissem a sua relação com Jesus, mas quantos cristãos podem dizer que nunca permaneceram em silêncio sobre a sua fé na face de discriminação, pública ou privada? Tal silêncio demonstra a fragilidade da humanidade. A fé de Pedro era uma fé imperfeita, principalmente por não ser habitado pelo Espírito Santo naquele momento. Após a vinda do Espírito em Pentecostes para viver no coração dos crentes (Atos 2), Pedro passou a ser um leão valente da fé, nunca mais temendo a proclamação do Seu Senhor.
5 Estação da Cruz: Jesus é julgado por Pôncio Pilatos (Lucas 23:13-25).
De acordo com as normas legais de hoje, é improvável que Jesus teria sido condenado em qualquer tribunal, especialmente já que nenhuma verdadeira evidência contra Ele podia ser produzida. Pôncio Pilatos não pôde encontrar qualquer falha em nada que Jesus tinha feito e queria libertá-lo (Lucas 23:13-24), mas o Sinédrio exigiu que Pilatos ordenasse a Sua execução. O Sinédrio, que governava de acordo com a rigorosa Lei e tradição Mosaica, considerava Jesus uma grande ameaça à sua autoridade dominante sobre os judeus. Jesus ensinou às pessoas que a salvação era pela graça de Deus e não pela adesão aos muitos preceitos estabelecidos pelo Sinédrio, e tal ensinamento não só enfraquecia a autoridade dos líderes religiosos, mas também representava uma ameaça grave à sua subsistência. Ainda hoje, a mensagem da salvação pelo poder e escolha de Deus, não por nossos próprios esforços, é impopular. Os seres humanos em sua natureza decaída sempre querem alcançar a sua própria salvação, ou pelo menos contribuir de alguma forma, para que possamos reivindicar pelo menos uma parte da glória. Entretanto, a salvação é do Senhor, o qual não compartilha a Sua glória com ninguém (Isaías 42:8).
6 Estação da Cruz: Jesus é açoitado e coroado com espinhos (Lucas 23:63-65).
A cura à qual essa passagem se refere é a cura espiritual, ou cura do pecado. O perdão do pecado, e a restauração ao favor de Deus, são frequentemente representados como um ato de cura. Mais de 500 anos antes de Maria dar à luz a Jesus, Isaías profetizou que Jesus seria ferido pelas nossas transgressões (Isaías 53:3-6) e moído pelas nossas iniquidades e que pelas Suas pisaduras seríamos curados.
7 Estação da Cruz: Jesus toma a Sua cruz (Marcos 15:20).
Quando Jesus tomou a Sua cruz, Ele estava transportando mais do que madeira. Desconhecido aos muitos espectadores daquele dia, Jesus estava carregando os pecados da humanidade, enfrentando o castigo que aqueles pecados mereciam e sofrendo a favor da humanidade. Jesus nos exorta em Mateus 16:24: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me." Ele também revela que isso não é uma opção: "...e quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim" (Mateus 10:38). Tomar a nossa cruz, um instrumento de morte, significa morrer para nós mesmos a fim de vivermos como criaturas completamente novas (2 Coríntios 5:17) em serviço e obediência a Cristo. Isto significa render a Deus a nossa vontade, nossas afeições, nossas ambições e nossos desejos. Não devemos buscar a nossa própria felicidade como o objetivo supremo, mas estar dispostos a renunciar a tudo e dar a nossa vida também, se necessário.
8 Estação da Cruz: Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a Sua cruz (Lucas 23:26).
Simão de Cirene talvez seja considerado uma vítima das circunstâncias. Ele provavelmente tinha vindo a Jerusalém para as festividades da Páscoa e provavelmente sabia muito pouco sobre o que estava a acontecer. Sabemos muito pouco sobre Simão de Cirene já que ele não é mencionado na Bíblia depois de ter ajudado a carregar a cruz em que Jesus seria pregado (Lucas 23:26). Ordenado a ajudar pelos soldados romanos, Simão não resistiu, provavelmente temendo por sua própria vida à luz da situação em mão. Ao contrário de Jesus, que carregou a cruz de bom grado, Simão de Cirene foi "obrigado" ou forçado a carregá-la. Como cristãos, devemos voluntariamente nos unir a Jesus em Seu sofrimento, como Paulo nos exorta: "Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus" (2 Timóteo 1:8).
9 Estação da Cruz: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém (Lucas 23:27-31).
Quando Jesus encontrou as mulheres chorando e alguns de Seus discípulos quando estava a caminho da Sua crucificação, Ele os advertiu a não chorarem por Ele, mas que a sua preocupação fosse por eles mesmos e pela vida dos seus filhos, considerando o mal crescente por toda Jerusalém (Lucas 23:27-31). Mesmo enquanto sofria uma grande dor e humilhação pessoal, a preocupação de Jesus não era consigo mesmo, mas pelas vidas e almas daqueles que enfrentavam o perigo da condenação eterna por causa do pecado em suas vidas. A mesma cautela é relevante aos cristãos de hoje, pois devemos ter cuidado em não permitir que as nossas preocupações deste mundo se tornem mais importantes do que a nossa devoção e obediência a Deus. Jesus disse: "O meu reino não é deste mundo" (João 18:36), e como cidadãos do céu, o nosso foco e atenção devem estar lá.
10 Estação da Cruz: Jesus é crucificado (Lucas 23:33-47).
É difícil, mais de dois mil anos após o fato, imaginar o horror do momento enquanto aqueles mais próximos a Jesus foram obrigados a, sem poderem fazer nada, assistir as suas mãos e pés sendo pregados à madeira na qual respiraria pela última vez na forma humana (Lucas 23:44-46). Seus entes e discípulos queridos ainda não entendiam completamente o significado do que estava acontecendo naquele momento. Eles ainda não eram capazes de entender que esta obra perversa dos homens foi o resultado do propósito divino e planejamento para a salvação de todos os que creem em Cristo. Para nós hoje, "como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" (Hebreus 2:3). "Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12).
11 Estação da Cruz: Jesus promete o Seu reino ao ladrão que crê (Lucas 23:43).
É possível que o ladrão sendo crucificado ao lado de Jesus tivesse sido capaz de compreender o conceito de que a vida não estava terminando para Jesus, mas que Ele estava transcendendo o mundo físico à eterna promessa da qual viera para prover para a humanidade. O ladrão se tornaria um dos primeiros a entrar no paraíso pela graça mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9). Jesus disse ao ladrão que ele estaria no paraíso naquele mesmo dia com Ele, por ter aceitado e acreditado no Filho de Deus. Claramente, este é um exemplo de que uma pessoa é salva pela graça mediante a fé e não por obras, assim como aqueles que perseguiram e condenaram Jesus queriam que o povo acreditasse.
12 Estação da Cruz: Jesus na cruz fala com sua mãe e seus discípulos (Lucas 23:48-49).
Jesus, em Seu momento de morrer, ainda estava colocando as necessidades dos outros antes de Sua própria ao amorosamente confiar o cuidado de Sua mãe ao Seu discípulo amado, João (João 19:27). Toda a sua vida, incluindo a Sua morte, ensinou por exemplo que devemos colocar as necessidades de outras pessoas acima das nossas, sujeitando tudo à perfeita vontade de Deus. A disposição de permanecer na Sua Palavra e demonstrar com ações a sua disposição de fielmente sacrificar-se por outras pessoas mesmo à face da adversidade são características que definem a verdadeira vida cristã.
13 Estação da Cruz: Jesus morre na cruz (Lucas 23:44-46).
No momento da morte de Jesus, o véu no templo que separava os homens do Santo dos Santos rasgou-se de alto a baixo. Isto foi terrível a todos os judeus que testemunharam o evento e que não sabiam que isso significava o fim da Antiga Aliança e o início da Nova Aliança. O homem não mais teria que sofrer a separação de Deus por causa do pecado, mas agora seria capaz de se aproximar do trono da graça com ousadia através da oração pelo perdão dos pecados. A vida e a morte sacrificial de Jesus haviam removido a barreira do pecado, tornando possível que o homem obtivesse a salvação pela graça.
14 Estação da Cruz: Jesus é colocado no sepulcro (Lucas 23:50-54).
Depois de Jesus ter morrido e ser removido da cruz, Ele foi enterrado em um túmulo fornecido por um homem chamado José, da cidade judaica de Arimateia (Lucas 23:50-54). José também era um membro do Sinédrio, mas opôs-se ao julgamento e crucificação de Jesus. José secretamente acreditava que Jesus era o Messias segundo as Escrituras, mas temia as consequências de reconhecer publicamente a sua crença (João 19:38). Depois que Jesus morreu, José foi a Pilatos secretamente e pediu o corpo de Jesus a fim de fornecer um enterro apropriado.
O grande sacrifício de Jesus não só se tornou a expiação dos pecados do homem, mas também tornou-se a vitória que derrotaria a morte, a qual de qualquer outra forma teria sido o destino inevitável de todos os homens que nascem sob a maldição do pecado. O pecado carrega a sua própria penalidade inevitável, e essa penalidade é a morte. O nosso Criador é justo e correto e por isso exigiu que a penalidade pelo pecado fosse paga. Porque Deus é amoroso e misericordioso, assim como justo, Ele enviou o Seu Filho unigênito para pagar a pena pelos nossos pecados, sabendo que senão estaríamos condenados por toda a eternidade (João 3:16). O amor e a misericórdia de Deus são grandemente demonstrados pelas palavras de Jesus ainda pendurado na cruz, perto de morrer, quando pediu que Deus perdoasse aqueles que estavam matando-o em sua ignorância (Lucas 23:34). É fácil supor que a falta de vontade do homem de se render totalmente em obediência à Palavra de Deus e a lei seja resultado de sua falta de conhecimento e sabedoria. A ironia dessa conclusão é que a fatalidade produzida para Jesus na cruz se torna a fatalidade espiritual para aqueles incapazes de superar a mesma ignorância que ainda assola grande parte da humanidade hoje. O homem pecador que se recusa a aceitar o dom da salvação fornecido por Jesus pelo Seu sacrifício é certamente o produto da ignorância rebelde e pecado que separam um homem da sabedoria de Deus.
Talvez a maior de todas as profecias messiânicas no Tanakh (as Escrituras Hebraicas/o Antigo Testamento) sobre o advento do Messias judeu seja encontrada no capítulo 53 do profeta Isaías. Esta seção dos Profetas, conhecida como o "Servo Sofredor", tem sido por muito tempo enxergada pelos rabinos históricos do Judaísmo como falando do Redentor que um dia viria a Sião. Aqui está uma amostra do que o Judaísmo tem tradicionalmente acreditado sobre a identidade do "Servo Sofredor" de Isaías 53:
O Talmude babilônico diz: "O Messias, qual é o seu nome? Os rabinos dizem: o Estudioso de Aflições, assim como se diz, 'verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido...'" (Sinédrio 98b).
Midrash Rabbah Ruth diz: "Uma outra explicação (de Rute 2:14): Ele está falando do rei Messias; 'Achega-te para aqui,' aproxima-te para o lugar real; e ‘come do pão', isto é, o pão do reino; e ‘molhe no vinagre o teu bocado’, isto se refere aos seus sofrimentos, como se diz: 'Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades’".
O Targum Jonathan diz: "Eis que o meu servo Messias prosperará; ele será exaltado, elevado e será extremamente forte."
O Zohar diz: “‘Ele foi ferido pelas nossas transgressões’, etc... Há no Jardim do Éden um palácio chamado de Palácio dos Filhos da Doença; o Messias entra então neste palácio, e convoca cada enfermidade, cada dor e cada castigo de Israel; todos esses vêm e repousam sobre ele. E se ele não tivesse aliviado esse peso de Israel e colocado-os sobre si, não haveria nenhum outro homem capaz de suportar os castigos de Israel pela transgressão da lei: e isso é o que está escrito: 'Certamente nossas enfermidades ele carregou’".
O grande (Rambam) Rabi, Moisés Maimônides, diz: "Qual seria a forma do advento do Messias.... erguer-se-á um que ninguém conhecia antes, e sinais e prodígios que testemunharão sendo realizados por ele serão as provas de sua verdadeira origem; porque o Todo-Poderoso, quando nos declara a sua mente sobre este assunto, diz: ‘Aqui está o homem cujo nome é Renovo, e ele sairá do seu lugar e construirá o templo do Senhor’ (Zacarias 6:12). Isaías fala da mesma forma da época em que ele se manifestará, sem conhecer-se pai nem mãe ou a família, Ele surgiu diante dele, como renovo e raiz de uma terra seca, etc... nas palavras de Isaías, ao descrever a maneira em que essas coisas lhe são reveladas, para ele os reis fecharão a sua boca; pois viram aquilo que não lhes tinha sido dito, e o que nunca tinham ouvido entenderam."
Infelizmente, os rabinos modernos do Judaísmo acreditam que o "Servo Sofredor" de Isaías 53 talvez se refira a Israel, ou ao próprio Isaías, ou mesmo a Moisés ou outro dos profetas judeus. Mas Isaías é claro - ele fala do Messias, como muitos antigos rabinos concluíram.
O segundo versículo de Isaías 53 confirma essa clareza. A figura cresce como "um renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca." O renovo brotando com certeza é uma referência ao Messias e, na verdade, é uma comum referência messiânica de Isaías e outros lugares. A dinastia davídica era para ser cortada no julgamento como uma árvore derrubada, mas Israel tinha a promessa de que um renovo surgiria do tronco. O Rei Messias era o que brotaria.
Além de qualquer dúvida, o "Servo Sofredor" de Isaías 53 refere-se ao Messias. Ele é altamente exaltado e diante do qual os reis fecharão a boca. O Messias é o renovo que surgiu da caída dinastia davídica. Ele se tornou o Rei dos Reis. Ele forneceu a expiação final.
Isaías 53 deve ser entendido como se referindo à vinda do Rei Davi, o Messias. O Rei Messias foi profetizado para sofrer e morrer para pagar por nossos pecados e depois ressurgir novamente. Ele serviria como um sacerdote para as nações do mundo e aplicaria o sangue da expiação para purificar aqueles que acreditam. Há apenas Um a quem isso pode estar se referindo -Jesus Cristo!
Aqueles que o confessam são os Seus filhos, Sua descendência prometida e os despojos da Sua vitória. Segundo o testemunho dos apóstolos judeus, Jesus morreu por nossos pecados, ressuscitou, ascendeu à mão direita de Deus e agora serve como o nosso grande Sumo Sacerdote que nos limpa do pecado (Hebreus 2:17; 8:1). Jesus, o Messias judeu, foi o previsto por Isaías.
O rabino Moshe Cohen Ibn Crispin disse: "Este rabino descreve aqueles que interpretam Isaías 53 como uma referência a Israel como aqueles que abandonaram o conhecimento de nossos Mestres, e inclinaram-se de acordo com a 'teimosia de seus próprios corações', e da sua própria opinião; tenho o prazer de interpretá-lo, de acordo com o ensinamento de nossos rabinos, sobre o Rei Messias. Esta profecia foi proferida por Isaías por ordem divina com o propósito de dar-nos a conhecer algo sobre a natureza do futuro Messias, o que estava por vir e libertar Israel, e sobre sua vida, do dia em que chegou discretamente até o seu advento como um redentor, a fim de que se alguém surgisse afirmando ser o Messias, pudéssemos então refletir e olhar para ver se podemos de fato observar nele qualquer semelhança com as características descritas aqui; se houver alguma semelhança, então podemos acreditar que ele seja o Messias nossa justiça; mas se não, então não podemos fazê-lo."
Cerca de uma semana depois de Jesus claramente dizer aos Seus discípulos que iria sofrer, ser morto e ressuscitar de volta à vida (Lucas 9:22), Ele levou Pedro, Tiago e João a um monte para orar. Enquanto orava, Sua aparência pessoal foi transformada em uma forma glorificada, e as suas vestes tornaram-se brancas deslumbrantes. Moisés e Elias apareceram e falaram com Jesus sobre a Sua morte que aconteceria em breve. Pedro, sem saber o que estava dizendo e sendo muito medroso, ofereceu-se para organizar três abrigos para eles. Sem dúvida isso é uma referência aos estandes utilizados para celebrar a Festa dos Tabernáculos, quando os israelitas habitavam em cabanas por sete dias (Levítico 23:34-42). Pedro estava expressando um desejo de permanecer naquele lugar. Quando uma nuvem os envolveu, uma voz disse: "Este é o meu Filho, o Escolhido; ouçam a ele!". A nuvem se levantou, Moisés e Elias tinham desaparecido e Jesus estava sozinho com os discípulos que ainda estavam com muito medo. Jesus advertiu-lhes a não contarem a ninguém o que tinham visto, pelo menos até depois de sua ressurreição. As três narrativas deste evento são encontradas em Mateus 17:1-8, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36.
Sem dúvida, o propósito da transfiguração de Cristo em pelo menos uma parte de Sua glória celeste foi para que o "círculo íntimo" dos discípulos adquirisse uma maior compreensão de quem era Jesus. Cristo sofreu uma mudança drástica na aparência a fim de que os discípulos pudessem vê-lo em Sua glória. Os discípulos, que só o conheciam em Seu corpo humano, tinham agora uma maior percepção da divindade de Cristo, embora não pudessem entendê-la completamente. Isso lhes deu a garantia de que precisavam após ouvir a notícia chocante de Sua morte próxima.
Simbolicamente, o aparecimento de Moisés e Elias representava a Lei e os Profetas. Entretanto, a voz de Deus do céu - "Ouçam a Ele!" - mostrou claramente que a Lei e os Profetas deviam dar lugar a Jesus. Aquele que é o novo e vivo caminho está substituindo o antigo; Ele é o cumprimento da Lei e das inúmeras profecias no Antigo Testamento. Além disso, em Sua forma glorificada eles tiveram uma breve visualização da Sua glorificação e entronização vindoura como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Os discípulos nunca esqueceram o que acontecera naquele dia na montanha e sem dúvida essa era a intenção. João escreveu em seu evangelho: "Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” Pedro também escreveu: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: ‘Este é o meu filho amado, em quem me agrado’. Nós mesmos ouvimos essa voz vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo" (2 Pedro 1:16-18). Aqueles que testemunharam a transfiguração deram o seu testemunho aos outros discípulos e incontáveis milhões através dos séculos.